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A reforma ministerial de Lula (PT) estava prevista para janeiro, mas até agora não se concretizou, e novidades são esperadas para o pós feriado.
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Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Transcrição
00:00E o assunto é como anda a tal reforma ministerial de Lula, que seria em janeiro, depois virou fevereiro, março,
00:07e agora a gente está em abril, quase no fim do mês, e muito pouco aconteceu.
00:13Guilherme Resch, temos expectativa de alguma movimentação após esses feriados de sexta e segunda-feira?
00:21Temos sim, Inácio, até porque após o feriado está prevista a posse do novo ministro das Comunicações,
00:27solucionando esse problema em relação à titularidade da pasta.
00:31Houve a demissão do Juscelino Filho, após aquela denúncia da Procuradoria-Geral da República por desvio de emendas parlamentares,
00:39e aí foi anunciado pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Glaze Hoffman,
00:44o novo nome, que é o Pedro Lucas Fernandes, atual líder do União Brasil na Câmara dos Deputados,
00:49e essa aposta está prevista para ocorrer no final do mês, depois do feriado de Páscoa,
00:52até porque o Pedro Lucas foi um pedido dele, de acordo com a Glaze, para que ele tivesse tempo ali para articular a sua saída,
00:59e até ver quem seria o próximo líder, quem vai sucedê-lo como líder do União Brasil na Câmara dos Deputados.
01:05Então tem essa novidade prevista aí, e aí teria essa solução em relação ao problema da titularidade do Ministério das Comunicações,
01:12então a gente pode esperar que de fato ocorra, que depois tenha novas reuniões entre o governo e os partidos,
01:17o próprio presidente Lula, para decidir aí qual o ministério seria alterado,
01:22se continuaria com aquele partido, ou se esse partido iria para outro ministério.
01:27Enfim, além disso, eu apurei também recentemente que está previsto uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
01:34com o presidente da Câmara, Hugo Mota, e com líderes também partidários,
01:38para discutir ali, até se aproximar, na realidade, uma tentativa do governo de se aproximar do Congresso,
01:42de manter uma boa relação, e é possível que nessa conversa também ocorra aí a discussão sobre a composição dos ministérios,
01:50as negociações, que se avancem com as negociações em relação a eventuais trocas dos ministérios.
01:56Essa reunião estava dependendo da agenda, tanto do Lula como do presidente da Câmara, Hugo Mota,
02:00não tem uma data ainda definida para que ela ocorra, mas já está bastante avançada,
02:05seria uma reunião nos mesmos moldes que foi feita no começo deste mês com líderes do Senado,
02:10com líderes do Senado e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na própria residência oficial do Alcolumbre.
02:15Então também ocorreria na residência oficial do Hugo Mota, nesse caso, em relação aos deputados,
02:20e teria ali um caráter um pouco mais informal também, justamente como eu falei nessa tentativa do governo
02:25de se aproximar dos partidos da Câmara e dos líderes partidários, mais especificamente.
02:31Rodolfo Borges, normalmente um governo convida para os seus ministérios expoentes de partidos
02:38que eles querem que sejam da sua base e que, portanto, votem dentro daquilo que eles querem.
02:44Mas a gente teve agora, por exemplo, a pele da anistia, alguns dias atrás,
02:48onde tivemos muitos votos daqueles que têm cargos no ministério.
02:53Isso é sintoma do desprestígio que é ser ministro hoje em dia,
02:57ou é desprestígio de ser ministro deste governo em especial?
03:00É, eu diria que é de qualquer governo do PT, quando você não faz parte do partido.
03:06O PT tem muita dificuldade de dividir o poder, e isso levou, lá na origem,
03:10primeiro o governo Lula ao esquema do Mensalão, depois levou o esquema do Petrolão,
03:15e agora leva a uma perda de valor, digamos assim, dos ministérios.
03:21O ministério tem valor se você tem poder ao comandar esse ministério.
03:25Se você só tem o recurso do ministério, já é alguma coisa, tudo bem,
03:30aí você consegue fazer seus gestos políticos para a sua base.
03:34Agora, o dinheiro, nesse caso, não é o bastante.
03:37O político quer poder, ele quer dividir poder, ele quer compartilhar dos louros pelo que o governo faz.
03:43E o governo PT tem essa marca, o partido tem essa marca, e ele passa para os governos.
03:48Então, isso ocorreu tanto nos dois primeiros governos Lula,
03:51como também no governo da Dilma e agora no terceiro governo Lula.
03:54Com a diferença agora, que é muito pior nesse terceiro governo Lula,
03:59que além de terem ocorrido vários esquemas nos outros,
04:02que tiraram vários petistas do rol possível de convivência política,
04:08e agora alguns deles estão voltando, o José de Seu está voltando, vai querer ser deputado,
04:13nesse governo Lula já tem um desgaste muito grande.
04:16E aí a impressão que fica é que eles se elegeram com esse discurso da frente ampla,
04:20tinha vários partidos juntos, que estavam ali contra o Bolsonaro,
04:25naquele discurso a favor da democracia,
04:27mas quando o governo começou, o mesmo problema de sempre reapareceu.
04:33Os ministros estão ali, mas é como se eles não estivessem.
04:36A base, ela não responde ao fato de o partido ter um ministro do lado do Lula,
04:43porque esse ministro, no final das contas, ele não se sente exatamente do lado do Lula.
04:47E mesmo quando ele se sente, como o caso do Celso Sabino,
04:50que fez gestos recentemente para o Lula, o partido dele não se sente.
04:56O partido está fragmentado.
04:58União Brasil, PSD, esses partidos não têm a unidade que o governo gostaria que eles tivessem
05:03para, ao negociar com o partido, todos os deputados e senadores do partido estivessem juntos.
05:09Isso é muito mais difícil hoje.
05:11No caso do União Brasil, que a gente tratou aqui,
05:14o partido está cogitando fazer uma fusão com outro partido, com o PP.
05:20E aí fica mais difícil ainda, porque se já não tem unidade,
05:23e o União Brasil já é a junção de outros partidos,
05:26e tem dificuldade de se entender com os parlamentares e os membros que estão lá hoje dentro já,
05:33se tem uma conversa para fazer uma nova fusão,
05:35fica mais difícil ainda se entender e conseguir essa unidade.
05:40Então, resumindo o meu argumento, já é muito difícil para o PT conseguir essa unidade,
05:47porque ele não tem esse caráter de dividir o poder.
05:50Ainda mais, fica mais difícil agora, porque os partidos, eles próprios,
05:54têm também menos unidade interna.
05:57Então tem vários grupos diferentes dentro dos partidos,
06:00e alguns estão dentro do mesmo partido,
06:02você tem gente alinhada com o Bolsonaro e tem gente alinhada com o Lula.
06:06E aí como é que você vai convencer alguém que foi eleito com a agenda do Bolsonaro,
06:10que defende a anistia para os condenados do 8 de janeiro,
06:14que tem agenda de arma, outras coisas assim,
06:16que ele vai votar com o Lula?
06:17Porque se ele fizer isso, provavelmente no próximo ano, na próxima eleição,
06:21ele não vai conseguir se eleger.
06:22Então, para fechar, é difícil para o PT, sempre foi,
06:26porque eles não gostam de dividir o poder,
06:28e está muito mais difícil agora,
06:29porque os próprios partidos também estão divididos.
06:32Uma última pergunta para você, Guilherme Hesky.
06:35Quanto mais o Lula demorou para anunciar a reforma ministerial,
06:39mais a sua popularidade foi caindo.
06:42Portanto, está mais caro ele conseguir convencer alguém a ser ministro dele,
06:46numa base já bastante fracionada, como disse agora o Rodolfo.
06:51Ele não percebe, o governo não percebe que quanto mais ele adiar,
06:55mais pesquisas vão sair mostrando que eles estão enfraquecidos,
06:58e pior fica para compor um novo ministério?
07:02Exatamente, Inácio.
07:04Eu acho que o governo não contava que a sua popularidade iria caindo com o passar do tempo,
07:09mas é isso, de fato, como você falou,
07:11dificulta agora para que os partidos aceitem participar do governo.
07:15E se aceitarem, vão pedir um ministério com um orçamento maior, por exemplo.
07:19Vão talvez aumentar ali a sua demanda,
07:21por uma pasta que dê mais protagonismo, de fato, para o partido,
07:25que dê mais possibilidade, de fato, de melhorar a imagem desse partido participando do governo Lula.
07:32Porque eles vão colocar na balança isso,
07:33tanto os líderes, os presidentes dos partidos,
07:36se vale a pena participar.
07:37Por que valeria a pena participar,
07:38ou continuar participando,
07:40como em relação à própria União Brasil,
07:42como nós falamos,
07:43e outros partidos que já estão aí com o ministério.
07:47Enfim, de fato, realmente dificultou, dificulta para o governo
07:50essa passagem do tempo, a popularidade caindo,
07:52e os ministérios vão colocar na balança aí
07:54se vale ou não a pena participar do governo Lula.
07:57Muito obrigado.
07:59E agora vamos falar sobre um dos destaques desta semana.
08:03Na segunda-feira, nós noticiamos a perda do escritor peruano
08:06e ganhador do Prêmio Nobel, Mário Vargas Lhosa,
08:09que infelizmente faleceu aos 89 anos.
08:12E aí eu já pergunto ao Rodolfo Borges,
08:14que é uma pessoa que sempre lê, tem uma cultura,
08:17muito interessante,
08:18com uma pessoa muito bacana de conversar sobre esses assuntos.
08:21Qual é o grande legado do Mário Vargas Lhosa
08:23para a América Latina?
08:26É, é curioso isso, né, Inácio?
08:28Porque ele ganhou o Prêmio Nobel
08:29e é incontestável a qualidade do que ele escreveu.
08:32E é uma obra também muito longeva.
08:35E ele estava escrevendo até há pouco tempo, assim,
08:37estava publicando até há pouco tempo.
08:38Então, assim, é vastíssimo.
08:40E até o Duda Teixeira comentou aqui no início da semana
08:43que realmente é curioso a gente ver como
08:46na hora de celebrá-lo,
08:48as pessoas que escreveram textos
08:50escreveram sobre livros distintos.
08:52Então, assim, não tem aquela coisa,
08:54ah, o, se eu pôr, o Guimarães Rosa,
08:57o Grande Sertão Veredas.
08:58Tem obras que, algumas, elas representam o escritor.
09:04No caso do Vargas Lhosa, é muito, é muito,
09:06é difuso, está espalhado.
09:07Agora, a ironia para mim é de que, assim,
09:10ele, para além do escritor, do romancista,
09:14ele se estabeleceu na América Latina como uma figura única
09:16durante ali a década de 90 e o início do...
09:21Bem, desde a década de 90 para cá.
09:24Mas, principalmente, naquele início ali dos anos 2000,
09:27quando se estabeleceu na América Latina inteira,
09:30e aqui na América do Sul, principalmente,
09:32esses governos de esquerda.
09:34Ele era, ele se tornou a voz mais relevante contra isso.
09:39Ele se tornou o liberal latino-americano.
09:43Ele se tornou esse modelo.
09:45E com a importância também, a relevância,
09:50de não se engajar em governos de direita
09:53que não valiam, com os quais não valia a pena se engajar.
09:57Então, ele foi, ele serviu dessa referência liberal
10:01para a América Latina como ninguém mais.
10:04E eu acho que esse legado, principalmente,
10:06é o que vai ficar para além da obra, naturalmente,
10:09que a gente merece celebrar, né?
10:10Acho que está todo mundo agora buscando,
10:12relendo livros dele ou descobrindo livros que não conhecia,
10:16descobrindo até, os mais novos, descobrindo a existência dele.
10:19Mas tem um legado político do Vargas Llosa para a América Latina,
10:24recente, que eu não consigo ver um par, assim,
10:27alguém que rivalize com ele nesse campo.
10:29Ele tentou ser presidente, ele se candidatou à presidência do Peru.
10:33Ele perdeu para o Fujimori.
10:35E até estava, a Keiko Fujimori, que foi a filha do Fujimori,
10:39estava celebrando também o Vargas Llosa nesses dias, né?
10:42Nessa hora, o Gabriel Boric também,
10:44o presidente chileno de esquerda, também celebrou.
10:46Porque tem alguma coisa ali do Vargas Llosa
10:48que realmente ficou para cima dessas batalhas ideológicas, né?
10:53Ele realmente tinha uma integridade intelectual
10:57que é o que colaborou para que ele virasse essa figura de referência
11:03na América Latina, que realmente não tinha par.
11:06Eu, durante o tempo que eu trabalhei no El País Brasil,
11:10que teve aqui a redação no Brasil,
11:12era eu quem editava a tradução dos textos do Vargas Llosa.
11:15E toda vez que chegava de 15 a 15 dias no domingo para editar o texto dele,
11:19eu achava maravilhoso porque escrevia muito bem,
11:21tinha uma cultura vastíssima e foi sim
11:23e vai continuar sendo uma figura muito relevante.

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