O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que não pretende se candidatar para as eleições de 2026. Além disso, o ministro também declarou que partidos ligados à elite não apoiarão a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os comentaristas José Maria Trindade e Cristiano Vilela analisam o assunto.
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00:01Seguimos na capital federal. O ministro da Fazenda, Fernanda Dade, afirmou que não pretende se candidatar para as eleições do ano que vem.
00:09A Aline Beckett tem os detalhes pra gente de como andam essas movimentações políticas para 2026. Pois não, Aline?
00:16Pois é, Nonato, sempre que a gente pergunta ao ministro aqui no Ministério da Fazenda, nas coletivas aqui, ele chega a dizer que não irá ser candidato a nada em 2026, nem pelo governo do estado de São Paulo e também nem caso ele seja indicado ali à presidência da república.
00:37Ele sempre diz que quer focar na agenda econômica e entregar essa agenda até o ano que vem, principalmente a reforma da renda, que como nós vimos agora na matéria anterior, na reportagem, é uma matéria que está em tramitação no Congresso Nacional.
00:52Falta apenas ir ao plenário da Câmara dos Deputados e depois continuar a sua tramitação normal no Senado Federal e que passa a valer a partir do ano que vem.
01:01Então o ministro chega a dizer que como é uma promessa também de campanha do presidente Lula e ele encabeça então esse projeto de lei, ele como chefe da economia do Ministério da Fazenda, então ele diz que precisa entregar essa agenda econômica até o ano que vem e chega a reafirmar que já informou isso ao partido, ao PT e já chegou a informar também ao próprio presidente Lula.
01:25Mas ele também reafirma que caso o presidente não venha a ser candidato às eleições de 2026, essa será uma decisão, a decisão de uma outra indicação de um outro nome será estritamente do presidente Lula.
01:40E aí aproveitando, já que a gente está falando sobre composição e eleição para o ano que vem, o PT já começou ali também algumas movimentações de alianças políticas, né?
01:50O partido já articula para 2026 alianças com siglas de esquerda e também de centro-esquerda como PSB, o PCdoB, o PSOL, o PV, o Rede e o Cidadania.
02:03Mas também pode buscar um certo apoio ali na centro-direita e aí isso inclui as estratégias de alianças regionais, o que precisa ser levado ali em consideração às regiões e também, é claro, os municípios e até mesmo os estados ali para a questão do fortalecimento da candidatura do presidente Lula e também a garantia da competitividade ali nos estados.
02:26Então, como a gente vem acompanhando, o PT já vem fazendo uma movimentação nesse sentido, a gente acompanhou ao final de semana um evento do Diretório Nacional do PT, onde o ministro estava, o próprio ministro também da indústria e vice-presidente Geraldo Alckmin e ontem houve uma outra reunião da Executiva Nacional do Partido aqui na sede em Brasília.
02:49Então, eles já começam a fazer essa movimentação, já começam a construir alianças políticas agora com a Edinho Silva à frente da presidência nacional do partido.
02:58Então, eles consolidaram agora todo o Diretório Nacional, toda a composição do PT e aí agora eles partem então para essa movimentação na busca de alianças ali regionais, alianças políticas, tanto da centro-direita quanto também ali da esquerda e da centro-esquerda.
03:14Eu volto com você.
03:14Aline Beckett, direto de Brasília, atualizando para a gente essas informações em torno do ministro.
03:21Muito obrigado, viu, Beckett.
03:23Vamos passar o assunto para os nossos comentaristas.
03:25José Maria Trindade e Cristiano Villela estão com a gente aqui nesta manhã.
03:29Vou começar contigo agora, Villela, à medida em que essa fala do ministro Haddad, ela vai meio que na contramão da sugestão do Edinho Silva exatamente nesse evento do PT que a Aline chamava atenção,
03:40quando ele disse que seria interessante ter o Haddad em São Paulo para fortalecer palanque para uma possibilidade de reeleição do presidente Lula.
03:50Mas me parece cedo também para o ministro se pronunciar, dizer que pode vir a ser candidato.
03:55Não, Villela.
03:56Ou seja, está tudo dentro do escopo, não?
03:59Exatamente, Manato.
04:01Está tudo dentro do escopo.
04:03Primeiro porque o ministro Haddad, ele ocupa uma pasta importante, estratégica e não convém nesse momento se lançar candidato a cargo nenhum.
04:13Ele vai atrair um fogo cruzado para além daquele fogo cruzado que usualmente a chefia da pasta da economia, da pasta da fazenda,
04:22acabam atraindo de uma forma geral, o que não é bom para a tarefa hercúlea que o ministro da fazenda tem nesse momento,
04:30especialmente num contexto onde está discutindo a aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e outros temas importantes.
04:38Outro ponto de destaque sinaliza com relação à candidatura ao governo do estado de São Paulo.
04:44Hoje o cenário, ele ainda é um cenário nebuloso.
04:47Se tivermos o governador Tarcísio de Freitas indo para a reeleição, é dado como certo, ou pelo menos as expectativas são a de que ele tenha uma possibilidade de se reeleger bastante robusta.
05:02Nesse sentido, o Fernando Haddad estaria indo para a disputa apenas para marcar a posição.
05:07O que, com essa fala do ministro, fica sinalizado que ele não tem o interesse em ser justamente esse nome do partido para marcar a posição,
05:16que, eventualmente, ele pode até concorrer, mas dentro de um processo eleitoral onde ele sinta firmeza.
05:22Então, eu vejo que, diante desses dois elementos, agiu com correção o ministro da fazenda e, nesse momento, é importante separar as discussões do ministério
05:31daquela discussão eleitoral, muito embora o próprio presidente da república tenha essa característica de politizar as suas discussões,
05:41das suas falas, dos seus discursos, o que acaba colocando ali todo o seu grupo, todos os seus ministros e apoiadores
05:47dentro de um balaio de candidatura, de participação efetiva no processo eleitoral.
05:53O Zé, essa negativa, então, do ministro Fernando Haddad, dizendo que não quer se candidatar em 2026,
05:59a gente pode interpretar como quando a gente sempre traz levantamentos aqui eleitorais, dizendo que é a fotografia do momento,
06:06é a opinião de hoje. Lá pra frente, daqui a pouquinho, isso pode mudar, né?
06:11O que você, na sua avaliação, diria que poderia mudar a opinião de Haddad?
06:16Certo é que ele será candidato, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
06:23será candidato à presidência da república. Aliás, o Tarcísio já é candidato à presidência da república.
06:30Tive acesso aqui a conversas e articulações que vêm de São Paulo, do lado empresarial, agronegócio,
06:36e que acabou forçando os partidos políticos a seguirem a candidatura de Tarcísio de Freitas.
06:42Já tem até um planejamento de, o plano de governo, levando em conta ali o JK, Juscelino Kubitschek,
06:5050 anos em 5 e ele é 40 anos em 4, né? Que é o tamanho de um mandato de presidente da república.
06:59Com a saída de Tarcísio, São Paulo se transforma numa grande interrogação diante do número de candidatos
07:05na área do Tarcísio de Freitas. E aí sobra para o PT a candidatura de Fernando Haddad
07:13e volta de Geraldo Alckmin. Ele se fortalece com este cenário sem o Tarcísio em São Paulo.
07:22E é essa dúvida sobre São Paulo. A presidência da república será disputada entre Lula e o Tarcísio de Freitas.
07:30Olha só, nenhum candidato agora, é até ilegal dizer que é candidato, né?
07:35Não se pode dizer que é candidato. E ele é ministro da Fazenda.
07:39Eu achei uma operação de risco colocar um potencial candidato do Partido dos Trabalhadores
07:45no Ministério da Fazenda.
07:48Se ele se sair bem, o que não está indicando, a economia está fragilizada, está difícil,
07:53o sentimento ali do dia a dia está pesado, né?
07:57Se ele se sair bem, sai como forte candidato, sim.
08:01Se não, ele pode ter um fracasso na tentativa de chegar ao governo.
08:07Mas o Fernando Haddad foi preparado para substituir Lula.
08:11As circunstâncias levaram a candidatura à reeleição de Lula.
08:14Mas ele foi preparado e talhado para isso.
08:18Eu estive analisando ali os gestos, o jeito, a resposta dele,
08:22E ele, quando diz assim, olha, ele está sendo pressionado,
08:26ele está sendo pressionado para ser o candidato.
08:30E será o candidato. Não tem muita opção.
08:32O PT não tem opção em São Paulo e não tem outra opção,
08:35se não candidatar Lula à reeleição.
08:37Mas a grande disputa dos partidos políticos é mesmo Congresso Nacional.
08:41Bancada na Câmara e bancada no Senado Federal.
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