Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • hoje
No Visão Crítica, Antonio Corrêa de Lacerda, Marcus Vinícius de Freitas e José Luiz Pimenta Junior expressam surpresa com o anúncio de tarifaço de Trump e a crescente interferência americana nos assuntos brasileiros. Primeiro com a carta defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e agora, com a recente investigação dos EUA sobre o PIX e a venda de produtos na Rua 25 de Março, revelando um aprofundamento do conflito comercial e político.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/iUPLu-ocgeE

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#VisãoCrítica

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E começo com o professor Lacerda. Primeira questão, Lacerda, é o seguinte,
00:05foi uma surpresa para você a adoção dessas tarifas e da forma como elas foram adotadas?
00:11Foi, sim, uma surpresa, Vila, porque, primeiro, porque o Brasil já tinha sido taxado junto com outros países
00:19naquela tarifa mínima, vamos dizer, de 10% dentro daquela tábua que o Trump apresentou, né?
00:28E depois a justificativa, né? A justificativa ali feita sem a menor...
00:34Provavelmente ele não ouviu seus assessores técnicos, porque ele cita dados equivocados,
00:40por exemplo, o Brasil tem déficit comercial com os Estados Unidos.
00:44E lá ele diz o contrário, que os Estados Unidos teriam déficit com o Brasil.
00:51Mistura uma série de fatores econômicos e políticos, né?
00:55Econômicos com dados errados, alguns nem sempre de forma explícita, apenas mencionada,
01:04mas há certamente o problema das big techs, né?
01:07Que é de alto interesse dos Estados Unidos, que está lá delineado.
01:13E uma desinformação enorme sobre as instituições brasileiras, né?
01:19Do ponto de vista político, ele também desconhece e imputa ao problema Jair Bolsonaro uma acusação de corrupção,
01:27que não está em jogo, pelo menos não é o foco principal.
01:33E confundindo também, entendendo que talvez o poder judiciário seria subordinado ao executivo,
01:40quando nós temos aquela coisa dos pesos e contrapesos dos poderes executivo, legislativo e judiciário.
01:48Então, surpreende, primeiro, com um certo amadorismo, né?
01:52Na justificativa, no formato.
01:55E algo que também, do ponto de vista econômico, ser de fato praticado é um tiro no pé do próprio Estados Unidos.
02:03Não por acaso, há empresas norte-americanas sediadas nos Estados Unidos e as suas filiais no Brasil,
02:10alertando para o impacto da medida.
02:13Porque se você tiver um encarecimento das importações de insumos, matérias-primas e mesmos produtos,
02:21isso vai contra os interesses dos Estados Unidos, né?
02:24Então, essa configuração está a exigir uma mobilização, como tem sido feita do governo brasileiro,
02:32em mobilizar as empresas envolvidas, né?
02:36O setor empresarial e a própria sociedade.
02:39Porque, se a gente pegar os acontecimentos mais vezes, até 25 de março entrou.
02:45Entrou na justificativa, né?
02:46De uma forma totalmente enviesada.
02:51Professor Marcos Vinícius de Freitas, justamente pegando esse gancho do Lacerda,
02:55sobre até 25 de março entrou no discurso oficial do governo americano.
03:00Até a questão do PICS, mas a 25 de março é realmente um detalhe tão pequeno,
03:06num contexto tão complexo e da maior potência econômica,
03:09que chama atenção sobre quais são os quadros existentes no governo americano,
03:14que fundamentam a política hoje americana, especialmente a política econômica e a política exterior.
03:21Porque é uma coisa, convenhamos, menor.
03:23Com a sua experiência na China, como é que dá para comparar a resposta brasileira,
03:28ao menos até o momento?
03:30É bom lembrar que as tarifas começam a entrar em vigência dia 1º de agosto.
03:34E quando as pressões sempre muito grandes e maiores,
03:37inclusive porque o volume é muito maior, de comércio,
03:40e no caso dos Estados Unidos tem um comércio deficitário com a China,
03:43no caso da China, dá resposta do que você sentiu na sua vida profissional
03:47e acompanhando o dia a dia?
03:50Boa noite, professor Vila.
03:51É um prazer estar com o senhor, também, novamente, aqui, conversando.
03:57Eu até escrevi um artigo sobre isso no Diário de São Paulo.
04:00Não estou fazendo merchan, não é, nesse processo todo.
04:03Mas, fazendo uma comparação daquilo que eu vi na China e daquilo que eu tenho observado no Brasil.
04:09E não há dúvida de que, no caso chinês, chegou a 145% àquilo que o Trump anunciou
04:17como medidas que ele faria de taxação e de tributação dos produtos chineses.
04:22E não houve dúvida de que os chineses disseram que fariam até 125%,
04:26mas os chineses chegaram a um ponto que disseram, olha, passou de 40%, não é mais imposto,
04:32não é mais tarifa, é embargo.
04:34Então, nós temos aqui uma situação em que o presidente dos Estados Unidos e o governo americano
04:39está efetivamente fazendo embargo à China.
04:42E aí, poderia ir o mundo inteiro dizendo que a China tinha uma dependência dos Estados Unidos,
04:48que os chineses iriam rapidamente sucumbir àquela situação toda.
04:53Mas o que eu notei foram três coisas ali que eu achei muito interessantes.
04:56Em primeiro lugar, eu vi um reconhecimento de que estavam sob ataque.
05:03Isso é fundamental.
05:05O país está sob ataque.
05:06E isso é relevante com relação a um processo seguinte que aconteceu,
05:14que foi, se o país está sendo atacado, nós temos de nos unir contra o inimigo externo.
05:20E daí é que veio o fato de que os chineses aceitaram impor sanções aos Estados Unidos,
05:26reconhecendo também que deveriam, não somente corresponder na medida,
05:32mas que deveriam apoiar o governo nesse processo todo.
05:36E a gente sabe, todo mundo acha que a China é um monolito, que todo mundo acredita na mesma coisa.
05:44E não, existem vários questionamentos com relação à posição do governo em determinadas situações,
05:48mas aqui houve algo muito de aproximação.
05:51A gente chama também de race to the flag, né?
05:54Vamos proteger a bandeira do nosso país.
05:57E a terceira coisa é a crença de que eles tinham os instrumentais no lugar para evitar que determinadas coisas acontecessem.
06:07Coisa que o Brasil, infelizmente, não tem, porque nós entramos no campo de batalha completamente desprotegidos.
06:14Os chineses podem viver sem WhatsApp, os chineses podem viver sem Instagram, os chineses podem viver sem o GPS.
06:23Coisas que o governo americano administra, alguns através de suas empresas, mas o GPS, por exemplo, é uma tecnologia militar,
06:30administrada pelos militares.
06:32Então os chineses entendem que para entrar numa briga grande, você tem que fazer a lição de casa para esse processo.
06:38E aí eu comparo também com uma coisa que aconteceu no Irã, que mesmo atacado por Israel,
06:44a despeito de todas as coisas que nós observamos no governo de Teherã,
06:49a população ainda assim foi e protegeu e se juntou ao redor do seu líder, no sentido de entender que estavam sob ataque.
06:58No Brasil, diferentemente, nós começamos a ver aqui uma série de opiniões.
07:03E eu sempre comentei, e eu comentei outro dia com um amigo meu, dizendo o seguinte,
07:07o próprio entróito da carta, quando fala ali de Bolsonaro, aplica aquele princípio de dividir para conquistar.
07:15Ou seja, quando ele colocou ali a semente Bolsonaro dentro da carta,
07:19ele praticamente conta somente com a polarização do país, que está completamente dividido.
07:26E aí você vê que ao invés de nós nos juntarmos contra um inimigo externo que está atacando,
07:32a posição brasileira foi de cada um por si nesse processo todo.
07:36Então, isso é muito problemático no processo de construção de uma nação,
07:42quando você não consegue encontrar elementos que unifiquem.
07:47Nós tivemos o problema da Covid, não é que o senhor lembrou na conversa que nós tivemos anteriormente,
07:52mas esta falta de compreensão de que o Brasil está sendo atacado neste processo todo é muito grave.
07:59Eu queria perguntar para o senhor José Luiz Pimenta Jr.
08:05A seguinte questão, para o senhor também, foi uma surpresa para o senhor as medidas adotadas,
08:12e amplitude das medidas, agora inclusive com o documento mais recente do governo americano,
08:17incluindo questões até do PIX, que estaria desfavorecendo uma grande big tech americana,
08:23e também até a Rua 25 de Março, tecendo considerações absurdas, inclusive sobre a Rua 25 de Março,
08:31que deixaria provente a Prefeitura de São Paulo indignada, que já fez inúmeros combates à pirataria,
08:37não só lá, e avisando ao Trump e seus aliados, vamos dizer assim,
08:41que tem também a região Brás-Pari, que eles poderiam incluir nessa questão,
08:45onde também há um combate contra a pirataria feita pela Prefeitura.
08:49Eu pergunto ao senhor, como é que o senhor analisa esses últimos acontecimentos?
08:55Boa noite, professor Vila, boa noite, professor Lacerda, professor Marco,
09:00um prazer estar aqui com vocês.
09:02É uma surpresa, vamos dizer assim, previsível, se a gente puder colocar dessa forma,
09:08a surpresa está na magnitude da medida.
09:12Obviamente, quando a gente olha para a magnitude da medida, é uma medida assimétrica,
09:16que coloca o Brasil, dentre os países com que foram tratadas as cartas,
09:23enviadas pelo Trump no domingo, como de maior tarifa,
09:28sendo que é o único que tem superávit, como que os Estados Unidos têm superávit.
09:32É claro que a gente estava numa zona de apreensão de 10%,
09:36então a gente sabia que a gente ia sair com alguma coisa,
09:39porque a medida tarifária é transversal,
09:42isso o setor privado já estava prevendo,
09:45enfim, todo mundo já sabia que ia sair com alguma coisa.
09:48Agora, 50%, há estudos já que comprovam,
09:51vários deles, que a partir de 45%, 40%,
09:56próprios modelos econométricos, microeconômicos,
10:00já comprovam que você já não tem a viabilidade do comércio mais,
10:05praticamente uma sanção específica ali,
10:08ou a um setor, ou a um país como um todo,
10:10como é no caso do que os Estados Unidos estão fazendo com o Brasil,
10:14ou já em alguns setores,
10:15porque a gente olha para algumas medidas já,
10:17a gente está falando aqui de uma medida específica,
10:21mas se você olhar o outro conjunto de medidas,
10:23em relação a aço, alumínio,
10:25isso já transbordou para tarifas bem acima desse montante de 50%.
10:29Então, nesse sentido, quando a gente olha para a tarifa,
10:35ela vinha, porém, não nessa magnitude,
10:38acho que esse é o ponto principal.
10:40Quando a gente olha para o restante da situação como um todo,
10:43a sessão 301, aí sim a investigação da sessão 301,
10:47aí a gente está falando de um longo processo de investigação,
10:51que aí pode culminar com sanções muito mais pesadas,
10:56mais pesadas, inclusive, do que as tarifas de 50%.
10:59Então, a gente está falando de dois momentos diferentes,
11:02dois momentos distintos.
11:03O primeiro momento é agora, com o que está acontecendo,
11:06especificamente até o dia 1º de agosto,
11:08que possivelmente vai culminar com uma tarifa,
11:11oxalá, não de 50%,
11:12que os negociadores consigam negociar isso e cair,
11:15mas de uma outra questão,
11:18que é do longo prazo da investigação,
11:20que aí vão ter elementos comprobatórios,
11:22que a gente pode falar um pouco mais para frente.
11:24Mas são dois momentos distintos,
11:25e o arsenal contra o Brasil é pesado, sim, Vila.

Recomendado