- há 3 meses
A adesão de Minas Gerais ao Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) é tida pelo governo estadual e pelos deputados como necessária para que o estado consiga pagar a dívida com a União, estimada em quase 170 bilhões de reais.
Entre os benefícios que Minas teria ao entrar no programa estão o parcelamento dos débitos em 30 anos e a redução dos juros da dívida, atualmente fixados no IPCA mais quatro pontos percentuais.
Contudo, para que seja qualificada no Propag, Minas deve tomar uma série de medidas - e que devem impactar diretamente a vida das pessoas.
Para entender o processo de adesão de Minas ao Propag, o Explica esse trem recebeu o repórter de política do Estado de Minas Bernardo Estillac, autor de diversas reportagens sobre o assunto, e que respondeu algumas das dúvidas mais comuns sobre o programa.
Entre os benefícios que Minas teria ao entrar no programa estão o parcelamento dos débitos em 30 anos e a redução dos juros da dívida, atualmente fixados no IPCA mais quatro pontos percentuais.
Contudo, para que seja qualificada no Propag, Minas deve tomar uma série de medidas - e que devem impactar diretamente a vida das pessoas.
Para entender o processo de adesão de Minas ao Propag, o Explica esse trem recebeu o repórter de política do Estado de Minas Bernardo Estillac, autor de diversas reportagens sobre o assunto, e que respondeu algumas das dúvidas mais comuns sobre o programa.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, seja muito bem-vindo, eu sou Denis Lacerda e esse é o Explica Esse Trem,
00:12programa do jornal Estado de Minas que aprofunda os assuntos mais relevantes do momento.
00:16Hoje vamos falar sobre a adesão de Minas Gerais ao Propag, programa de pagamento de dívida dos
00:20estados. O assunto tem estado frequentemente nos noticiários e deve ser uma das pautas na corrida
00:25ao governo estadual em 2026. Para falar sobre o assunto, vamos conversar com o repórter de
00:30política do Estado de Minas, Bernardo Stilak. Seja bem-vindo, Bernardo.
00:33Denis, eu que agradeço. Vamos lá falar desse tema que é bastante importante, de fato.
00:37Pois é. O Propag é um programa que permite aos estados renegociar as dívidas com a União.
00:42A iniciativa substitui o regime de recuperação fiscal, o RRF, que foi implantado em Minas Gerais via decisão judicial.
00:48O RRF recebeu muitas críticas por limitar os investimentos dos estados e exigir uma série de
00:53medidas de austeridade, como a paralisação de concursos públicos. Já o Propag, por sua vez,
00:58flexibiliza os pagamentos das dívidas dos estados e até mesmo permite com que os juros diminuam.
01:03Mas para que isso seja feito, é preciso que o governo estadual cumpra uma série de requisitos,
01:07o que tem causado embates entre o governo Zema e a oposição na Assembleia Legislativa.
01:12E, Bernardo, a dívida hoje de Minas, com a União, ela é muito grande. Ela está orçada,
01:17está estimada em R$ 170 bilhões. Só para você ter uma ideia,
01:22o orçamento deste ano foi estipulado em R$ 126 bilhões. Ou seja, a dívida de Minas com a União,
01:30ela ultrapassa um ano de arrecadação do estado. Quais seriam os benefícios que Minas teria em aderir ao Propag?
01:38É, essa dívida é uma dívida já impagável. O Propag, ele determina, o primeiro ponto mais importante dele,
01:45é que as dívidas dos estados sejam divididas em 30 anos. Então, ela vai ser parcelada por um período muito longo,
01:51o que torna mais execuível. O regime de recuperação fiscal, em comparação,
01:56ele determina uma série de adequações do orçamento do estado para poder fazer essas medidas de austeridade
02:03e o estado ter, em algum momento, condições de pagar a dívida.
02:08Mas ele não determina, por exemplo, que a dívida seja de fato paga.
02:10O Propag vem e apresenta essa possibilidade de você dividir em 30 anos.
02:15E, além disso, você pode abater parte da dívida, reduzir os juros,
02:18e a gente já fala desses mecanismos. Mas só de você conseguir pegar a dívida e dividir,
02:24colocar ela em parcelas menores, a perder de vista, você já torna com que esse valor enorme,
02:30maior que o orçamento, já caiba dentro do orçamento dos estados.
02:34Então, esse é um diferencial do Propag, que diferente do regime de recuperação fiscal,
02:39é um projeto feito e pensado justamente para que a dívida seja paga.
02:43Não é mais um programa de adequação do seu orçamento, é um programa para você dividir ali,
02:49estabelecer as parcelas e pagar mesmo um valor que, depois desse período esperado,
02:54é que a dívida seja completamente quitada.
02:56Você comentou sobre essa questão do abatimento da dívida, a questão dos pontos percentuais.
03:01Como que isso funciona? Se o estado cumpre certos requisitos, ele ganha benefícios dentro do Propag,
03:06tem níveis? Como que é isso?
03:07Isso. Existe uma crítica muito grande dos estados, há mais de duas décadas,
03:12e de Minas Gerais ele está nesse rol de estados que tem um orçamento comprometido pela dívida,
03:17que os juros cobrados pela União são juros muito altos.
03:21Existe até, é usado o termo dentro do meio político,
03:25são juros de agiotagem, para poder evidenciar o quão altos são esses juros.
03:30A dívida remonta ao final do século passado,
03:33e ao longo desse tempo vários indexadores diferentes foram colocados para determinar qual seria o juros dessa dívida.
03:42Hoje o indexador é o IPCA, que determina a inflação, mais 4% da dívida ao ano.
03:47Então é um valor muito alto,
03:49e aumenta muito ao longo do ano o valor dessa dívida.
03:54E é por isso que ela chegou nesse valor estratosférico de R$ 170 bilhões.
03:58O estado não foi contratando novos serviços, novos empréstimos, e esse valor foi aumentando.
04:02É tudo juros em cima de juros.
04:05O Propag determina alguns mecanismos, sim, para poder não só você dividir essa dívida em parcelas de 30 anos,
04:14mas também reduzir os juros que são cobrados.
04:16Então você vai abatendo ponto percentual por ponto percentual.
04:20Existem três modos mais bem estabelecidos dentro do Propag
04:25para poder os estados aderirem a esse modelo de refinanciamento da dívida.
04:28O que Minas Gerais está utilizando, o próprio governo do estado e os deputados estão analisando,
04:34é um modelo que você vai lá abater 20% do valor total da dívida.
04:42Então, nesse caso, a gente está falando de R$ 170 bilhões.
04:44Você vai chegar ali em R$ 34 bilhões, abater esse valor, e você tira dois pontos percentuais dos juros.
04:50Os outros pontos percentuais você abaixa da seguinte maneira.
04:53Um ponto percentual você retira com investimentos dentro do estado,
04:59investimentos que vão ser autorizados pelo governo federal.
05:01Então esse 1% de economia que você vai ter, você deixaria de pagar 1% de juros,
05:06mas você não vai pegar esse dinheiro e colocar no caixa.
05:08Você vai reinvestir ele dentro do estado, em ações de infraestrutura,
05:13de segurança pública, educação profissionalizante.
05:16Existe um rol lá de medidas que podem ser implantadas.
05:19E o outro 1% é no Fundo de Equalização Federativa,
05:22que é um fundo que foi criado durante a tramitação do Propag
05:25para atender os estados que não estão endividados.
05:28Então existia um medo ali, dentro da tramitação do Propag, no Congresso Nacional,
05:32de que os estados que estão numa situação tranquila com a União falassem
05:35por que eu vou querer aprovar esse projeto,
05:37se afinal de contas a situação fiscal do meu estado é estável.
05:41E eu vou criar um programa para poder favorecer um estado que está com a situação fiscal ruim.
05:45Então o Fundo de Equalização foi pensado para poder ser uma forma de redistribuir
05:51também a dívida entre as outras 27 unidades federativas do estado.
05:56E cumprir cada um desses requisitos diminuiu um ponto percentual?
06:01Nesse modo que Minas discute o ingresso no Propag,
06:05você diminuiria dois pontos percentuais com o abatimento de pelo menos 20% da dívida.
06:10A gente já fala como isso pode ser feito.
06:12Um ponto percentual com o investimento no Fundo de Equalização
06:16e um ponto percentual com a utilização dessa economia
06:19para o investimento dentro do próprio estado.
06:21Isso é muito interessante porque é uma diferença bem crucial em relação ao RRF.
06:28Porque o regime de recuperação fiscal determina que o estado adote medidas de austeridade
06:32justamente para, olha, você vai pagar um valor menor da dívida,
06:36você vai adequar o seu orçamento,
06:38mas para isso você precisa limitar bastante o seu investimento.
06:40O Propag até preconiza o contrário.
06:43Você vai economizar em juros aqui,
06:46mas a gente não quer que você pegue esse dinheiro e coloque em caixa.
06:49Ele precisa ser reinvestido dentro do estado.
06:52Então também tem essa diferença.
06:53Recapitulando, Minas cumprindo os requisitos diminuindo esses quatro pontos percentuais,
06:58os juros ficariam como?
06:59Os juros ficariam só a inflação.
07:00Então é como se não tivesse um aumento real da dívida.
07:04Só o IPCA seria utilizado para corrigir.
07:06Só para passar bem rápido, falando sobre o fundo de equalização dos outros estados,
07:13vale lembrar que o Propag nasceu de um projeto discutido entre o então presidente do Congresso,
07:19que era o Rodrigo Pacheco, um senador mineiro,
07:21e vários deputados aqui de Minas Gerais que eram muito relutantes à ideia de aprovar o regime de recuperação fiscal.
07:28Então eles começaram a articular para criar uma alternativa.
07:31E o Propag teve que ser aprovado.
07:33Foi um projeto de lei complementar, aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
07:38aprovado por unanimidade.
07:39Então a gente está falando de uma tramitação que também aconteceu em Brasília.
07:43E agora ela está em uma fase de discussão na Assembleia aqui em Belo Horizonte.
07:47E o Propag substitui o RRF.
07:50Isso, para você aderir...
07:51As regras até agora, aquelas regras do RRF de suspensão de concursos públicos,
07:56de limitação de investimentos, elas, com o Propag sendo aprovado, elas caem por terra.
07:59Isso, é. O governo, cada estado vai definir como vai aderir ao Propag.
08:04Isso aí é uma prerrogativa de cada estado, porque, obviamente, cada um tem a sua situação fiscal,
08:09cada um tem as condições de aderir de uma forma mais específica.
08:15Mas uma determinação comum de todos eles é que, para você, a Assembleia Legislativa de cada estado
08:22vai autorizar que o estado faça adesão.
08:25Se o estado já está no RRF, que é o caso de Minas Gerais, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul,
08:30ele adere ao Propag e sai do RRF.
08:34É uma prerrogativa de adesão ao Propag e deixar o regime de recuperação fiscal.
08:39Perfeito.
08:39Nesse ponto de abatimento das dívidas, para que Minas atinja esses 20%,
08:44está em discussão a privatização da Copasa e da CMI.
08:49É uma pauta que o governo Zema tem desde que foi eleito pela primeira vez lá em 2019.
08:53E também existe a possibilidade da federalização da Codemig,
08:59Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais,
09:01e também da Codenge, além da empresa mineira de comunicação.
09:04Enfim, são duas coisas diferentes, privatização e federalização.
09:08Qual a diferença entre elas?
09:09É, é bom entender que isso é uma especificidade de Minas Gerais.
09:13Minas Gerais tem muitos ativos em empresas estatais,
09:16diferente da realidade de outros estados.
09:18E foi até pensando nisso que o Pacheco incluiu essa possibilidade.
09:21Ele é um senador mineiro, sabia desse caso sui generis de Minas,
09:25que poderia abater a dívida utilizando as estatais.
09:29A ideia de privatização e federalização, nos dois casos,
09:32o Estado perderia esse ativo.
09:35No caso da federalização, ele passaria o comando para o governo federal.
09:39Então, o governo federal avaliaria, olha, a Codemig vale X,
09:43eu pego o comando da Codemig, passo a administrá-la,
09:47passo a gerir também o lucro que essa empresa dá,
09:49e o valor que eu orçar da Codemig,
09:52que quem vai fazer isso é o BNDES,
09:54o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
09:57ele vai ser abatido da dívida.
09:59Isso é federalizar.
10:00A privatização é o modelo tradicional, né?
10:02Você vai pedir para que a Assembleia autorize a privatização daquela empresa,
10:07e vai se abrir um leilão,
10:09a iniciativa privada vai investir o lance que for, né,
10:12mercadológico ali, para poder comprar aquela empresa,
10:16e aí o Estado poderia usar esse valor da compra da empresa
10:20para abater a dívida também,
10:22é o que argumenta o governo Zema,
10:25no caso da CEMIG e da Copasa, por exemplo.
10:27Entendi.
10:28Então, assim, porque a questão das estatais,
10:29ela afeta diretamente a vida das pessoas,
10:32e as estatais mineiras,
10:33elas estão sendo consideradas para o abatimento das dívidas.
10:37Sendo privatizadas,
10:38o que vai mudar na vida das pessoas é que Copasa e CEMIG
10:40passariam a ser administradas pela iniciativa privada,
10:43com toda a lógica da iniciativa privada,
10:45enquanto que Codemig, Condenge e Empresa Mineira de Comunicação,
10:49elas passariam para a mão do governo federal.
10:51Continuaria sendo ainda empresas públicas,
10:54mas pertencendo ao governo federal,
10:56pertencendo à União.
10:57É, dessas, de todos esses ativos,
10:59o único que já foi aprovado dentro da Assembleia Legislativa
11:02é a Codemig e a Codenge.
11:04E ele foi um texto com várias emendas apresentadas
11:06durante o processo de tramitação.
11:08O que os deputados estaduais determinaram
11:10na aprovação desse projeto?
11:12Que ela só pode ser federalizada.
11:14Não existe mais a possibilidade de privatização
11:17de Codemig e Codenge.
11:19Então, essa é uma questão.
11:20As outras ainda estão em meio a um processo.
11:22A EMC, por exemplo,
11:24o principal ativo delas são as antenas de transmissão.
11:27Pode ser ainda que ela seja privatizada.
11:29Não quer dizer que ela vai ser feita.
11:31Ainda está em aberto.
11:31Ainda está em aberto.
11:32CEMIG e Copasa,
11:34o governo do estado não trabalha com outra ideia
11:37que não seja a privatização.
11:38Eles têm alguns argumentos.
11:40O principal argumento, no caso da CEMIG, por exemplo,
11:43é que a CEMIG já é uma empresa de capital aberto.
11:46E Minas Gerais, o estado, tem 17% das ações.
11:51E dentro do regime da empresa, estatutário da empresa,
11:55é determinado que os acionistas minoritários
11:58podem exigir a compra das ações
12:00no caso de uma troca de comando.
12:02E eles entendem que uma federalização
12:04seria uma troca de comando.
12:05Então, Minas Gerais abateria os 17% com a federalização,
12:09mas seria obrigado a comprar as ações
12:11de todos os acionistas minoritários.
12:13E aí, no cálculo que o vice-governador Matheus Simões faz
12:15e apresentou na Assembleia,
12:17isso seria, na verdade, um movimento que faria Minas perder
12:19e não ganhar dinheiro.
12:20Então, eles querem...
12:21Só que aí tem uma discussão mais política, né?
12:24Porque isso sempre foi uma ideia do governo Zema
12:26e ela estava ali meio encostada na Assembleia
12:29e ganhou nova vida, né?
12:30Ressuscitou com o Propag.
12:32Então, tem essa análise, né?
12:33O Zema sempre quis privatizar o sistema
12:35de abastecimento, de saneamento básico
12:38e de energia dos mineiros.
12:40E tem uma outra questão também,
12:42que diferente da Codemig,
12:43embora a Codemig seja uma empresa
12:44de extração de nióbio,
12:46que também tem um envolvimento com terras raras,
12:48uma empresa muito lucrativa para o estado,
12:51ela não está tão presente na vida das pessoas, né?
12:53A Codemig, Copasa, quem mora em Minas Gerais,
12:56sabe o que é, sabe a marca, né?
12:59Liga a torneira, se não sai água,
13:01sabe o que é a Copasa,
13:02tem algum problema de energia,
13:03sabe o que é a Codemig.
13:04É uma empresa que faz parte do nosso cotidiano.
13:07Aí tem esse outro aspecto também,
13:09que para poder se desfazer de Codemig e Copasa,
13:12existe uma necessidade ali de convencimento
13:15e tem um risco de perda de capital político
13:18muito grande, inclusive,
13:20desde o governo de Itamar Franco,
13:22aqui em Minas Gerais,
13:24se o governo,
13:26um executivo estadual,
13:28quiser vender esse amigo Copasa,
13:29precisa de um referendo.
13:31A população precisa ser ouvida
13:33para autorizar se pode ou não pode vender
13:35essas empresas.
13:35Não é só dar uma canetada?
13:37Não é.
13:37Inclusive, assim,
13:38nem a própria Assembleia
13:39pode autorizar o governo.
13:42Precisa de um referendo.
13:43Existe hoje dentro,
13:44isso está na Constituição de Minas Gerais,
13:46existe hoje na Assembleia
13:47uma PEC,
13:48que é uma proposta que altera,
13:50proposta de emenda à Constituição,
13:51que o governador Zema já enviou também,
13:53que ela retira justamente
13:55a necessidade do referendo.
13:57Então,
13:57isso também está sendo discutido
13:58em meio ao propaganda,
13:59uma discussão paralela,
14:01mas essa retirada do referendo,
14:03que aí vai desobrigar
14:04o governo a ter que consultar
14:07a população,
14:08também está sendo discutido
14:09na Assembleia,
14:09é um tema complicado,
14:12o governo vai ter que gastar
14:13muita saliva ali com os deputados,
14:15mas é uma discussão
14:15que está sendo colocada.
14:16Falando em Assembleia,
14:18o governo estadual enviou uma lista
14:20há alguns meses
14:21com mais de 300 imóveis,
14:23esperando a aprovação dos deputados
14:25para que eles pudessem ser federalizados.
14:27E nessa lista,
14:28tem imóveis que são
14:29parte, assim,
14:31digamos,
14:32da cidade mesmo.
14:33Tem a cidade administrativa,
14:34que é onde fica a secretaria,
14:36onde fica a administração
14:37do governo estadual.
14:38Na lista também tem o Hospital
14:39Risoleta Neves,
14:40tem o Palácio das Artes,
14:41o Minas Centro,
14:42o Expo Minas,
14:42e tem até imóveis
14:44pelo interior afora
14:45que servem como
14:46fóruns de justiça
14:47e que são utilizados
14:48pela administração municipal
14:49das cidades do interior,
14:52enfim.
14:53O que aconteceria
14:54se esses imóveis
14:55fossem,
14:56se eles forem federalizados?
14:58Porque tem essa possibilidade.
14:59E é atrativo para a União
15:00tomar esses imóveis para si?
15:02É,
15:02esse projeto
15:03foi um projeto
15:03que causou
15:04uma celeuma muito grande,
15:06uma discussão
15:07quando ele foi apresentado
15:08na Assembleia,
15:08porque eram muitos imóveis
15:10e eram imóveis
15:10que estão sendo utilizados
15:12para prestar serviços
15:14à população.
15:15A gente está falando
15:16inclusive de imóveis
15:17que já estão cedidos
15:18à iniciativa privada,
15:19com concessões,
15:19como é o caso
15:20do Expo Minas,
15:21é o caso do Minas Centro também.
15:24Então,
15:25causou uma grande discussão
15:27e os deputados
15:28foram apresentando emendas
15:29para poder ir retirando
15:31imóvel por imóvel.
15:32Assim,
15:33esse imóvel aqui
15:33é um exemplo,
15:34não sei se é exatamente isso,
15:35mas esse imóvel aqui
15:36é a Prefeitura
15:37de Patos de Minas
15:38funciona aqui.
15:39Como é que vai fazer?
15:40Vai vender esse imóvel?
15:41Vai federalizar?
15:43E a Prefeitura
15:44vai para onde?
15:45Tem o caso do Risoleta Neves,
15:47o caso do Palácio das Artes.
15:49Se esse projeto andar,
15:51ele ainda está
15:51na Assembleia parada,
15:52é muito provável
15:54que essa lista
15:54seja reduzida
15:55a 25%
15:56ou até menos
15:57desses 300 imóveis
15:58que Minas Gerais
15:59colocou.
16:00E até por isso também
16:01vai ter um valor financeiro
16:03muito pouco significativo
16:04em relação
16:05ao abatimento da dívida.
16:06A gente está falando
16:07de bilhões,
16:08centenas de bilhões
16:09de reais.
16:10Então,
16:10é um número
16:11exorbitante.
16:13Um imóvel,
16:14o outro,
16:14não vai dar conta
16:15de fazer,
16:17vai ter um impacto
16:18nessa discussão.
16:19Agora,
16:20um outro ponto interessante
16:20também foi levantado
16:21nesse projeto
16:23de lei enviado
16:23é que o projeto
16:24traz essa lista
16:26dos imóveis
16:26e ele propõe
16:28federalizar
16:28ou privatizar.
16:29No caso
16:30de uma privatização,
16:32se não houver
16:32nenhum interessado
16:33num primeiro leilão,
16:34o valor do imóvel
16:35pode cair
16:36até 40%.
16:37Quase metade.
16:39Então,
16:39essa foi outra crítica
16:40muito grande
16:40a esse projeto.
16:41O valor dos imóveis
16:42já nem faria
16:43tanta diferença
16:44no volume necessário
16:45para abater a dívida
16:46e ainda corre risco
16:46de,
16:47não sendo federalizado,
16:48ser vendido
16:49por 40% menos.
16:50É.
16:50Então,
16:51assim,
16:51teve uma crítica gigantesca
16:53e acho que até
16:54pegou mal para o governo.
16:55Ficou com uma ideia
16:56meio de entreguismo
16:58do bem público
16:59à iniciativa privada
17:00a qualquer custo.
17:02Porque você diminuir
17:03o valor
17:03é uma diminuição
17:06muito gritante.
17:07Então,
17:07esse foi um projeto
17:09que causou burburinho,
17:11causou barulho
17:12e talvez ele tenha
17:12um impacto mais político
17:13do que prático
17:14na negociação do Propag.
17:16Talvez ele não seja
17:17nem votado,
17:17porque a Codemig,
17:20Cemig,
17:20a EMC,
17:21os imóveis da UENG
17:22têm um peso maior
17:25nessa discussão
17:25do que essa lista
17:26dos imóveis
17:27do ponto de vista
17:28prático,
17:29não político.
17:30Para a gente finalizar
17:30essa edição
17:31do Explica Esse Trem,
17:32quais são os próximos
17:33passos do Propag?
17:34O que vai vir
17:35nos próximos meses?
17:36A gente teve agora,
17:37em julho,
17:37o recesso parlamentar.
17:39Em agosto,
17:39voltam as atividades
17:41da Assembleia.
17:43E nesse ínterim
17:44que os deputados
17:45ficaram de recesso,
17:47o comitê do Propag,
17:48que é chefiado
17:49pelo Matheus Simões,
17:51definiu as prioridades.
17:52E as prioridades
17:52para ele são
17:53a CEMIG e Copasa.
17:54Então,
17:55ele quer realmente
17:56avançar com a discussão
17:57da retirada do referendo
17:59e avançar com a discussão
18:00da privatização
18:01de CEMIG e Copasa,
18:03porque,
18:04embora ele possa
18:05federalizar a Codemig,
18:06e a Codemig,
18:07há uma discussão
18:08de que talvez
18:09ela já valha,
18:10um valor muito próximo
18:11desses 20%,
18:12não tem garantias,
18:15porque não é só
18:15o governo de Minas
18:16ser autorizado
18:17a oferecer os ativos
18:18para o governo federal.
18:19O governo federal
18:20tem que querer.
18:20O governo federal
18:21tem que querer.
18:22Ele tem que olhar
18:22para aquele ativo,
18:23ele vai fazer uma avaliação
18:24do preço desse ativo
18:25e vai definir
18:27se ele quer ou não.
18:28Então,
18:28o governo de Minas
18:29trabalha com a hipótese,
18:30diante dessa situação,
18:31de oferecer o máximo possível
18:32para poder ter
18:33uma margem de manobra.
18:35Vale lembrar
18:35que a lista dos ativos
18:36precisa ser apresentada
18:37para o governo federal
18:38até o fim de outubro
18:39e a adesão
18:40precisa ser feita
18:41até o fim de dezembro
18:42de 2025.
18:44Então,
18:44o prazo é muito curto.
18:45Então,
18:46deve vir a cargo
18:47o governo do estado
18:49na Assembleia
18:49para poder tentar discutir
18:50e resolver
18:51esse problema rápido.
18:53Perfeito.
18:54Bernardo,
18:54muitíssimo obrigado
18:55pela sua presença.
18:56Lembrando que o Bernardo
18:57está todas as sextas-feiras
18:58no Política em Pauta.
18:59É,
18:59a gente discute
19:00toda semana
19:01o Propag,
19:02porque daqui a duas,
19:04três semanas
19:04toda essa discussão
19:05vai ter novos capítulos,
19:07mas o importante
19:08é que a gente conversou aqui,
19:09dá para entender
19:10o que é o Propag,
19:12o que está sendo colocado
19:13em jogo.
19:13Denis,
19:14obrigado pelo convite.
19:15Eu te agradeço
19:16e o Explica-se Trem
19:17fica por aqui.
19:18Para acompanhar
19:19as próximas movimentações
19:20na adesão de Minas
19:21ao Propag
19:22e para ficar bem informado
19:23do que de mais importante
19:24acontece em Minas Gerais,
19:25no Brasil e no mundo,
19:26siga o site
19:27do Estado de Minas,
19:28em.com.br.
19:30Lembrando que o Explica-se Trem
19:30também está disponível
19:31nos aplicativos de podcast,
19:33para que você ouça
19:34quando quiser,
19:35do jeito que quiser.
19:36Te espero na próxima semana.
19:37Até mais.
19:38Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
19:43Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
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