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Em um discurso na ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o governo de Lula e o Judiciário de promoverem censura no Brasil. A fala de Trump sinaliza que a crise diplomática entre os dois países pode se aprofundar.

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Transcrição
00:00Apesar de ser muito comemorado pelo governo, o discurso de Donald Trump na Assembleia Geral da ONU
00:06colocou o Planalto e o Brasil em uma saia justa.
00:09Ao citar nominalmente o país, o presidente dos Estados Unidos afirmou perante nações do mundo inteiro
00:16que o país enfrenta tarifas pesadas em razão dos esforços do Planalto e do Judiciário
00:21para interferir nos direitos e nas liberdades dos cidadãos, principalmente americanos,
00:26com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos.
00:33Trump também disse que o Brasil está indo mal e fracassará se não trabalhar junto com a América.
00:39Já em sua fala sobre Lula, o presidente dos Estados Unidos avisou que pode se reunir com o Planalto na próxima semana
00:46esvaziando as críticas feitas pelo chefe do executivo no seu discurso antes de Trump,
00:52jogando a responsabilidade sobre o tarifácio ao Planalto,
00:55que teme se tratar de uma armadilha em eventual encontro presencial,
00:59a exemplo do que aconteceu com o Volodymyr Zelensky e o presidente da África do Sul,
01:04e aparentar não dar a devida atenção ao assunto e a próprio Trump, com um encontro remoto.
01:11Vamos chamar os nossos comentaristas? Vamos ao Rio de Janeiro.
01:14O Roberto Mota vai trazer suas análises e impressões sobre as falas de Donald Trump.
01:20Assembleia Geral da ONU em destaque, Mota, seja bem-vindo, ótima noite a você,
01:25o que foi dito, as repercussões, as projeções para consequências, né?
01:30Enfim, o que achou das falas de Donald Trump e as menções ao Brasil, Mota?
01:35Mais um dia emocionante, Caniato, mais um dia cheio de acontecimentos
01:43que nem sempre são fáceis de serem interpretados.
01:48Boa noite pra você, boa noite aos meus colegas de bancada, boa noite à nossa audiência.
01:53O presidente Donald Trump fez um discurso duro, incisivo, direto, às vezes irônico.
02:02Ele declarou que o Brasil não vai ter sucesso se não trabalhar em conjunto com o seu governo.
02:11O Brasil está indo mal e continuará mal, disse Trump.
02:15Eles só podem ter sucesso se trabalharem conosco.
02:20Sem nós, eles fracassarão.
02:23Trump disse ainda, o Brasil enfrenta duras tarifas em resposta a esforços sem precedentes
02:33para interferir nos direitos e liberdades de nossos cidadãos americanos e de outras pessoas
02:41com censura, repressão, corrupção judicial e perseguição a adversários políticos
02:50aqui nos Estados Unidos.
02:54E aí ele disse, eu tenho um pequeno problema pra dizer isso, porque quando eu estava chegando,
03:02eu vi o líder do Brasil e eu achei curiosa essa expressão.
03:06Mas foi ele que disse, o líder do Brasil.
03:09Ele me viu, nós demos um abraço e concordamos em nos encontrar na próxima semana.
03:17E aí começou a confusão.
03:21Pois é, chamar os nossos comentaristas que aguardam também sua vez.
03:26O Cristiano Beraldo, inclusive, analisou em detalhes, participou do Jornal da Manhã.
03:30Beraldo, seja bem-vindo, ótima noite a você.
03:33As falas de Donald Trump, as interpretações sobre as sinalizações de uma possível reunião.
03:38Mas se analisarmos o conteúdo dos discursos do presidente brasileiro e do norte-americano,
03:45são conteúdos completamente antagônicos, né, Beraldo?
03:49Suas avaliações sobre o que disse Donald Trump.
03:51Bem-vindo.
03:53Pois é, Kenia.
03:54Hoje tivemos uma aula de diplomacia.
03:56Boa noite a você, Almota, Aldávila.
03:58Boa noite a audiência que prestigia diariamente os pingos nos isca.
04:01Foi interessante a dinâmica porque o presidente brasileiro fez um discurso carregado com as suas emoções habituais.
04:07Afinal de contas, ele entrou ali na ONU suportando os discursos que a ONU vem defendendo
04:14em relação à Palestina, em relação a diversas coisas que acontecem no mundo
04:18e também uma posição de hostilidade aos Estados Unidos,
04:22que vem encontrando eco de nações europeias, enfim,
04:26pessoas que estão insatisfeitas, líderes mundiais que estão insatisfeitos com a ação de Donald Trump.
04:33Pois bem, só que, na sequência da fala do presidente brasileiro,
04:39vem Donald Trump, que é um craque da comunicação e que tem se mostrado um craque da diplomacia também.
04:46Donald Trump é uma figura que, se falou alguma coisa hoje e amanhã ele acha que foi um equívoco,
04:54que não deveria ter falado, ele fala outra coisa completamente diferente,
05:00mas ele não pede desculpas pelo que havia dito.
05:04A vida simplesmente segue, ele nunca reconhece um erro, ele sempre está movendo adiante.
05:10Essa é a atitude de um líder verdadeiro,
05:13que está guiando os Estados Unidos em um momento de muitas dificuldades e muitos desafios.
05:20Essas tarifas, toda essa confusão que muita gente fica apontando o dedo e tal,
05:25isso, na verdade, tem a ver com um contexto muito mais amplo que é o contexto mundial.
05:29Pois bem, Donald Trump, na sequência da fala de Lula,
05:33que poderia estar torcendo até por algum tipo de reação mais contundente de Donald Trump,
05:40Trump vem e dá um nó nessa situação,
05:43dizendo que o líder brasileiro é uma figura com quem ele acabou encontrando rapidamente,
05:50mas que tiveram uma boa química e que ele propôs ali um encontro,
05:54que eles vão se encontrar na semana que vem.
05:55E aí fica o líder brasileiro na posição de,
06:00ou encontrar e aí finalmente colocar na mesa as cartas que o Brasil tem,
06:05ou então negar este encontro e aí ficar muito mal para ele,
06:10na imagem dele como alguém que não está disposto a abrir diálogo.
06:14Enfim, eu acho que hoje foi Donald Trump que saiu por cima desse jogo de xadrez com o líder brasileiro.
06:21Pois é, esse ponto destacado pelo Beraldo no final, sobre a possibilidade da reunião,
06:26isso requer uma análise aprofundada?
06:28Deixa eu só passar para o Dávila,
06:30mas no próximo giro a gente vai se atentar justamente à possibilidade dessa reunião
06:35e à situação em que o líder brasileiro ficou após essa sinalização, né?
06:39Deixa eu só chamar o Dávila,
06:41também está conectado com a gente.
06:42Dávila, seja bem-vindo, ótima noite a você.
06:44E as falas de Donald Trump, ele que sucedeu presidente brasileiro no discurso na Assembleia Geral da ONU,
06:52enfim, um longo discurso, apesar da recomendação de 15 minutos,
06:55quase uma hora de discurso na sua defesa ali,
07:00tratou de vários pontos, mas sempre praticamente na contramão do que disse o presidente brasileiro,
07:06quando a gente olha as pautas separadamente, né Dávila?
07:09O que achou? Quais foram os recados enviados por Donald Trump?
07:12Bem-vindo.
07:14Boa noite, Caniato, Mota, Beraldo e a nossa querida audiência dos Pingos nos diz.
07:20Nós podemos fazer uma análise dupla aqui.
07:23Eu queria começar pela atitude de Donald Trump e de Lula.
07:28Muito parecida as duas atitudes,
07:31no sentido de que ambos utilizam o palco da ONU
07:35para defender a sua política externa,
07:38e não para pensar em termos de como manter a ordem mundial funcionando.
07:44Esse é um primeiro sinal claro.
07:46No mundo de hoje, o realismo da defesa dos interesses nacionais
07:52se sobrepõe a uma visão mais ampla e generosa da importância de se manter uma ordem global funcionando.
08:01Tanto Trump como Lula não acreditam mais na ordem mundial.
08:06Acreditam, um, na diplomacia ideológica e partidária, que é o caso de Lula,
08:12e no caso de Trump, a defesa dos interesses dos Estados Unidos,
08:17acima do papel que os Estados Unidos sempre tiveram desde o fim da Segunda Guerra Mundial,
08:23como uma espécie de guardião da ordem internacional.
08:26Então, nesse sentido, os dois estão muito afiados, cada um da sua maneira.
08:33O segundo ponto importante não é o teor do discurso de Trump,
08:39porque o discurso de Trump é mais o que Trump sempre foi,
08:43defendendo seus pontos de vista, suas prioridades e suas críticas contumazes
08:49a tudo que ele vê como obstáculo para o renascimento dos Estados Unidos,
08:56principalmente da sua economia doméstica.
09:00Agora, o fato mais importante foi o gesto de Donald Trump
09:05com essa sinalização de que teve simpatia em relação ao presidente brasileiro,
09:12deu um abraço, teve boa química e ele está disposto a negociar.
09:16Esta é a palavra-chave ou gesto-chave que abre espaço
09:22para uma ligação do presidente brasileiro ao presidente norte-americano
09:27ou um contato entre os dois
09:29e que não haverá desaforo ou nenhum tipo de descompostura
09:34como Trump passou em Zelensky ou no presidente da África do Sul.
09:39É apenas um sinal de que podem conversar cordialmente
09:44e chegar a um entendimento.
09:46Então, o gesto foi muito importante.
09:49É uma espécie de carta branca que Lula não será confrontado.
09:56E isso é importante porque parte da justificativa
09:59do presidente Lula não ter procurado Donald Trump
10:02é que ele tinha medo que esse embate ia azedar,
10:06ia ter alguma reação intempestiva do presidente dos Estados Unidos,
10:11como foi no caso, por exemplo, de Zelensky na Casa Branca.
10:15Agora, Caniato, conhecendo Donald Trump
10:19não significa que o aval dado hoje possa valer amanhã.
10:24Exatamente, e essa é a avaliação de muitos que fazem parte da diplomacia do Brasil.
10:30Será que não poderia ser uma arapuca, como muitos falam?
10:35Chega lá o presidente brasileiro muito animado
10:38para tentar reverter, por exemplo, o tarifácio,
10:41mas aí se deparem em uma situação parecida com aquela que Zelensky
10:46constatou com o presidente e com o vice também, J.D. Vance.
10:52Você, Mota, aquelas falas do presidente norte-americano
10:56mencionando a ótima química que teve com o presidente brasileiro,
11:00um cara legal, chegamos a conversar por quase um minuto ou alguns segundos, enfim.
11:05E aí a sinalização para essa reunião.
11:08E aí mil interpretações e projeções sobre o que poderia acontecer nessa reunião, Mota.
11:16Total, Caniato.
11:17Depois que Trump falou isso, a internet pegou fogo.
11:21As redes sociais, todos os especialistas,
11:25dizendo coisas absolutamente opostas
11:28e apresentando raciocínios que você olha e diz
11:32que não realmente faz sentido.
11:34Isso é uma coisa ótima?
11:35Não, não.
11:36Isso é uma coisa péssima.
11:37Isso é uma grande oportunidade?
11:39Não, não.
11:39Isso é uma armadilha.
11:40Olha, o que o Trump disse,
11:42e essas foram as palavras que sacudiram a rede,
11:45ele disse o seguinte,
11:46tivemos uma boa conversa e concordamos
11:49em nos encontrar na próxima semana.
11:53E aí eu vou fazer a minha tradução livre aqui do que ele disse.
11:56Ele me pareceu uma pessoa agradável.
12:01Ele gostou de mim e eu gostei dele.
12:05Eu, confesso, fiquei surpreso com essas palavras.
12:11Porque eu me lembrei de uma música
12:12de uma banda de rock brasileira chamada Raimundos.
12:16Não sei se vocês conhecem essa música.
12:19De 1995.
12:21O título da música é I Saw You Say.
12:25A música é muito engraçada
12:27porque ela fala de um sujeito
12:28que encontrou a Madonna, a cantora Madonna,
12:32no jardim da casa dele.
12:34E aí ele foi lá falar com a Madonna.
12:36Só que o sujeito não falava inglês.
12:38E a Madonna não falava português.
12:41Olha, se vocês não conhecem essa música,
12:43eu recomendo que vocês escutem,
12:45porque ela é divertidíssima.
12:47Bom, aí ficou aquela confusão no ar.
12:49Isso aí é armadilha
12:51ou é oportunidade do cerco?
12:54Isso aí é aquele fator que agora sim vai decidir
12:58a eleição em primeiro turno a favor da esquerda
13:01ou agora acabou tudo
13:03porque o Donald Trump vai aplicar um golpe Zelensky
13:07no governo brasileiro?
13:09Ninguém sabe.
13:10Mas aí a gente tem uma pista,
13:12porque parece que em uma entrevista
13:16a uma rede de TV dos Estados Unidos,
13:18um chanceler brasileiro teria dito
13:20que não, a agenda do governo está muito cheia,
13:24não dá para acontecer um encontro semana que vem
13:28e o encontro seria substituído por uma ligação.
13:33Aí você fica se perguntando,
13:34caramba, quem é que recusa um encontro com o Donald Trump?
13:40Quem é que recusa uma visita à Casa Branca?
13:45Bom, uma ligação telefônica tem vantagens
13:49sobre o encontro presencial.
13:51Uma das vantagens é que o intérprete fica escondido.
13:55Não fica aquela coisa chata de você falar com o intérprete,
13:58o intérprete fala com ela, aí volta.
14:00A outra vantagem é que o encontro não fica registrado em vídeo.
14:06E assim, os dois lados podem depois divulgar
14:10a versão do encontro que eles quiserem.
14:12O encontro foi ótimo, chegamos lá, entramos com as nossas demandas,
14:17eles aceitaram tudo.
14:19Agora, mais uma vez, é difícil de acreditar
14:23que alguém recuse um convite para ir à Casa Branca.
14:27Eu já estive lá e é um lugar magnífico.
14:33Você, Everaldo, quais são as suas considerações
14:35sobre essas teses aventadas a respeito da reunião presencial
14:40versus por telefone, oportunidade ou armadilha?
14:44Olha, Caniato, é interessante, né?
14:49Porque cada grupo segue reagindo da forma que melhor lhe convém,
14:53sendo que nós não temos absolutamente nada de concreto.
14:56Ao que parece, o presidente brasileiro ficou inseguro,
15:00que é natural, ele não esperava por isso.
15:03Ele foi construindo uma imagem extremamente,
15:07não digo nem negativa, mas hostil de Donald Trump
15:10em relação ao Brasil, Donald Trump contribuiu com isso
15:13pelas cartas que escreveu, a forma como vem se referindo
15:17ao Brasil, ao presidente brasileiro.
15:19Então, agora, quando o Donald Trump quebra
15:23esse curso que era imaginado ser o curso natural
15:28da sua atitude em relação ao presidente brasileiro,
15:32o presidente brasileiro claramente ficou atônito.
15:35E é capaz até de ter concordado com esse encontro no susto,
15:39sem se dar conta do que efetivamente estava acontecendo
15:43numa conversa de 30 segundos, segundo o próprio Donald Trump.
15:47O fato concreto é que não vejo condição do presidente brasileiro
15:53evitar essa conversa.
15:55Essa conversa deve acontecer.
15:57É claro que, para que ela aconteça,
15:59alguns elementos têm que ser previamente negociados
16:02pelo corpo diplomático dos dois países,
16:05para que a conversa faça algum sentido, digamos assim,
16:08seja minimamente produtiva para, esperamos, os dois lados.
16:14Pois bem, caso haja um encontro ali de interesses
16:19e a coisa seja levada a sério para que o Brasil possa destravar,
16:24sobretudo alguns setores que estão sofrendo brutalmente,
16:27hoje o Jornal da Manhã da Jovem Pan trouxe
16:28já mais de 10 mil pessoas perdendo emprego no setor madeireiro no Brasil.
16:34Então, isso tudo causa um impacto muito grande
16:37e há oportunidade de se encontrar um equilíbrio.
16:41Portanto, o presidente brasileiro vai ter que se despir
16:44dos seus preconceitos para que ele possa ter um encontro produtivo.
16:51É óbvio que a insegurança o deve levar a evitar aquele encontro presencial
16:56para que não aconteça com ele o que aconteceu com Zelensky.
17:00O Donald Trump se colocou como o macho alfa,
17:04aquela figura que domina os ambientes.
17:06O discurso dele hoje deixa isso muito claro
17:09e isso pode ser assustador para algumas pessoas.
17:14Portanto, usar de forma positiva esse encontro,
17:18o Caniato, é uma obrigação do presidente brasileiro.
17:22O problema são as influências que sofre o presidente brasileiro
17:28fazendo cálculo eleitoral diante de algo tão importante
17:32como a preservação e, sobretudo,
17:34o fortalecimento das relações entre Brasil e Estados Unidos.
17:38Você, Dávila, será que você vai colocar para fora
17:41aquele seu lado otimista?
17:43Se pensarmos em uma reunião produtiva,
17:47ela deve tratar especialmente de quais pautas?
17:52Me parece que não dá para esperarmos somente uma reunião
17:56que trate das questões econômicas e comerciais.
18:00Eu acho que veríamos a discussão a respeito de outros temas.
18:04E aí, não pode ser justamente uma situação delicada
18:08para o presidente brasileiro confrontar o norte-americano?
18:12É, Caniato, é preciso muita inteligência emocional
18:18para lidar com Donald Trump.
18:20Coisa que o presidente brasileiro não é craque nisso.
18:23Por que eu digo isso?
18:25Porque, na verdade, o que há de comum
18:27em todo o comportamento de Donald Trump?
18:30O imprevisível, o imponderável.
18:33Como foi a reação dele ao dizer que teve química
18:35com o presidente brasileiro que está aberto à negociação?
18:39O ponto é o seguinte, se isso vai se tornar algo de maior tensão
18:45ou de entendimento entre os países.
18:48E isso, Caniato, não depende de Donald Trump.
18:52Depende do presidente brasileiro.
18:55Se o presidente brasileiro está disposto a negociar
18:59pontos sensíveis para o governo americano.
19:03E o que são pontos sensíveis para o governo americano?
19:07Aquilo que tem a ver com o interesse dos Estados Unidos.
19:12Esquece Bolsonaro.
19:14Esquece STF.
19:16Nada disso é ponto sensível para os interesses norte-americanos.
19:22Vou dar aqui três exemplos de assuntos sensíveis
19:25que o Brasil terá de negociar seriamente com Donald Trump,
19:30que muito antes de ser presidente era um homem de negócio.
19:32Então, o homem de negócio quer chegar a um acordo.
19:34O acordo é o seguinte, primeiro assunto,
19:37o Brasil vai ter que deixar de comprar petróleo da Rússia.
19:41Esse é o primeiro ponto.
19:43Vai ter que comprar petróleo dos Estados Unidos, da Noruega,
19:46ou liga para o Beraldo, o Beraldo conta para onde é que ele tem que comprar petróleo,
19:49de quem é.
19:49Mas da Rússia não vai poder comprar mais daqui para frente.
19:53Então, esse é o primeiro ponto.
19:55Isso afeta o interesse dos Estados Unidos.
19:58Estados Unidos, aí ela quer dificultar a vida
20:00de Vladimir Putin, nessa altura do campeonato.
20:04Segundo ponto, tem a ver com os minerais raros.
20:08Algo que os Estados Unidos já jogou duro com Zelensky
20:12e só amenizou a relação com o presidente da Ucrânia
20:16quando teve um acerto sobre exploração de minerais raros.
20:19Então, esse é outro ponto de enorme interesse dos Estados Unidos nessa relação.
20:27E o terceiro é simplesmente não criar problemas para as empresas americanas,
20:34como foi o caso da decisão do Supremo Tribunal Federal
20:38ao fazer com que o Starlink pagasse por uma multa do X.
20:45Isso não existe.
20:46É lógico que Lula vai dizer que isso não tem nada a ver com isso,
20:49que essa é uma decisão do Supremo tal.
20:51Mas, pelo menos, ele vai ter que mostrar
20:54que vai ter um bom sinal do presidente americano
20:57para sensibilizar a turma do Supremo
21:00a não importunar empresas norte-americanas
21:04que atuam no Brasil com decisões absolutamente estapafúrdias
21:09que fogem ao bom senso de qualquer regramento do mundo.
21:12Então, se você tocar esses três pontos,
21:16é capaz que tenha acordo e entendimento
21:19e que saia até abracinhos e beijinhos no fim do encontro.
21:23Mas, o fato é, se o Brasil não estiver disposto
21:27a tratar de assuntos que mexem diretamente com interesses norte-americanos,
21:34aí pode ser que a conversa acabe azedada
21:38numa situação alazelensk.
21:40Antes de passar para o Mota, só vou ler um trecho.
21:43Uma das falas de Donald Trump disse o seguinte em relação ao Brasil,
21:47abrindo aspas,
21:48Lamento muito dizer que o Brasil está indo mal
21:51e continuará indo mal.
21:53Eles só conseguirão se sair bem quando trabalharem conosco.
21:56Sem nós, eles fracassarão.
21:58Assim como outros fracassaram, fecho aspas,
22:02Donald Trump, quando fez menção ao Brasil.
22:05Em alguns momentos, ele falou sobre o Brasil
22:07e essa fala, enfim, sinaliza para uma questão
22:11que muitos fizeram a leitura em relação a pautas e aspectos econômicos.
22:15Mas há quem faça a leitura também sobre aspectos políticos.
22:19Dávila disse, esquece Bolsonaro, esquece STF.
22:22A conversa deve se basear em outros aspectos.
22:25O Brasil precisa levar alguma coisa para Donald Trump?
22:28Precisa levar uma proposta, Mota?
22:32Dávila é otimista.
22:34O otimismo do Dávila nunca falha.
22:36Eu só queria lembrar que foi ontem que a gente comentou
22:40sobre as novas sanções, não foi isso?
22:44Em todas, pelo que eu me lembro,
22:47ou quase todas as mensagens que vieram
22:52de autoridades americanas,
22:54estava mencionado o nome Jair Bolsonaro.
22:57Então, eu acho difícil
22:58que uma conversa que aconteça
23:01entre o governo brasileiro e o governo americano
23:05não inclua o nome de Jair Bolsonaro.
23:08Porque o próprio Donald Trump,
23:11o secretário de Estado, Marco Rubio,
23:13o secretário do Tesouro Americano, Scott Bassett,
23:16disseram
23:17essas sanções
23:20são uma continuação das sanções anteriores,
23:24que tem como um dos objetivos principais
23:26parar a perseguição política contra Jair Bolsonaro.
23:29Mas, uma vez, eu não estou aqui
23:31sugerindo que
23:32ninguém ache isso razoável
23:34ou concorde com isso.
23:37Eu só estou pedindo que as pessoas reconheçam
23:39a realidade.
23:40Então,
23:41eu não sei
23:42se esse papo
23:44entre o governo brasileiro e o governo americano
23:47vai ser sobre
23:47COP30,
23:49mudanças climáticas.
23:51Pelo que eu vi
23:52no discurso do Donald Trump,
23:54ele não está muito interessado
23:56em falar de mudanças climáticas.
23:59Ele
23:59qualificou de
24:01picaretagem da energia verde.
24:04Essa história toda
24:05em torno das mudanças climáticas.
24:08Eu também não recomendo
24:10que o governo brasileiro chegue lá
24:12na Casa Branca
24:13ou no Telefonema
24:15defendendo
24:16a criação de um Estado palestino
24:19ou defendendo
24:21que as facções brasileiras
24:23não sejam classificadas
24:24como grupos terroristas.
24:27Eu também não recomendo
24:28que essa conversa
24:30inclua uma defesa
24:31da Venezuela,
24:32da Nicarágua,
24:34de Cuba
24:34ou do Irã.
24:36Eu acho que
24:36qualquer um
24:37desses temas aí
24:40vai provocar
24:42confusão.
24:43Donald Trump foi bem claro
24:45no seu discurso.
24:46Eu vou ler aqui de novo
24:48para que não haja
24:50aqui, olha.
24:52Ele disse
24:53o Brasil agora
24:54enfrenta duras tarifas
24:55em resposta
24:56aos esforços
24:57sem precedentes
24:58para
24:58interferir
25:00nos direitos
25:01e liberdades
25:02de nossos cidadãos
25:04americanos
25:04com censura
25:06e de outros
25:07com censura,
25:08repressão,
25:10corrupção judicial.
25:12Esse termo
25:13não foi
25:14enfatizado
25:17o suficiente
25:17nas análises
25:19do discurso
25:19de Donald Trump.
25:20Mas ele usou
25:21esse termo.
25:22E perseguição
25:23a opositores
25:25políticos
25:26nos Estados Unidos.
25:28Então eu acho
25:29que essa conversa,
25:31essa minha modesta
25:32sugestão,
25:33poderia começar
25:33com o governo brasileiro
25:35explicando
25:36ao governo americano
25:37ou
25:38demonstrando
25:40inequivocamente
25:41que nada disso
25:41aconteceu,
25:43não houve censura
25:43nem repressão,
25:45nem perseguição
25:46a opositores políticos,
25:47nem corrupção judicial
25:48ou então
25:49apresentando um plano.
25:52Quer dizer,
25:52olha,
25:53realmente,
25:54isso aí aconteceu,
25:55desculpe,
25:56agora não vai acontecer
25:58mais e olha aqui
25:59o que a gente vai fazer.
26:01Se não,
26:01essa conversa
26:02não vai muito longe.
26:03O Severaldo Mota
26:05listou alguns temas,
26:07algumas pautas
26:07que são
26:08defendidas
26:09pelo presidente brasileiro,
26:11ele falou,
26:12tratou de várias delas
26:13em seu discurso,
26:14mas Donald Trump
26:15tem um posicionamento
26:16totalmente contrário
26:18ou pelo menos
26:19em grande parte,
26:20ele se posiciona
26:22de maneira contrária
26:23ao presidente brasileiro
26:24em relação
26:24a esses assuntos.
26:26E aí,
26:26imaginando
26:27para um encontro
26:28presencial
26:29ou talvez
26:30uma conversa
26:31por telefone,
26:33o que o presidente
26:33brasileiro
26:34poderia levar
26:35para essa reunião?
26:36Quais seriam
26:37as cartas
26:38que o brasileiro
26:39poderia
26:39colocar sobre a mesa
26:41e apresentar
26:43para o presidente
26:43norte-americano?
26:44Dávila citou
26:46algumas coisas
26:46que poderiam entrar
26:48na negociação.
26:49Suas apostas.
26:51Beneto,
26:52o que de mais importante
26:54o presidente brasileiro
26:55precisa levar
26:55para essa reunião
26:56é sal de fruta.
26:58Ele precisa tomar
26:59um sal de fruta
26:59para engolir
27:00e digerir
27:02tudo que ele vai ouvir,
27:03porque essa conversa
27:05pode ter um nível
27:06de hostilidade
27:08em algum momento
27:09que o presidente brasileiro
27:11será obrigado
27:12a jogar o jogo
27:14sem ficar ofendido
27:16com determinadas expressões
27:18ou colocações
27:19que possam parecer
27:20fora do tom.
27:22Eu digo isso
27:23porque a posição
27:24do Brasil
27:24é uma posição
27:26muito ruim.
27:27Lembrem
27:28que quando houve
27:30a primeira carta
27:31escrita por Donald Trump
27:32ao presidente Lula
27:33anunciando as tarifas,
27:35colocando ali
27:37as razões,
27:38o que o Brasil
27:39respondeu,
27:41além de dizer
27:42que era um ataque
27:42à nossa soberania
27:43e tal,
27:44o Brasil disse
27:45que, olha,
27:46isso faz tão pouco
27:47sentido
27:48porque
27:49o comércio
27:50entre Brasil
27:51e Estados Unidos
27:52é superavitário
27:53para os Estados Unidos,
27:54como se isso fosse
27:55uma coisa boa,
27:56dizer que nós
27:57compramos dos Estados Unidos
27:59mais do que eles
28:01compram da gente.
28:03Olha,
28:03isso não faz
28:04absolutamente
28:04nenhum sentido.
28:06Os Estados Unidos
28:07estão num processo
28:08duríssimo
28:10para reindustrializar
28:12o país,
28:13para conseguir
28:14levar de volta
28:16para os Estados Unidos
28:17plantas que foram
28:19instaladas em países
28:20como China,
28:21Vietnã e Tailândia.
28:23O Brasil,
28:24que é um país
28:24em desenvolvimento,
28:26deveria estar
28:27abastecendo
28:28o mercado norte-americano
28:30com produtos
28:31manufaturados
28:32no Brasil.
28:33Mas não é isso
28:34que a gente vê.
28:35As amarras
28:36para produzir-se
28:38no Brasil
28:38são tão grandes.
28:40Essa legislação
28:41trabalhista
28:42que mantém
28:43essa dificuldade
28:44absurda
28:45na geração
28:46de empregos,
28:47toda a questão
28:48de falta
28:48de infraestrutura
28:50que encarece
28:51o transporte
28:52e o embarque
28:53de produtos
28:54que vão ser exportados,
28:56assim como
28:56o problema
28:56de segurança.
28:58Veja,
28:58você manda um navio
28:59carregar aqui
29:00para levar
29:01seus pertences
29:02para os Estados Unidos
29:03e, de repente,
29:04você descobre
29:04que tem lá
29:04uma tonelada
29:05de cocaína
29:06grudada
29:07no casco
29:07do navio
29:07que você fretou.
29:08Então, esses
29:09absurdos brasileiros
29:12drenam
29:13a competitividade
29:14brasileira.
29:16Nós estamos
29:17numa posição
29:18completamente
29:19desfavorável
29:20e é preciso
29:22se reconhecer
29:23isso
29:23e entender
29:24que o Brasil
29:25precisa de um
29:25plano de longo
29:26prazo
29:27para fortalecer
29:28as suas exportações
29:29não de matéria-prima,
29:31mas de produto
29:32acabado.
29:33Não faz sentido
29:34nós termos
29:34a dinâmica
29:35de exportação
29:35que nós temos.
29:36Então, quando o presidente brasileiro
29:38for para essa conversa,
29:39Caniato,
29:40ele tem que ter consciência
29:41daquilo que é importante
29:42para o Brasil,
29:44não o que é importante
29:45para ele,
29:46não o que é importante
29:47para ele discutir
29:48nas eleições
29:49do ano que vem
29:50e, por isso,
29:51é tão importante
29:53o sal de fruta.
29:55Tem que engolir seco,
29:56tem que digerir
29:57no que vier,
29:57mas tem que sair de lá
29:58com compromissos
30:00firmados
30:01para o bem
30:01do país
30:02no longo prazo
30:03e não simplesmente
30:04uma vitória de pirro.
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