Milei sofre DERROTA em ELEIÇÕES de Buenos Aires com AVANÇO do peronismo

Jovem Pan Morning Show

O presidente da Argentina, Javier Milei, sofreu uma dura derrota nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, que concentra quase 40% do eleitorado nacional. Com 96% das urnas apuradas, seu partido, A Liberdade Avança, ficou com 33,8% dos votos, contra 47% da coalizão peronista Força Pátria.

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00:00Agora, se você do outro lado, olha pra mim aqui, se você do outro lado estava achando que a sua semana estava ruim,

00:06pensa na semana de Javier El Peluca Milley, presidente argentino,

00:10que parecia estar ali navegando em mares calmos e serenos,

00:14mas depois veio a acusação de propina contra a irmã, que é quase a primeira dama,

00:18ali na Casa Rosada, no governo argentino, e agora um revés e tanto,

00:22durante os primeiros resultados oficiais das eleições legislativas,

00:25ali de meio de mandato, na Argentina, a província de Buenos Aires, pessoal,

00:30apontam ali pra vitória do peronismo do governador Axel Kicillof.

00:35E Buenos Aires, que também é conhecido por ser um termômetro ali pras eleições nacionais,

00:39a partir de meio de mandato, tá?

00:41Que fique claro, teve essa eleição a nível ali da cidade mesmo, a nível municipal em Buenos Aires,

00:48isso como um prenúncio pras eleições de meio de mandato a nível nacional,

00:52que virão logo menos, né, em outubro.

00:54É isso aí, importante.

00:55De contextualizar, né, porque diferentemente do Brasil,

00:58onde o Congresso é eleito de forma sincronizada com o presidente,

01:03na Argentina há essa eleição de meio de mandato,

01:07que muitas vezes é interpretada como a possibilidade de ter uma nova,

01:12um novo turbo de capital político por parte do presidente,

01:16quando ele consegue eleger maioria no Congresso,

01:20porque seria uma forma da população dar de novo aval para que o presidente avance com sua agenda.

01:27Mano Ferreira aqui com a palavra e recepcionando, agora sim,

01:30os ouvidos atentos de todo mundo sintonizaram na rede Jovem Pan de rádio,

01:32o tema da vez aqui é o inferno astral do presidente Javier El Peluca Milley,

01:37presidente argentino, após acusações seríssimas envolvendo a própria irmã,

01:41a grande avalista, a grande arquiteta ali do governo do seu irmão, Javier Milley,

01:44quase uma primeira-dama argentina, a Karina Milley, certo?

01:48Ele acabou tendo um revés e tanto ontem na disputa pela prefeitura de Buenos Aires, certo?

01:54O peronismo voltou com tudo, apareceu na sacada ali triunfante, né?

01:58A própria Cristina Kirchner em prisão domiciliar,

02:01e pode ser um mau presságio aí para o presidente argentino.

02:04Será que o presidente pode cair naquela problemática que o Macri caiu?

02:08Seria esse o início de uma macrização do próprio Milley?

02:11O que eu quero dizer com macrização, Mano Ferreira?

02:13Há esse risco, né?

02:14Porque o governo de Maurício Macri começou com uma agenda reformista

02:18e depois foi cedendo e diminuindo o seu ímpeto por reformas,

02:24acabou dando de volta o poder ao peronismo.

02:27Mas é importante contextualizar que a província de Buenos Aires,

02:30ela é tradicionalmente peronista.

02:32Então o próprio Milley, na eleição presidencial,

02:36apesar de ter vencido na Argentina, ele perdeu em Buenos Aires.

02:40Então, essa derrota, é claro que acende um sinal amarelo.

02:45O próprio Milley declarou ontem mesmo que o resultado eleitoral

02:51é sim uma derrota do seu governo, mas é preciso contextualizar, né?

02:56Porque o que mostra é que, ao longo desse primeiro período do governo Milley,

03:02ele não conseguiu reverter uma tendência que já existia em Buenos Aires.

03:07Então não é que o apoio dele está derretendo,

03:10é que ele não conquistou um território que já era dos seus adversários,

03:16já era majoritariamente peronista.

03:18E até parece que os argentinos aceitaram por um tempo ali, né, Juliano?

03:21Uma certa recessão, um repique ali no desemprego,

03:25tudo para controlar o dragão da inflação que seguia cuspindo fogo

03:28e incinerando a Argentina por tanto, tanto tempo.

03:31Então ele estava navegando em mares calmos e serenos até que veio os áudios,

03:35supostos áudios, áudios supostamente negociando propinas ali

03:39pela Karina Milley, irmã e testa de ferro, será, do governo Milley?

03:43O que você acha?

03:44Acho que ele foi para essa eleição num momento bem difícil com esses escândalos,

03:49numa província que, como o Mano já falou, não era um lugar onde ele teria grande força,

03:53que tradicionalmente é do outro partido.

03:55Mas é importante a gente destacar que, de alguma forma, o partido do Milley cresceu.

03:59Embora tenha sido uma derrota, assim como todos assumiram ali,

04:04ele foi o partido que mais cresceu dentro dos cargos que estavam sendo disputados.

04:09Então teve um aumento tanto de deputados quanto de senadores na província

04:13por parte do partido dele.

04:14O que mostra também que há uma aceitação e ele está ganhando espaço.

04:18Vamos ver se ele consegue reverter isso e aumentar essa aceitação dele

04:23e ser novamente eleito daqui dois anos.

04:26O presidente do comitê do partido reconheceu a derrota.

04:29Ele disse, abre aspas,

04:30hoje tivemos então uma clara derrota,

04:32mas não recuearemos nem um milímetro da política do governo.

04:36O rumo não apenas está confirmado,

04:38como vamos aprofundá-lo e acelerá-lo ainda mais.

04:43É, meus amigos.

04:44E o próprio Milley também teve uma postura bem serena,

04:46pragmática, reconheceu a derrota,

04:48não ficou ali muito tempo lambendo as feridas

04:50e já focado nas eleições de meio de mandato,

04:53que aí sim vai ser decisivo para a sequência do próprio mandato dele, né, mano?

04:57Uma diferença de maturidade bem expressiva

04:59em relação ao que aconteceu aqui no Brasil na última vez que houve...

05:03E ele não larga o meu pé.

05:04É impressionante.

05:06Não aceita um bloco ele não larga o meu pé.

05:08Mas o ponto adicional, Marinho,

05:10é que a relação de Milley com sua irmã,

05:14ela é questionada e alvo de críticas desde sempre, né?

05:18O primeiro ato do governo Milley que gerou bastante crítica

05:22foi a alteração da lei do nepotismo

05:24para nomear a sua irmã como secretária-geral ali da presidência.

05:29E agora, mais uma vez,

05:31a irmã acaba envolta em uma polêmica que gera um desgaste, né?

05:36A gente precisa ver se, passada essa eleição,

05:40essas denúncias vão se manter de pé

05:42ou se vão se desmanchar no ar,

05:45ou seja, aumentando a ideia de que

05:47foram mais um ataque pré-eleitoral

05:50do que uma denúncia concreta.

05:52Vamos ver qual será o prosseguimento.

05:54Mas, de fato, a irmã de Milley gera problemas para o governo.

05:57Aqui eu também acho que a gente precisa avaliar

06:00que o custo de vida na Argentina subiu

06:01por conta das reformas que eles estão fazendo.

06:04Então, a grande questão é que ele está sendo,

06:06querendo ou não, um estadista

06:07que está olhando para o longo prazo econômico,

06:09que está olhando para as modificações

06:11que não foram feitas ao longo do tempo.

06:13O Macri começou fazendo isso,

06:15mas desistiu por razões eleitorais.

06:17Não acho que Javier Milley o fará dessa forma.

06:21Então, com certeza, essa diferença aí na eleição,

06:25essa questão dos votos,

06:26está intimamente ligada à sensação econômica

06:28de preços mais caros que sempre influenciam uma eleição.

06:32Então, isso também deve ser avaliado

06:34e levado em consideração como possivelmente transitório.

06:37E vamos ver se ele continua com as suas reformas.

06:39Eu aposto que sim.

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