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00:00Vamos logo para a agenda da semana?
00:01Eu sei que eu estou segurando aqui o nosso Gui Mendes,
00:04que é o nosso roteirista antagonista.
00:06Se tem um roteirista aqui nessa empresa,
00:08ele se chama Guilherme Mendes.
00:10Gui, bota o Gui na tela, por gentileza.
00:13Nosso grande Gui Mendes, que é o nosso autor do nosso roteiro,
00:16ele é o único homem com capacidade de previsão.
00:23O que o Guilherme publica de manhã cedo,
00:25ele já dá um apanhado do que vai acontecer durante a próxima semana.
00:29Essa semana é uma semana mais esvaziada,
00:30uma semana em que deputados e senadores estão nas suas bases,
00:35aproveitando a folga.
00:36Afinal de contas, temos feriado na quarta-feira.
00:39E aí você já sabe, né?
00:41Quarta-feira, feriado, então,
00:42todo mundo já aproveita para antecipar um pouco a folga.
00:45Mas o Supremo Tribunal Federal, Gui,
00:48tem um julgamento importantíssimo na próxima quinta-feira,
00:52que é sobre a chamada coisa julgada.
00:55Segura por gentileza, Dandam.
00:57Mas antes da gente entrar na coisa julgada,
00:59ô, Matheus, coloca por gentileza o áudio da nossa segunda-feira.
01:04Porque esse áudio foi compartilhado em um grupo
01:07que eu fazia par dito com o Guilherme há alguns anos atrás.
01:09Só para a gente lembrar aqueles bons tempos.
01:11Gui, voltando para a notícia, voltando para o noticiário, querido.
01:15Coisa julgada do Supremo.
01:16Mais uma vez, o Supremo vai ter que mexer num assunto
01:19que até o momento se imaginava que era fatura liquidada, né, querido?
01:23Boa tarde para você.
01:24Boa tarde, boa tarde a todos os meios em Brasília.
01:27Wilson, você não vai tirar a minha concentração.
01:29Já é muito difícil entrar ao vivo aqui.
01:32Colocando áudio de WhatsApp, você não vai conseguir isso.
01:35Nem o Daniel.
01:37Mas vamos lá, gente.
01:39Boa tarde.
01:40É importante a gente colocar em perspectiva,
01:43explicar um pouco o que é essa coisa julgada,
01:47que é um nome muito simples, até bastante vago,
01:52perto do que é essa tese do quão importante que ela é.
01:57O STF costuma jogar algumas questões mais relevantes em temas.
02:02E esse é o tema, se não me engano, o tema 881 da corte,
02:06que é a possibilidade de retroatividade em cobranças tributárias.
02:11Em fevereiro desse ano, eles definiram numa tese muito inédita
02:17dentro da corte, que as cobranças, a cobrança do imposto,
02:22ela pode ser revista pela Suprema Corte,
02:25mesmo que já haja decisões que permitam que uma empresa específica
02:31não recolha aquele imposto.
02:33Então, assim, numa situação, num exemplo, no caso,
02:37dessa empresa que foi julgada,
02:40a empresa tinha uma decisão que a permitia não recolher
02:46a contribuição social sobre o lucro líquido,
02:48que é a CSLL,
02:50que junto com o imposto de renda jurídico
02:52é o que forma a base ali do que se cobra das empresas
02:55e é também a grande base da contribuição federal
03:00em termos de impostos.
03:01Então, essa empresa conseguiu uma decisão judicial
03:04permitindo que ela não recolhesse a CSLL
03:08e a decisão já havia transitado em julgado
03:12e isso significa que não cabia mais recursos
03:15e ela poderia seguir a vida sem recolher
03:18essa contribuição graças a essa decisão.
03:21O que o Supremo definiu em fevereiro desse ano
03:25é que se o Supremo decidir de maneira contrária
03:30e que a contribuição é devida, a empresa vai ter que
03:33vai ter que pagar esse imposto de um jeito ou de outro.
03:37Por mais que ela tenha uma decisão contrária nesse sentido,
03:41vale o que definiu a coisa julgada do STF.
03:45Isso vale em matéria apenas tributária
03:48e só que isso gerou, assim, um pânico generalizado
03:52desde o julgamento do STF em fevereiro,
03:57gerou um pânico generalizado nas empresas
03:59porque muitas delas têm desse tipo de benefício.
04:04Um deles, por exemplo, é o benefício de piso e cofins
04:07da indústria dos refrigerantes,
04:09que permite que grande parte das maiores
04:11produtoras de refrigerante do país
04:14possam ter ali uma isenção tributária
04:18de piso e cofins muito grande
04:20que torna a sua operação extremamente lucrativa.
04:23Se um dia o STF definir em sentido contrário
04:27esse esquema todo de recolhimento tributário,
04:32ele acaba caindo.
04:33Então, agora, no julgamento que deve começar na quinta-feira,
04:39os ministros vão retomar esse julgamento
04:41por meio de embargos,
04:42que são recursos contra a própria decisão da COD.
04:47Então, a empresa que perdeu,
04:49ela vai tentar recorrer do STF
04:51para que eles se vejam a decisão.
04:53Até o momento,
04:54dois votos já foram dados em plenário virtual
04:57e os dois votos são não reconhecendo
05:00esse direito de rever a decisão.
05:03Só que os outros oito votos,
05:06ainda há uma décima primeira cadeirinha aberta,
05:09mas os outros oito votos vão ser dados no plenário,
05:12muito provavelmente, a partir da quinta-feira.
05:17Ah, ô, Matheus.
05:20Matheus, ô, Matheus, você bota o somzinho na segunda-feira,
05:23mas parece que você não acordou ainda, Matheus.
05:25Estou brincando com o Matheus.
05:27Mas, Gui,
05:29para além, só para a gente fechar,
05:31porque já estou com o Rodolfo Boste também já na linha,
05:34para além da questão da coisa julgada,
05:37esse processo, esse recurso extraordinário,
05:39a gente está falando de um recurso extraordinário,
05:41se não me engano,
05:42ele também tem um simbolismo,
05:43porque essa é uma questão que no Supremo se debate desde 2007,
05:50essa questão da coisa julgada,
05:53e ele bate num ponto que é o ponto de maior crítica em relação ao Supremo,
05:57que é o seguinte,
05:58que é a reversão de decisões do próprio Supremo,
06:00ou de outras instâncias do Poder Judiciário,
06:02quer dizer, de você ter uma decisão no sentido,
06:05você criar um elemento, uma jurisprudência,
06:09e aí você, a partir de alguma decisão X específica,
06:14com recurso, com repercussão geral,
06:16para quem não sabe, repercussão geral é uma decisão do Supremo,
06:18que ela cabe, que ela vale de forma automática para outras instâncias,
06:22segunda, primeiras instâncias,
06:25então o Supremo, ele volta a entrar num embate
06:28que é a própria segurança jurídica do próprio Supremo,
06:31quer dizer, de você não ter uma situação de instabilidade,
06:33de você ter uma decisão que vai e volta, vai e volta o tempo todo,
06:35quer dizer, também tem um pouco esse simbolismo desse julgamento de quinta-feira,
06:40não é isso, querido?
06:41Exatamente, assim, é um princípio que, obviamente,
06:46o direito se gaba muito de ter, que é o da segurança jurídica,
06:50ou seja, o combinado é o tratado,
06:54então, se a decisão do Supremo é X, ela vai ser X,
06:58e é um ponto do direito que é considerado, assim, essencial,
07:03é um ponto base, só que essa decisão do Supremo,
07:06ela pode acabar colocando isso em xeque,
07:10por uma decisão do próprio Supremo, né,
07:12ou seja, o Supremo vai poder rever as próprias decisões,
07:17como é de ofício, mas ele vai poder acabar fazendo com que decisões
07:22que já são cumpridas e que não cabem mais recursos,
07:28ou seja, que já está pacificado,
07:31que é outro verbete usado no mundo do direito,
07:35quando ela já estiver pacificada,
07:37ela pode voltar a ser discutida,
07:38ela pode voltar a ser,
07:40ela pode voltar a ser,
07:44como que eu posso dizer,
07:45rediscutida dentro do tribunal,
07:47e ela pode sair num sentido oposto,
07:50a possibilidade de uma empresa não recolher o imposto
07:55e permanecer assim,
07:57e fazer disso parte do seu planejamento,
08:00pode acabar caindo de dia para noite,
08:01com uma decisão monocrática,
08:04com uma decisão tomada pelo Supremo de uma maneira muito rápida,
08:07então, assim,
08:07é uma decisão que gerou muita crítica,
08:11justamente por essa falta de segurança jurídica,
08:14e ela gerou mais crítica dentro do ambiente financeiro,
08:18do ambiente empresarial,
08:19já que ela envolve aí muito o planejamento tributário
08:22de empresas de todo tamanho,
08:24das pequenas às multinacionais,
08:27mas também do próprio Congresso,
08:30há projetos de lei dentro do Congresso Nacional
08:32que podem acabar avançando
08:36caso o Supremo decida por manter essa tese,
08:41então, aí, caso o Supremo mantenha essa tese,
08:44é muito provável que esses projetos de leis
08:47que estão adormecidos no Senado,
08:49na Câmara e no Senado,
08:51eles começam a tramitar com maior rapidez.
08:54Tá certo.
08:56Guimêndes, obrigado pela atenção,
08:58obrigado pela sua paciência,
09:00ter esperado tanto tempo,
09:02e, enfim, mais uma semana começando,
09:03meu querido, e vamos que vamos,
09:05e esse assunto a gente vai tocar ainda,
09:07vamos ainda abordar esse assunto
09:08de forma um pouco mais técnica
09:09nas próximas edições do Meio Dia em Brasília.
09:11Obrigado, Guilherme, até a próxima.
09:12Legenda Adriana Zanotto

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