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O programa Meio-Dia em Brasília desta segunda-feira, 21, fala sobre as discussões em torno do estabelecimento de um teto para os supersalários e do voto distrital.

Além disso, o jornal aborda as reações dos países afetados pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a preocupação da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado com a área da segurança pública.
-
Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

🕛 Transmissão ao vivo de segunda a sexta-feira às 12h.

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#MeioDiaemBrasília

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Notícias
Transcrição
00:00Olá, boa tarde, sejam todos
00:17muito bem-vindos ao Meio de
00:19Em Brasília, um programa do
00:20portal O Antagonista, exibido
00:22também na TV BMC. Hoje é
00:24segunda-feira, vinte e um de
00:26abril de dois mil e vinte e cinco,
00:27eu sou José Inácio Pilar e esses
00:29são os nossos destaques.
00:31Supersalários e voto distrital em
00:33debate. O mundo diante da guerra
00:37tarifária. Frente parlamentar pelo
00:40livre mercado prepara pacote de
00:42medidas para a segurança pública.
00:44Taiwan na mira da China e dos
00:47Estados Unidos. Este é o Meio de
00:50Em Brasília ao vivo. O resumo do
00:53meio do dia para você ficar por
00:55dentro de tudo que acontece no
00:57país.
00:59Vamos começar o programa
01:01especial falando sobre super
01:03salários e voto distrital. Para
01:05isso vamos receber Magno Carl,
01:08diretor executivo do Livres.
01:11Boa tarde Magno, começando sobre
01:14super salários. Se já existe um
01:16teto, todo mundo já sabe que de
01:18lá não pode passar. Por que que
01:19está tendo que haver uma
01:21negociação para uma nova, um novo
01:23reforço do teto? É um teto solar, é
01:26conversível?
01:28Boa tarde Zainácio, boa tarde
01:30tudo, boa tarde a todo mundo que nos
01:32acompanha. É um teto flexível que
01:37sempre pode acomodar um novo teto, um
01:40puxadinho, caso seja da conveniência
01:43do momento. Nós estamos discutindo esse
01:46tema, não por falta de regulamentação ou
01:50por falta de teto, mas porque se perdeu o
01:53controle sobre esse teto e se desmoralizou a
01:58regulamentação. Hoje nós temos 0,3% dos
02:02servidores públicos recebendo super
02:04salários, mas esses 0,3% dos servidores
02:08públicos causam um impacto de mais de 11 bilhões de reais por ano nas contas públicas.
02:14E lembrando, nós já temos uma legislação, nós já temos uma
02:19regulamentação determinando quais devem ser os limites
02:23impostos a essas remunerações. Então não faz sentido algum nós termos uma
02:28situação permanente de desrespeito a uma regulamentação que já existe. A
02:33sociedade brasileira é contra esse pagamento, mais de 90% da sociedade se
02:38expressa contrariamente a esses pagamentos, mas nós precisamos fazer com que de
02:44fato o teto seja imposto sobre essas regulamentações, o que não vem
02:49acontecendo até o momento. Já convido Duda Teixeira ao nosso
02:52debate. Duda, boa tarde. Magno, boa tarde, boa tarde Inácio. Magno, faz algumas
02:58semanas eu vi o Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal,
03:03dizendo que o teto não é assim bem um teto, que é normal que os penduricalhos
03:07ultrapassem o teto, tentando normalizar essa situação anúmala. Por que a resistência
03:16ou por que a defesa de que se pode passar o teto geralmente vem do judiciário?
03:23Porque é no judiciário onde estão a maioria desses super salários, Duda.
03:28A média de rendimento dos servidores públicos fica muito distante do teto. A
03:37mediana entre o salário recebido pelos servidores públicos é um pouco acima de
03:423 mil reais. Então, quando a gente fala de um teto de 46 mil reais, a gente entende
03:47que são poucos, é uma elite dos servidores públicos. E essa elite dos servidores públicos
03:53está desproporcionalmente alocada no poder judiciário. O problema disso tudo é que o
03:59poder judiciário se desmoraliza também com essa postura corporativista. O brasileiro
04:06comum entende que uma remuneração de quase 50 mil reais por mês já é uma remuneração
04:13bastante significativa. E quando você tem as maiores autoridades do poder judiciário
04:20defendendo que o próprio poder, servidores do próprio poder judiciário, possam chegar
04:26a obter remunerações que ultrapassam na média 100 mil reais por mês, você não
04:33apenas desmoraliza o poder judiciário, mas também a própria legislação. Nós temos
04:38o poder legislativo que vota uma medida como o teto de pagamento aos servidores públicos
04:46e aí você tem a justiça, exatamente o braço do poder estatal encarregado de colocar
04:52essas medidas em prática, não apenas desrespeitando esses pagamentos, mas também fazendo uma defesa
05:00pública desse desrespeito, como se os puxadinhos, como se os penduricados fossem coisas absolutamente
05:07normais do dia a dia da população brasileira. A gente sabe que não é assim. É desanimador,
05:13no mínimo, a gente vê não apenas a justiça desengajada na defesa da legislação, mas
05:20inclusive se engajando no debate público para defender esses abusos, que são abusos. Não
05:27se trata apenas de remuneração ou de uma compensação pontual. Nós temos visto repetidamente
05:35benefícios retroativos sendo pagos a membros do poder judiciário. Então, é um debate
05:42que a sociedade brasileira precisa ter e que não pode ser confundido com se é justo
05:49ou não o teto de gasto ou o teto salarial. Essa é uma outra discussão que merece ser
05:55repetida numa outra circunstância.
05:59Magno, agora, o Ulisses publicou o manifesto com outras entidades faz alguns dias contra os
06:07supersalários e a favor da manutenção do teto. O objetivo qual que é? É fazer com que o
06:13Congresso consiga frear essa faminha do judiciário de extrapolar sempre o teto?
06:20Exatamente. E que se pense antes de avançar com projetos de lei que hoje tramitam na Câmara
06:30dos Deputados e no Senado, que possam endereçar a questão dos supersalários de uma forma que
06:36a gente entende ser errônea. Hoje nós temos o PL 2721, eu conferi para saber se eu estava
06:43falando o número correto, que é o primeiro da lista dessa tramitação. Nós temos uma
06:49uma demanda para que essa questão seja discutida no Congresso Nacional, como é
06:56necessário numa ordem democrática, ao invés de termos a justiça debatendo sobre isso, e
07:03há uma fila de projetos que hoje se referem à questão dos supersalários. O primeiro da lista é o PL 2721 de
07:112021, que foi desfigurado de uma forma durante a sua tramitação que pode chegar a legalizar
07:19alguns suspenduricalhos. Então, a intenção no início da legislação era, ao se propor a legislação, é termos um freio
07:27para que, de fato, o teto, vale lembrar um teto que já existe, seja respeitado. No final das contas,
07:34nós corremos o risco de chegar ao final da tramitação desse projeto, tendo os penduricalhos
07:40legalizados, ou seja, ao invés de nós colocarmos em prática o teto, nós legalizaríamos coisas que hoje
07:47estão fora do teto. Então, nós precisamos trazer a sociedade brasileira para esse debate para mostrar
07:52aos parlamentares que, se há 93% da sociedade brasileira, 93% dos brasileiros que são contra
07:59esses pagamentos acima do teto, há uma série de eleitores que estão prestando atenção na conduta
08:05desses parlamentares e que há uma fiscalização cidadã a respeito do que está sendo debatido lá e que o
08:12Congresso precisa estar também sujeito à pressão da população, da maioria da população, além da pressão
08:20que já recebe do Poder Judiciário, que onde, nós já dizemos, se origina a maioria desses pagamentos
08:26acima do teto. Magno, justamente os parlamentares são aqueles que costumam ter bastante contendas com
08:34o Judiciário, seja na figura de político, seja em alguma outra, digamos assim, façada que eles tenham
08:42com empresas, já que muitos deles são empresários, muitos são advogados. Pensando nisso, não parece
08:49esse temerário de que eles vão acabar capitulando justamente para fazer média com aqueles que eles
08:53querem ficar bem, pensando no longo prazo, deles individualmente?
08:59Inácio, é exatamente por isso que a gente precisa trazer a sociedade brasileira para mais perto dessa discussão.
09:06É muito comum que parlamentares, que o meio da política tenha uma relação difícil com o Judiciário,
09:16seja na disputa por espaço, mas também porque é no Judiciário que correm muitos dos processos
09:24aos quais os políticos estão sujeitos. Hoje é muito difícil alguém entrar numa carreira política,
09:30ocupar algum cargo público, sem sair dele com pelo menos uma acusaçãozinha de improbidade administrativa.
09:37Então, essa relação entre a política e o Judiciário é sempre bastante tumultuada, com pressões de lado a lado.
09:45Mas nós precisamos fazer com que a política entenda qual é a preocupação majoritária da sociedade brasileira.
09:52Onde estão a maioria dos eleitores? E a maioria dos eleitores rejeita o pagamento de 100, 150, 200 mil reais por mês
10:01para integrantes do Poder Judiciário. A maioria da população entende que 46.300 reais já é um teto
10:09bastante generoso para alguém que ocupa uma posição numa carreira pública.
10:13Se essa remuneração é do tamanho que faz sentido para um juiz que julga não sei quantos casos ou ações por ano,
10:24é uma outra discussão. O que está em discussão nesse momento é que não se pode ter uma legislação
10:30para a maioria do brasileiro ou a maioria dos servidores públicos. De novo, 99,7% dos servidores públicos recebe
10:39dentro da legislação, dentro do teto, e outra legislação para servir ao 0,3% dos servidores públicos.
10:48Simplesmente aqueles que são mais bem remunerados e que por essa posição de poder
10:54exercem um poder desproporcional sobre as decisões do Congresso Nacional.
10:59Como que 0,3% dos servidores públicos consegue fazer com que os parlamentares
11:05vão contra a posição de 90% dos brasileiros para se manter esse tipo de pagamento?
11:12É inacreditável, é inexplicável. Então, por isso que 10 organizações firmaram esse compromisso
11:19nesse manifesto contra o super salários, é por isso que nós estamos conversando com a imprensa,
11:24nós estamos conversando com parlamentares, com outras entidades da sociedade brasileira
11:29para chamar atenção para essa situação. Nós temos a captura de um debate de projeto legislativo
11:37por uma parcela muito pequena dos servidores públicos que recebem quantidades elevadíssimas de dinheiro
11:44e que hoje fazem com que os parlamentares tenham dificuldade em simplesmente acabar com esses penduricários.
11:52O que está acontecendo hoje, e é por isso que nós assinamos esse manifesto contra o super salários,
11:58é que estão desfigurando o projeto de lei que hoje tramita no Congresso Nacional
12:04para que não se combata os super salários, não que retornemos todos os servidores públicos
12:10para abaixo do teto e regulamentemos com eficiência o que é verba indenizatória de fato.
12:17Mas sim para que acolhemos e legalizemos uma série de penduricalhos
12:23que hoje são pagos de forma não prevista em lei e poderia ser daqui para frente
12:32não apenas continuar sendo pago, mas também ser pago de forma legal,
12:38ou que se legalize esse tipo de penduricalho.
12:40E é para isso que a sociedade brasileira precisa se atentar.
12:45E com isso o nosso judiciário é o segundo mais caro do mundo,
12:49consumindo 1,3% do PIB, só em custas do judiciário.
12:54Só pede para eu, Salvador.
12:57Já que você falou sobre essa questão do parlamento ter que se dobrar ao que quer a população,
13:04outra coisa que você também advoga é um debate maior, mais amplo,
13:10sobre o voto distrital.
13:11Como o voto distrital poderia ser uma ferramenta, um instrumento
13:16a favor dessa equalização do parlamento?
13:19Uma das grandes vantagens do voto distrital é você ter uma maior proximidade,
13:27uma maior identificação entre o parlamentar e a região a que ele representa em Brasília.
13:35Hoje nós temos um sistema político no Brasil em que em cada estado
13:39o eleitor pode escolher qualquer candidato entre aqueles que se candidatam naquela região
13:45e o voto do parlamentar é pulverizado entre várias regiões do mesmo estado.
13:52O voto distrital concentraria os votos, nós dividiríamos os estados de fato em distritos menores,
14:00então numa cidade populosa como São Paulo, por exemplo.
14:03Um distrito seria um conjunto de bairros,
14:07em outras regiões mais interioranas nós teríamos a junção de um, dois, três municípios
14:12formando um distrito e aquele deputado seria o representante daquela região.
14:18Então haveria uma identificação muito maior entre o eleitor e quem o representa em Brasília
14:24porque o eleitor saberia exatamente quem é o membro do parlamento
14:29que representa o seu bairro, que representa a sua cidade.
14:32Ou seja, em uma ocasião em que há um tema importante sendo debatido na Câmara dos Deputados,
14:38como por exemplo o Supersalários, o eleitor daquela região saberia exatamente para qual gabinete telefonar.
14:46Hoje nós temos um sistema político que faz com que as pessoas do meu bairro possam votar
14:53em qualquer um dos milhares de candidatos que se candidatam a cada eleição.
14:59No estado de São Paulo, por exemplo, não aconteceria o mesmo no voto distrital.
15:03Há uma possibilidade de fiscalização daquele deputado e contato entre o eleitor e o eleito
15:12muito maior do que nós temos hoje.
15:14Hoje acaba tendo um efeito de um voto disperso.
15:18Pessoas podem votar em múltiplos candidatos e aí a representatividade acaba sendo dispersa.
15:23O que é bom para a representação de algumas opiniões minoritárias
15:27porque você tem um campo maior para aquele candidato receber seus votos.
15:31No entanto, na questão da representação direta e principalmente na fiscalização,
15:36o modelo que nós temos hoje deixa muito a desejar.
15:41Magno, eu lembro que o PSD do Gilberto Kassab tem essa bandeira do voto distrital há muito tempo
15:47e acho que, aliás, é a única bandeira deles.
15:50Agora, existem outros partidos que também são favoráveis a essa ideia?
15:54Você acha que tem chance disso ser aprovado?
15:55Eu acho que tem chance de ser aprovado, Duda,
16:01porque nós estamos chegando em uma relação entre o executivo e o legislativo
16:07em que me parece que o modelo desenhado pela Constituinte de 88 tem se esgotado.
16:14Nós temos a constante dificuldade de governabilidade por parte do executivo
16:19e é interessante nós termos tido nos últimos ciclos um governo de direita,
16:23um governo de esquerda, para se mostrar que o problema da governabilidade
16:27não é um problema ideológico, é um problema estrutural
16:30e nós temos um parlamento cada vez mais empoderado em termos principalmente financeiros,
16:36mas com muito pouca responsabilidade na prestação de contas à população.
16:42Cada deputado é eleito com sua própria pauta, servindo ao seu Estado
16:47e tem muito pouca resposta às pautas nacionais,
16:53que acaba sendo uma questão dedicada ao executivo,
16:57mas um executivo que nesse momento se encontra muito enfraquecido
17:00e precisando dialogar muito mais com o legislativo.
17:03Então, nós precisaremos encontrar uma saída estrutural
17:07para o impasse de governabilidade que nós temos.
17:09E me parece que nos últimos anos a discussão,
17:13nós tivemos já do semipresidencialismo,
17:16nós tivemos já do parlamentarismo,
17:18me parece que essa é uma discussão que vem amadurecendo.
17:21E por que eu acredito que ela pode avançar nos próximos anos?
17:26Porque nós temos dois eventos acontecendo ao mesmo tempo.
17:29Nós temos tido o aumento da relevância do parlamento
17:34e também um nível de importância muito maior para os partidos,
17:39depois da imposição da cláusula de desempenho, da cláusula de barreira.
17:43Então, nós teremos um parlamento muito forte
17:45e um quadro partidário enxugado,
17:48o que levará, inevitavelmente, a um clima
17:52em que os partidos sejam muito mais importantes nesse debate,
17:56já que serão muito menos em muito menor número.
17:59E também o parlamento será muito importante
18:01na discussão das grandes pautas.
18:03Então, nós inevitavelmente caminharemos para esse tipo de conversa
18:08e, principalmente, se a tendência do enfraquecimento do executivo,
18:13do enfraquecimento político do presidente da República
18:16continuar na tendência que tem seguido nos últimos anos.
18:21Muito obrigado, Magno Carl.
18:23Você que é diretor do Livres,
18:25por essa entrevista bastante esclarecedora
18:27acerca desses dois temas.
18:30Muito obrigado.
18:32Duda.
18:32Obrigado, Duda. Obrigado, Inácio. Um abraço.
18:35Obrigado.
18:36Duda, que indicou Magno Carl para a entrevista,
18:40a gente percebe que existe como componente das duas questões
18:45a imobilidade do Congresso.
18:48Em um minutinho, você consegue imaginar
18:50ele aprovando algum desses dois projetos importantes?
18:53É, sempre vai depender das lideranças colocarem o assunto na pauta.
18:59E, como a gente tem eleição ano que vem,
19:03pode ser que eles entendam ali que já queiram mudar o sistema
19:08para já ter algum benefício no ano que vem.
19:14é claro que cada partido faz e já está fazendo o seu cálculo para ver se no distrito,
19:21nesse sistema distrital, teria uma vantagem ou uma desvantagem.
19:25E aí pode acontecer que eles entendam que possam ter vantagens
19:29e já tentam aprovatar, já coloquem isso para votar agora
19:37para fazer uso disso no ano que vem.
19:39Donald Trump tem apenas três meses de mandato,
19:42mas parecem três anos de tanta coisa que já aconteceu
19:45e tanto estresse e imprevisibilidade que ele trouxe ao mundo.
19:49Para falar de como isso tem impactado
19:51e ainda vai impactar a economia de todo o planeta,
19:54especialmente da Europa, China e Brasil,
19:57recebemos o economista-chefe da LEV, Jason Vieira.
20:01Jason Vieira, boa tarde.
20:04Dá para pensar que Donald Trump é imprevisível por estratégia
20:08ou porque ele está indo na velha tentativa e erro que obriga a recuar?
20:14É, nós estamos num mix, digamos assim, né?
20:16Existe a boa parte disso, que é o Art of the Deal,
20:19muito próximo àquilo que a gente já observou,
20:21especialmente no livro que ele já escreveu,
20:23que ele fez no passado também.
20:25Mas há uma parte ali significativa que precisamos lembrar do seguinte,
20:29houve recuo.
20:30É inegável que houve recuo, especialmente em relação à questão das tarifas.
20:34Há uma disputa interna dentro do próprio governo americano,
20:37entre seus secretários ali, seus assessores,
20:40e nós vimos uma briga direta entre Navarro e Musk,
20:43e muito provavelmente ali está o cerne dessa questão das tarifas,
20:47porque, da maneira como foi feito, foi considerado um nome positivo.
20:52Lá atrás, até por, digamos, pessoal de bancos dos Estados Unidos, CEOs,
20:57e o próprio Musk parte até, que recebeu agora apoio do Besson,
21:02que é o secretário do Tesouro.
21:03Então, é um mix das duas coisas.
21:06Óbvio que o lançamento da bomba, vamos dizer assim,
21:08o famoso tiro de canho para matar mosquito,
21:10e isso, de certa maneira, é proposital.
21:13O que veio depois, está passando por um processo bastante intenso de reajustes.
21:17Duda Teixeira, trago você também para essa conversa importante,
21:23porque a imprevisibilidade de Trump é sempre algo inquietante.
21:28Inclusive, o que a gente fala aqui, amanhã já pode ser diferente,
21:31porque cada dia é um universo novo, né, Duda?
21:34Exato. Agora, o Jason comentou, do Trump houve um recuo, né,
21:38aparentemente, ali, essa briga interna.
21:40Agora, quando a gente olha para a China, Jason,
21:43por que a gente não vê um recuo?
21:45A China, aparentemente, realmente tem dobrado a aposta e segue firme, né?
21:50Eu acho que na China o caso é diferente.
21:52Eu acho que o grande alvo nessa história toda,
21:56eu considero que são dois alvos diferentes.
21:58O primeiro é um rearranjo do papel dos Estados Unidos em nível global.
22:03Nós temos aí uma questão de que os Estados Unidos, há anos,
22:06sustentam uma parcela significativa do que o resto do mundo não precisa mais.
22:10ele sustenta a segurança, ele sustenta o comércio internacional
22:14ao ser um dos maiores compradores do mundo,
22:16e Trump entendeu que há necessidade de um rearranjo disso,
22:20e nesse ponto ele não está errado.
22:23Mas aí vem a questão da China.
22:25O papel que a China tomou nos últimos 10 anos,
22:27o movimento geopolítico tem se tornado mais significativo do que o movimento econômico.
22:33Então, acho que é nesse sentido que agora a questão com a China,
22:36ela é mais voltada nesse sentido.
22:37E eu acredito que, por exemplo, a China tendo retalhado em 20% a menos do que os Estados Unidos colocou,
22:44já significa um sinal de que não é um recuo,
22:48mas que pelo menos parou a escalada da situação,
22:51e a partir dali vai começar, daqui a pouco, a se negociar alguma coisa.
22:55É que o Trump colocou os Estados Unidos numa posição,
22:58em que ele deixou a China numa posição,
23:01que a China ficou sem saída.
23:02ele não deu saída, e ele está tentando dar abertura novamente através de
23:07Ah, X, nós somos amigos, estamos aqui tentando conversar e tal,
23:11mas é difícil.
23:12Porque o modo como ele deixou vai sempre soar como um recuo.
23:17E isso talvez seja uma das coisas mais preocupantes.
23:19Ainda pensando sobre o ponto de vista dessa interação China-Estados Unidos,
23:26uma das justificativas do Trump nesse tarifácio, na verdade, é dupla.
23:31Por um lado, ele diz que quer que os outros países parem de cobrar tarifas dos Estados Unidos,
23:37e aí os Estados Unidos baixam também,
23:38e com isso todos têm um trânsito de comércio equilibrado, sem taxas.
23:45Por outro lado, ele quer fortalecer a indústria americana.
23:50E aí, quando ele sobe as tarifas dos outros países,
23:52ele cria condições para a indústria americana se reequipar, se reequiparar.
23:57Claro, isso é coisa de longo prazo.
23:58E com isso, poder eles construírem aquilo que hoje é feito, por exemplo, na China.
24:03Mas se ele conseguir um, que é realmente uma negociação tarifária,
24:07e todo mundo derrubar,
24:08as chances dos Estados Unidos conseguirem construir internamente
24:11as coisas que eles compram lá fora é muito pequena,
24:14porque ia custar muito mais caro lá fora.
24:16Como que ele vai conseguir ficar com o pé nessas duas canoas?
24:20É, acho que um dos pontos mais difíceis que nós aqui tentamos entender,
24:25tentamos trabalhar,
24:26a gente até trabalha o nosso whiteboard aqui na tentativa de trazer esses fatos e compreender.
24:31Mas uma das conclusões que nós chegamos aqui
24:34é que a queda de tarifas, ela literalmente não combina com a reindustrialização.
24:41Mas há de se considerar que se nós pensarmos estrategicamente
24:45o que se pode falar em termos de reindustrialização.
24:48Porque a industrialização do mundo hoje em dia,
24:50ela está passando por uma quinta fase da revolução industrial,
24:53que está a sexta.
24:55Porque nós passamos por um ponto agora
24:56de extrema relevância das questões de inteligência artificial,
25:00não especificamente o AI que a gente está vendo aí fazendo coisa do estúdio Ghibli,
25:04e sim o que pode fazer em termos de substituição
25:07e velocidade de produtividade em termos fabriz.
25:11Muitas dessas fábricas que se demandariam dentro dos Estados Unidos,
25:15que podem ser feitas com uma velocidade alucinante hoje em dia,
25:18esse é um ponto a se colocar,
25:20mas elas são extremamente mecanizadas,
25:23elas são extremamente robotizadas.
25:25Ou seja, os Estados Unidos continuaria demandando
25:28aquela quantidade de engenheiros que ela não consegue formar.
25:31Tanto que boa parte dos engenheiros americanos
25:34são sul-coreanos, japoneses, principalmente indianos,
25:38e até chineses.
25:39Por causa dessa demanda intensa que eles têm
25:41por uma mão de obra especializada.
25:43Então essa reindustrialização americana,
25:45ela passaria necessariamente por uma indústria
25:48que não absorve boa parte dessa parcela de classe média americana,
25:52que é aquele design do American Dream dos anos 1950.
25:57Essa parcela, provavelmente,
25:58quem se aproveitou disso foram os filhos dos boomers,
26:03os pais dos boomers, perdão,
26:05foi aquela famosa geração silenciosa.
26:08Essas pessoas se aproveitaram disso,
26:10os filhos dessas pessoas, os boomers,
26:12se aproveitaram bastante disso.
26:14Nós, que somos a GNX, já começamos a não aproveitar isso.
26:17Hoje, já teve um período nosso que já começou a ficar mais difícil
26:22do que para a geração anterior.
26:24Mas essa é a questão.
26:26Essa industrialização no modelo,
26:27que até a China fez AI tirando sarro dos Estados Unidos,
26:30os americanos gordos lá,
26:32costurando coisa, fazendo telefone,
26:35isso daí provavelmente já não é nem a industrialização
26:37que pode se pensar num país.
26:40O que talvez os Estados Unidos precisem realmente
26:42é que eles tenham, de novo, a vanguarda em termos de indústria naval
26:46e também em diversos setores mais estratégicos.
26:50Mas essa questão meramente fabril,
26:53isso daí não combina com a guerra de tarifas.
26:56E daí, óbvio, até agora ninguém sabe efetivamente
26:58o que eles querem com isso.
27:01Jason, pelo que você falou,
27:02então, essa reindustrialização não vai dar certo,
27:06porque se as fábricas voltarem para os Estados Unidos,
27:09elas vão ser totalmente robotizadas.
27:11Então, não vai ser preciso contratar mão de obra,
27:15braçal para trabalhar nelas.
27:17E depois não vai ter engenheiro de produção
27:19para botar essas fábricas para funcionarem.
27:22Porque essas fábricas, também, quando funcionar,
27:24só vai precisar de alguém lá para abrir a porta
27:27e ligar o maquinário todo, não é isso?
27:31É mais ou menos.
27:32Porque, assim, vamos pegar o exemplo de duas fábricas
27:34que são muito americanas.
27:36A Tesla e a Harley Davidson.
27:39Tem mão de obra humana.
27:40Mas mesmo essa mão de obra humana,
27:43ela não é aquela mão de obra média
27:44que você pega um cara sem nenhuma formação.
27:47Como se pegava antigamente.
27:48Você pegava e formava o cara dentro da fábrica
27:50ou fazia semelhante.
27:51Aqui no Brasil, fez muita época aquele Senax da vida,
27:54o curso técnico.
27:55Essas pessoas precisam ter alguma formação.
27:57Então, são fábricas extremamente verticalizadas,
28:00com conteúdo altamente americano,
28:02muito pouca coisa de fora.
28:04E a mão de obra fica naquela parte em que a parte da mecanização
28:08ainda não chegou nesse ponto.
28:11E talvez não chegue.
28:12Mesmo a própria indústria automobilística,
28:14ela ainda é feita para que precise de mãos humanas
28:18em certas etapas.
28:20E é mais ou menos o que acontece com outras fábricas.
28:22Você tem um processo extremamente mecanizado por um período,
28:26e aí você tem uma parte de refino, de acabamento,
28:29que é humana.
28:29Mas isso é uma demanda muito reduzida comparativamente
28:33a quais são os intentos de Donald Trump.
28:35Ele não vai conseguir absorver uma parcela significativa
28:38da mão de obra americana,
28:40que já trabalhou em fábrica,
28:41porque essa mão de obra provavelmente já está desatualizada
28:44em relação ao que são as fábricas hoje em dia.
28:47Então, por exemplo, um trabalhador da Tesla,
28:49um trabalhador da...
28:51Space X é mais complexo,
28:52mas um trabalhador da Tesla hoje em dia,
28:55ele é um trabalhador extremamente valioso para a Tesla.
28:58Um trabalhador da Harley Davidson nos Estados Unidos
29:01é um trabalhador extremamente valioso,
29:03porque é uma pessoa que tem muito conhecimento específico
29:06daquela fábrica,
29:07e é provavelmente o que vai acontecer com as fábricas no futuro.
29:09Se vier alguma linha de montagem, por exemplo,
29:11que já está acontecendo,
29:13inclusive foi até por conta do Biden,
29:15fábricas de chips de Singapura para os Estados Unidos,
29:20essa mão de obra que existe sim em uma parcela humana,
29:23ela também precisa ter uma especialização.
29:26É tipo, não é uma coisa fácil de dizer que,
29:30ah, tudo bem, vamos pegar essa classe média toda
29:32que está devoluta aqui e botar para trabalhar.
29:35E não é só isso.
29:37Os Estados Unidos se tornou um grande provedor de serviços
29:39durante esses anos todos,
29:40e por conta de questões que são humanas,
29:43ou seja, a grande opulência,
29:45o crescimento econômico, tudo isso,
29:47faz com que você tenha uma estabilidade das formações
29:50por parte de business,
29:51uma estabilidade das formações médicas,
29:53uma estabilidade das formações de STEM,
29:55que é Science, Technology, Engineering, Mathematics,
29:58ou seja, Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática,
30:01e um boom de formação de liberal arts.
30:05E não é só questão de liberal arts,
30:06você não está formando economistas, advogados,
30:08você está formando pessoal que está fazendo literatura
30:10queer dos anos 1930, na Palestina.
30:15Esse cara não...
30:17Desculpa, é a realidade humana.
30:19Esse cara, para o mundo industrial,
30:20ele tem valor zero.
30:21Já para o mundo humano, ele quase não tem valor,
30:24sem querer ser muito duro com essa situação,
30:27mas a realidade é essa.
30:28Em termos societais,
30:30o valor de uma formação dessa é muito pequeno.
30:34E é o que aconteceu nos Estados Unidos.
30:35O gráfico, você olha, é um absurdo.
30:36O número de formações explodiu,
30:39em termos de liberal arts.
30:40Óbvio, há coisas úteis aí no meio?
30:42Sim, existem professores, existem outros e tal.
30:45Mas existem umas formações loucas,
30:46que nem essa que eu falei,
30:47e eu não estou brincando.
30:48Existem formações que você olha assim,
30:50só a formação do cara é maior que o diploma dele.
30:52Se você for colocar tudo que ele tem,
30:54no que em tese ele é formado,
30:56para não servir de nada.
30:59É o nicho do nicho do nicho do nicho.
31:01Duda?
31:03Outra questão também,
31:04que os americanos, eles fazem essa coisa de,
31:07não, a gente precisa trazer as fábricas de volta,
31:09mas não só não entendem muito
31:11tudo isso que você falou agora,
31:13mas eles tampouco querem trabalhar nas fábricas, né?
31:16Eles querem trabalhar em outros lugares, né?
31:20Fazendo aula de literatura queer aí dos anos 30,
31:23como você falou.
31:2440 segundos.
31:27É basicamente isso.
31:29Então, mas assim,
31:30esse tipo de pessoa normalmente já não seria absorvido
31:32por essa indústria,
31:33então o que a gente pode dizer é que uma parcela da população
31:35sequer é qualificada para fazer parte dessa indústria.
31:39Essa é a grande questão.
31:41Porque você vai ter que ter um número de formações técnicas
31:44muito grande nesse período.
31:45E eu digo que aqui no Brasil,
31:47se o governador aqui de São Paulo nos ouviu,
31:50o Tarcísio,
31:51eu digo o seguinte,
31:52toda escola de segundo grau tinha que ser uma escola técnica.
31:55Toda.
31:57Isso já ajudaria no processo de uma pessoa
32:00que vai sair de uma escola com o mínimo de formação.
32:02Isso eu digo em qualquer lugar do mundo.
32:04Toda escola de segundo grau,
32:05como em parte dos países europeus é,
32:07já deveria ser uma escola técnica
32:09que você resolveria uma parcela significativa desse problema.
32:13Jason Vieira,
32:15economista-chefe da LEV,
32:17muito obrigado pela sua participação.
32:19Até a próxima.
32:20O novo presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado,
32:23senador Carlos Portinho,
32:25disse em entrevista a O Antagonista
32:27que a liberdade do cidadão de ir e vir no Brasil
32:31está comprometida pela falta de segurança
32:35e pela leniência do judiciário.
32:38Segundo Portinho,
32:39a Frente Parlamentar está trabalhando
32:41numa grande proposta de um grande pacote de segurança.
32:45Vamos acompanhar a entrevista.
32:47Estamos aqui com o senador Carlos Portinho,
32:50novo presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado.
32:53Senador, muito obrigado por ter aceitado participar da entrevista.
32:55Começo perguntando para o senhor quais temas
32:57e quais propostas a Frente Parlamentar vai priorizar
33:00nesse período que o senhor estiver como presidente.
33:03Certamente a liberdade.
33:05A começar pela liberdade de expressão do cidadão,
33:09que está muito ameaçada,
33:11não só por alguns atos do poder judiciário,
33:14mas, por exemplo, também no setor privado,
33:17porque ela se espalhou,
33:18essa sensação de medo, de receio do que falar
33:21e sobre o que falaram.
33:23Ontem, seis jornalistas da ESPN e do canal Disney
33:26foram censurados e demitidos do programa esportivo,
33:31em que eles repercutiam uma matéria de uma outra revista
33:35acerca do presidente da CBF.
33:38Então, a gente vê que a liberdade de expressão
33:40está a muito ameaçar.
33:43Certamente, a liberdade do cidadão também de ir e vir,
33:48que está comprometida pela violência,
33:50pela falta de segurança e pela falta de propostas
33:54e uma leniência do poder judiciário,
33:56que diz que a polícia prende mal e o poder judiciário é solto,
34:00mas a gente também viu recentemente o caso
34:03de pessoas que esquartejaram uma vítima
34:09e já estão, por decisão da justiça, soltas,
34:12enquanto outras que, por um batom, continuaram muitos anos presos.
34:18Então, a violência está nas cidades e ela inibe o direito sagrado
34:23de ir e vir das pessoas.
34:25E a Frente Parlamentar, ela apresentou a mim,
34:28a gente está trabalhando numa proposta
34:30de um grande pacote de segurança.
34:33Conversei ontem com o senador Flávio Bolsonaro
34:36para que a gente possa apresentar a Comissão de Segurança Pública
34:40e que seja uma proposta e será da Comissão de Segurança Pública.
34:45Ela envolve diversas questões que têm dificultado
34:49a liberdade também de empreender, do empreendedor.
34:53E nós, na Frente do Livre Mercado,
34:55defendemos a livre iniciativa e a concorrência
34:59e, hoje, em diversos setores ameaçadas pelo crime organizado.
35:03E, certamente, a livre iniciativa e a concorrência,
35:07a liberdade de empreender,
35:09menos Estado,
35:10permitindo que o empresário possa desenvolver o seu negócio,
35:14pequeno, médio, grande,
35:16é, sem dúvida nenhuma, um dos pontos centrais
35:19da nossa atuação na Frente do Livre Mercado.
35:24Recentemente, a Frente Parlamentar lançou a chamada Casa da Liberdade.
35:27Eu queria que o senhor explicasse o que é esse espaço
35:30e como ele vai contribuir para a atuação da Frente.
35:33As grandes frentes parlamentares, no Congresso,
35:36elas possuem sede própria.
35:38E a Casa da Liberdade é a casa do cidadão,
35:41é a casa do empreendedor,
35:43é, agora, a sede da Frente do Livre Mercado,
35:47com o Instituto Liberal.
35:48A gente vai desenvolver, lá nesse espaço, nessa sede,
35:54não só o evento de posse, que foi muito concorrido,
35:56mais de 600 pessoas, autoridades, empresários estiveram presentes,
36:02mas também a gente vai estimular o debate
36:04sobre temas que estejam no Congresso Nacional
36:07e pautas que a Frente possa representar setores da nossa sociedade.
36:13Vai ser um grande espaço de liberdade e de debate.
36:16E o senhor comentou sobre esse pacote,
36:20que, inclusive, a Frente chegou a anunciar nessa semana também,
36:23que seria o Brasil mais seguro, o nome dele.
36:26Queria que o senhor detalhasse um pouco melhor,
36:28quais são as medidas, as principais medidas que ele traz ali,
36:31propostas, para, de fato, melhorar a segurança pública no país.
36:33O enfrentamento do crime organizado e dos pequenos delitos que são reincidentes,
36:40pessoas que cometem, né, de forma, quanto mais, crimes nas ruas,
36:47dos centros urbanos, na zona rural, né, roubo de celular,
36:52pessoas que têm passagem, mais de 100 passagens pela polícia e não estão presas.
36:56Elas saem na porta giratória da, que é ela que já conhecida,
37:00e da audiência de custódia, que serve, na verdade, para colocar em liberdade
37:04e permitir que marginais continuem praticando crime.
37:08A gente tem que libertar as pessoas de bem
37:11e prender aqueles que ameaçam a liberdade das pessoas de bem.
37:15A proposta, ela avisa, justamente, essa contumácia, né,
37:21para que essas pessoas continuem presas,
37:23ela se destina a enfrentar a questão, também,
37:28do furto de gás, de combustível.
37:32Ela quer enfrentar, do ponto de vista macro, né,
37:35as facções criminosas.
37:37É impossível que chefes de facção criminosa
37:40sejam beneficiados com penas tão brandas, né,
37:44que rapidamente eles voltam a cometer outros crimes na sociedade.
37:48Basicamente, e o mais importante,
37:51além do roubo de carga e de outras questões,
37:53são as facções criminosas e buscar que haja penas mais rígidas
37:59e o Poder Judiciário cumpra com o seu papel
38:02de garantir para as pessoas de bem o mínimo de segurança.
38:07A nossa polícia, os nossos policiais,
38:10todas as forças, são heróis.
38:12Eles colocam o peito na frente para que você e eu,
38:15quem nos assiste, possa trabalhar.
38:17E eles têm que ser valorizados.
38:18O Poder Judiciário tem que cumprir o seu papel
38:21e não tem cumprido.
38:23Programa de desencarceramento,
38:25a PEC da centralização da segurança,
38:27onde o governo quer se comprometer a fazer
38:31o que ele já não faz.
38:33Por exemplo, roubo de carga.
38:35É, acontece nas rodovias federais.
38:38Não precisa de uma PEC para isso.
38:40Precisa de ação da Polícia Rodoviária Federal
38:43coordenada com as outras polícias.
38:45Uma integração.
38:46Não que isso esteja centralizado no governo federal,
38:50que ele já não dá conta das suas competências.
38:53Por exemplo, a invasão e o domínio da narcomilícia
38:57sobre conjuntos de habitação popular.
39:00Minha Casa Minha Vida.
39:01Eu fui secretário de Habitação da Cidade do Rio,
39:04aliás, que mais entregou unidades habitacionais na história.
39:07E eu conheço a fundo isso.
39:10Esses conjuntos, eles são financiados
39:12com o recurso da Caixa Econômica, recurso federal.
39:16Você não precisa de uma PEC para dizer
39:18que a Polícia Federal, até pelo envolvimento
39:20da narcomilícia em todo o território,
39:23de facções nacionais, em todo o território nacional,
39:27não precisa de uma PEC para dizer
39:29que a Polícia Federal tem a competência
39:32para agir sobre isso,
39:34sobre os recursos federais que estão sendo capturados,
39:37patrimônio por essas facções.
39:39Lá na CPI, por exemplo, também,
39:43da manipulação de resultado,
39:44a gente revelou como é que funciona um esquema nacional
39:48em que as células de manipulação
39:50do futebol brasileiro, especialmente,
39:53elas estão lá no Ceará um dia,
39:54outro dia vão para o Maranhão,
39:56outro dia estão em São Paulo,
39:57outro dia estão no Mato Grosso.
39:58São crimes nacionais.
40:00A gente não precisa de uma PEC para dizer
40:02o que já é competência da Polícia Federal,
40:06do Ministério Público Federal e do Governo Federal
40:09que é enfrentar essas facções nacionais,
40:13o crime nacionalizado e recuperar os territórios
40:16que estão dominados.
40:19São territórios, não é nem mais um poder paralelo,
40:22é um Estado paralelo, como acontece aqui no Rio de Janeiro,
40:26em que você tem grande parte do nosso território da cidade,
40:31em que o cidadão não pode entrar,
40:33os serviços não chegam, né?
40:36Ninguém precisa de uma PEC para fazer
40:38o que o Governo Federal,
40:39esse Governo Federal já tem competência
40:41e já deveria ter feito há muito tempo, né?
40:44Será mais ineficiência.
40:46Eu confio mais nas polícias do meu Estado,
40:50de Goiás, de São Paulo, com o Derrit,
40:52que vem fazendo um excelente trabalho, né?
40:55Do que nesse governo,
40:56que já deveria estar enfrentando temas
40:58que ele traz numa PEC,
41:00mas que são próprios e que ele não tem a capacidade
41:02e a eficiência em resolver.
41:06E esse pacote de medidas para a segurança pública
41:08da frente parlamentar,
41:10ele é composto por diferentes proposições,
41:12são diferentes projetos,
41:13ou seria apenas um projeto?
41:15É um projeto que enfrenta diversos mazelas
41:19da nossa segurança pública, né?
41:21Tanto no que toca às penas brandas
41:24que têm permitido esses marginais
41:26estarem de volta na cena do crime,
41:28quanto também enfrentando as facções criminosas,
41:33os seus cabeças,
41:34e principalmente buscando dar mais segurança
41:38ao cidadão.
41:39O pacote é um pacote extenso,
41:41a gente, inclusive, nesse momento,
41:42está fazendo uma pesquisa
41:45para tentar correlacionar
41:47alguns outros projetos isolados, né?
41:50Para trazer para dentro dos temas
41:51que a gente já está tratando,
41:53tentar ordenar,
41:54porque o que hoje a gente vê no Brasil,
41:56e no Congresso especialmente,
41:57é que há muita iniciativa legislativa,
42:01mas elas são esparsas,
42:03a gente precisa consolidá-las, né?
42:06Até porque isso vai até facilitar
42:09o trabalho legislativo, né?
42:12Muitos senadores, no meu caso,
42:14que cuidam do Senado,
42:15como senador, líder do PL,
42:17têm diversas propostas
42:19sobre o mesmo tema.
42:21Então, a gente está apresentando
42:22uma proposta matriz, digamos assim,
42:24e agora está na fase em que a gente vai
42:27reunir outros propostas
42:30que já tramitam,
42:31buscar o melhor texto,
42:32e eu espero apresentar,
42:34agora, no mês de maio,
42:36a Comissão de Segurança Pública
42:38para que seja uma proposta
42:39da Comissão de Segurança Pública
42:41a partir da iniciativa
42:43da Frente do Livre Mercado.
42:46Tá certo.
42:47Encerramos aqui a entrevista
42:48com o senador Carlos Portinho,
42:50novo presidente da Frente Parlamentar
42:51pelo Livre Mercado.
42:52Senador, mais uma vez,
42:53muito obrigado por ter citado
42:55participar da entrevista
42:56e até a próxima oportunidade.
42:58Muito obrigado a toda
42:59a grande audiência do Antagonista.
43:00Muito obrigado a você
43:01e a quem nos assiste.
43:03Aí está a entrevista
43:04do senador Carlos Portinho
43:06ao repórter Guilherme Resch.
43:08E agora vamos falar mais
43:10sobre China.
43:11Muito tem se falado
43:13sobre a guerra tarifária
43:14entre Estados Unidos
43:15e a China.
43:16Mas não se tem falado
43:17tanto da importância
43:18da pequena ilha de Taiwan
43:20para os dois países
43:21com a sua liderança
43:23em semicondutores,
43:24fundamentais para os avanços
43:26tecnológicos dos setores estratégicos,
43:28como inteligência artificial
43:29e militar.
43:31Duda Teixeira,
43:32muito bem colocado
43:35aqui nas nossas conversas
43:36antes de entrarmos no ar,
43:37o fato da China
43:39ter cada vez feito
43:41mais exercícios militares
43:42simulando invasões
43:44e os Estados Unidos
43:45não ter feito nada,
43:46não ter feito uma declaração
43:48em defesa da Taiwan,
43:49não ter feito movimentações
43:50com congressistas,
43:51como acontecia
43:52na gestão do Joe Biden.
43:55Os Estados Unidos,
43:55você sente que
43:56largou a mão de Taiwan
43:58ou só está em silêncio estratégico?
44:00Eu acho que os Estados Unidos
44:02estão largando a mão
44:04do mundo inteiro,
44:05mas compraram
44:07essa briga forte
44:09com a China
44:10e teve
44:12uma visita
44:13do secretário
44:14de defesa americana,
44:15o Pete Hegseth,
44:17para o Japão
44:18e lá
44:19ele falou
44:20nós estamos aqui
44:21comprometidos
44:22com os nossos aliados
44:23asiáticos
44:24e principalmente
44:25ali
44:26no estreito
44:27de Taiwan.
44:28Isso
44:28gerou
44:30preocupação
44:32lá em Pequim
44:33no Partido Comunista
44:34e é por causa
44:35dessas declarações
44:36do Pete Hegseth
44:38que tiveram
44:39aqueles exercícios
44:40militares
44:41todos
44:41da China
44:43ao redor
44:43de Taiwan,
44:45sempre tomando cuidado
44:46para não passar
44:47ali
44:48a linha
44:49que você
44:50considera
44:51já território
44:52de Taiwan,
44:52mas uma ameaça,
44:54um teatro
44:55que é feito
44:56em que a China
44:57ameaça,
44:57olha,
44:58se eu quiser
44:59aqui eu invado.
45:00e Taiwan
45:01obviamente
45:02fica
45:03super preocupada
45:04porque fala
45:05poxa,
45:05se a China
45:06tudo bem,
45:07o Pete Hegseth
45:08vai lá para o Japão
45:09e diz que apoia,
45:10aí a China
45:11faz um mega
45:12exercício
45:13militar
45:14aqui em volta
45:14de mim
45:15e o Trump
45:15não diz nada,
45:17os americanos
45:18daí ficam quietos,
45:19até onde vai
45:20essa proteção
45:22que os Estados Unidos
45:24estão oferecendo
45:25para os aliados?
45:26E a outra
45:27pergunta de Taiwan
45:28é será que a China
45:29que está
45:30então nessa
45:31super guerra
45:32comercial
45:32com os Estados Unidos
45:34de repente
45:35não pode refazer
45:36o cálculo
45:37e pensar
45:37poxa,
45:38se eu já não tenho
45:39mais nada a ganhar
45:40com os Estados Unidos
45:41porque a guerra
45:42comercial agora
45:42praticamente impede
45:44que eu exporte
45:45produtos para os Estados Unidos
45:46por que não
45:48aproveitar esse momento
45:50e fazer agora
45:51a invasão
45:52de Taiwan?
45:53Uma vez que
45:54isso está sendo
45:55nutrido pelo
45:56Partido Comunista
45:57há muito tempo
45:58de que a invasão
45:59vai acontecer
46:00e que Taiwan
46:01que é uma província
46:02rebelde
46:03em algum momento
46:03vai ser
46:04trazida de volta
46:06para a grande
46:07pátria-mãe
46:08chinesa
46:09então
46:10os taiwaneses
46:11obviamente
46:12ficam se perguntando
46:14até onde vai
46:16a proteção americana
46:17e se o Partido Comunista
46:19chinês
46:19de repente
46:20não pode achar
46:21que é um bom momento
46:22chegou um bom momento
46:24para fazer a invasão
46:25que um dia
46:25eles pretendem fazer
46:27e aí
46:28com declarações
46:29dos americanos
46:30também
46:30de que Taiwan
46:31compete com eles
46:33no mercado de chip
46:34aí os taiwaneses
46:36ficam ainda mais
46:36preocupados
46:37pensando justamente
46:39no paralelo
46:41com a Rússia
46:41e a Ucrânia
46:42para a China
46:44invadir Taiwan
46:45é muito simples
46:47assim como foi
46:48para a Rússia
46:49tentar invadir
46:50a Ucrânia
46:51só que Taiwan
46:52é uma ilha
46:53então é diferente
46:53não tem outros países
46:54vizinhos
46:55que possam abastecer
46:56com suprimentos militares
46:57suprimentos disso
46:58daquilo
46:58alimentos
46:59não é um país tão grande
47:00a facilidade da China
47:03isolar taiwan
47:04em tese
47:04é muito maior
47:05do que a da Rússia
47:07com a Ucrânia
47:08e os Estados Unidos
47:09estão muito distantes
47:11tem algumas bases
47:12localizadas
47:13nas adjacências asiáticas
47:15mas nem todas
47:15tão próximas
47:16os Estados Unidos
47:17teria condições
47:18de impedir
47:20realmente
47:20uma invasão chinesa
47:22e se tivesse
47:23isso não poderia escalar
47:24numa guerra direta
47:25entre China
47:25e Estados Unidos
47:26é
47:27os americanos
47:28conseguiram impedir
47:29uma invasão chinesa
47:30de Taiwan
47:31até agora
47:32os americanos
47:34fizeram uma aproximação
47:35com a China
47:36nos anos 70
47:38esse foi um movimento
47:39estratégico
47:40porque a ideia
47:41era meio isolar
47:42a União Soviética
47:44quem fez esse movimento
47:45foi o Richard Nixon
47:47e aí
47:48começam então
47:50essa aceitação
47:51da China
47:52no mercado global
47:54permitir que os chineses
47:55por exemplo
47:56façam parte
47:57da Organização Mundial
47:58do Comércio
47:58e isso favoreceu
48:00muito a China
48:01a China
48:02no momento em que
48:03se capitalizou
48:04é que conseguiu tirar
48:05milhões de pessoas
48:07da pobreza
48:08nenhum país
48:09tirou mais gente
48:09da pobreza
48:10do que a China
48:11agora ao mesmo tempo
48:12que os americanos
48:13falaram
48:14olha
48:14estamos com a China
48:16vocês vão ser
48:18reintegrados
48:19ao mercado global
48:20os americanos
48:21também dizem
48:22olha
48:22nós vamos aceitar
48:23que existe
48:24só uma China
48:25e aí
48:26meio que desconsidera
48:28Taiwan
48:29deixam de reconhecer
48:31Taiwan
48:31e aí logo em seguida
48:33é uma decisão
48:34do congresso americano
48:35eles falam assim
48:35não tudo bem
48:36a gente não vai reconhecer
48:37Taiwan
48:38mas nós vamos ajudar
48:39na defesa
48:40de Taiwan
48:41e aí você tem
48:42uma postura ambígua
48:43dos americanos
48:44que aceitam
48:45a China
48:46como única China
48:47mas mandam
48:49muita arma
48:50para Taiwan
48:51então sistemas
48:52de defesa aéreo
48:53navios
48:54então Taiwan
48:56é um território
48:58muito fortificado
49:00não seria assim
49:01tão fácil
49:02para a China
49:03conquistar Taiwan
49:04certamente
49:06precisaria também
49:07de uma ajuda
49:09americana
49:09agora se tiver
49:10uma sinalização
49:11de que essa ajuda
49:12americana
49:12não vai acontecer
49:14em momento algum
49:15e Taiwan
49:16vai ter que se defender
49:17só com aquilo
49:18que já ganhou
49:19dos Estados Unidos
49:20aí realmente
49:21é um risco
49:22de que exista
49:23ocorra uma invasão
49:24chinesa de Taiwan
49:25pois é
49:27e vamos continuar
49:28acompanhando
49:28com bastante interesse
49:31essa questão geopolítica
49:32e só lembrando
49:33uma coisa
49:33que você tinha falado
49:34rapidamente
49:35os Estados Unidos
49:37o mundo recebeu
49:38a China
49:39na Organização Mundial
49:40do Comércio
49:41mas pouco depois
49:42os Estados Unidos
49:43esvaziou a OMC
49:44não nomeando
49:45por exemplo
49:46os juízes
49:47que decidem
49:48se tais medidas
49:49são válidas ou não
49:50então
49:50os próprios Estados Unidos
49:52já não acreditam
49:53que a China
49:53esteja jogando limpo
49:54e para você
49:55que estava conosco
49:56volte amanhã
49:57terça-feira
49:58com mais uma edição
49:59ao vivo
50:00do Meio Dia em Brasília
50:01a China
50:31Obrigado.
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