- há 5 meses
- #meiodiaembrasilia
O programa Meio-Dia em Brasília desta sexta-feira, 18, fala sobre como a Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala, avalia a chamada PEC da Segurança Pública, do governo federal.
Além disso, o jornal aborda o anúncio da criação de uma nova faixa do Programa Minha Casa, Minha Vida e o legado de Mario Vargas Llosa para a literatura latino-americana.
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Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.
Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.
Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.
🕛 Transmissão ao vivo de segunda a sexta-feira às 12h.
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#MeioDiaemBrasília
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Categoria
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, boa tarde, sejam todos
00:17muito bem-vindos ao Meio de
00:19Em Brasília, um programa do
00:20portal Antagonista, exibido
00:22também na TV BMC. Hoje é
00:25feriado, é sexta-feira, 18 de
00:27abril de dois mil e vinte e
00:32presidente da bancada da bala
00:34critica a PEC da Segurança
00:36Pública. Reforma ministerial,
00:39emperra e negociações com
00:41partidos prosseguem. Governo
00:43anuncia a criação da faixa quatro
00:45da Minha Casa Minha Vida, voltada
00:48para a classe média. Mário
00:50Vargas Llosa deixa legado para
00:52literatura latino-americana. Este
00:56é o Meio de Em Brasília ao
00:58vivo. O resumo do meio do dia
01:01para você ficar por dentro de
01:03tudo que acontece no país. E
01:07vamos começar a edição dessa
01:09sexta-feira com uma entrevista
01:10exclusiva que o presidente da
01:13Frente Parlamentar da Segurança
01:14Pública, o deputado federal
01:16Alberto Fraga, concedeu a O
01:18Antagonista. O congressista
01:20disse que a proposta elaborada
01:22pelo governo federal é um
01:24desastre e defendeu que seja
01:26rejeitada ou alterada pela
01:29Câmara dos Deputados. Vamos
01:30acompanhar. Estamos aqui com o
01:32deputado federal Alberto
01:33Fraga, presidente da Frente
01:34Parlamentar da Segurança
01:35Pública. Deputado, muito
01:37obrigado por ter aceitado
01:38participar da entrevista. Começo
01:39perguntando para o senhor qual a
01:40avaliação que a Frente
01:42Parlamentar da Segurança
01:42Pública faz em relação a essa
01:44PEC, a essa última versão da
01:46PEC da Segurança Pública que foi
01:47apresentada ontem pelo
01:48Ministério da Justiça. Olha, é um
01:51desastre. É lamentável que a gente
01:53esperou tanto, né? Eu tenho dito
01:55aqui que a montanha rugiu, rugiu e
01:58pariu um rato. Essa emenda
02:01constitucional não conseguiu agradar
02:03ninguém que faz parte da Frente
02:06Parlamentar da Segurança Pública.
02:08Conversei com quase todos e todos
02:11são unânimos em dizer que essa PEC
02:13precisa ser rejeitada. Se não
02:16rejeitada, nós temos que substituir a
02:18maioria das coisas que estão dentro
02:20do texto. Como, por exemplo, essa
02:23centralização das ações de
02:25segurança pública no governo
02:27federal. Eles estão dizendo
02:29simplesmente, quando diz que a
02:31competência privativa da União
02:33estabelecer a política e um plano
02:37nacional de segurança pública, eles
02:39estão dizendo claramente que vão
02:41interferir nos estados. Estão
02:43dizendo claramente que os governadores
02:45vão ter que fazer o que o governo
02:48federal está propondo no plano
02:51nacional de segurança pública. Portanto,
02:53é um desastre, é algo assim que a
02:58Frente Parlamentar da Segurança
03:00Pública não vai aceitar e nós vamos
03:03para o embate, vamos discutir e vamos,
03:05quem sabe até mesmo, já que o
03:08ministro da Justiça não quis discutir o
03:11assunto conosco, não chamou um
03:14parlamentar da Segurança Pública para
03:17discutir o assunto, não precisa ser eu
03:18não, eu sou oposição, mas nós temos
03:21vários parlamentares da base do
03:23governo que estão da frente e que
03:25poderiam ajudar o governo a não
03:27cometer esse desatinho de mandar uma
03:30peça para essa casa que não tem
03:33nenhum valor para a segurança pública
03:35do nosso país.
03:37E o que seria o ideal, deputado?
03:39Seria descentralizar a execução da
03:42segurança pública, o enfrentamento do
03:44crime, não concentrar na União?
03:47Bom, claro que não, a União, o que é que
03:49ela tem feito? Ela tem a Polícia
03:51Federal para apurar os crimes praticados
03:53contra a União e acabou. E a Polícia
03:57Rodoviária Federal para patrulhar as
04:00rodovias federais com o seu escasso
04:04efetivo que hoje existe. Como se não
04:06bastasse, eu acho que o desconhecimento
04:09do governo é tão grande que a Polícia
04:11Rodoviária Federal não tem efetivo
04:13para patrulhar as atuais rodovias
04:16federais. Como agora quer ampliar,
04:20passar para as ferrovias e hidrovias?
04:23Com que efetivo? Então, nós estamos
04:26falando de custos e custos muito altos.
04:29Era muito melhor, então, apresentar uma
04:31proposta para melhorar, dar condições
04:35de trabalho para os operadores da
04:37segurança pública dos ditados, das
04:39polícias militares, das polícias
04:40civis. Não. Quer criar uma super
04:43polícia, quer concentrar poder na União
04:47e os ditados vão fazer o que a União
04:50bem quiser. Já não bastam os impostos
04:52que a maioria, a fatia mais gorda é da
04:55União, agora quer pegar as
04:57segurança pública. Nós não vamos
04:59aceitar esse tipo de desquisão do
05:02governo federal.
05:04E é possível aproveitar o conteúdo de
05:06outras propostas que já existem no
05:07parlamento para poder fazer as
05:08modificações nessa PEC durante a
05:10tramitação?
05:11Olha, para isso existe outras PECs aqui.
05:14Tem uma PEC do Gonzaga Patriota, um
05:16ex-deputado federal, de 2003, que é
05:19muito melhor, muito melhor do que essa
05:23que o governo mandou. Essa que o
05:25governo mandou, a intenção, primeiro,
05:29criar ONGs, colocar ONGs dentro do
05:32Conselho Nacional de Segurança Pública,
05:34que é um absurdo. Você ter numa
05:38Câmara de técnicos, você botar ONGs para
05:43tomar decisões sobre a segurança
05:45pública. Uma outra posição que nós
05:47colocamos e o governo banalizou, por
05:52que não, então, ajudar as polícias
05:55militares com equipamentos, com os
05:57salários, com melhores viaturas. É
06:01muito melhor do que tentar fazer um
06:03remendo desses, que essa emenda aí vai
06:06sair pior que o soneto. Então, eu não
06:08vejo absolutamente como recuperar um
06:12texto que, na verdade, só traz poderes
06:15para a União. Pode ver que eles mexem na
06:18competência privativa e na competência
06:23concorrente. Quando ele coloca no seu
06:27inciso 17 da competência privativa, ele
06:31diz que compete privativamente à
06:35União, estabelecer a política e o
06:39plano nacional de segurança pública e
06:41defesa social. E vem me dizer que isso
06:44não é interferir nos estados? Que isso
06:46não fere o pacto federativo? Quem
06:49escreveu ou é muito bobo, ou é ingênuo, ou
06:54é um cara dotado de má fé. Portanto, nós
06:58aqui, a Frente Parlamentar da Segurança
07:00Pública, como queiram a bancada da
07:03bala, nós não vamos aceitar. Nós
07:06queremos que ele dê condições de
07:08trabalho para os estados, né, não
07:11interferindo, dizendo que o governador de
07:14tal estado vai ter que fazer isso e isso
07:16aqui. Aí alguém pode perguntar se não,
07:19fraga, mas nós queremos uma
07:20padronização, nós queremos a
07:22integração das polícias. Isso já está
07:25previsto no SUSP. O SUSP, que foi uma
07:29lei, que é uma lei federal, aprovada
07:32aqui em 2018, da qual eu fui o relator
07:35com muito orgulho, fizemos uma lei
07:37federal excelente. Pergunta a você, o
07:43governo federal, eu acho que nem conhece
07:46a lei do SUSP, porque quando ele fala
07:48com orgulho que vai evitar o
07:50contingenciamento dos recursos para
07:52segurança, o SUSP já prevê o não
07:55contingenciamento. Quando ele fala em
07:57integração, o SUSP prevê a integração
08:00entre as polícias, banco de dados, tudo
08:03que você possa imaginar que venha a
08:05melhorar a segurança pública, está
08:07previsto no SUSP. Para que botar isso
08:10na Constituição? Então, mostra um total
08:15desconhecimento da PEC, mostra um total
08:19desvalorização para com a segurança
08:22pública nos estados. Vou mais além dos
08:26atos das atividades de segurança pública
08:28no país. As polícias militares e as
08:32polícias civis são responsáveis por mais
08:35de 80% dessas ações. Aí agora vem dizer
08:39que a Polícia Federal é que vai resolver
08:40o problema da segurança pública? É um
08:44governo que não sabe absolutamente nada
08:46de segurança pública. Entende de
08:48segurança pública que nem cavalo
08:51tocar piano. Mesma coisa.
08:54Deputado, e qual vai ser a estratégia da
08:56frente parlamentar para evitar, então, que a
08:57PEC seja aprovada da forma como está?
08:59Será buscar lugares na comissão especial,
09:02se eventualmente for criada, de fato, se
09:04passar pela CCJ, ou na própria CCJ já
09:06tentar rejeitar? Nós sabemos que a
09:08tramitação de uma PEC, ela é longa, é
09:11demorada. Tem que ter uma comissão
09:13especial, né? Eu tenho informações que
09:17os possíveis relatores dessa PEC já se
09:21manifestaram contra, porque é
09:23inconstitucional, fere o pacto
09:26federativo, e depois na comissão
09:29especial, nós vamos formar, né?
09:32Vamos tentar colocar conhecedores da
09:35segurança pública, não os especialistas
09:38de ar-condicionado que o governo
09:40encomenda essas peças absurdas. Nós
09:45vamos tentar compor uma comissão com
09:49pessoas capacitadas, qualificadas para
09:52discutir o assunto. Se tiver que
09:54melhorar o texto, a gente melhora, mas
09:57para melhorar uma coisa ruim desse jeito,
10:00que não soma em nada, me diga aí, me
10:02aponte uma medida, uma, que melhora o
10:08combate do avanço das organizações
10:11criminosas no Brasil. Não tem nada, não
10:15tem nada. Então, demorar, não sei quanto,
10:19um ano e pouco para mandar esse lixo
10:22para cá, é desrespeitar os parlamentares
10:25que deram a vida pela segurança pública e
10:28que conhecem o assunto e não de ficar
10:30embaixo de um ar-condicionado e
10:33despedindo as coisas pela televisão.
10:37Deputado, para finalizar, já existem
10:39nomes cotados, então, para ser relator
10:40dessa PEC na Comissão de Constituição e
10:42Justiça, onde deve passar a primeira...
10:44Não, não existe ninguém ainda escolhido e
10:48evidente que o governo federal vai
10:50escolher alguém da sua base, né? Mas nós
10:54vamos lutar para que essa PEC não
10:57prospere. Se ela prosperar, nós vamos
10:59arquivar a outras PECs que já existem
11:02aqui, né? Porque o regimento é claro, tem
11:06PEC antigas que poderão ser apensadas,
11:10essa do governo, que é moderna, apensada. E
11:13aí a gente pode extrair um texto
11:15melhor. Eu, pela minha militância na área
11:20de segurança pública, tenho mais de 20
11:22anos de câmara dos deputados, gostaria
11:24muito de estar ajudando o governo com
11:27relação à segurança pública, porque são
11:30vidas humanas que nós temos que
11:32proporcionar uma melhor segurança, coisa
11:34que essa PEC não faz, não faz
11:37absolutamente nada. O que o governo tem
11:40que se concentrar é votar o novo Código
11:44de Processo Penal, é uma revisão das
11:47leis de execuções penais, é ver o
11:50sistema prisional com lupa, para tirar
11:54os problemas que existem lá dentro. Hoje
11:57a gente convive num país com 75% de
12:00reincidência. A polícia está enxugando
12:03gelo. Agora, quem faz uma PEC dessa é o
12:07mesmo autor das audiências de custódia,
12:11responsável pela soltura de mais de 60%
12:14dos bandidos que são presos em
12:16flagrantes. O ministro Lewandowski,
12:19apesar de eu respeitá-lo como pessoa
12:21humana, mas como operador de segurança
12:25pública, ele não entende absolutamente
12:27nada.
12:27está certo. Encerramos aqui a entrevista
12:31com o deputado Alberto Fraga, presidente
12:33da Frente Parlamentar da Segurança
12:34Pública. Deputado, muito obrigado mais
12:36uma vez por ter aceitado participar da
12:37entrevista e até a próxima oportunidade.
12:40Eu que agradeço. Um abraço.
12:43E agora, seguimos discutindo a
12:44tramitação da PEC da Segurança Pública.
12:47Guilherme Resc, o fato do governo ter a
12:50maciça desaprovação da bancada da bala
12:53já é um mau começo?
12:56É uma péssima notícia para o governo,
12:58Inácio, para falar a verdade, porque a
12:59bancada da bala é uma das principais do
13:01Congresso Nacional. Ela tem 253 deputados
13:04dos 513. E uma proposta de emenda à
13:07Constituição, uma PEC como essa, essa
13:09PEC da Segurança Pública, precisa de
13:11pelo menos 308 votos em dois turnos de
13:13votação para ser aprovado no plenário
13:15da Câmara. Então a gente vê que a
13:17bancada da bala rejeitando, e como
13:19Alberto Fraga falou, todos, a bancada
13:22foi unânime em rejeitar a proposta
13:24como está sendo apresentada pelo
13:25governo, é uma notícia muito ruim, de
13:27fato, para o governo. Já mostra como a
13:30tramitação dessa proposta de emenda à
13:31Constituição vai ser bastante difícil no
13:32Congresso. Se for aprovada, vai ser
13:34aprovada com muitas mudanças em
13:36relação ao que o governo está propondo
13:38nessa última versão. Porque o Fraga,
13:40como a gente viu, o que ele discute,
13:42alguns dos pontos que ele mostra que a
13:44bancada foi bastante contrária, é em
13:46relação, por exemplo, àquilo que já havia
13:47sendo falado nos últimos meses, e o
13:49governo acabou não mudando, que é a
13:51centralização do poder, das decisões de
13:53segurança pública na União. A bancada
13:55avalia que precisaria ter uma
13:56descentralização, seria melhor do que
13:59centralizar tudo na União. Enfim, esse
14:01ponto principal não foi alterado pelo
14:02governo, entre outros, como o Fraga
14:04comentou, e então a gente pode esperar
14:06que de fato vai ter uma tramitação
14:07bastante difícil. Se for aprovado pelo
14:09Congresso na atual legislatura, vai ser
14:11uma PEC bem diferente do que o
14:13governo está propondo.
14:14E aí, Rodolfo Borges, vem aquela
14:16pergunta, pensando justamente que a PEC da
14:19segurança é algo de grande clamor
14:21popular, todo mundo tem interesse
14:23nisso, governo, oposição. Também não é
14:26uma forma da oposição roubar o
14:27protagonismo dessa PEC, dizendo que
14:30olha, o que o governo trouxe, esquece
14:32tudo isso, agora o bom é o nosso,
14:33portanto nós, oposição, é que sabemos
14:36desse assunto?
14:36Boa tarde a todos. É isso, essa disputa
14:39é por protagonismo mesmo. O mínimo que a
14:42oposição vai tentar fazer, a oposição
14:44ao governo Lula, é bloquear a possibilidade
14:47de o governo Lula conseguir sair bem
14:49dessa história. Então, a gente até já
14:51falou isso aqui várias vezes. A segurança
14:54pública, a solução dos problemas de
14:56criminalidade, elas acabam virando um
14:57detalhe numa batalha política que vai
15:00se estabelecer no Congresso Nacional. E aí o
15:03pior é, se a gente já diz que a situação
15:06do governo Lula não é tão boa no
15:08Congresso Nacional, eles teriam que
15:11buscar em outro lugar apoio. E aí o
15:13ministro Ricardo Lewandowski, da
15:15Justiça, já começou a falar em buscar
15:17apoio popular. Mas o governo Lula também
15:19não é exatamente, não está bem de apoio
15:22popular. Então, onde é que o governo Lula
15:25poderia agora se escorar? Ele não tem as
15:27ruas, a gente já, a última vez que a
15:29esquerda tentou botar a gente na rua, ela
15:31foi humilhada pelo pessoal do Bolsonaro,
15:33porque eles foram fazer uma manifestação
15:35puxada lá pelo Guilherme Boulos, na
15:37Avenida Paulista, juntaram ali seis mil
15:39pessoas, e olha lá, e uma semana depois o
15:44Bolsonaro juntou um monte de gente, a
15:45gente disse aqui que não é o bastante
15:47para aprovar a anistia, ou para avançar
15:50tanto com a anistia, mas é muito mais do
15:52que a esquerda conseguiu colocar. Então,
15:55olha, se o ministro Ricardo Lewandowski
15:56conseguir apoio popular para o governo
16:00Lula, aí sim vai ser uma magia, sim, que
16:02é maior até talvez do que conseguir
16:04alguns votos no Congresso Nacional,
16:07porque aí pelo menos tem emenda, tem
16:08algumas coisas ali para trocar. O
16:11governo Lula, digamos, a preocupação é
16:13correta, esse é o assunto mais relevante
16:16junto com a inflação, junto com a
16:18economia, mas é muito difícil que eles
16:21consigam avançar no Congresso como está
16:22composto nesse momento.
16:24Guilherme Resch, ainda sobre essa
16:28questão dessas negociações que a gente
16:30está vendo de governo, de oposição,
16:33existe alguma chance de concordância em
16:35algum dos temas, ou eles pensam
16:37diferente em tudo?
16:40Um dos temas que a bancada até avalia,
16:43de certo modo, como positivo, acho que é o
16:44único ponto, na realidade, dentro dessa
16:46proposta de emenda à Constituição, é
16:48aquela, é, colocar na Constituição as
16:50guardas municipais, nas guardas
16:51metropolitanas como órgão de segurança
16:54pública, né, na verdade, formalizar
16:56aquele papel das guardas municipais,
16:58guardas metropolitanas, como polícia
17:00municipal. Então, acho que é o único
17:02ponto, porque aí estaria dando mais
17:04poder aos municípios para fazer ali o
17:06enfrentamento, né, da criminalidade, né,
17:08de executar, de fato, as ações de
17:10segurança pública. Acho que é o único
17:11ponto, até pelo que o Fraga comentou
17:13comigo, que a bancada da bala, na
17:15Frente Parlamentar da Segurança
17:16Pública, avalia como positivo nessa
17:17proposta de emenda à Constituição e que
17:19a gente poderia esperar, né, numa
17:20eventual aprovação no Congresso, que
17:22fosse mantido, né, depois de toda a
17:24discussão na Comissão de
17:25Constituição e Justiça, né, que é o
17:27primeiro local onde ela vai passar,
17:28essa proposta de emenda à
17:29Constituição, depois passa por uma
17:31comissão especial também e, por último,
17:32no plenário da Câmara, né, sem
17:34contar, depois ainda o Senado. Mas, de
17:36qualquer forma, como eu comentei,
17:37acho que depois de todo esse processo,
17:38se um ponto vai ficar, será esse
17:39ponto aí em relação às guardas
17:41municipais e guardas metropolitanas.
17:44Inácio, é que o esteio dessa
17:47proposta é o protagonismo federal, é
17:50isso que o governo vai tentar aprovar,
17:53é isso que é a novidade dessa
17:54história, porque realmente a segurança
17:56pública é uma questão estadual, mas
17:59ela machuca o governo federal. E aí o
18:02governo federal agora está tentando
18:04dar uma solução para a questão, mas
18:08colocando o governo federal como
18:09protagonista da história. É possível
18:12argumentar que eles poderiam, sim, fazer
18:14isso de outra forma, sem se colocar
18:16oficialmente como os responsáveis
18:18pelas medidas. Eles podiam fazer uma
18:21integração entre as polícias sem
18:23precisar eles serem, né, o estar ligado ao
18:26Palácio do Planalto, ao Ministério da
18:27Justiça, essa coordenação. Ia criar uma
18:30outra estrutura que unificasse informações
18:32e aí sim, isso aliás é muito cobrado
18:35por quem lida com segurança pública no
18:38país. Tem esse criminoso que foi
18:42identificado num estado e em outro ele não
18:44tem lá a mesma ficha, então você não
18:46sabe. E sempre que essa integração
18:48acontece, ocorre algo de bom, né? Então,
18:52por exemplo, aqui no Carnaval de São
18:54Paulo, esse Carnaval deste ano, aquele
18:57monitoramento por câmeras levou à prisão
19:00de foragidos de outros estados, de
19:02Goiás, de Minas Gerais. Por quê? Porque
19:04tem uma integração mínima das informações
19:06de quem cometeu crime. Então, essa
19:08perspectiva de federalizar a forma como
19:12se lida é boa. Agora, não se pode tirar,
19:16e aí não é nem que se pode, eles não
19:18vão conseguir tirar o que os estados
19:20têm de autonomia para lidar com esse
19:22assunto. E eu digo que não vão conseguir
19:24por quê? Porque são 26 federações e o
19:28Distrito Federal. Como é que o governo
19:29federal vai lidar com isso? Como é que
19:31ele vai impor e tirar esse poder que tem
19:34os estados? Esse é o que eles vão ter
19:38que desatar.
19:38Pois é, e enquanto isso, a gente que
19:42tá aqui na rua, fica exposto ainda a
19:45essa falta de conexão entre as
19:47polícias, com elementos que a gente
19:49não sabe se deveriam estar na rua,
19:50nos acompanhando pelas calçadas, e
19:53enquanto isso, também, o lado paralelo,
19:55que é o que eles querem, o debate
19:57continua, o debate, os nomes dos
19:59deputados que estão defendendo algo
20:01de um lado ou do outro, dando
20:02visibilidade, à custa, infelizmente,
20:05da segurança pública. E o assunto é, como
20:07anda a tal reforma ministerial de Lula,
20:10que seria em janeiro, depois virou
20:12fevereiro, março, e agora a gente tá em
20:14abril, quase no fim do mês, e muito
20:17pouco aconteceu. Guilherme Resch, temos
20:21expectativa de alguma movimentação
20:23após esses feriados de sexta e
20:24segunda-feira?
20:25Temos sim, Inácio, até porque, após o
20:29feriado, está prevista a posse do novo
20:32ministro das Comunicações, solucionando,
20:34então, aí, esse problema em relação à
20:36titularidade da pasta. Houve a demissão
20:38do Juscelino Filho, após aquela
20:40denúncia da Procuradoria-Geral da
20:42República por desvio de emendas
20:44parlamentares, e aí, então, foi anunciado
20:46pela ministra da Secretaria de
20:48Relações Institucionais, Glaze Hoffman, o
20:50novo nome, que é o Pedro Lucas Fernandes,
20:52atual líder do União Brasil na Câmara
20:54dos Deputados, e essa aposta está
20:56prevista para ocorrer no final do mês,
20:57depois do feriado de Páscoa, até
20:59porque o Pedro Lucas fez um pedido
21:01dele, de acordo com a Glaze, para que
21:02ele tivesse tempo ali para articular a
21:04sua saída, até ver quem seria o
21:06próximo líder, quem vai sucedê-lo como
21:08líder do União Brasil na Câmara dos
21:11Deputados. Então, tem essa novidade
21:12prevista, e aí teria essa solução em
21:15relação ao problema da titularidade do
21:17Ministério das Comunicações, então, a
21:19gente pode esperar que, de fato, ocorra,
21:20depois tenha novas reuniões entre o
21:22governo, o governo e os partidos, o
21:24próprio presidente Lula, para decidir
21:26aí qual o ministério seria alterado,
21:28se continuaria com aquele partido, ou se
21:30esse partido iria para outro
21:31ministério. Enfim, além disso, eu
21:35apurei também recentemente que está
21:37previsto uma reunião do presidente
21:39Luiz Inácio Lula da Silva com o
21:41presidente da Câmara, Hugo Mota, e com
21:42líderes também partidários, para
21:44discutir ali, até se aproximar, na
21:46realidade, uma tentativa do governo de se
21:48aproximar do Congresso, de manter uma
21:49boa relação, e é possível que nessa
21:51conversa também ocorra aí a discussão
21:53sobre a composição dos ministérios,
21:56as negociações, que se avance com as
21:58negociações em relação a eventuais
22:01trocas dos ministérios. Essa reunião
22:02estava dependendo da agenda, tanto do
22:04Lula, como do presidente da Câmara,
22:06Hugo Mota, não tem uma data ainda
22:07definida para que ela ocorra, mas já
22:10está bastante avançada, seria uma
22:11reunião nos mesmos moldes que foi
22:13feita no começo deste mês com líderes
22:15do Senado, com líderes do Senado e com
22:17presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na
22:19própria residência oficial do Alcolumbre.
22:21Então, também ocorreria na residência
22:23oficial do Hugo Mota, nesse caso, em
22:25relação aos deputados, e teria ali um
22:27caráter um pouco mais informal também,
22:29justamente como eu falei nessa tentativa
22:31do governo de se aproximar dos partidos
22:33da Câmara e dos líderes partidários,
22:36mais especificamente.
22:38Rodolfo Borges, normalmente um governo
22:41convida para os seus ministérios
22:42expoentes de partidos que eles querem
22:45que sejam da sua base e que, portanto,
22:48votem dentro daquilo que eles querem.
22:50Mas a gente teve agora, por exemplo, a
22:52pele da anistia, alguns dias atrás,
22:54onde tivemos muitos votos daqueles que
22:57têm cargos no Ministério.
22:59Isso é sintoma do desprestígio que é ser
23:02ministro hoje em dia, ou é desprestígio
23:04de ser ministro deste governo em especial?
23:07É, eu diria que é de qualquer governo do PT
23:09quando você não faz parte do partido.
23:11O PT tem muita dificuldade de dividir o poder
23:14e isso levou, lá na origem, primeiro o governo Lula
23:17ao esquema do Mensalão,
23:19depois levou o esquema do Petrolão
23:21e agora leva a uma perda de valor,
23:26digamos assim, dos ministérios.
23:28O ministério tem valor se você tem poder
23:29ao comandar esse ministério.
23:32Se você só tem o recurso do ministério,
23:35já é alguma coisa, tudo bem,
23:36aí você consegue fazer seus gestos políticos
23:39para a sua base.
23:40Agora, o dinheiro, nesse caso, não é o bastante.
23:43O político quer poder, ele quer dividir poder,
23:46ele quer compartilhar dos louros
23:47pelo que o governo faz.
23:49E o governo PT tem essa marca,
23:51o partido tem essa marca,
23:53e ele passa para os governos.
23:54Então, isso ocorreu tanto nos dois primeiros
23:56do governo Lula, como também no governo da Dilma
23:59e agora no terceiro governo Lula.
24:01Com a diferença agora, que é muito pior
24:03nesse terceiro governo Lula,
24:06que além de terem ocorrido vários esquemas
24:08nos outros, que tiraram vários petistas
24:10do rol possível de convivência política,
24:14e agora alguns deles estão voltando,
24:16o José de Seu está voltando,
24:17vai querer ser deputado,
24:19nesse governo Lula já tem um desgaste muito grande.
24:22E aí a impressão que fica é que eles
24:24se elegeram com esse discurso da frente ampla,
24:27tinham vários partidos juntos,
24:30que estavam ali contra o Bolsonaro,
24:31naquele discurso a favor da democracia,
24:33mas quando o governo começou,
24:36o mesmo problema de sempre reapareceu.
24:39Os ministros estão ali,
24:41mas é como se eles não estivessem.
24:43A base não responde ao fato de o partido
24:47ter um ministro do lado do Lula,
24:50porque esse ministro, no final das contas,
24:51não se sente exatamente do lado do Lula.
24:53E mesmo quando ele se sente,
24:55como o caso do Celso Sabino,
24:56que fez gestos recentemente para o Lula,
24:59o partido dele, não se sente.
25:02O partido está fragmentado.
25:04União Brasil, PSD,
25:06esses partidos não têm a unidade
25:07que o governo gostaria que eles tivessem
25:10para, ao negociar com o partido,
25:12todos os deputados e senadores do partido
25:15estivessem juntos.
25:16Isso é muito mais difícil hoje.
25:17No caso do União Brasil,
25:19que a gente tratou aqui,
25:20o partido está cogitando
25:23fazer uma fusão com outro partido,
25:26com o PP.
25:26E aí fica mais difícil ainda,
25:28porque se já não tem unidade
25:30e o União Brasil já é a junção
25:31de outros partidos
25:32e tem dificuldade de se entender
25:34com os parlamentares e os membros
25:37que estão lá hoje dentro já,
25:39se tem uma conversa para fazer
25:40uma nova fusão,
25:42fica mais difícil ainda se entender
25:43e conseguir essa unidade.
25:47Então, resumindo o meu argumento,
25:50já é muito difícil
25:51para o PT conseguir essa unidade
25:53porque ele não tem esse caráter
25:54de dividir o poder.
25:55ainda mais,
25:57fica mais difícil agora,
25:59porque os partidos,
26:00eles próprios,
26:01têm também menos unidade interna.
26:03Então, tem vários grupos
26:04diferentes dentro dos partidos
26:06e alguns estão,
26:07dentro do mesmo partido,
26:08você tem gente alinhada
26:09com o Bolsonaro
26:09e tem gente alinhada com o Lula.
26:12E aí, como é que você vai convencer
26:13alguém que foi eleito
26:14com a agenda do Bolsonaro,
26:16que defende a anistia
26:18para os condenados do 8 de janeiro,
26:20que tem agenda de arma,
26:21outras coisas assim,
26:22que ele vai votar com o Lula?
26:23Porque se ele fizer isso,
26:25provavelmente no próximo ano,
26:26na próxima eleição,
26:27ele não vai conseguir se eleger.
26:28Então, para fechar,
26:31é difícil para o PT,
26:32sempre foi,
26:33porque eles não gostam
26:33de dividir o poder
26:34e está muito mais difícil agora,
26:36porque os próprios partidos
26:36também estão divididos.
26:37Uma última pergunta
26:39para você, Guilherme Hesky.
26:42Quanto mais o Lula demorou
26:43para anunciar a reforma ministerial,
26:45mais a sua popularidade foi caindo.
26:48Portanto, está mais caro
26:50ele conseguir convencer alguém
26:51a ser ministro dele
26:52numa base já bastante fracionada,
26:54como disse agora o Rodolfo.
26:57Ele não percebe,
26:59o governo não percebe
26:59que quanto mais ele adiar,
27:01mais pesquisas vão sair
27:03mostrando que eles estão enfraquecidos
27:04e pior fica para compor
27:06um novo ministério?
27:09Exatamente, Inácio.
27:10Eu acho que o governo
27:11não contava que a sua popularidade
27:13iria caindo com o passar do tempo,
27:16mas é isso.
27:16De fato, como você falou,
27:17dificulta agora
27:18para que os partidos
27:19aceitem participar do governo.
27:21E se aceitarem,
27:22vão pedir um ministério
27:23com um orçamento maior, por exemplo.
27:25Vão talvez aumentar
27:26a sua demanda
27:27por uma pasta
27:28que dê mais protagonismo
27:30de fato para o partido,
27:32que dê mais possibilidade
27:34de melhorar a imagem
27:36desse partido
27:36participando do governo Lula.
27:38Porque eles vão colocar
27:38na balança isso,
27:39tanto os líderes,
27:40os presidentes dos partidos,
27:42se vale a pena participar.
27:43Por que valeria a pena participar
27:45ou continuar participando,
27:47como em relação
27:47à própria União Brasil,
27:48como nós falamos,
27:49e outros partidos
27:50que já estão
27:51com algum ministério.
27:53Enfim, de fato,
27:54realmente dificulta
27:56para o governo
27:56essa passagem do tempo,
27:57a popularidade caindo,
27:59e os ministérios
27:59vão colocar na balança
28:00se vale ou não
28:01a pena participar
28:01do governo Lula.
28:02Muito obrigado.
28:05E agora vamos falar
28:06sobre um dos destaques
28:07desta semana.
28:09Na segunda-feira,
28:10nós noticiamos
28:11a perda do escritor peruano
28:12e ganhador do Prêmio Nobel,
28:14Mário Vargas Llosa,
28:15que infelizmente faleceu
28:17aos 89 anos.
28:18E aí eu já pergunto
28:19ao Rodolfo Borges,
28:20que é uma pessoa
28:21que sempre lê,
28:22tem uma cultura
28:23muito interessante,
28:24com uma pessoa
28:25muito bacana
28:26de conversar
28:26sobre esses assuntos,
28:27qual é o grande legado
28:29do Mário Vargas Llosa
28:30para a América Latina?
28:32É, é curioso isso,
28:34né, Inácio?
28:35Porque ele ganhou
28:35o Prêmio Nobel
28:36e é incontestável
28:37a qualidade do que ele escreveu,
28:38e é uma obra também
28:40muito longeva,
28:41e ele estava escrevendo
28:42até há pouco tempo,
28:43estava publicando
28:43até há pouco tempo,
28:44então é vastíssimo,
28:46e até o Duda Teixeira
28:47comentou aqui
28:47no início da semana,
28:49que realmente
28:50é curioso a gente ver
28:51como na hora
28:53de celebrá-lo,
28:55as pessoas que escreveram
28:56textos escreveram
28:57sobre livros distintos.
28:58Então, assim,
28:59não tem aquela coisa,
29:01ah, o Guimarães Rosa,
29:03o Grande Sertão Veredas,
29:05tem obras que,
29:07algumas,
29:08elas representam
29:09o escritor.
29:10No caso do Vargas Llosa,
29:11é muito,
29:12é difuso,
29:13está espalhado.
29:14Agora,
29:15a ironia para mim
29:16é de que, assim,
29:17ele, para além
29:18do escritor,
29:19do romancista,
29:20ele se estabeleceu
29:21na América Latina
29:22como uma figura única,
29:23durante ali
29:24a década de 90,
29:25e o início do,
29:28bem,
29:28desde a década de 90
29:29para cá.
29:30Mas, principalmente,
29:31naquele início ali
29:32dos anos 2000,
29:33quando se estabeleceu
29:35na América Latina inteira,
29:37e aqui na América do Sul,
29:37principalmente,
29:38esses governos de esquerda.
29:40Ele era,
29:41ele se tornou
29:42a voz mais relevante
29:44contra isso.
29:45Ele se tornou
29:47o liberal latino-americano.
29:50Ele se tornou
29:50esse modelo.
29:52E,
29:53com a importância,
29:55também,
29:55a relevância
29:56de não
29:56se engajar
29:58em governos de direita
29:59que não valiam,
30:01com os quais
30:01não valia a pena
30:02se engajar.
30:03Então,
30:04ele foi,
30:05ele serviu
30:05dessa referência
30:06liberal
30:07para a América Latina
30:08como ninguém mais.
30:10E eu acho
30:10que esse legado,
30:12principalmente,
30:12é o que vai ficar
30:13para além da obra,
30:14naturalmente,
30:15que a gente merece
30:16celebrar,
30:16acho que está todo mundo
30:17agora buscando,
30:19relendo livros dele
30:20ou descobrindo
30:21livros que não conhecia,
30:22descobrindo até,
30:23os mais novos,
30:24descobrindo a existência dele.
30:25Mas tem um legado
30:26político
30:27do Vargas Llosa
30:28para a América Latina,
30:30recente,
30:31que eu não consigo ver
30:32um par,
30:32assim,
30:33alguém que rivalize
30:34com ele nesse campo.
30:36Ele tentou ser presidente,
30:37ele se candidatou
30:38à presidência do Peru,
30:39ele perdeu
30:40para o Fujimori,
30:41e até estava,
30:42a Keiko Fujimori,
30:43que foi a filha
30:44do Fujimori,
30:45estava celebrando também
30:46o Vargas Llosa
30:47nesses dias,
30:47nessa hora,
30:49o Gabriel Boric também,
30:50o presidente chileno
30:51de esquerda,
30:52também celebrou,
30:53porque tem alguma coisa
30:53ali do Vargas Llosa
30:54que realmente ficou
30:55para cima
30:56dessas batalhas ideológicas,
31:00ele realmente,
31:00ele tinha
31:01uma integridade intelectual
31:04que é o que colaborou
31:06para que ele virasse
31:07essa figura
31:08de referência
31:08na América Latina
31:10que realmente
31:11não tinha par.
31:12eu,
31:13durante o tempo
31:14que eu trabalhei
31:15no El País Brasil,
31:17que teve aqui
31:17a redação no Brasil,
31:18era eu quem editava
31:19a tradução
31:20dos textos do Vargas Llosa
31:21e toda vez que chegava
31:22de 15 a 15 dias do domingo
31:24para editar o texto dele,
31:25eu achava maravilhoso
31:26porque escrevia muito bem,
31:27tinha uma cultura vastíssima
31:28e foi sim,
31:29e vai continuar sendo
31:30uma figura muito relevante.
31:32Aí está Rodolfo Borges
31:34falando dessas importantes
31:35contribuições
31:36e que são atemporais
31:38de Mário Vargas Llosa.
31:40Vamos falar agora
31:41sobre o anúncio
31:42feito pelo governo federal
31:43neste mês
31:44de uma nova faixa
31:45do Minha Casa Minha Vida
31:46voltada para públicos
31:48de classe média
31:49com renda familiar mensal
31:51entre 8 e 12 mil reais.
31:54Com essa criação de faixa
31:56estão previstos benefícios
31:58com a possibilidade
31:59de financiamento
32:00de até 420 meses
32:02e taxa de juros
32:04de 10,5% ao ano
32:06para aquisição de imóveis
32:08de até 500 mil reais.
32:10É um novo aceno
32:11do presidente Lula
32:12à classe média
32:13que ocorre
32:14um ano antes
32:15das eleições presidenciais
32:16de 2026.
32:18E para falar mais
32:19sobre este assunto
32:20no detalhe,
32:21o repórter Guilherme Resch
32:23tem um convidado.
32:24Guilherme,
32:25boa tarde.
32:26Boa tarde,
32:28Inácio,
32:28boa tarde a todos
32:29que nos acompanham.
32:30Isso mesmo,
32:31eu chamei aqui
32:31para conversar com a gente,
32:32dar mais detalhes,
32:33falar sobre o impacto
32:34dessa medida,
32:35o especialista
32:35em mercado imobiliário
32:36Pedro Gomidi.
32:37Tudo bem, Pedro?
32:39Tudo,
32:39Joa Guilherme,
32:40é isso mesmo
32:41que vocês falaram,
32:42o governo anunciou
32:44a faixa 4
32:44que vai atender
32:45esse público
32:45de classe média
32:46de renda acima
32:49de 8 mil reais
32:50e imóveis
32:51até 500 mil reais.
32:52Qual que era a realidade
32:53até então?
32:54A realidade
32:54eram apenas
32:55três faixas
32:56que atendiam imóveis
32:57até 8 mil reais.
33:00Então,
33:00o governo vai se atender
33:02à classe média.
33:03E como que o governo
33:04conseguiu atender isso,
33:05sendo que o cenário atual
33:07é de falta de funding, né?
33:09O governo tira
33:10de onde os recursos
33:11para financiar,
33:13para os financiamentos
33:14habitacionais?
33:15Ele tira
33:15do SPPE,
33:17que é o Sistema Brasileiro
33:18de Poupanças e Empréstimos,
33:20todos nós sabemos
33:20que a gente
33:21cada vez mais
33:22tira dinheiro
33:22da poupança
33:23e leva para outros tipos
33:25de renda fixa,
33:26daí falta dinheiro
33:27nesse funding
33:28e tira do FGTS,
33:31que é o Fundo de Garantia
33:32de Tempo de Serviço.
33:33Está faltando dinheiro,
33:35por isso que o governo
33:36atendia só essas três faixas.
33:37Como que ele vai conseguir
33:38ampliar essas faixas?
33:40O governo aprovou
33:41uma medida provisória
33:43em março,
33:44que a partir de então
33:46vai poder ser utilizado
33:48no fundo social,
33:50com recurso do pré-sal,
33:51do petróleo,
33:52do pré-sal,
33:53vai poder ser destinado
33:54à habitação.
33:55E agora,
33:56no dia 3 de março,
33:58de abril,
33:59um mês depois,
34:00ele lança um decreto
34:01regulamentando isso.
34:02Então, a partir de agora,
34:03está sendo destinado,
34:04já que, de inicial,
34:0615 bilhões
34:07do fundo social
34:08do pré-sal
34:09para o financiamento
34:10habitacional.
34:12E o governo,
34:12agora,
34:13na reunião de amanhã,
34:14o comitê gestor
34:15do FGTS
34:15vai regulamentar
34:16essa faixa 4.
34:17Pedro,
34:18diante dessa dificuldade
34:20orçamentária
34:20que você comentou
34:21do governo,
34:22essa nova faixa
34:23do Minha Casa Minha Vida
34:25é sustentável?
34:25O governo vai conseguir
34:26manter isso por muito tempo?
34:28Porque, como você falou,
34:28está tirando dinheiro
34:29do fundo do pré-sal,
34:30tirando dinheiro também
34:31do sistema
34:32e de um outro sistema
34:35também,
34:35para que faça
34:36essa ampliação
34:38da faixa
34:38do Minha Casa Minha Vida
34:40para um novo público,
34:41um público de classe média.
34:42Mas isso vai perdurar
34:43por um longo tempo?
34:44Ou a gente pode esperar
34:45que acabe, talvez,
34:46daqui a alguns meses,
34:47em pouco tempo?
34:49Guilherme,
34:50ótima pergunta.
34:51E, sim,
34:51a tendência é que se perdure
34:52porque o fundo social
34:54do pré-sal
34:54está tirando ali
34:56dos royalties
34:56do petróleo
34:57esses recursos.
34:59E, como a extração
35:01do petróleo
35:01é perene,
35:02inclusive,
35:03tem uma projeção
35:04de aumento
35:06desse recurso
35:06ao longo dos próximos anos.
35:08Então, o governo
35:08já está fazendo projeções
35:10assim,
35:10ao menos até para 2032,
35:13já tem projeções
35:13sendo feitas.
35:15A estimativa é que,
35:16nesse primeiro ano,
35:17cerca de 120 mil famílias
35:19sejam atendidas
35:20por essa nova faixa,
35:22que é a faixa 4.
35:23E é importante ressaltar também,
35:25Guilherme,
35:25que como o governo
35:26está trazendo
35:27esse novo funding
35:28para subsidiar,
35:30para financiar,
35:31na verdade,
35:31melhor palavra,
35:32para financiar
35:33o faixa 4,
35:34o que vai acontecer?
35:36Famílias que antes
35:37utilizavam recursos
35:38do SBPE,
35:40que é da poupança,
35:41que estavam ali
35:42nesses imóveis
35:42entre 300 e 500 mil reais,
35:45vão passar
35:46para o fundo
35:47da FGTS,
35:48com isso,
35:49famílias que financiam
35:50imóveis acima
35:51de 500 mil reais,
35:52vão ter mais recursos
35:53lá do SBPE
35:55para financiar.
35:56Então,
35:56isso não vai fomentar
35:57apenas
35:57essa nova faixa 4,
35:59vai fomentar também
36:00faixas de imóveis
36:02acima,
36:03famílias que têm
36:04renda acima
36:04de 12 mil reais também.
36:05Em relação,
36:10Pedro,
36:10à taxa de juros
36:11que está previsto
36:1210,5%
36:13ao ano,
36:15me parece,
36:16até estava olhando
36:17rapidamente,
36:17me parece que é mais
36:18vantajosa de fato
36:19do que outras formas
36:20de financiamento,
36:21mas ainda assim
36:22é uma taxa
36:22bastante elevada.
36:24Com certeza,
36:25Guilherme.
36:25O que acontece?
36:26Até bem pouco tempo
36:27atrás,
36:27com a Selic
36:28mais baixa,
36:29então,
36:30os financiamentos
36:31imobiliários
36:31estavam botando
36:32na faixa
36:33de 7,
36:348%,
36:35mas com o incremento
36:37da Selic
36:37e da inflação,
36:39hoje,
36:39uma taxa média
36:40de juros
36:41já está passando
36:42de 11,5%.
36:44Então,
36:45realmente,
36:46para manter
36:46o spread bancário
36:47os bancos
36:48vieram aumentando
36:49as taxas de juros
36:50de financiamento
36:51imobiliário,
36:52o que o governo
36:52fez com essa faixa 4
36:54foi fixar
36:55em 10,5%.
36:56Vai ficar aí
36:571%
36:58abaixo
36:59na taxa
37:01usual
37:01de mercado.
37:02Mas é uma forma
37:03do governo
37:03de fixar,
37:04até porque a gente tem
37:05projeções ainda
37:06de crescimento
37:07da taxa Selic.
37:09Então,
37:09é uma forma
37:10do governo
37:10fixar
37:11nesses 10,5%.
37:13Não é
37:14de longe
37:14parecido
37:15com as taxas
37:16de juros
37:17da faixa 1
37:18e faixa 2,
37:19que giram ali
37:19de torno
37:20de 4
37:21a 8,66%.
37:23Mas já é ali
37:25pelo menos
37:25um juros fixado
37:26em 10,5%.
37:27Isso vai ter
37:28que ser mudado.
37:29Num cenário
37:30de decréscimo
37:31da Selic,
37:32isso aí
37:32não vai realmente
37:33ser vantajoso.
37:34Hoje é vantajoso,
37:35é 1% a menos
37:36do que a taxa
37:37de mercado.
37:38Mas o principal
37:40mudança disso
37:42é de fato
37:42ter o funding,
37:44porque antes
37:44não estava tendo
37:45o funding
37:45que o governo
37:46estava fazendo.
37:47Ele estava
37:47diminuindo
37:48o que estava
37:50sendo ofertado.
37:51Por exemplo,
37:52Minha Casa Minha Vida
37:53era 80%
37:54de financiamento
37:55à entrada.
37:56No mínimo,
37:5780% de entrada
37:58passou para 70%.
38:00Então o governo
38:01mudando isso aí
38:02porque estava
38:02faltando funding.
38:03Agora voltando
38:04o funding
38:05consegue emprestar
38:06para mais imóveis
38:07e com essa taxa
38:07de 1% a menos.
38:11E como o mercado
38:12imobiliário
38:12recebe a notícia
38:13dessa nova faixa,
38:14dessa faixa 4
38:15do Minha Casa Minha Vida?
38:17De fato é positivo,
38:18é esperado
38:18que seja impulsionado
38:20o mercado imobiliário
38:20com esse financiamento
38:22para um novo público?
38:25Com certeza,
38:26Guilherme.
38:26Como você bem
38:27ressaltou,
38:28não tanto pela diferença
38:29de juros,
38:30que é de 1%,
38:31mas mais porque
38:32está entrando
38:33novo recurso
38:35para a área imobiliária.
38:36O governo prometeu
38:37de antemão
38:3815 bilhões,
38:40vai ter que ser
38:40complementado
38:41pela Caixa Econômica
38:43com mais 15 bilhões,
38:44então são 30 bilhões
38:45de recursos
38:46sendo injetados
38:47no mercado imobiliário
38:48que vão fomentar
38:49não só
38:50essa faixa adicional
38:53de 350 mil
38:54a 500 mil,
38:55como todos
38:56os outros procedimentos
38:58imobiliários.
38:59Por quê?
39:00Estava faltando
39:01recurso até
39:01para a faixa 1
39:02e faixa 2,
39:03tem muita gente
39:04aguardando recurso
39:05de faixa 1,
39:06faixa 2,
39:06faixa 3,
39:07estava faltando recurso,
39:09vai voltar a ter
39:09recurso nessa faixa.
39:12Faixas maiores
39:12acima de 500 mil
39:14também,
39:14que estava faltando
39:15recurso da SBPE,
39:16vai ter sogra,
39:19então vai fomentar
39:19a cadeia inteira
39:20e não apenas
39:21esses imóveis
39:22de 350 mil,
39:23500 mil reais.
39:24E Pedro,
39:27na sua avaliação,
39:28houve uma demora
39:28por parte do governo
39:29em promover
39:30essa ampliação?
39:30Já poderia ter buscado
39:31novas fontes de recursos
39:33para poder ampliar
39:34há mais tempo?
39:35Demorou para que se
39:36fizesse isso?
39:38Olha,
39:38de fato,
39:39o Fundo Social
39:40do Petróleo,
39:41do Pressal,
39:42já existe
39:43há algum tempo,
39:44então poderia sim
39:46ter se tomado
39:47essa ação
39:48anteriormente.
39:49o governo
39:51estava passando
39:52com esse problema
39:53de falta de recursos
39:54de poupança
39:54de FGTS,
39:56tinha que arranjar
39:57um recurso
39:58barato,
39:59porque convenhamos,
40:01às vezes ele,
40:02o governo,
40:02Caixa Econômica,
40:03outros bancos
40:04emitem LCI,
40:05que são letras de crédito,
40:06só que são recursos
40:08mais caros,
40:09recursos para financiamento
40:10do lugar
40:11têm que ser mais baratos.
40:12E está aí um recurso
40:13que talvez não estava
40:14sendo bem aplicado
40:16ou não estava tendo
40:17uma boa destinação,
40:18como a destinação
40:20habitacional.
40:21Hoje a gente tem
40:216 milhões
40:23de déficit
40:24habitacional,
40:256 milhões de imóveis
40:26de déficit
40:26habitacional.
40:27Então, com certeza,
40:28é uma medida boa
40:29que sim,
40:30poderia ter se tomado
40:31anteriormente.
40:33Pensando do ponto
40:34de vista do consumidor,
40:35do comprador,
40:36na realidade,
40:37que vai fazer
40:37esse financiamento
40:38para ter sua casa própria,
40:40quais os cuidados
40:41que ele deve ter?
40:42O que ele deve analisar
40:44na hora de fazer,
40:45de ver qual é
40:46o melhor financiamento,
40:47se é de fato
40:47a faixa 4
40:49do Minha Casa Minha Vida
40:50ou buscar algum outro?
40:51O que ele precisa
40:52estar analisando
40:52antes de fazer,
40:53de buscar um financiamento?
40:55Perfeito.
40:56Guilherme,
40:56hoje existe a figura
40:58do correspondente bancário.
41:00Um correspondente bancário,
41:02ele é um profissional
41:03que atua aprovando crédito
41:05e vendo taxa de juros
41:07em vários bancos.
41:08Então,
41:09o que é recomendável?
41:10Em vez de você ir
41:11só naquele seu banco,
41:13que você já tem
41:14o costume de movimentar,
41:15perguntar quanto
41:15que eles te emprestam lá
41:17e ficar satisfeito
41:18com isso,
41:19o que eu recomendo?
41:20Procure um correspondente bancário,
41:22porque o correspondente bancário
41:23é aquele profissional
41:24que vai poder analisar
41:25o seu crédito
41:26em vários bancos
41:27e te indicar,
41:28olha,
41:29esse aqui é a taxa menor.
41:31Dificilmente,
41:32às vezes,
41:32vai encontrar uma taxa
41:33melhor que a subsidiada,
41:35mas tem que procurar.
41:36Você tem um correspondente
41:37bancário geral
41:38e você tem um correspondente
41:39bancário caixa aqui,
41:40que é o CCA.
41:41Então,
41:41procure o correspondente bancário
41:43que ele vai fazer
41:43essa análise de crédito
41:44e vai indicar
41:45qual que é o melhor banco
41:46com o menor juros.
41:49Em relação,
41:50falando mais especificamente
41:51sobre as características
41:52dessa nova faixa,
41:53uma das medidas
41:54que ela prevê ali
41:55também é o...
41:56São parcelas,
41:57o maior número
41:58de parcelas
41:59para que se faça,
42:00para que o comprador
42:02que faça o financiamento
42:03consiga pagar.
42:04Acho que são mais de 400
42:05pelo que eu tinha visto,
42:06além dessa taxa de juros
42:07menor,
42:08de 10,5%.
42:09Essa também é uma medida
42:10positiva trazida
42:11pela essa nova faixa?
42:12Sim,
42:14são 420 meses,
42:16equivalente a 35 anos.
42:18Então,
42:18de fato,
42:19dilui ali
42:20as parcelas
42:21na modalidade SAC,
42:22que é um sistema
42:23de amortização constante,
42:25dilui essas parcelas
42:26aí
42:26do período maior
42:28que aí
42:28passa a caber
42:29no bolso
42:30ali
42:30de quem está interessado
42:32no imóvel
42:33de casa própria
42:33e quem
42:34possivelmente
42:35pode aí trocar
42:36um aluguel
42:37por uma parcela.
42:38Dependendo do público,
42:39do tipo do imóvel,
42:41às vezes vai conseguir
42:41uma parcela
42:42com valor
42:43mais baixo
42:44do que o valor
42:44do aluguel.
42:48Um outro detalhe,
42:49Pedro,
42:49você comentou
42:50que o governo
42:51para conseguir fazer,
42:52sustentar,
42:54conseguir recursos
42:55para fazer
42:55essa ampliação
42:56da faixa,
42:57editou uma medida
42:58provisória.
42:58Essa medida provisória
42:59precisaria ser aprovada
43:00pelo Congresso ainda.
43:01Perfeito,
43:03perfeito.
43:04A medida provisória,
43:05se eu não me engano,
43:06são 45 dias,
43:08prorrogável
43:09por mais 45 dias,
43:11então sim,
43:12para ela
43:13ser transformada
43:14em lei
43:14tem que ser aprovada
43:15pelo Congresso ainda.
43:16Ela foi aprovada
43:17agora em março,
43:19a medida provisória
43:20ainda não passou
43:21pela sanção
43:21do Congresso, não.
43:24Perfeito, Pedro.
43:25Encerramos aqui
43:26então a entrevista
43:26com Pedro Gomidi,
43:27especialista em mercado
43:28imobiliário.
43:29Pedro, muito obrigado
43:30por estar aceitando
43:30participar da entrevista
43:31e até a próxima oportunidade.
43:34Muito obrigado,
43:34eu que agradeço
43:35a participação.
43:36Até mais.
43:37E agora vamos falar
43:38sobre entretenimento
43:39junto com o nosso parceiro,
43:41o portal TV Pop.
43:43E começamos falando
43:43sobre São Paulo
43:45como alvo
43:46da atenção
43:46da Rede Globo
43:47para a sua próxima
43:48novela das oito.
43:50Acabou de começar
43:50uma, já estão pensando
43:51em outra.
43:52Gabriel de Oliveira,
43:53conta mais para a gente
43:54sobre o foco
43:56da Globo ser São Paulo
43:57agora.
43:57Pois é, Pilar,
43:59boa tarde para você,
44:00boa tarde a todos.
44:02Os baixos índices
44:03dessas primeiras semanas
44:04de Vale Tudo
44:04já ligaram
44:05o sinal vermelho
44:06na Globo.
44:07Três Graças,
44:07a próxima novela
44:08das oito,
44:09novela das nove,
44:10cada um fala de um jeito.
44:11E originalmente
44:12se passaria
44:13no Rio de Janeiro.
44:14Mas depois
44:15de uma análise
44:16mais detalhada
44:17sobre os primeiros
44:18números de Vale Tudo,
44:19a emissora já promoveu
44:20uma grande mirada
44:21na trama.
44:22Ela se passará
44:23totalmente em São Paulo.
44:25O elenco
44:25terá nomes ligados
44:26ao teatro paulista,
44:28será totalmente
44:28ambientada em São Paulo.
44:30A Portelinha,
44:31uma comunidade fictícia
44:32que sempre está presente
44:33nos folhetinhos
44:34do Agnaldo Silva,
44:35que é o autor
44:35de Três Graças,
44:37será rebatizada.
44:38E tudo isso
44:39coincide também
44:40com a volta
44:41de alguns nomes
44:42peculiares,
44:43digamos assim.
44:44Regina Duarte
44:45é uma das que estão
44:46negociando um papel
44:47nessa trama.
44:48Cássia Quis
44:49também abriu negociações.
44:51A Globo realmente
44:52está indo,
44:52com um perdão
44:53no trocadilho ruim,
44:54para o Vale Tudo
44:55com a sua nova novela
44:56das nove.
44:57Eles não querem
44:57admitir mais um fracasso.
44:59E aí vem a pergunta,
45:01por que seria
45:01tão importante
45:03para o paulista
45:03se ver representado
45:05em novela?
45:06Se a gente for pensar,
45:07a Vale Tudo original
45:07era no Rio de Janeiro
45:08e os paulistas
45:09gostaram muito.
45:10Tieta se passa
45:11em uma cidade fictícia
45:12no meio das dunas
45:14e também foi muito bem
45:16de audiência.
45:17O paulista vai assistir
45:18mais novelas
45:18só porque ela é ambientada
45:19aqui na visão da Globo?
45:20A nova gestão
45:23de programação da Globo
45:24acredita que o paulista
45:25virou bairrista,
45:27que ele gosta de ver
45:28conteúdos de São Paulo
45:29na TV.
45:30É um movimento
45:31que a Globo
45:31está fazendo
45:31não só com teledramaturgia,
45:33mas em vários
45:33outros horários.
45:34Há dois meses,
45:35mais ou menos,
45:36eles abriram
45:36um novo jornal local,
45:38inicialmente só para São Paulo,
45:39entre a Sessão da Tarde
45:40e o Vale a Pena Ver de Novo,
45:43na faixa de 5,
45:445 e 10 da tarde,
45:45justamente para frear
45:46o crescimento
45:46do Cidade Alerta,
45:48que a Globo
45:48interpretava como
45:49a pedra no sapato
45:51da Sessão.
45:51O formato deu certo,
45:53foi levado
45:53para outros estados,
45:54mas nasceu
45:55como um teste
45:55justamente para o público
45:56de São Paulo.
45:57Aliás, explica um pouco
46:00por que é que o Vale Tudo
46:01está dando mais certo
46:02no Rio de Janeiro
46:03do que em São Paulo.
46:04Os gostos do paulista
46:06e do carioca
46:07estão começando
46:08a divergir historicamente?
46:11O Rio de Janeiro
46:12sempre foi o quintal
46:13da Globo.
46:14Tirado casos
46:14muito pontuais,
46:16a Globo sempre teve
46:16uma performance
46:17muito superior
46:18de audiência no Rio.
46:19Afinal de contas,
46:20os artistas
46:21são vistos em shoppings
46:22de lá,
46:22há uma identificação
46:23muito maior
46:24com o Carioca.
46:25E a Globo está tendo
46:26essa dificuldade
46:27de se impor
46:28em outras cidades.
46:29Em São Paulo,
46:30ela ainda é líder
46:31indiscutível
46:31em 99,9% dos minutos.
46:34Mas se a gente for pegar
46:35outras regiões
46:35do painel nacional
46:36de televisão,
46:37a situação tem começado
46:38a ficar delicada.
46:40Goiânia já se nota
46:41uma rejeição muito explícita,
46:42Vitória também,
46:44Brasília,
46:44principalmente no horário
46:45do almoço,
46:46a Globo tem começado
46:46a perder para concorrentes
46:48e eles estão tentando
46:49correr atrás do prejuízo,
46:50seja ambientando novelas,
46:52criando novos jornais,
46:54campanhas específicas,
46:55para essas cidades.
46:57Interessante,
46:58interessante os desafios
46:59da TV aberta,
47:01até a Globo,
47:02que é a mais poderosa,
47:02está vendo a sua audiência
47:04se esvair,
47:05seja para rivais,
47:06seja para outros modelos.
47:08Isso nos leva
47:09ao nosso próximo assunto.
47:11Tem um apresentador de TV,
47:12o Geraldo Luiz,
47:13que tinha programa
47:15até outro dia
47:16na rede TV,
47:17não tem mais,
47:18e que ele fez um apelo,
47:20um apelo duplo.
47:21Ele ao mesmo tempo
47:21pediu emprego
47:22e ao mesmo tempo
47:23disse que
47:24a TV aberta
47:26vai acabar.
47:27Você acredita nisso?
47:32Dito como eu acho
47:32que o Geraldo Luiz
47:33é um dos responsáveis
47:34pelo buraco
47:35que a TV aberta
47:35se enfiou.
47:37Prova disso
47:37é que nem a rede TV,
47:38você não precisa ir muito bem
47:39na rede TV,
47:39se você dá meio ponto de média,
47:41você já vira um fenômeno
47:41na emissora?
47:43Ele foi demitido.
47:45Ele alega
47:45que a TV aberta
47:47está na UTI,
47:48que não tem mais diretores,
47:49não tem mais redatores,
47:50não tem mais gente
47:50que pensa na televisão
47:52e que nós viramos reféns
47:53de formatos importados
47:55de outros países,
47:55como Estados Unidos
47:56e a Argentina.
47:58Em partes,
47:58ele até está certo.
47:59Um dos grandes êxitos
48:00da Record em 2025
48:01foi o Acerto de Ocaia,
48:03que é um programa
48:04que, inclusive,
48:04em suas primeiras temporadas
48:05foi filmado na Argentina
48:06porque a emissora
48:07não queria gastar dinheiro.
48:09Mas o próprio Geraldo
48:10também tem uma visão
48:11bem limitada.
48:12Todos os programas dele
48:13há pelo menos 10 anos
48:14consistem em contar
48:16histórias tristes
48:17de pessoas
48:18de Norte,
48:19Nordeste,
48:19etc.
48:20Tanto que ele foi
48:21demitido da Record
48:22porque a Record
48:23não queria mais
48:23esse gênero de programa,
48:25a RedeTV deu uma chance
48:26e os resultados
48:27foram tão desastrosos
48:28quanto,
48:29e agora ele está
48:30flertando com a SBT.
48:32Dizem que a emissora
48:33não vai morder a isca
48:34depois do desastre
48:35nas duas vizinhas.
48:38Mas...
48:39Ainda falando
48:40especificamente
48:41sobre esse momento
48:42da TV aberta,
48:44ele também disse
48:45quando ele tinha
48:45acabado de perder
48:46o programa dele
48:47na RedeTV,
48:48estava esperando
48:49para ver se tinha
48:49algum novo projeto
48:50e ele falou
48:51que ele fez
48:51o programa dele
48:52lá numa forma
48:53muito mambembe,
48:55uma coisa meio
48:56tosca,
48:57disse que até
48:58o cenário dele
48:59era de papelão
49:00e aí não demorou
49:01dois, três dias
49:02e a RedeTV
49:02o dispensou.
49:04A RedeTV
49:05hoje,
49:05ela não tem
49:06uma estrutura
49:07como diz
49:08o Geraldo Luiz
49:09ou ele mais uma vez
49:10estava querendo
49:10colocar os méritos
49:12sob os seus ombros
49:13e tirar
49:14a parcela
49:15da RedeTV
49:16na responsabilidade
49:17de entregar
49:17o produto
49:18que ele tem
49:19tanto orgulho.
49:21O Geraldo
49:22gosta de fazer
49:22esse programa
49:23nesse estilo
49:23mais anos 90,
49:24nesse estilo
49:25mais caseiro.
49:25A emissora entregou
49:26o que ele pediu.
49:27A RedeTV
49:28tem problemas
49:29de estrutura,
49:29isso é óbvio,
49:30sempre teve,
49:31mas também fazem
49:32cenários muito bonitos,
49:33tem construções
49:34muito bonitas.
49:36O Geraldo
49:36se gabude,
49:37ah,
49:38tinha um cenário
49:38de papelão,
49:39uma equipe muito pequena,
49:40uma equipe muito
49:41aguerrida,
49:42porque foi isso
49:42que ele se propôs
49:43a fazer.
49:43Ele se propôs
49:44a fazer um programa
49:45enxuto,
49:46porque a Record
49:46deu para ele
49:47uma estrutura
49:47faraônica
49:48e os resultados
49:49comerciais
49:49nunca vieram.
49:51Ele foi para a RedeTV
49:52com mais uma chance
49:52nos domingos
49:53sob o desafio de
49:54vamos te dar
49:55uma estrutura
49:55muito menor
49:56e queremos ver
49:57se você vai dar
49:58resultado.
49:59Se você der resultado,
50:00pode ser que a gente
50:00invista,
50:01que a gente
50:01contrate pessoas,
50:03que a gente faça
50:04um cenário
50:05mais condizente
50:06com os tempos atuais,
50:08só que nunca conseguiu.
50:09O recorde de audiência
50:10do programa dele
50:11foi caçando o irmão
50:12da Suzane von Richthofen,
50:13que deu três pontos
50:14de pico.
50:15Tirando isso,
50:16dá para contar
50:16nos dedos
50:17das duas mãos
50:17quantas vezes
50:18ele conseguiu
50:18passar da barreira
50:19de um ponto.
50:20E um ponto
50:21ainda é uma audiência
50:22fraca.
50:23E aí, ele acabou
50:26perdendo o patrocínio
50:27daquela famosa
50:28farmacêutica
50:29cujo logo
50:30é o rosto do dono.
50:32Próprio fundador.
50:33Pois é.
50:34Muito obrigado,
50:35Gabriel de Oliveira.
50:37Espero você
50:38na edição
50:39do Café Antagonista
50:40deste sábado,
50:42vulgo amanhã,
50:42na edição 55
50:44e edição 56,
50:46onde falaremos
50:47de assuntos
50:48muito interessantes
50:49sobre, por exemplo,
50:51os oito sorvetes
50:52mais bizarros
50:54do mundo.
50:55Tudo isso
50:55na edição
50:56do Café Antagonista
50:57desta semana,
50:58que ainda traz
50:59a queda
51:00de audiência
51:01da Globo
51:02nas novelas
51:02das oito
51:03ou das nove
51:03ao longo
51:04dos vinte anos.
51:05Vamos assistir?
51:06Bom, agora
51:07não vamos assistir nada
51:08porque está acabando
51:09o programa.
51:09Tenham todos
51:10um ótimo final
51:11de semana.
51:12Tchau.
51:42Tchau.
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