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  • há 2 dias
O debate político foi dominado pela análise da controversa PEC da Blindagem, classificada como o "apogeu do corporativismo" no Congresso.

A proposta gerou uma rara onda de repúdio que uniu todo o espectro político, da esquerda à direita, incluindo manifestações de entidades como o Espírito Santo em Ação, que veem na PEC uma ameaça à transparência, à democracia e um risco de infiltração do crime organizado no poder.

Outro ponto de destaque no podcast é a notícia exclusiva sobre a crise institucional na Câmara Municipal da Serra, onde quatro vereadores, incluindo o presidente da casa, Saulinho da Academia (PDT), foram afastados de seus cargos por uma decisão judicial.
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Transcrição
00:00Vamos simplificar. Imagine um jogo de futebol. O atacante se aproxima da área e vai fazer o gol.
00:09O zagueiro vem e quebra a perna dele. O juiz, imediatamente, saca o cartão vermelho. Mas
00:15para esse zagueiro ser expulso, ele precisa da aprovação de todos os seus companheiros de time,
00:21do presidente do clube, dos gandulas. Não vai funcionar. Tomás, Tomás, nós estamos falando
00:26da PEC da blindagem de uma forma metafórica, porque o futebol, de alguma forma, é um espelho
00:32da sociedade. A gente já falou aqui várias vezes. Eu queria que você fizesse uma análise
00:35sobre os últimos eventos relacionados a essa movimentação no Congresso.
00:39Luciano, eu tenho classificado a PEC da blindagem como o apogeu do corporativismo no Congresso
00:46Nacional Brasileiro. E ele mexe com algo que é muito caro para a democracia e para a proteção
00:53dos mandatos parlamentares no mundo como um todo, que é a imunidade parlamentar.
00:57A imunidade parlamentar, que tem origem no ano de 1689, com a Bill of Rights, que foi
01:05um grupo de leis passadas no parlamento inglês e que visava proteger o parlamento e o povo
01:13da coroa inglesa e da monarquia, dando mais poder para a população e mais direitos ao povo.
01:24Essa é uma proteção da imunidade parlamentar que tem que ficar muito clara que ela é feita
01:30para o mandato e para a cadeira de senador. Ou seja, a imunidade parlamentar exige para que
01:36no exercício da sua função de deputado ou de senador, o legislador possa estar protegido
01:44de tudo aquilo que ele vai falar em defesa daquilo que é direito e dever do povo e não
01:51uma proteção pessoal. Essa PEC da blindagem, que é a PEC número 3 do ano de 2021, ela tem
01:59o claro objetivo de proteger o CPF e a pessoa física daqueles que são votados nas urnas
02:07e acabam ocupando o mandato parlamentar. A gente estava fazendo o exercício aqui antes
02:11de gravar de que essa PEC, efetivamente, ela protege o parlamentar ou aquele cidadão
02:18que vai assumir o mandato parlamentar desde o momento que ele é diplomado. Lembrando que
02:23no Brasil, a legislatura no Congresso Nacional, ela começa em fevereiro. Então, o sujeito
02:29ele se elege em outubro, no começo de outubro, ele é diplomado em novembro, ele fica novembro,
02:35dezembro, janeiro, três meses sem exercer o seu mandato e ele já está protegido por uma
02:41lei, caso essa PEC passe, por uma lei que não permite que haja qualquer tipo de investigação
02:46ao processo por parte do Supremo Tribunal Federal, em crimes ligados, por exemplo, à
02:55vara civil. Ou seja, se um parlamentar cometer um assassinato, ele só pode ser processado
03:01com uma autorização ou investigado com a autorização do Congresso Nacional. É um absurdo
03:07e, por isso, eu tenho tratado como algo muito ligado ao corporativismo do parlamento.
03:12É, é um salvo conduto para tudo quanto é tipo de irregularidade. Eduardo Maia, colunista
03:20do jornal A Tribuna, coluna plenário, eu falava aqui que eu venho aprendendo que os políticos
03:28são mestres no cálculo. O cálculo político é quase que um dom que o político tem. Eu queria
03:36que você falasse sobre o cálculo que foi feito, porque nós tivemos três votos da nossa bancada,
03:41que são dez deputados federais. Três deputados federais votaram contra. Foi Alderson Salomão,
03:46Jaque Rocha e Gilson Daniel. Os demais votaram a favor. Quais são as consequências disso
03:55para a política local e qual é o custo político dessa votação?
04:01Olha, Luciano, primeiro a gente tem que afirmar que essa PEC da blindagem é muito mais...
04:05Mas ela arranha muito mais a imagem dos deputados do que, por exemplo, a PEC da anistia. A PEC da
04:13blindagem consegue unir as pessoas, o eleitorado de esquerda e o eleitorado de direita. É muito
04:19difícil você ver, até nas próprias redes sociais dos deputados que votaram a favor,
04:24eles sendo elogiados pelos próprios eleitores. Não. Quase unanimidade você vê as pessoas.
04:29Poxa, confiei meu voto a você. Não voto mais em você. Então a imagem que está saindo desses
04:34deputados que votaram a favor dessa PEC é muito negativa. E, de certa forma, isso vai ser relembrado
04:40na eleição do ano que vem. Praticamente todos os deputados ali vão tentar a reeleição.
04:47Bom, Jaque Rocha e Alderson Salomão votaram contra, até por determinação do Partido dos Trabalhadores,
04:53e Gilson Daniel, que é presidente do Podemos aqui no Espírito Santo, também se manifestou
04:58ao contrário. Até algumas pessoas se surpreenderam com essa atitude de Gilson, que é um deputado
05:04mais ligado à direita, embora ele também tenha esse discurso mais equilibrado, de se
05:09posicionar ao centro. Agora, dois detalhes chamaram muita atenção. Josias da Vitória,
05:14coordenador da bancada, do PP Progressistas, que é o partido que está encabeçando esse centrão,
05:19do Ciro Nogueira, senador Ciro Nogueira, ele votou favorável. E Paulo Foleto, deputado
05:25do PSB há muitos anos, filiado do PSB, também votou favorável a essa PEC. A gente entende
05:33que foi determinação do PSB nacional que os deputados votassem favorável a essa PEC,
05:39mas chama atenção que o governador Renato Casagrande, que é também do PSB há muitos
05:43anos, se declarou nas redes sociais contrário, embora seja governador, embora não vote nesse
05:49quesito, se manifestou contrário a essa PEC, bem como o vice-governador Ricardo Ferraço
05:53também.
05:54Para nós entendermos o leque de manifestações contra a PEC da blindagem, eu queria pegar
06:04aqui uma manifestação, um manifesto do Espírito Santo em ação, em que se coloca radicalmente
06:12contra a PEC e chamando atenção para que uma democracia sólida, aquela que transforma
06:19as suas divergências em diálogo e aquela vai fazendo todo um reconhecimento do que e por
06:26que é negativo esse fato. E, por outro lado, nós tivemos no domingo, e é o que eu iria
06:31botar em discussão aqui, uma manifestação contra a aprovação da PEC que movimentou
06:39muito a esquerda. Ou seja, esse espectro de oposição vai da esquerda, à direita, ao
06:45centro e todos os segmentos progressistas da sociedade. É a sua avaliação?
06:50Olha, primeiro, eu parabenizo o Espírito Santo em ação, o movimento empresarial histórico
06:54no Estado do Espírito Santo, que tem esse papel fundamental desde a virada para o século
07:01XXI, quando ajudou a transformar o Estado do Espírito Santo, esse farol para o Brasil,
07:05que ele se tornou um Estado sólido, muito fértil para investimentos e que conseguiu resolver
07:15seus problemas institucionais, seja no campo político, público, e ter uma relação saudável
07:22com a cadeia produtiva. O Espírito Santo em ação é o grande protagonista dessa interlocução
07:29saudável que existe entre o poder público e o setor privado. Vou destacar aqui o ES 500 anos,
07:37que é um projeto de planejamento visando o aniversário de 500 anos do Estado do Espírito Santo
07:42e que foi lançado recentemente, que teve a liderança do Espírito Santo em ação,
07:49mas que o governo do Estado do Espírito Santo ajudou na construção de um plano de Estado.
07:55Então, esses são alguns dos papéis que o Espírito Santo em ação desenvolve.
08:00Mas dentro do combate à corrupção e da defesa da democracia, o movimento empresarial do Espírito
08:05Santo em ação sempre esteve na vanguarda, por exemplo, com a nota divulgada em relação
08:10à PEC da blindagem se colocando de maneira opositora a esse projeto, que é, na nota
08:18está isso, um dos valores de sustentação do Espírito Santo em ação, é a defesa da
08:22democracia, por exemplo. E a gente não pode ter democracia se não houver transparência,
08:26ou seja, dentro da PEC, algo que é absurdo que a gente pode observar é que nela há uma
08:34prerrogativa de que, ao ser votado algum tipo de procedimento para ser autorizado em relação
08:42ao parlamentar, esse voto é secreto, por exemplo. Então, nós votamos, nós, cidadãos comuns,
08:49votamos em alguém para nos representar e essa pessoa vai, de maneira secreta, manifestar
08:55a sua vontade sem comunicar ao eleitor. Então, esse é um dos pilares, apenas para a gente
09:00citar que um dos pilares que o Espírito Santo em ação está defendendo nessa nota. Eu
09:05saúdo Saliba, Fernando Saliba e toda a sua diretoria por ter tido a coragem de se manifestar
09:11em nome dos empresários do Estado do Espírito Santo. É óbvio que quem quer investir, seja
09:16no Brasil ou num Estado como aqui no Espírito Santo, a gente precisa de que esse país e esse
09:23Estado tenha regras muito claras e que a gente tenha segurança institucional e política
09:30para que os investimentos cheguem de maneira muito contundente. Então, a gente fala de
09:36um país que ainda precisa de muito investimento em infraestrutura, Luciano, e esses investimentos
09:41só vão acontecer por parte do setor privado quando o setor público compreendeu quanto é
09:48necessária essa segurança jurídica, institucional e política. E essa segurança vem por uma democracia
09:57forte, ela vem por conta da transparência que a gente pode enxergar hoje em relação aos
10:07gastos públicos. Então, assim, fico muito feliz com a manifestação do Espírito Santo
10:15em ação e faço voz ao movimento e o manifesto deles.
10:21E, de certa forma, né, Tomás, a gente interpreta que quando você tem um ambiente de pouca transparência
10:29no Congresso, de alguma forma, isso incomoda um ambiente de negócio saudável. Indiretamente
10:36se chega nesse raciocínio?
10:37Exatamente. O Congresso Nacional, que tem que estar disposto a legislar causas populares
10:44e que sejam benéficas para o país, o desenvolvimento econômico é um vetor social, porque ele gera
10:52emprego, riqueza, gera grandeza, gera oportunidade, desenvolve a sociedade. O Congresso Nacional tem
11:00que olhar para a pauta econômica como um terreno de desenvolvimento coletivo e não como algo
11:08corporativo transformando o Congresso no balcão de negócios. Então, quando a gente tem legislações
11:14que transformam algo que é imoral em algo legal, eu vou fazer duas comparações bem brutais aqui
11:26para a gente entender. Uma delas, primeiro, é em relação à escravidão. Quando ainda a humanidade
11:33admitia a escravidão, as pessoas já tinham consciência do quão desumano, no século XIX, por exemplo,
11:44era desumano a escravidão. Mas existiam leis que protegiam quem era escravocrata. Então, essas leis
11:54tornavam legal algo que é imoral e é contra a nossa humanidade. Um outro exemplo que eu quero dizer
12:03de uma legislação saindo do Brasil e que torna algo imoral legal, semana passada no Chad, por exemplo,
12:11estou trazendo um exemplo bem esdrúxulo assim. No Chad, o ditador do Chad, que desde 2021 assumiu o lugar
12:19do seu pai, ele que desde os anos 1990 era o ditador do Chad, então ficou se perpetuando por muitos anos
12:28como presidente do Chad. Aí ele morre, o filho dele assume o poder. Ele acabou de aprovar na semana passada
12:36um referendo para que eleições sucessivas possam acontecer e que o presidente possa se reeleger
12:41de maneira sucessiva. Ou seja, se tornou legal a permanência dele no poder. Mas é uma violência à democracia
12:49e é imoral contra a lógica de sucessão, de alternância no poder e de renovação das lideranças políticas.
12:58Então, assim, essa lei da PEC e da blindagem, na minha visão, Luciano, sem nenhum tipo de exagero,
13:04ela tem semelhança com situações esdrúxulas como essa que eu citei agora.
13:10Como fica o cidadão, o eleitor, que não se identifica nem com a direita ou nem com a esquerda,
13:21que tem uma posição mais de centro em relação às manifestações do último domingo?
13:26Eu explico a minha pergunta. Muitas vezes o cidadão quer se manifestar contra a PEC da blindagem,
13:32mas não se identifica com a personalização da esquerda nesse momento.
13:38Ele não é de direita, ele é de esquerda. O centro, esse progressista, ele não consegue espaço
13:43para se manifestar? Como é que você analisa isso?
13:45Olha, Luciano, embora as lideranças do PT, do PSOL, lideranças sindicais,
13:51estejam afirmando que essas manifestações e outras que vão se seguir,
13:55sejam apartidárias, sejam imparciais, não é muito verdade.
13:59Não é muito o que a gente vê por essas manifestações que estão cheias das bandeiras dos partidos,
14:05do PSOL, do PCdoB, do PT.
14:08Então, a pessoa ou o eleitor que é mais relacionado ao centro, que não está nem lá nem cá,
14:13ele tem sim certa dificuldade de frequentar essas manifestações e se manifestar,
14:19porque ele acredita que vai estar incluído num bolo da esquerda, uma manifestação da esquerda.
14:26Já conversei com algumas lideranças do PT aqui do Estado, que pretendem para os próximos movimentos
14:32deixar isso um pouco mais, talvez mais brando, essa questão mais partidária,
14:38deixar isso um pouquinho mais de lado para tentar englobar mais pessoas,
14:42porque é uma pauta que é do interesse de todo brasileiro, eles acreditam,
14:46que não é só do interesse da esquerda.
14:48Tanto é que muitas pessoas à direita são contra essa PEC da blindagem.
14:51A gente pode até reafirmar aqui que o senador Magno Malta já se manifestou contra.
14:57O senador Magno Malta é uma das maiores lideranças do Brasil dentro do PL de Jair Bolsonaro,
15:02já se manifestou contra.
15:03Então, é uma PEC que junta os dois lados.
15:06Então, à medida que o PT, o PSOL, outros partidos de esquerda tentem pegar essa bandeira só para eles,
15:13pode ser que essas manifestações, em determinado momento, encontrem um muro, uma parede,
15:18um teto, melhor dizendo, não vão conseguir englobar mais pessoas aí.
15:24Tomás, pode-se dizer que o governo do presidente Lula tem encontrado boas bandeiras a seu favor?
15:33Há quem diga que essa PEC da blindagem foi um tiro no pé e que favoreceu o governo, de alguma forma,
15:39poder aglutinar setores da sociedade ao lado dele. Como é que você analisa isso?
15:43Analiso que algumas pautas nos últimos meses favoreceram ao presidente Lula,
15:48que chegou a ter uma melhora sensível na sua aprovação mais experimentada em pesquisa.
15:55Na semana passada, eu não pesquisei com precisão a data,
16:00mas saiu uma pesquisa Quest em que essa melhora da percepção da população em relação ao presidente Lula
16:07ela congelou e ela estagnou, ela se tornou linear, ou seja, o presidente Lula não continuou melhorando
16:14a sua imagem junto à população, mas todas essas pautas, elas trazem para ele um fôlego de sobrevivência,
16:24lembrando que a gente começou o ano discutindo muito sobre o fato de que o presidente da República
16:30e o PT e o seu governo vinha se desgastando de maneira absurda.
16:34Começamos o ano discutindo sobre o PIX, por exemplo, que atingia tantas pessoas
16:39e que parlamentares da direita conseguiram traduzir o sentimento da população
16:44do quanto aquilo seria danoso para o povo.
16:47Mas nos últimos meses, sobretudo, em relação à taxação que houve do governo Trump,
16:54em todos os outros aspectos, o governo Lula recebeu de presente algumas oportunidades
17:04para poder melhorar a sua imagem.
17:06Uma coisa que me preocupa como cidadão, como jornalista,
17:10disse essa pergunta ao Tomás, a gente tem acompanhado no Brasil,
17:15mas com muita preocupação, muita preocupação,
17:18que é o avanço do crime organizado sobre o legislativo.
17:26Quando associações criminosas com poder econômico
17:32são capazes de convencer comunidades para eleger representantes
17:36para câmaras de vereadores, para assembleias legislativas.
17:40Não estou aqui generalizando, estou apontando um problema
17:42que tem sido noticiado em vários estados.
17:45Dentro dessa lógica, Tomás, a questão da blindagem é mais um problema,
17:51porque você acaba tendo a possibilidade de que alguém envolvido com um crime
17:57possa ter um mandato e haja dificuldade em afastar esse indivíduo.
18:03Não é isso?
18:04É exatamente isso, Luciano.
18:06Sem dúvida nenhuma, o crime organizado no Brasil,
18:10ele tenta avançar de maneira natural,
18:12ocupar espaços públicos para que possa validar o seu poder.
18:18Eu vou retomar uma dica que eu já fiz em alguns podcasts atrás
18:23sobre uma série chamada House of Cards,
18:27que tem como protagonista um parlamentar americano chamado Frank Underwood.
18:31E, num determinado momento, ele vira para a câmera
18:35e faz a pergunta para o telespectador da seguinte forma.
18:40O que é mais importante? Dinheiro ou poder?
18:44A bem da verdade, se a gente for falar de disputa por espaço
18:48e por decisões importantes em uma nação,
18:51tanto o dinheiro quanto o poder são importantíssimos.
18:54Seja para o poder público, quando a gente fala de dinheiro,
18:56a gente fala de orçamento.
18:58Quando a gente quer valorizar mais a saúde, mais a educação,
19:00a gente briga por dinheiro público.
19:02E por poder é a ocupação de espaço.
19:06O crime organizado no Brasil tem poder local.
19:09Eu ouso dizer que em alguns lugares,
19:13e aí eu vou citar, sem medo, por exemplo, o estado do Rio de Janeiro,
19:18que tem bolsões onde o estado não tem presença nenhuma,
19:22onde o abandono completo do estado, de maneira forçosa,
19:26acontece por conta do domínio, por exemplo, do tráfico de drogas.
19:30Um exemplo pontual aqui.
19:32Esse poder é local, as regras são ditadas ali dentro.
19:36A gente já viu várias matérias, a tribuna já divulgou várias vezes,
19:39e a Band também.
19:41Por exemplo, matérias jornalísticas ligadas aos julgamentos que ocorrem
19:46por parte de criminosos que estão presos em cadeias
19:52ou que estão livres dominando uma determinada região.
19:55Para além disso, o volume de dinheiro que o crime organizado no Brasil arrecada,
20:02sobretudo o tráfico de drogas, é tão grande que eles têm conseguido lavar esse dinheiro
20:07e ocupar espaço na economia e ocupar espaço de poder com vereadores, prefeitos,
20:14deputados federais, senadores.
20:16Então, assim, é um espaço de poder que se busca para que possam ser protegidos
20:24aqueles que estão conduzindo o crime organizado.
20:27Uma PEC como essa claramente pode proteger.
20:31De forma nenhuma eu estou dizendo que quem é signatário disso tem essa intenção.
20:35O que eu estou falando é a PEC, de maneira geral, ela protege todo tipo de crime.
20:40Exato.
20:40A gente está falando dos reflexos que ela pode ter.
20:42Não necessariamente que algum signatário ou apoiador tenha envolvimento,
20:48mas que os reflexos vão muito além do que se pode imaginar no primeiro momento.
20:53Eduardo, eu queria falar agora sobre a informação exclusiva que você traz
20:56para quem acompanha o portal Tribuna Online em relação à Câmara Municipal da Serra.
21:01O que você falasse sobre isso?
21:02Bom, Luciano, é o processo que já vinha ocorrendo na Justiça
21:06sobre uma acusação de quatro vereadores da Serra,
21:09incluindo o presidente, que é o Saulinho da Academia do PDT,
21:12de corrupção passiva.
21:14Foram gravados alguns áudios deles combinando se uma emenda passaria
21:18e a troco de quê que ela poderia passar.
21:21Enfim, isso foi para frente e os quatro foram agora afastados pela Justiça da Serra.
21:27O juiz da segunda vara criminal, Gustavo Grilo, aceitou a denúncia do Ministério Público
21:33e eles vão precisar ser afastados imediatamente de seus cargos.
21:38Só que tem alguns detalhes aí.
21:40Eles não vão poder ter nenhum contato um com o outro,
21:43vão ter que entregar todos os crachás e acessos,
21:46não vão poder falar em nome da Câmara de Serra.
21:51Outro aspecto importante da gente trazer também
21:53é que, embora o juiz faça essa determinação,
21:56que eles saiam de seus mandatos,
21:58eles vão continuar recebendo salários.
22:02Na verdade, não tem nada previsto aí de perderem seus salários.
22:05Eles estão afastados, mas vão continuar recebendo as remunerações
22:09desde que a Câmara, por assim, entenda.
22:12Então, qualquer determinação de cortar o dinheiro não vai vir da Justiça.
22:16Se ela acontecer, vai vir da próxima Câmara.
22:19Agora, a pergunta é quem vai assumir a presidência da Câmara de Serra,
22:23que é um município muito grande,
22:24tem uma quantidade absurda de habitantes
22:28e, consequentemente, de eleitores.
22:30É um município muito importante para as eleições de 2026.
22:34É perceber agora quais que vão ser os movimentos.
22:36Possivelmente, aí, o executivo, o prefeito Everson Meirelles,
22:40ele deve ter alguma influência nessa escolha do novo presidente.
22:43É entender se vai ser do PDT, do partido dele,
22:46ou até algumas pessoas falam em Rodrigo Caldeira,
22:49que já foi presidente da Câmara da Serra,
22:51ele poderia topar esse desafio.
22:53Agora, entender, talvez, de imediato, Luciano,
22:57seja que o vice-presidente assuma o poder
22:59e, aí, por até 30 dias, talvez um pouco mais,
23:02convoque novas eleições para a mesa diretora,
23:04porque três desses quatro vereadores afastados
23:06fazem parte da mesa diretora,
23:08incluindo o presidente Saulinho.
23:10Então, possivelmente, temos duas coisas.
23:12Convocação aí da eleição da nova mesa diretora
23:15e esse embrólio de quem assume nesse exato momento
23:19para estancar essa sangria que acontece dentro da Câmara de Serra.
23:22Muito bem, tribuna política, nós começamos com o futebol,
23:25com o zagueiro da perna quebrada lá,
23:27do atacante, né, que teve a perna quebrada pelo zagueiro,
23:30e vamos terminar com o futebol como de hábito.
23:33Como nós três nos posicionamos,
23:35somos pessoas que não fugimos da discussão,
23:38a pergunta é, Cruzeiro, Flamengo ou Palmeiras?
23:40Quem será o campeão brasileiro?
23:41Flamengo.
23:43Flamengo.
23:44Mas acho que o Palmeiras vai ser campeão brasileiro.
23:46Acho que o Flamengo está perdendo a solidez
23:51e o Palmeiras está num crescimento de...
23:55Acho que muita coisa vai depender das outras competições também, né, Luciano?
23:58De como os dois times vão avançar,
24:00se vão avançar na Libertadores.
24:01Na Libertadores, né.
24:02Cruzeiro aí também está bem próximo dos dois clubes,
24:06também está com uma solidez interessante.
24:07Acho que tudo vai depender, mas de qualquer forma, né, Luciano?
24:10A gente brincou antes,
24:11a gente vai acompanhando Libertadores da América,
24:14enquanto outras acompanham Copa Mercosul, né?
24:19A famosa Sul-Americana, que era a Mercosul, né?
24:22Está animado com o Fluminense da Mercosul?
24:24Eu estou animado.
24:24Eu estou animado com o Fluminense,
24:29que é o time brasileiro,
24:30o único time brasileiro que disputa ainda três competições, né?
24:33Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil,
24:36que o Flamengo foi eliminado,
24:37e a Sul-Americana...
24:39A Sul-Americana e a Copa do Brasil
24:40são competições gigantescas no calendário nacional, né?
24:43Não, a Copa do Brasil é maior do que a Sul-Americana,
24:46é a terceira maior competição para um time brasileiro.
24:49Primeiro lugar é a Libertadores,
24:50segundo o brasileiro,
24:51terceiro a Copa do Brasil.
24:53Mas a Sul-Americana dá uma vaga para a Libertadores,
24:55para o projeto do Fluminense é um projeto importante.
24:57Lembrando que esse é o ano
24:59que o Fluminense vai ter uma forte arrecadação,
25:02muito por conta de ter sido semifinalista,
25:04o melhor resultado de um time brasileiro
25:06em mundiais, ou seja...
25:08Campeão da semifinal do Mundial de Clube.
25:10Não, não é campeão da semifinal.
25:12Foi até a semifinal.
25:13O único clube que chegou a uma semifinal de Mundial.
25:16Todos os outros torneios foram torneios amistosos,
25:19torneios que não têm...
25:20Não têm validação nenhuma no mundo inteiro.
25:25Copa Toyota não é torneio.
25:28Inacreditável, né, Eduardo?
25:29Bom, estamos aqui postando dois votos aqui para o Flamengo
25:31acreditando que o Flamengo deve ser campeão brasileiro,
25:35que são os três clubes que estão na disputa, né?
25:37Vão definir.
25:40Agora, falando uma coisa séria assim,
25:42o Cruzeiro está me impressionando, cara,
25:44com o futebol que eles estão jogando,
25:46atropelaram o Atlético Mineiro
25:48nas quartas de final da Copa do Brasil
25:51e eles estão impressionando com a consistência que eles têm.
25:56Eu não entendi por que dá risada do Eduardo.
25:58Eu estou rindo pelo simples fato
25:59de que não me impressiona muito,
26:01sendo que metade do time era do Flamengo, né?
26:04Então não me impressiona tanto assim.
26:05Graças a Deus o nosso podcast é sobre política,
26:09porque o clubismo não sai desse rapaz.
26:11Não é, fato.
26:13Pois é, então...
26:14E o Palmeiras me impressiona
26:15porque eu achei a vitória deles contra o Fortaleza.
26:19Quer dizer, o Fortaleza está lá embaixo, aquela coisa toda.
26:21Mas já tinha vencido o Internacional por 4x1.
26:23O Palmeiras é um time que vai lá e executa, né?
26:26O Flamengo é um time...
26:26É um time mais cascudo.
26:27Cascudo.
26:28O Flamengo cerca, não resolve as suas paradas.
26:31O Flamengo tem um problema...
26:32Rapidinho, sem querer me estender.
26:33O Flamengo tem um problema crônico de anos,
26:35que é a falta de objetividade.
26:37Se o Flamengo faz seis gols em um jogo,
26:40pode ter certeza que teve 13 chutes a gol.
26:43Com perigo, nove, mais ou menos.
26:45É impressionante a quantidade de gols que o Flamengo perde.
26:48O preciosismo dos jogadores,
26:51de tocar em bola até a pequena área
26:54para alguém finalizar.
26:55Poucos chutes fora da área.
26:56A gente cita aí o último jogo contra o Vasco.
26:59O único chute fora da área do Saúl,
27:01no travessão, quase gol.
27:03E os jogadores do Flamengo não fazem,
27:05não arriscam.
27:05Tem que ter o preciosismo,
27:06e às vezes até de Pedro,
27:08de querer tocar de letra,
27:09de calcanhar, uma coisa bonita,
27:11que às vezes não precisa e acaba atrapalhando todo o resultado.
27:14Muito bem.
27:15Veremos, então,
27:16temos aqui nossos palpites registrados.
27:19Esse foi o Tribuna Política,
27:20com seu tradicional apêndice futebolístico.
27:23Obrigado pela audiência.
27:44Obrigado.
27:45Obrigado.
27:46Obrigado.
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