Decisão do STF inibe jornalismo investigativo

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Transcript

00:00Supremo Tribunal Federal decidiu que veículos de imprensa podem ser punidos em razão de declarações de um entrevistado que acusaram uma terceira pessoa de ato ilícito sem ter um contraponto à denúncia.

00:12Segundo a corte, o veículo só poderá ser obrigado a pagar indenização por danos morais nas seguintes situações.

00:18Se na época da divulgação do conteúdo havia indícios concretos de que a acusação era falsa, se o veículo de comunicação deixou de observar o dever de cuidado na verificação dos fatos e na divulgação da existência dos indícios, esses são os critérios colocados pelo Supremo.

00:41E a tese foi elaborada por Alexandre de Moraes com mudanças propostas por Luiz Roberto Barroso, Carmen Lúcia e Cristiano Zonin.

00:48O texto diz que a plena proteção constitucional à liberdade de imprensa é consagrada pelo binômio liberdade com responsabilidade, vedada a qualquer espécie de censura prévia, porém...

01:00Ah, porém...

01:03Ah, porém...

01:04Não somos contra a censura, mas...

01:07Mas...

01:08Atenção, senhoras e senhores...

01:10Admitindo a possibilidade posterior de análise e responsabilização.

01:14O processo foi ajuizado pelo ex-deputado federal Ricardo Zaratini, filho do PT, contra o Jornal Diário de Pernambuco, em 2013, por causa de uma entrevista.

01:25Quer dizer, é mais um caso em que o PT está próximo do Supremo Tribunal Federal.

01:33E ontem nós falamos desse alinhamento de diversos ministros com o governo Lula.

01:38Em 1995, o jornal publicou uma entrevista do delegado Van Den Kolk, Van Der Leij, que teria afirmado que Zaratini era o mentor de um atentado no aeroporto de Guararapes.

01:49Depois de...

01:51É o que eu acabei de twittar comentando essa notícia.

01:55Depois de...

01:56A lista...

01:57Impunidade de corruptos.

01:59Anulação de acordos de leniência.

02:01Vingança contra juízes e procuradores.

02:04Afrouxamento da lei das estatais.

02:07Projeto de controle das redes sociais.

02:09Chegou a censura do STF a entrevistas sobre crimes.

02:14Tudo pronto para a volta da Farra.

02:16Quer dizer, o STF confirma o desejo de ministros como Moraes e Toffoli, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli,

02:23de serem os editores do debate público, decidindo o que é verdade e mentira.

02:29E olha só o histórico.

02:32Quando Moraes censurou a Cruzoé, dentro do inquérito aberto de ofício pelo Toffoli,

02:38e em razão de informações que pegavam mal para o Toffoli, informações sobre ele,

02:46eles alegaram que era mentira tudo o que era absoluta verdade.

02:50Então, já temos exemplos históricos de como a interpretação do que seja verdade ou mentira

03:00por parte de ministros do STF pode ser enviesada também.

03:05Já existem leis para abarcar possibilidades extremas de abusos, etc.

03:15Agora, eles tentam fechar ainda mais o cerco.

03:20E o Carlos Greb chegou aqui no estúdio dizendo que o Supremo atira no mensageiro.

03:26Salve Greb, explica.

03:27É isso mesmo, Filipe.

03:29O STF atira no mensageiro.

03:33Você já fez N entrevistas, eu também, né?

03:37A gente sabe que entrevista tem diversas funções no jornalismo.

03:41Às vezes ela é ponto de partida para uma apuração.

03:44Às vezes ela tem um intuito de revelar como uma pessoa se comporta, como ela fala.

03:51Se ela é cuidadosa nas alegações dela ou se diz absurdos.

03:54E, com frequência, isso já é informação para o leitor ou para a audiência que está vendo aquilo.

04:01Perceber como uma pessoa se comporta diante da imprensa.

04:04O Supremo, para comer de conversa, quer que o jornalismo filtre, iniba já esse tipo de coisa para começar.

04:16A espontaneidade que você, às vezes, consegue obter de um entrevistado.

04:21Tem um chilling effect, para dizer, como os americanos.

04:26Um efeito paralisante.

04:28Dissuasivo.

04:29Dissuasivo, inibidor.

04:31Essa decisão que o Supremo tomou hoje.

04:34Por quê?

04:36Como o Filipe estava dizendo.

04:38Os parâmetros daquilo que é aceitável ou não numa entrevista

04:45se tornaram absolutamente abertos ao questionamento judicial.

04:50E só esse alargamento gigante do risco de processo

04:57já vai fazer as empresas pensarem cinco vezes

05:01antes de pôr alguém que tem uma denúncia,

05:05antes de pôr alguém que está trazendo indícios de um esquema complicado

05:12que pode requerer mais investigação.

05:16O editor e a empresa vão falar assim,

05:20opa, peraí, não sei, quantos processos será que eu vou receber

05:28só pelo fato de estar publicando essas alegações desse cara?

05:32Você fecha a porta para o papel de vigilância

05:38e de alerta que a imprensa faz.

05:46E olha só, na essência, né, Filipe?

05:50Se a gente for pensar,

05:51é o mesmo que os ministros do STF e muitos parlamentares

05:57gostariam de fazer com as redes sociais.

06:00Exato.

06:01Ou seja, punir a plataforma, o mensageiro,

06:06por aquilo que os outros dizem nela.

06:09Com as redes sociais, que são gigantescas, bilionárias,

06:14não conseguiram fazer ainda.

06:18E porque atinge também a pessoa, todas as pessoas normais.

06:22Com a imprensa foi fácil, fácil,

06:25criar um constrangimento que levou a nossa imprensa

06:30para 400 anos atrás.

06:34Né?

06:36Ah, não é censura?

06:38Não, é um tipo de intimidação, sim.

06:41Foi muito fácil botar um grilhão no tornezerinho da imprensa.

06:48E vamos lembrar aqui casos que, com essa nova regra,

06:54não teriam acontecido, provavelmente,

06:57ou poderiam, em tese, ser alvo de responsabilização e punição.

07:03Obviamente, poderia haver um efeito dissuasivo

07:06que levasse o entrevistado a não dizer essas coisas

07:08e que levasse os veículos a não publicar,

07:11pelo menos da maneira como publicaram.

07:14Por exemplo, a entrevista de Roberto Jefferson,

07:17a Folha, sobre o escândalo do Mensalão.

07:20Sabe qual era o título daquela matéria?

07:23PT dava mesada de 30 mil reais a parlamentares,

07:27diz Jefferson.

07:29Imagina agora, com a autocensura,

07:32que uma nova regra contra entrevistas que apontem crime,

07:36imagina agora como é que o veículo ia se comportar

07:40se tivesse feito uma entrevista

07:43em que uma figura que sabe dos podres da República

07:46tivesse dito isso.

07:47Ah, não.

07:48Essa manchete nós não podemos colocar,

07:50porque se nós colocarmos,

07:51vai que essas coisas não são provadas,

07:54vai que os ministros do Supremo dizem que é mentira,

07:57e então o Mensalão não é revelado

08:00ou ele vem com uma denúncia muito mais branda

08:04que é muito mais fácil de ser abafada.

08:08Olha só o risco que se está correndo.

08:12Ele já tem tribunais politizados,

08:14ele já tem órgãos de fiscalização e controle

08:17instrumentalizados.

08:20E agora, agora vem essa censura velada à imprensa.

08:26É atar as mãos dos editores, dos repórteres,

08:31daqueles diretores de jornalismo responsáveis

08:34pelos veículos, pelas publicações.

08:37Qual é o outro caso emblemático?

08:39O PC é o testa de ferro do Fernando.

08:43As novas gerações talvez não se lembrem desses nomes.

08:47PC, Paulo César Farias,

08:50testa de ferro do Fernando Collor de Mello.

08:54Isso foi entrevista do primo

08:57do então presidente da República,

08:59Fernando Collor de Mello, Pedro Collor.

09:01Irmão, irmão do Pedro.

09:02Irmão, perdão.

09:03O primo é o Marco Aurélio Mello,

09:04que ele indicou ao Supremo Tribunal Federal.

09:06É tanto parente que às vezes a gente até se confunde,

09:09mas é bom.

09:10E aí a gente mostra como

09:12muitas vezes os parentes têm protagonismo

09:16nas discussões públicas aqui no Brasil.

09:18Então, o Pedro Collor, irmão do Fernando Collor de Mello,

09:22fez as denúncias que acabaram

09:25gerando todo o processo de impeachment

09:28e ele perdeu o cargo de presidente da República.

09:30Hoje, PC é testa de ferro.

09:33Como é que a imprensa vai veicular?

09:34Que alguém é testa de ferro de alguém?

09:36Peraí, isso aí.

09:37Testa de ferro remete a um ato criminoso.

09:39Não podemos colocar isso no título.

09:42Vamos ouvir aqui o Fernando Collor.

09:44Vamos fazer algo muito mais brando.

09:47E aí você não tem o impacto que gera o efeito político

09:50que muitas vezes empurra uma investigação.

09:54Por quê?

09:55Porque está todo mundo de mãos atadas.

09:58E assim, qual é a raiz disso tudo?

10:02A raiz é a insatisfação dos políticos

10:05com acusações contra eles,

10:08muitas das quais verdadeiras.

10:11A gente não pode tirar isso

10:13do contexto de vingança do sistema contra a Lava Jato.

10:17É isso que está dando a base, a retaguarda.

10:20Ah, o presidente foi vítima de uma grande mentira

10:24inventada por investigadores,

10:26num colúio com a imprensa,

10:29então não podemos permitir mais

10:30que entrevistados digam qualquer coisa, etc.

10:34E aí se blinda

10:36e os efeitos

10:38podem ser monstruosos

10:40muito além daqueles que os ministros

10:41concebem nesse momento.

10:44É assim.

10:44Porque, por exemplo,

10:46e o crime organizado?

10:47E o tráfico de drogas?

10:49E a milícia?

10:51Quando a imprensa tiver informações,

10:54inclusive vindas de um criminoso,

10:57sobre autoridades,

10:58sobre outro criminoso

11:00ou sobre bandidos de farda,

11:02bandidos que atuam dentro do poder público,

11:06gente que recebe propina

11:08daquela facção.

11:10Aí também a manchete vai ser proibida.

11:13O veículo de comunicação

11:14não vai poder

11:15mostrar ali

11:17uma podridão

11:21que está rolando

11:22e que vem

11:24muitas vezes

11:26com a autoridade moral

11:27de quem a testemunhou,

11:28de quem a presenciou

11:29e de quem apresentou

11:30para os jornalistas

11:31um leque de elementos

11:33que torna aquilo possível.

11:36É claro que no jornalismo

11:37é preciso ter

11:38cuidados,

11:39responsabilidades, etc.

11:41Agora,

11:41tem algumas questões

11:42que elas precisam

11:44ser colocadas

11:45e isso cria

11:47mais

11:48patrulha,

11:51mais cerceamento,

11:53mais censura velada.

11:55É lamentável,

11:56mas a gente está apontando isso

11:58há anos.

11:59E agora vem bolsonarista

12:00em redes sociais,

12:00faz o L e tal.

12:04Aqui,

12:04antagonista nunca fez o L.

12:06Antagonista nunca deixou

12:08de denunciar

12:09a arbitrariedade

12:10do Supremo Tribunal Federal.

12:12Publicamos um monte

12:13de comentários,

12:14de artigos a respeito disso.

12:15A diferença nossa

12:16para esses militantes

12:18que agora ficam querendo

12:20o monopólio da crítica

12:22ao Supremo Tribunal Federal

12:23é que nós

12:25não bajulamos Jair Bolsonaro,

12:27nós continuamos

12:27vigilantes

12:28no governo

12:29e vamos continuar

12:31sempre,

12:31seja qual for o governo.

12:32Ao contrário

12:33de Jair Bolsonaro,

12:35nós não fomos tomar

12:35cafezinho com Gilmar Mendes,

12:37nós não demos abraço

12:39no Dias Toffoli

12:39na noite de sábado.

12:41Nós

12:42não tivemos

12:43familiares

12:45enrolados

12:46com a justiça

12:47que nós tentamos

12:48proteger

12:49permitindo

12:50ou desmobilizando

12:51parte da sociedade

12:52que se indignava

12:53que os outros

12:56também

12:56pudessem

12:57se salvar,

12:58se blindar.

13:00A gente não participou

13:01dessas articulações,

13:03a gente não vetou

13:04não vetou

13:05projeto

13:07contra decisões

13:08monocráticas,

13:09a gente

13:10não atuou

13:11para barrar

13:12a CPI

13:13da Lava Toga,

13:15pelo contrário,

13:16eu defendi

13:16que ela fosse

13:17instalada,

13:18eu entrevistei

13:19os senadores

13:19que apontaram

13:20e relataram

13:22em detalhes

13:23os telefonemas

13:24de Jair Bolsonaro

13:25e Flávio Bolsonaro,

13:26então essa gente

13:26não tem autoridade

13:27moral

13:28para falar

13:29de crítica

13:30a ministro

13:31de Supremo Tribunal

13:32Federal.

13:34Então,

13:34vamos colocar aqui

13:35as questões

13:36nos seus devidos lugares,

13:38é muito grave

13:39o que está acontecendo

13:40no Brasil

13:41e em vez

13:42também

13:43desse pessoal

13:44fazer a crítica

13:46correta,

13:47a crítica no ponto,

13:47fica tentando

13:48atacar outras pessoas

13:49que criticam.

13:50Wilson Lima,

13:51o que você destaca

13:52em relação

13:53a essa nova

13:55tentativa

13:56de cerceamento?

13:58Felipe,

13:59eu estou observando

14:00aqui a decisão

14:01do Supremo Tribunal Federal

14:02e

14:04eu estou lembrando,

14:05você lembrou

14:06de várias entrevistas

14:07históricas

14:08da imprensa,

14:10eu sou um pouquinho

14:10mais humilde,

14:11eu vou trazer um pouco

14:12para o nosso

14:14quadradinho aqui,

14:15vou puxar um pouco

14:16para o nosso sardinha.

14:19Lembrem da CPI da Covid?

14:21A CPI da Covid,

14:22ela teve uma virada

14:23na investigação

14:24justamente

14:25quando eu

14:26e o colega

14:27Diego Amorim,

14:28na época,

14:29a gente revelou

14:30que o deputado

14:32Luiz Miranda

14:32conversou com o

14:35presidente Jair Bolsonaro,

14:36na época,

14:37e na época

14:37o Luiz Miranda

14:38foi alertar

14:40o Bolsonaro

14:40de que havia

14:41um esquema

14:42no Ministério da Saúde.

14:45A CPI

14:46mudou completamente

14:47o rumo

14:47depois que nós

14:48fizemos essa revelação.

14:50E aí,

14:50eu estou pensando aqui,

14:51Felipe,

14:52na época,

14:53enfim,

14:53nós temos a informação,

14:55enfim,

14:55nós conseguimos,

14:56nós nos cercamos

14:57de todos os elementos

14:58probatórios

14:59para dar essa matéria,

15:00para dar

15:00essa reportagem,

15:02e aí,

15:04com o transcorrer

15:05da investigação,

15:06ficou aquele jogo

15:06de disse-me-disse,

15:07disse-me-disse,

15:08disse-me-disse,

15:09o Luiz Miranda,

15:11na época,

15:12disse que tinha

15:12um áudio

15:13com essa conversa

15:14específica,

15:15mas ele acabou

15:15não revelando

15:16o tal do áudio.

15:18E aí,

15:19eu fico imaginando

15:19o seguinte,

15:20Felipe,

15:20quer dizer,

15:21agora,

15:22com essa decisão

15:22do Supremo,

15:23eu confesso

15:24que eu,

15:25como jornalista,

15:26eu não sei se eu daria

15:26uma matéria como essa.

15:28Não sei se eu daria.

15:29Deixa eu fazer um parêntese,

15:32Lucinho,

15:32para complementar

15:33o que você está dizendo,

15:34porque logo depois

15:36que vocês revelaram isso,

15:38veio a matéria

15:39da Folha de São Paulo,

15:40cujo título

15:40era o seguinte,

15:42vamos lembrar

15:42que os ministros

15:43do Supremo,

15:44que eles tomam decisões,

15:45baseados,

15:46sabe-se lá em que,

15:48e acho que não

15:49refletem a respeito

15:51de todas as possíveis

15:52consequências.

15:53Nesse momento,

15:53é o Lula que está no poder,

15:54é aquele que tem

15:55maior preocupação,

15:57mas pode ser

15:57outra pessoa no poder,

15:59embora,

16:00enfim,

16:01parece-se criar

16:01um ambiente

16:03para que não haja

16:04mais alternância.

16:05A Folha de São Paulo

16:06publicou o seguinte,

16:07exclusivo,

16:08governo Bolsonaro

16:10pediu propina

16:11de um dólar

16:11por dose,

16:13diz vendedor

16:13de vacina.

16:15Essa era a manchete

16:16da Folha.

16:17Subtítulo,

16:18representante da empresa

16:19da VAT Medical Supply,

16:21afirmou a repórter

16:22Constança Rezende,

16:23que proposta

16:24partiu de Roberto Dias,

16:25diretor do Ministério

16:27da Saúde.

16:27isso gerou

16:28maior aware,

16:30isso gerou

16:31interrogatório

16:33na CPI

16:33da pandemia,

16:35isso gerou,

16:36obviamente,

16:37reação bolsonarista

16:38contra o jornal,

16:40contra

16:40aquele representante

16:42da empresa

16:43que tinha dado

16:44a declaração,

16:45aquilo que na época

16:45do Bolsonaro

16:46ficava totalmente misturado,

16:47como sempre ficou

16:49na época

16:50do lulismo.

16:51Quer dizer,

16:52a imprensa publica

16:53alguma coisa

16:53e, na verdade,

16:56é a alegação

16:57de um personagem

16:59envolvido

16:59e aí se ataca

17:00a imprensa.

17:02Então,

17:02também tem esse fator

17:03aí do Bolsonaro

17:04ter contribuído

17:05com esses ataques

17:06à imprensa.

17:07Mas,

17:08essa manchete

17:09que gerou

17:10tanta repercussão,

17:11tanto desdobramento,

17:12tantos questionamentos

17:13interrogatórios,

17:14também não seria colocada

17:16se já houvesse

17:18essa decisão

17:18em vigor.

17:20E aqui a gente

17:21não está dizendo

17:21que certos elementos

17:24dessas manchetes

17:26ou a manchete inteira

17:28depois não possa

17:29passar por um filtro crítico,

17:33eventualmente até

17:34ser refutada.

17:36Mas,

17:36quando você reforça

17:37da maneira como

17:38o Supremo Tribunal

17:39está reforçando

17:40uma possibilidade

17:41de punição

17:42e cabendo,

17:44aparentemente,

17:45a eles próprios

17:46decidir o que é

17:47verdade ou mentira,

17:48coisa que eles

17:49já fizeram

17:50misturando as coisas,

17:51isso gera preocupação

17:53em todo o mercado

17:54da comunicação.

17:55Continua,

17:55o Sim.

17:57Não,

17:57mas é exatamente isso,

17:58Felipe.

17:59E essa história

17:59que você puxou

18:00aí da Folha de São Paulo,

18:01da compra de vacina

18:02por um dólar,

18:03eu lembro como se fosse

18:04hoje,

18:04na matéria da colega

18:05Constância Rezende,

18:06citando o Dominguete,

18:07todo aquele núcleo

18:09ali aloprado

18:11que teve acesso

18:12ao Ministério da Saúde,

18:14um cabo

18:14da Polícia Militar

18:16de Minas Gerais

18:17que disse

18:18que era vendedor

18:19de vacina,

18:19que do nada

18:20ele teria direito,

18:21ele teria um contato

18:23com o fornecedor

18:24lá nos Estados Unidos

18:26para um lote

18:27de vacinas

18:27que ele conseguiria

18:28intermediar isso

18:30junto ao Ministério

18:31da Saúde.

18:31Então,

18:32vejam,

18:33observem

18:35quanto que é perigoso.

18:36No final das contas,

18:37nesse caso específico

18:38do Dominguete,

18:39não se chegou

18:40a ter uma comprovação

18:41tácita

18:42sobre a questão

18:43da propina.

18:44Entretanto,

18:45porém,

18:45com tudo,

18:45havia más,

18:47nesse caso específico,

18:49Felipe,

18:50se puxou todo

18:51um fio

18:52e se revelou

18:54na época

18:54que o Ministério

18:55da Saúde

18:56estava rodeado

18:58de um monte

18:58de picaretas

18:59naquele período

19:01que queriam se aproveitar

19:02simplesmente

19:03de uma situação

19:04drástica

19:06de saúde pública.

19:07Você tinha picareta

19:08que queria se aproveitar

19:10a falta de vacina

19:11para lucrar,

19:12sabe?

19:12Então,

19:13você colocar

19:14uma marra

19:15na imprensa

19:16é algo

19:17muito,

19:18mas muito perigoso.

19:19É como bem disse o Graebi,

19:20você está tentando culpar

19:21o mensageiro

19:22e não aquele

19:23que falou a mensagem.

19:25Vem cá.

19:26Oi, Graebi.

19:28Não está claro

19:28nessa história toda

19:29se os envolvidos

19:31nesses casos

19:33não podem simplesmente

19:35agora

19:36começar a processar

19:38aos jornais.

19:39Eu não duvido nada

19:40que seja retroativo

19:41mais grave ainda.

19:44Ué,

19:45o caso que a gente

19:45está falando aqui

19:46que resultou

19:47nessa sentença,

19:48ele aconteceu,

19:50a publicação

19:51aconteceu em 95,

19:52o processo começou

19:52em 2013.

19:54Ou seja...

19:55É, mas

19:55esse é o caso

19:57realmente

19:58que gerou

19:59a provocação

20:00e o Supremo

20:00está decidindo

20:01a respeito dele,

20:02mas

20:02com uma norma

20:04de repercussão geral

20:05provavelmente

20:06que vai servir

20:07de parâmetro

20:07daqui em diante.

20:08Se eles pegarem

20:09coisas antigas,

20:10aí, enfim,

20:10vai haver uma revolta

20:12muito grande,

20:13seria algo

20:15ainda mais escandaloso.

20:16Mas o problema

20:18é que o Supremo

20:19abriu a porta

20:20para essa possibilidade.

20:21Sim.

20:22Muito malandro

20:23nesse exato momento,

20:24eu aposto

20:25que está ali

20:26selecionando

20:28as matérias

20:29de jornal

20:30em que ele

20:31se sentiu

20:31atrapalhado

20:34nos seus projetos

20:35políticos

20:36e vai entrar

20:37vamos ver

20:38no que dá

20:39ter uma nova

20:40possibilidade

20:41agora.

20:43Até se decidir

20:45como é

20:45que as instâncias

20:46inferiores,

20:48o STJ,

20:49o Tribunal Regional

20:49vão abordar

20:51essa nova

20:52realidade,

20:54os malandros

20:55vão tentar

20:55de tudo.

20:57Criou-se

20:58um ônus

20:58absurdo

20:59para a imprensa.

21:02Continue,

21:03complete,

21:03o STJ.

21:04Não,

21:05e tem mais um detalhe

21:06dessa história,

21:07né, Greve?

21:08Porque não só

21:09é um caso

21:10de 95,

21:11como o fato

21:12que se discute

21:14é de 66.

21:16Sim.

21:16Ainda tem

21:17esse detalhe,

21:18quer dizer,

21:18você tem uma discussão

21:19judicial

21:19dos anos 2000

21:21de uma entrevista

21:22da década de 90

21:24sobre fatos

21:24da década de 60.

21:25Agora,

21:26olha só,

21:27Wilson,

21:27desculpa.

21:27Olha que absurdo.

21:28Não,

21:29por favor,

21:29com a mente.

21:30Desculpa interromper,

21:31né?

21:32Como o Alexandre de Moraes

21:34refletiu sobre

21:35essa circunstância?

21:37Ele falou assim,

21:38olha,

21:38passaram-se 30 anos

21:40entre o crime

21:42de que o Zaratini

21:43foi acusado

21:44e a publicação

21:45da entrevista.

21:47Nesses 30 anos,

21:50surgiram indícios,

21:51documentos,

21:52mostrando

21:55que o Zaratini

21:56provavelmente

21:57não estava envolvido

21:59nessa história.

22:01Mas daí acrescenta

22:01o próprio Alexandre de Moraes.

22:03No entanto,

22:03também nunca houve

22:04uma prova cabal.

22:06Nossa,

22:07aí realmente...

22:08Ou seja,

22:09o jornal

22:10está sendo punido

22:11pela declaração

22:13de um cara

22:13que fala

22:15sobre um crime

22:16que não se sabe

22:18até hoje

22:19se foi mesmo

22:20ou se não foi.

22:21É uma hipótese

22:22não existe

22:23comprovação cabal

22:25de que o cara

22:25era inocente.

22:27E mesmo assim

22:27o jornal

22:28está sendo punido.

22:29É bom deixar claro

22:31porque muita gente

22:31quando raciocina

22:32sobre essas coisas

22:33não divide

22:34quais são as funções.

22:37Então,

22:38o jornalismo

22:38revela informações,

22:40ele revela alegações,

22:41ele revela hipóteses.

22:44O sujeito

22:45vai ser condenado

22:47criminalmente

22:48se a justiça

22:50entender

22:50que os investigadores

22:53e tudo aquilo

22:55que ocorre

22:55no processo

22:56realmente comprovaram

22:59que ele

22:59cometeu um crime.

23:00Quer dizer,

23:01não é por causa

23:02da matéria jornalística.

23:04A matéria jornalística

23:05ela pode trazer

23:05ao público

23:06informações,

23:07ela pode trazer

23:07aos investigadores

23:08informações

23:09que façam com que

23:10eles busquem

23:12novos caminhos

23:13de prova.

23:13isso tudo

23:14pode ser utilizado

23:15mas

23:16a manchete

23:18de um entrevistado

23:20apontando o crime

23:21envolvendo outras pessoas

23:23isso

23:24não é

23:26a decisão judicial

23:27que leva a pessoa

23:28para a cadeia.

23:30Então,

23:30quando você já vai

23:31criando amarras

23:32lá na raiz

23:33amarras que atrapalham

23:35a vigilância

23:36do poder público

23:37de autoridades poderosas

23:39de líderes

23:40de facção criminosa

23:41armada

23:41você está

23:43dificultando

23:44elucidação

23:45de crimes

23:46e existe

23:47uma margem

23:48de liberdade

23:49de imprensa

23:50em todo

23:51estado democrático

23:52de direito

23:53e é essa margem

23:55da liberdade

23:56de imprensa

23:56que pode

23:58eventualmente

23:58trazer ali

24:00imperfeições

24:02mas que

24:03precisa existir

24:05para que

24:06se investigue

24:07para que se apure

24:08para que as pessoas

24:09tenham dimensão

24:09quer dizer

24:10essa margem

24:12está sendo aniquilada

24:12no Brasil

24:13e isso

24:15é gravíssimo

24:16e para quem

24:16não sabe

24:17a origem

24:18dessa expressão

24:19nos períodos

24:19antigos

24:20de guerra

24:20você tinha

24:22o mensageiro

24:23que vinha avisar

24:24ao rei

24:25o que estava acontecendo

24:26no campo

24:26de batalha

24:27então havia

24:28a expressão

24:29não mate

24:30o mensageiro

24:31porque a pessoa

24:31podia ficar irritada

24:32com a informação

24:33o seu exército

24:34perdeu

24:34morreram

24:35mil pessoas

24:36no campo

24:37de batalha

24:38e aí

24:38o rei

24:40mandava matar

24:41o mensageiro

24:42de tão irritado

24:43só que a culpa

24:43não é do mensageiro

24:44o mensageiro

24:45estava simplesmente

24:46informando

24:47as autoridades

24:49do seu país

24:50do regime

24:51ao qual ele

24:51estava submetido

24:52o que estava

24:53acontecendo

24:54lá

24:55em relação

24:55às tropas

24:56então

24:57a imprensa

24:58muitas vezes

24:59ela é

25:00a mensageira

25:01ela revela

25:02notícia

25:03com essa margem

25:04aquilo que está

25:05acontecendo

25:06ou que pode

25:07estar acontecendo

25:08gerando um debate

25:09a respeito

25:10daquele assunto

25:11jogando uma luz

25:13sobre determinada

25:14questão

25:14e

25:15aqui

25:16se volta

25:18também

25:18contra o mensageiro

25:19posso fazer

25:21uma última

25:22observação

25:22sobre isso

25:23nos Estados Unidos

25:25a imprensa

25:28só será

25:29punida

25:30se você

25:31provar

25:31que ela agiu

25:32com dolo

25:33o jornal

25:36a televisão

25:37publicaram

25:38aquela notícia

25:39aquela informação

25:40intencionalmente

25:42para ferir

25:43aquela pessoa

25:44vocês entendem

25:46o que é dolo

25:46é o desejo

25:47de fazer uma coisa

25:48que você já sabe

25:49que é

25:50que é

25:52criminosa

25:53o

25:55Supremo Tribunal

25:56Federal

25:56está querendo

25:57punir a imprensa

25:58por uma culpa

26:01muito levinha

26:03está criando

26:05um dever

26:05dela fazer

26:06uma mega

26:07apuração

26:07prévia

26:08o papel

26:08que seria

26:09da Polícia

26:09Federal

26:10do Judiciário

26:11a imprensa

26:12vai ter que fazer

26:13todos esses papéis

26:14antes de publicar

26:14uma entrevista

26:15quer dizer

26:16aí já passou

26:17aí o eventual

26:18criminoso

26:19já limpou

26:19a cena do crime

26:20ele já destruiu

26:21prova

26:22ele já fugiu

26:23quer dizer

26:24você perde

26:25o timing

26:25a imprensa

26:27teria que fazer

26:28de antemão

26:29o trabalho

26:30de todos os

26:30investigadores

26:31dos órgãos

26:31de fiscalização

26:32e controle

26:33quer dizer

26:35é um cerceamento

26:36que está dentro

26:38de toda essa

26:39narrativa

26:40que lamentavelmente

26:41esse é um ponto

26:42muito importante

26:43ganha legitimidade

26:45dentro da própria

26:47imprensa

26:47e essa é a parte

26:49em que alguns

26:50profissionais de

26:51comunicação

26:51não são todos

26:52eles também

26:53têm de ser

26:54responsabilizados

26:55porque as suas

26:56atitudes

26:56acabam gerando

26:58o ambiente

26:59em que autoridades

27:01como ministros

27:01do STF

27:02se sentem à vontade

27:03para tomar

27:03esse tipo

27:03de decisão

27:04que é a legitimidade

27:07que profissionais

27:07da comunicação

27:08dão

27:09ao discurso

27:12negacionista

27:13em relação

27:13a escândalos

27:14de corrupção

27:14como o Petrolão

27:15é o endosso

27:18a todas essas

27:19narrativas

27:19que são

27:20lavadas

27:21em rádio

27:22e TV

27:22no Brasil

27:22são lavadas

27:24narrativas

27:26falseadas

27:26eles não estão

27:27falando aí

27:27mentiras

27:28etc

27:28está cheio

27:30de gente

27:30com microfone

27:31fingindo

27:31que não havia

27:33esquema de suborno

27:33nós não tivemos

27:36o suposto

27:37departamento

27:38de propina

27:38da Odebrecht

27:39parece piada

27:41atrás de cômico

27:42mas isso está

27:42sendo dito

27:43houve um acordo

27:45de colaboração

27:46premiada

27:46assinado

27:48por 77

27:49executivos

27:51da empreiteira

27:51confessando

27:52pagamento

27:53de propina

27:54inclusive

27:54o seu presidente

27:55que ficou preso

27:57um tempão

27:58Marcelo Odebrecht

28:00homologado

28:03pela ministra

28:04Carmen Lúcia

28:04no Supremo Tribunal

28:05Federal

28:05então está

28:07cheio de profissional

28:09fingindo que não

28:10aconteceu suborno

28:11no Brasil

28:11está cheio de profissional

28:13que está junto

28:15em evento

28:15de empresário

28:17como

28:18Wesley Batista

28:19irmão

28:21do

28:21Joesley Batista

28:22cuja empresa

28:24foi multada

28:25em 10,3 bilhões

28:27de reais

28:27no acordo

28:28de leniência

28:29do grupo

28:29porque

28:30estavam envolvidos

28:31em esquemas

28:32de suborno

28:33então todos

28:35aqueles que fingem

28:36que nada aconteceu

28:37que legitimam

28:38as narrativas

28:39dos políticos

28:40que foram

28:40acusados

28:41de corrupção

28:42dizendo que foi

28:43tudo inventado

28:44por investigadores

28:45cruéis

28:46maliciosos

28:48e juiz

28:49de primeira instância

28:49mesmo quando

28:50decisões foram

28:51confirmadas

28:52em segunda instância

28:52confirmadas

28:53no Superior Tribunal

28:54de Justiça

28:55e às vezes até

28:56no Supremo Tribunal

28:57Federal

28:57ou pelo menos

28:58com habeas corpus

28:58preventivo

28:59negado pelo STF

29:00toda essa gente

29:02está criando

29:03um ambiente

29:04que

29:05produz decisões

29:08que se volta

29:08contra

29:09o mercado

29:11delas

29:11pessoalmente

29:13não sei se

29:14em algum momento

29:14acho até que sim

29:15porque os efeitos

29:16como eu disse

29:17são múltiplos

29:17e eles vão aparecer

29:18se elas vão ser

29:20atingidas ou não

29:21talvez na hora

29:22em que elas

29:24tenham

29:24uma alegação

29:25de um entrevistado

29:27sobre um crime

29:27cometido por alguém

29:28que elas detestam

29:29por alguém que faça

29:30parte de outro

29:31grupo político

29:32aí não vai poder

29:32falar

29:33não vai poder

29:35relatar

29:36reportar

29:36porque essa decisão

29:38ela não é

29:39sobre uma

29:40acusação

29:41editorial

29:41da imprensa

29:42que acusa

29:43alguém de crime

29:44não

29:44é sobre a publicação

29:46de uma entrevista

29:46em que um entrevistado

29:48dá ali

29:50alegações

29:51que comprometem

29:53alguma outra pessoa

29:55do ponto de vista

29:56criminal

29:57e há até nuances

29:58aí

29:59e a gente não tem

30:00muita confiança

30:00de que os ministros

30:01vão ter

30:03uma grande coerência

30:04um cuidado

30:05e uma autocontenção

30:07porque assim

30:08o entrevistado

30:09ele pode falar

30:10que fulano

30:13enfim

30:14estava presente

30:15numa reunião

30:16que foi discutido

30:17dinheiro

30:18e tal

30:18mas o entrevistado

30:20pode não

30:20acusar diretamente

30:21alguém de um crime

30:22mas ele pode

30:24envolver

30:26aquela pessoa

30:27num ato

30:28que aparentemente

30:29pode ser considerado

30:30criminoso

30:31em tese

30:31eventualmente

30:32por órgão de fiscalização

30:34e controle

30:34e aí

30:35qual vai ser

30:35essa nuance

30:36eles vão punir

30:38o veículo

30:38de acordo também

30:39com o interesse

30:40político

30:40e o problema

30:41é que até chegar

30:42ao ministro

30:43Felipe

30:43a gente tem que

30:43lembrar

30:44que esse negócio

30:44vai passar

30:45pela primeira instância

30:47pela segunda instância

30:48pela terceira instância

30:49ou seja

30:50criou-se uma máquina

30:53de

30:55de

30:56de culpabilização

30:58da imprensa

30:59por relatar

31:01o que uma outra pessoa

31:02está dizendo

31:03os casos

31:05que vão chegar

31:06ao Supremo

31:07vão chegar ao Supremo

31:08depois de 20 anos

31:09nesse meio tempo

31:10empresas jornalísticas

31:12pequenas

31:12como o Antagonista

31:13por exemplo

31:14podem estar

31:15obrigadas

31:15a combater

31:16na justiça

31:16N

31:17ações

31:19que não vão

31:21direto para o Supremo

31:22ou seja

31:23criou-se um triturador

31:25isso

31:26é um constrangimento

31:27um constrangimento

31:28absurdo

31:28não publiquem

31:29relatos

31:31sobre crimes

31:32cometidos

31:33nos bastidores

31:33da República

31:34quer dizer

31:36o que depreender

31:37se não

31:38esse recado

31:39dessa decisão

31:40do Supremo

31:41Tribunal Federal

31:42e é por isso

31:44que eu coloco

31:45dentro do contexto

31:46de todas

31:47essas ações

31:48não só

31:49de impunidade

31:51de vingança

31:52do sistema

31:52mas

31:54de propostas

31:56para restabelecer

31:57o cenário

31:59e a moldura

32:00legal

32:01que vigorava

32:02no período

32:03pré-Petrolão

32:04a gente está vendo

32:06aí

32:06a tentativa

32:07de desmantelamento

32:08do compliance

32:09da Petrobras

32:10com o afrouxamento

32:13da lei

32:14das estatais

32:14decidido em eliminar

32:15pelo ministro

32:16Ricardo Lewandowski

32:17decisão monocrática

32:19individual

32:19e aí o governo Lula

32:21e o Lula

32:22foi quem indicou

32:22o Lewandowski

32:23acotado aí

32:24para ser ministro

32:25nosso vídeo de ontem

32:26inclusive sobre isso

32:27viralizou

32:27ele saiu nomeando

32:31pessoas que poderiam

32:34não ser aceitas

32:36em razão

32:36da lei

32:37das estatais

32:37mas conseguiu

32:39fazer isso

32:40por causa

32:40da liminar

32:40do Lewandowski

32:41agora você tem

32:44outras iniciativas

32:46em relação

32:46a Petrobras

32:47Rodrigo Oliveira

32:48tem falado

32:49a respeito

32:49disso também

32:50você tem

32:51a tentativa

32:51de volta

32:53dos empreiteiros

32:53amigos

32:54ao BNDES

32:54foi nosso tema

32:55ontem

32:56é o capitalismo

32:57de compadrio

32:58a serviço

32:59do socialismo

33:00internacional

33:01como eu já

33:01publiquei em artigo

33:02o que é o socialismo

33:04refinado de Lula

33:05procurem esse meu artigo

33:06em que eu falava

33:08sobre os escândalos

33:08do BNDES

33:09já prevendo

33:10essa volta

33:11então assim

33:12esses negócios

33:12esse papinho

33:13bolsonarista

33:14vocês fizeram isso

33:15a gente está apontando

33:16o tempo todo

33:16está alertando

33:17o tempo todo

33:18ao longo dos anos

33:19em que o próprio

33:20Bolsonaro estava

33:20no poder

33:21ao longo

33:22da corrida eleitoral

33:24agora a gente

33:25não fica pendurado

33:26naquele lugar

33:27de políticos

33:28de estimação

33:29não fica pendurado

33:31onde eles ficam

33:32então

33:33é

33:34é um quadro

33:35é

33:36que

33:37tende

33:38a gerar

33:39escândalos

33:40sem que

33:41se possa

33:42revelá-los

33:43e esse é

33:44o ambiente

33:45ideal

33:45para

33:46os políticos

33:47dispostos

33:48a delinquir

33:49o que

33:54o

33:55o

33:55Obrigado.

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