Mesmo após a negativa do Banco Central, o BRB anunciou que seguirá tentando concluir a compra do Banco Master. A repórter Fernanda Sette detalhou ao vivo as reações do mercado, a posição do governo e os próximos passos dessa negociação. Acompanhe a análise de Mariana Almeida.
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00:00Mesmo depois da negativa do Banco Central, o BRB, Banco de Brasília, informou que vai insistir na compra do Banco Master.
00:08Quem tem mais informações sobre essa negociação ao vivo, direto de Brasília, é a nossa repórter Fernanda Sete.
00:15Oi Fernanda, bom dia pra você, bem-vinda ao Agora.
00:19O que você traz de novidades em relação a esse caso?
00:23Houve uma recusa, então, uma negativa pelo Banco Central da compra dessa transação que estava sendo bastante aguardada pelo mercado financeiro, não?
00:33Exatamente, essa resposta final do Banco Central, Paula.
00:36Primeiramente, bom dia a você e a todo mundo que nos acompanha.
00:41Esse resultado do Banco Central acontece após mais de cinco meses de análise,
00:47mas o Banco Central informou na noite de ontem, de quarta-feira, que rejeitou, de fato, a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília, o BRB.
01:00Por meio de uma nota oficial, o Banco Master informou ter solicitado ao Banco Central a íntegra de toda a decisão
01:09para, de fato, avaliar os fundamentos que levaram o Banco Central a esta decisão e analisar também as alternativas cabíveis.
01:18E também defendeu a aquisição como uma estratégia.
01:22E, claro, o Banco de Brasília, o BRB, também informou por meio de uma nota oficial,
01:29destacou que vai manter os acionistas e o mercado financeiro atualizado sobre possíveis desdobramentos da decisão.
01:37Com isso, o BRB deve, sim, insistir nesta compra, nesta operação.
01:44E como eu falei, Paula, essa reprovação do Banco Central acontece cerca de cinco meses,
01:50após mais de cinco meses de análise, de espera.
01:54Embora o banco ainda tivesse quase um ano para soltar esse resultado final,
01:59para concluir a avaliação dessa operação.
02:01Mas antes desse prazo terminar, de fato, o Banco Central rejeitou aí essa operação de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília.
02:11E a previsão dessa operação de compra era do BRB adquirir cerca de 49% das ações ordinárias,
02:20100% das preferenciais e 58% do capital total do Master.
02:26E a aprovação, né, Paula, a gente sabe, do Banco Central é o último passo, né,
02:31seria o último passo antes de fechar, de fato, o negócio, antes de concluir a compra, né.
02:38Mas o Conselho mesmo, a gente sabendo que o CAD, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica,
02:44havia dado o aval a esta operação no mês de junho.
02:48Então, agora, só faltava o Banco Central dar esse aval, né, dar essa aprovação da operação de compra,
02:56coisa que não aconteceu, mas, de acordo com a nota enviada pelo BRB,
03:00manterá ali os acionistas e o mercado financeiro, né, com todas as informações ali que podem ser divulgadas, né,
03:10e vai insistir ainda nessa operação de compra.
03:14Por essa negociação, a gente sabe, vem sendo acompanhada pelo Ministério Público aqui do Distrito Federal,
03:21após os questionamentos aí do Ministério Público, a Câmara Legislativa aqui do DF, né,
03:28aprovou, né, essa compra, essa operação de compra do Banco Master pelo BRB.
03:33E lembrando que, no mês passado, o governador do Distrito Federal, Ibanez Rocha,
03:37sancionou aí o aval, a autorização para que essa compra aí fosse concluída.
03:43Então, a última etapa é essa do Banco Central, que no final rejeitou a operação de compra.
03:50E essa decisão, né, do Banco Central de não autorizar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília, Paula,
03:56ela acontece um dia, né, depois que os líderes partidários da Câmara Federal protocolaram,
04:03aí apresentaram um pedido de urgência de uma proposta, né, que dá autonomia ao Congresso Nacional,
04:09ou seja, dá autonomia à Câmara e ao Senado Federal para exonerar, né, a diretoria,
04:15inclusive o presidente do Banco Central.
04:18Então, é uma proposta lá de 2021, que os parlamentares, né, do Centrão,
04:23alguns partidos ali se uniram para coletar essas assinaturas
04:27e pautar esse projeto de urgência para dar, né,
04:31essa prerrogativa ao Congresso Nacional para exonerar a diretoria, né,
04:36diretores e o presidente do Banco Central.
04:39Esse requerimento, lembrando, foi feito aí pelo deputado Cláudio Cajado, do PP da Bahia,
04:45e apresentado aí, as assinaturas foram coletadas pelo deputado doutor Luizinho,
04:51também no PP, e claro, né, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
04:55se posicionou com relação, né, a esse resultado, a esse resultado do Banco Central,
05:01essa, o fato do banco ter rejeitado a operação de compra,
05:05e o ministro falou o seguinte, né, Fernando Haddad falou que vê com preocupação
05:10porque essa operação não foi conversada com o governo brasileiro,
05:15não foi dividido aí as informações com o governo federal.
05:19Então, segundo Haddad, ele imagina que o Banco Central, né,
05:22não vê nenhuma razão para esse projeto, para essa operação de compra ser, de fato, concluída.
05:29Não vejo nenhum motivo para essa proposta, para essa compra caminhar.
05:34Foram as palavras do Haddad ontem à noite, né, após essa decisão do Banco Central.
05:40Então, a gente percebe, né, Paulo, após cinco meses de análise do Banco Central,
05:45havia, sim, uma esperança dele dar esse aval de compra para que fosse efetuada essa operação, né,
05:53logo após o governador aqui do Distrito Federal sancionar essa autorização,
05:58mas o resultado foi ao contrário e pelas notas oficiais,
06:02tanto do Banco de Brasília, né, que vai aí, tudo indica que vai insistir na compra,
06:07e o Banco Master solicitando aí ao Banco Central todo o documento, né, na íntegra,
06:13para, de fato, avaliar quais pontos que levaram o Banco Central a tomar essa decisão
06:20e rejeitar essa operação de compra.
06:23Era a última etapa regulatória para que essa operação fosse adiante.
06:27Inclusive, aumentou aí o ânimo dos investidores,
06:31porque as ações do BRB já tinham subido, parece que, mais de 20%, em torno de 23%,
06:36mas existia, sempre houve uma polêmica em torno disso, né,
06:41e aí agora veio o Banco Central com essa decisão.
06:43Sim, Paula.
06:44Bom, essa etapa do Banco Central, vamos pensar qual que é o papel dele, né,
06:48o papel dele é regular o sistema financeiro.
06:50Tinha passado pelo CAD, tinha passado pela parte pública,
06:53como o BRB é um banco público, então, a parte, todos os trâmites internos do próprio banco,
06:58e, mas, em termos do sistema financeiro, é o que faltava, que é a etapa do Banco Central,
07:02e é essa que está vindo aí com uma questão e acabou negando a possibilidade da ação.
07:09Vamos pensar qual é o efeito em relação ao sistema financeiro.
07:11Desde o início, essa operação chamou a atenção, porque ela é não trivial.
07:15Como assim?
07:16É um banco público, o BRB, que nasce com um objetivo e uma finalidade de desenvolvimento regional,
07:22que tem operações mais conservadoras, que se colocou com o interesse de comprar um banco
07:29que, do outro lado, tem um perfil de operações muito distintas, o Banco Master,
07:33que tem um grau de exposição muito maior, e, inclusive, isso tinha levado o banco
07:38a uma situação de possível insolvência, ele estava numa situação financeira complicada.
07:42Então, a operação apareceu para o mercado, a princípio, também como uma solução para o Banco Master.
07:47Por quê? Porque ele não tem como, ele tem risco de liquidação caso você não tenha uma solução
07:53para os ativos que ele sustenta e que tem dificuldade de dar liquidez agora.
07:57Muito bem, o BRB garantiria liquidez, não de tudo, mas de uma parte importante.
08:02Esse caminho de não de tudo, uma parte importante, foi construído ao longo do tempo
08:05exatamente pela grande excepcionalidade dessa transação.
08:10Por que excepcionalidade? Porque era diferente, era uma união diversa.
08:13Com a construção dessa parcialidade, o mercado, vários agentes econômicos,
08:19começaram a ver isso como positivo para o BRB, no sentido de que, olha,
08:22dado que não vai pegar os ativos mais insolventes, menos líquidos que tem o Master,
08:27talvez para o BRB isso signifique, sim, uma diferença em termos da sua finalidade,
08:32mas uma abertura maior, uma possibilidade de ampliação de margens com uma diversificação de carteira.
08:37E o mercado, como a Paula colocou aqui, reagiu positivamente em termos das ações do BRB.
08:42Ou seja, embora muito diverso e com questões, do ponto de vista, de novo, da origem da existência do banco,
08:50entendeu-se que ele poderia ganhar com esse perfil mais arrojado de operação.
08:54Do lado do Master, é uma solução, ainda que não completa, mas parcial,
08:58que evitaria, por exemplo, uma possível liquidação, algo do tipo, para o banco.
09:03Do ponto de vista do Banco Central, o sinal, o Banco Central não deu ainda,
09:06a gente não tem a notícia inteira de qual é a justificativa.
09:09Mas, no ponto de vista do Banco Central, um dos riscos de autorização dessa operação
09:12é fortalecer as operações de maior risco com agentes, como foi o caso do Banco Master.
09:19Ou seja, para o Banco Central é importante passar um sinal, muitas vezes,
09:22de que excesso de risco não pode ser sempre resolvido.
09:28Cada agente tem que arcar com os riscos que toma.
09:32E, às vezes, esse risco é profundo, não pode ser resolvido, por exemplo, com o Banco Público.
09:36Essa pode ter sido razão do Banco Central entrar nisso aqui, dizendo,
09:39olha, se eu autorizo a compra dessa forma, eu vou passar o sinal de que existem saídas
09:45para quem faz um excesso de exposição, saídas mais simples.
09:48Isso pode ser um sinal que fragiliza o mercado financeiro como um todo.
09:51Não temos o dado mais concreto.
09:53Esse é um tema lá de trás que tinha aparecido, ou seja, em que medida que se resolve
09:57sem que quem fez o excesso de exposição arcasse com as consequências.
10:02Mas, é isso, a operação tinha caminhado, tinha feito um desenho que o próprio agente de mercado
10:07tinha entendido como mais robusto.
10:09Vamos ver como segue.
10:11Acho, Paula, que é isso.
10:12É uma operação diferente.
10:14Faltam informações sobre o que o Banco Central colocou.
10:17O BRB dizendo que vai insistir.
10:18Então, embora seja um desfecho do dia, não parece ser o capítulo final dessa história,
10:24que diz muito sobre como a gente vai seguir no processo de regulação do mercado financeiro brasileiro.
10:29É, Mari, como você mesma disse, com certeza ainda tem muita coisa para acontecer
10:33e a gente vai acompanhar aqui no Times Brasil.
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