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Entenda como o imposto de exportação argentino, as chamadas "retenciones", está afetando diretamente os prêmios pagos à soja brasileira. O especialista detalha a situação atual dos preços e explica como o volume expressivo de compras da Argentina pela China impacta a relação comercial Brasil-China. Além disso, Crosara comenta a retaliação comercial da China contra os Estados Unidos e as possíveis consequências para a comercialização global de grãos.

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Transcrição
00:00O mercado de oferta e demanda, ele vem realmente tendo notícias e surpresas positivas ou negativas muito intensas nos últimos tempos.
00:10Quando a gente fala das retenções, a gente teve três dias, onde mais de 12, 14 milhões de toneladas de soja da Argentina foram colocadas à venda,
00:21foram vendidas num evento que o governo buscou 7 bilhões de dólares para cobrir as suas reservas pela dívida ou pelas parcelas que ele tem aí em janeiro.
00:35Ou seja, essa disponibilização criou um conforto para os compradores, para a China principalmente, que recompôs o seu estoque a nível de 44 milhões,
00:44um nível muito confortável, ou seja, três meses de consumo. Ou seja, com essa maior oferta, maior disponibilidade de soja,
00:51a gente vê uma pressão muito grande nos prêmios e também a questão de Chicago.
00:59Como as retenções também acabou o período da isenção e voltou a taxa de 26%, a gente vê uma normalização frente a esse vetor,
01:08com algumas nuances de aumento na questão do farelo de soja.
01:12Mas sim, o mercado está extremamente pressionado pela super safra global que tem, pela perspectiva que tem também para os próximos meses,
01:20pressionando os preços e também os prêmios, dada a relevância, o aumento da relação estoque-consumo globalmente.
01:30Pois é, você colocou aí, a China aproveitou essa pausa das retenções que só durou três dias para comprar volumes expressivos,
01:37você acaba de colocar que, inclusive, isso traz, então, uma folga de três meses aí de estoque, como você coloca.
01:45Como que isso reflete na nossa relação Brasil-China?
01:49Porque eu queria também, a gente também está, né, a China é um importante ator nesse assunto de retenciones e formação de preço pago, como você está falando.
01:58Pela ótica Brasil-China, como que a gente pode encarar esse assunto?
02:03Como que isso também pode, se de alguma forma China está sinalizando maiores compras aqui do Brasil também?
02:10Se de alguma forma é o contrário?
02:12Porque como eles já estão com seus estoques confortáveis, isso de alguma forma pode reduzir a compra da soja brasileira?
02:18Que leitura que a gente também pode fazer?
02:19Esse é um bom ponto, Mariana, a curto prazo o impacto é muito baixo, porque naturalmente a gente está num período que a exportação é de milho,
02:28ou seja, a gente vai ter recorde de exportação esse ano, algo em torno de 110 a 112 milhões de toneladas de soja.
02:35O grande comprador é a China, ou seja, o período que a Argentina entrou no mercado, o impacto é basicamente baixo, mas o que se pressiona são os preços.
02:45Em relação de relacionamento com a China, o Brasil vai conseguir e vai manter a sua liderança e vai ser o principal mercado que a gente vai ter de soja.
02:57Então, o impacto é praticamente nulo, falando em relação, ou falando em parceria, ou falando em mercado de exportação,
03:05mas chama atenção porque caso a Argentina adote outras medidas e disponibilizar mais soja,
03:11isso realmente vai impactar na precificação e isso traz uma pressão muito maior para os agricultores brasileiros nos dias atuais.
03:18Então, você fala de pressão para produtores brasileiros e eu já ia trazer uma pergunta sobre a pressão sobre os produtores dos Estados Unidos,
03:26porque a gente também está reparando nas negociações, nessa diplomacia desse vai, não vai de China e Estados Unidos,
03:35em relação às retaliações, em relação às medidas protecionistas.
03:41E aí me parece que, pelo que a gente tem visto em notícias bem recentes, os agricultores americanos estão se sentindo muito prejudicados
03:49nessa relação Estados Unidos-China e o Trump está sinalizando que vai ajudar esses agricultores norte-americanos.
03:56De novo, que leitura que a gente pode fazer também em relação a isso, como que uma movimentação de Trump
04:04para ajudar os produtores dos Estados Unidos, de alguma forma, pode refletir aqui,
04:10porque a gente tem que olhar para o andamento da safra de lá, porque a safra também está andando por lá.
04:15Exato.
04:16É uma safra, a segunda maior, só não do ano passado, 117 milhões de toneladas,
04:22uma redução diária, a produtividade média é muito boa, mas uma redução diária já é feito,
04:28Mariana, disso que você trouxe para nós, ou seja, no custo ou da inviabilidade muito forte.
04:35O que acontece no cenário nos próximos meses dos Estados Unidos, que a gente tem que ficar de olho em questões estruturais.
04:42A volta da China para as negociações, e essa negociação não vai ser simplesmente para falar de soja,
04:47existe muito mais coisas na mesa por uma negociação.
04:51Caso essa negociação avance, com certeza o Trump, como soltou nessa semana,
04:57ele vai levar a soja como carro-chefe da negociação até para abrir.
05:01Isso daí compete mais com os nossos interesses também.
05:05Então, a gente vê uma possível evolução nas negociações,
05:10mas como a China falando em soja, muito confortável numa negociação,
05:15e é lógico que ela vai querer negociar mais itens nessa rodada.
05:21No ponto do agricultor americano, é uma grande apreensão.
05:26O subsídio, que já é feito via política, esse aumento ou esse adicional,
05:32pode sim amenizar, mas não soluciona uma questão estrutural deles.
05:35A gente tem que lembrar, gente, que o aumento de esmagamento
05:39também foi um alívio para o produtor americano
05:42na produção de biocombustíveis e também na questão de farelo.
05:46Então, eu acho interessante a gente trazer essas diferentes perspectivas,
05:51porque para o produtor você traz essa visão, a indústria, de certa forma,
05:56também se planeja em relação a esses movimentos globais
06:00e como o próprio produtor também está se comportando em relação à venda.
06:04O que a gente queria entender um pouco, trazer um pouco mais de detalhe
06:08sobre como que a gente pode instruir o produtor rural que nos assiste
06:14no sentido de movimentação de venda, olhar para preços, por exemplo, para novembro,
06:19que já me parece, os contratos já estão sendo acelerados, as indústrias,
06:23então, aproveitando essa questão da queda do preço do prêmio, aceleram a compra.
06:28Como que a gente pode ajudar o produtor que nos assiste a ler esse cenário
06:32sem desespero, de preferência, e também tomando as melhores decisões
06:37para, claro, o maior lucro possível, mas também olhando para a sustentabilidade
06:42do negócio, para não fazer loucura, para a gente também ter sustentabilidade
06:46das produções, que é o que a gente sempre sabe que é o que o Brasil precisa,
06:50principalmente nesses momentos de geopolítica tão conturbada.
06:53Bom, Mariana, a palavra de ordem hoje é margem, como defender a sua margem
06:59frente a tantas mudanças, a tantas oscilações e a pressão dos preços praticados.
07:05Isso para toda a cadeia, vale para a indústria de processamento,
07:09isso vale também para o exportador, enfim.
07:12Para o agricultor, para o nosso agricultor, o que é a grande recomendação?
07:16A primeira coisa é entender sua margem.
07:18A imagem, a gente diz muito que é custo por produtividade, por preço médio,
07:24e a gente recomenda muito a gente ter esses levantamentos de custos médios,
07:30porque o custo é a mesma coisa que a gente consegue gerenciar hoje,
07:34que a gente tem mais interferência.
07:36Quando nós falamos em produtividade, a gente tem uma estimativa de uma super safra,
07:39ou seja, de um clima razoavelmente adequado,
07:43tirando aí algumas variações de um possível laninha na região sul,
07:48no Mato Grosso do Sul e Argentina,
07:50mas essa questão de cálculo de margem e essa margem ser positiva,
07:57há indícios realmente de travamento de parte da produção.
08:01Se a margem for negativa, você não vai realizar o prejuízo agora,
08:05deixa para frente e veja como está sendo a movimentação do processo.
08:09Mas, de maneira em geral, a gente não vai ter grandes fatores positivos,
08:15ou seja, o cenário realmente é de pressão nos preços,
08:19até por esses estoques dar uma tranquilidade para toda a cadeia de suprimentos.
08:25E essa questão de aproveitar esses pequenos momentos,
08:28essas pequenas oscilações para cima,
08:30e se está fechando margem positiva,
08:32a gente recomenda sim de fazer essa composição da comercialização
08:36em três, quatro, cinco vezes durante a safra,
08:40para que se proteja e que tenha viabilidade.
08:42Um outro ponto que a gente também traz muito fortemente
08:46é a alavancagem do negócio frente à questão de máquinas,
08:52a arrendamento e áreas que também não consigam uma produtividade mínima.
08:57Isso precisa ser revisto,
08:58porque hoje a palavra de ordem é alta produtividade
09:01para tentar ter margens positivas.
09:04Baixas produtividades ou médias,
09:06realmente isso impacta bastante na viabilidade do negócio.
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