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O presidente francês Emmanuel Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado Palestino na Assembleia da ONU. A medida visa capitanear um movimento global em defesa da solução de dois Estados. O professor Ricardo Leães analisa os impactos diplomáticos dessa iniciativa e explica os interesses de Israel em relação ao território da Cisjordânia.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/dys77N20eY8

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Transcrição
00:00A disputa eterna entre Israel e Palestina teve novos capítulos nesta semana.
00:06No Knesset, o parlamento israelense, 71 deputados votaram a favor de uma moção
00:12defendendo a anexação do território da Cisjordânia ocupada.
00:17O texto diz que Israel possui um direito natural, histórico e legal sobre a região
00:22e afirma que a medida fortalece o Estado israelense e a segurança do país.
00:27A autoridade palestina, responsável oficial pela governança da Cisjordânia,
00:32afirmou que a votação é um ataque direto aos direitos da população
00:36e que as ações unilaterais de Israel são uma violação do direito internacional.
00:41Vamos dar uma olhadinha no mapa para mostrar aqui a situação entre Israel e Cisjordânia.
00:46Essa região que está pintada aqui em laranja, vermelho, quase, é a Cisjordânia.
00:50Em inglês, ela é conhecida como West Bank, por estar na margem ocidental do Rio Jordão.
00:55Tudo que vocês estão vendo aqui de fronteira com Israel é murado.
00:59Não há possibilidade de passagem fácil entre um lado e outro, conhecido até como o Muro da Vergonha.
01:05Originalmente, segundo a ONU, esse território deveria fazer parte do chamado Estado da Palestina.
01:10Só que isso nunca saiu do papel.
01:12Até 1967, essa região era administrada pela Jordânia, que está aqui ao lado.
01:18Mas passou a ser ocupada por Israel depois da Guerra dos Seis Dias.
01:23Hoje, a Cisjordânia é dividida em três áreas.
01:25As áreas A e B, administradas pela Autoridade Nacional Palestina.
01:29E a área C, ocupada por Israel, em um movimento considerado ilegal pela lei internacional.
01:36Aqui, nesse espaço pequeno, vivem entre 2 a 3 milhões de pessoas,
01:41incluindo quase 500 mil judeus israelenses, em assentamentos,
01:45que têm ficado cada vez maiores nos últimos meses.
01:49Os israelenses, inclusive, chamam essa região de Judéia e Samária.
01:53E dizem que tem soberania sobre toda a área.
01:57Só que a discussão, nessa semana, não parou por aí.
01:59Na quinta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron,
02:02anunciou que o país vai reconhecer o Estado palestino em setembro,
02:07durante a Assembleia Geral da ONU.
02:08E aí, a gente tem uma outra arte para trazer, porque essa medida é histórica.
02:13São mais de 140 países que reconhecem a Palestina oficialmente como Estado,
02:18incluindo o Brasil.
02:19Nesse mapa, todos os países pintados de vermelho.
02:22Mas a França se tornou o primeiro país do G7 a adotar essa postura,
02:28o que pode influenciar outros Estados a irem pelo mesmo caminho.
02:32Se a gente olhar aqui no mapa, por exemplo,
02:34muitos países europeus não reconhecem a Palestina como Estado.
02:39O Canadá, grande aliado dos Estados Unidos, também não.
02:42Dos Estados Unidos, obviamente, muito menos.
02:44A Austrália, um dos principais nomes do Hemisfério Sul,
02:48que não faz parte do Sul Global, mas que está ali no Hemisfério Sul,
02:52também não reconhece a Palestina.
02:54Macron afirmou que a medida é fiel ao compromisso histórico,
02:58com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio.
03:01O anúncio foi comemorado pelas lideranças palestinas,
03:05mas rejeitado por Israel.
03:07O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu,
03:09afirmou que os palestinos não querem um Estado ao lado de Israel,
03:13e sim um Estado no lugar de Israel.
03:16Os Estados Unidos também foram contrários,
03:19e segundo o secretário do Estado, Marco Rubio,
03:21a decisão serve como propaganda para o Hamas
03:24e adia a paz na região.
03:27Agora, uma coisa é o apoio da comunidade internacional
03:29pela criação do Estado palestino.
03:32Agora, outra coisa é isso acontecer de fato.
03:36Foi isso que a gente perguntou para o professor Ricardo Leães.
03:40Eu acho que tem duas questões importantes.
03:42Primeiro, qualquer país, para que ele exista de fato,
03:45ele precisa...
03:46Primeiro, ele tem que existir de fato,
03:48e ele tem que ser reconhecido pelos demais.
03:51No caso da Palestina, de alguma forma,
03:52ele está acontecendo no sentido contrário.
03:55Ele não existe de fato,
03:56mas ele está sendo reconhecido pelos demais.
03:58Nesse sentido, é possível
04:00que haja realmente uma sinalização positiva
04:04sem que necessariamente ocorram medidas concretas.
04:08Para que esse reconhecimento formal
04:11se torne efetivamente na criação de um Estado palestino,
04:14sem dúvida,
04:15deveria haver uma pressão efetiva
04:17da comunidade internacional
04:19sobre o Estado de Israel.
04:21E o que a gente está vendo
04:22nos últimos anos, em especial,
04:24é que não há qualquer interesse
04:26dos israelenses em permitir
04:28a criação de um Estado palestino.
04:31Isso, inclusive, na verdade,
04:33não constitui uma novidade.
04:34Mesmo lá nos anos 90,
04:36num período em que havia negociações
04:39para a criação de um Estado palestino,
04:41momento em que a Organização para a Liberação da Palestina
04:43reconheceu o Estado de Israel,
04:45mesmo nessa época,
04:46Israel apenas falava em uma entidade palestina.
04:49Ou seja, não falava exatamente
04:51em um Estado palestino.
04:53Havia uma discordância muito grande,
04:55um receio quanto a essa possibilidade.
04:57Então, de fato,
04:58sem uma pressão concreta
04:59sobre o Estado de Israel,
05:01é impossível que o Estado palestino
05:03saia do papel.
05:04Essa que é a grande questão,
05:05porque não basta a comunidade internacional
05:07falar que apoia um Estado palestino,
05:09sendo que isso depende também
05:10de quem tem a caneta lá em Israel,
05:12no caso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu,
05:14e isso é considerado fora de cogitação
05:17pela classe política israelense.
05:18A gente também perguntou
05:20sobre o que está por trás
05:21da tentativa de anexação da Cisjordânia
05:23por parte de Israel,
05:24um tema que também não é novidade.
05:27Um dos motivos pode ser
05:28a vantagem geográfica para a defesa militar.
05:31Ela é contraproducente
05:33no sentido de quem quer a paz
05:35e de quem deseja que os palestinos
05:36tenham o seu próprio Estado.
05:38Agora, se a gente pegar a história
05:39do movimento sionista
05:41e a história do Estado de Israel,
05:43se trata, na verdade,
05:44da consolidação de um processo
05:46que vem há muito tempo.
05:47Como tu bem colocaste,
05:49essa região da Cisjordânia,
05:51ela tem,
05:52além de tudo,
05:53ela tem duas importâncias fundamentais.
05:54A primeira delas
05:55é uma importância histórica.
05:57Não é fortuito
05:58que os israelenses
05:59chamem essa região
06:00de Judeia e Samaria,
06:01porque é realmente
06:02uma referência
06:03ao antigo império
06:05de Israel no passado.
06:06Então, eles têm realmente
06:07um componente simbólico
06:09muito grande
06:10em relação a essa região.
06:11Além disso,
06:12essa região é muito importante
06:13do ponto de vista geopolítico,
06:15porque ela é uma região
06:16pontuada por muitas montanhas.
06:19E, nas relações internacionais,
06:22nos estudos de guerra,
06:23essas regiões montanhosas,
06:25elas são sempre benéficas
06:26para o país que as tem
06:27para ele se proteger
06:28de um eventual invasor.
06:30E, por outro lado,
06:31quando um país
06:32tem essas montanhas
06:33olhando para um inimigo
06:34não montanhoso,
06:35ele está numa posição
06:36de vantagem.
06:37Então, também por conta disso,
06:39pelas razões geopolíticas,
06:41os israelenses
06:41não têm vontade
06:42de permitir a criação
06:44de um Estado palestino
06:45numa região montanhosa
06:46que estaria de olhos
06:48para todo o território
06:49atual de Israel.

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