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00:00Bom, além da CPI do MST, a gente tem também uma outra CPI acontecendo no Congresso, que é a CPI das ONGs.
00:07E sobre esse assunto e alguns outros, eu vou conversar hoje com o senador Zequinha Marinho, que já está conectado, não está, senador? Tudo bem?
00:17Estamos sim. Boa tarde, né?
00:21Boa tarde, bom dia. Quem não almoçou, eu costumo dizer bom dia. Quem já almoçou, é boa tarde.
00:26Então, bom dia, Guilherme.
00:33Está me escutando?
00:35Estou, sim.
00:37Pronto. Veja, primeiro eu queria conversar com o senhor sobre a CPI das ONGs. É uma CPI que está acontecendo no Senado. O senhor integra o colegiado. Eu queria que o senhor me explicasse em que pé que está a comissão e que pontos que ela pretende abordar agora no segundo semestre.
00:54Bem, a comissão começou ouvindo lideranças principalmente indígenas, outros que são ligados a povos tradicionais, algumas pessoas ilustres, escritores, pensadores.
01:11Um deles foi o Aldo Rebelo, que é um grande conhecedor, tem publicações sobre temas amazônicos.
01:20Recentemente, na última oitiva que fizemos aqui, ouvimos o Lorenzo Carrasco, escritor de um livro que tem vendido muito no Brasil e no mundo, que é a Máfia Verde, Máfia Verde 1, Máfia Verde 2.
01:37Ele é mexicano, conhece pesquisas sobre as questões amazônicas e trouxe bastante contribuições em cima daquilo que a gente precisa ouvir para então conduzir melhor o nosso trabalho.
01:55Vamos continuar daqui para frente, chegando já mais perto do objetivo, que é ouvir lideranças dessas organizações não governamentais,
02:06que, primeiro, aquelas que têm pego recurso do Fundo Amazônia, apurando algumas informações de, digamos assim, de mau uso,
02:18ou um pouco mais de superfaturamento nas suas ações e vamos avançando.
02:25O trabalho tem, toda semana tem um desdobramento, ouve-se uma pessoa e a gente está tratando de reunir as informações especiais para quando chegar,
02:36naqueles que a gente pretende realmente ouvir para tirar as dúvidas, quanto às denúncias,
02:43a gente já tenha subsídios em mãos que possam fazer um bom trabalho, um bom interrogatório, para poder chegar ao objetivo da CPI.
02:55Em relação a denúncias, explica para quem está ouvindo o meio-dia qual o foco dessa CPI, o que ela está apurando, que tipo de denúncias são essas?
03:06O objeto principal da CPI, o número 1, o uso de dinheiro público ou privado para a realização dos seus trabalhos e não foram alcançados.
03:23Por exemplo, o PTU tem uma informação aqui que uma determinada ONG pegou 16 milhões do Fundo Amazônia e deixou de prestar conta de 2.123.000.
03:34Esse é um fato concreto, correto?
03:39Uma outra pegou 1.700.000 reais para capacitar 152 lideranças para atuar na região e ministrou esse curso em três dias.
03:53Quer dizer, um absurdo se gastar 1.700.000 num evento de capacitação de 150 pessoas em três dias.
04:02Quer dizer, um superfaturamento aí violento.
04:04Enquanto você paga para um doutor, aqui na ENAP, 170 reais de hora-aula, aqui você estaria pagando mais de 8.500 reais para capacitar uma liderança.
04:17Então, esse tipo de coisa, Júlia, que a gente está tentando trabalhar para evitar que isso avance.
04:25Uma segunda coisa que a gente quer investigar nisso é a influência das ONGs na condução de políticas públicas.
04:33Nós temos uma ONG que atua na Amazônia e tudo que acontece relacionado à FUNAI ou à criação de reservas ambientais é comandado por ela.
04:46É ela que faz os estudos, é ela que realiza tudo, é ela que diz a FUNAI é mera marionete na mão.
04:55Não é para fazer, quer dizer, é o braço do governo a serviço dessa ONG, estou falando dessa especificamente, que é muito conhecida lá no Brasil,
05:06que termina realizando um verdadeiro desserviço à sociedade brasileira.
05:14E a coisa não é assim, a gente quer examinar essa relação do setor privado com o setor público e ainda recebendo financiamento
05:25de forma muito, digamos, perigosa para a questão principalmente da soberania nacional.
05:31E aí, o que a gente pode pensar em termos de resultados dessa CPI?
05:38Vocês, eu sei que começou no primeiro semestre, não é isso?
05:41Eu imagino que ela siga até setembro, não sei se eu estou certa, o senhor pode me corrigir se eu estiver errada,
05:47mas a gente já consegue ter uma expectativa do que o colegiado pretende em termos de avanço pós-CPI?
05:54Qual é o objetivo final, o foco?
05:57O foco é o seguinte, examinado tudo, apurado tudo que se pretende, naturalmente tem que seguir um caminho legal.
06:07Qual é o caminho de uma CPI após a apuração das informações que ela levanta?
06:12Oferecer ao Ministério Público para que aquilo que tenha que ser denunciado à justiça seja denunciado.
06:20Então, essas ONGs, estou meio que generalizando ONGs, nós temos muitas ONGs boas, importantes,
06:27que efetivamente trabalham e contribuem com a sociedade, não só na Amazônia, mas Brasil e mundo afora.
06:35Mas aquelas que são pagas, ou pelo recurso, digamos, do Fundo Amazônia,
06:41ou patrocinada pelo setor privado, que estejam aqui também em interesses das questões externas.
06:50Estados Unidos, por exemplo, é um grande concorrente da economia brasileira, principalmente no setor do agro.
06:58Eles financiam ONGs para trabalhar o engessamento do agro brasileiro.
07:05ONGs financiadas pelo Reino Unido, ONGs financiadas pela Alemanha, né?
07:13Nós sabemos que a Alemanha comete os piores crimes ambientais, está lá minerando carvão mineral, né?
07:20Para servir a energia, porque ficou um certo problema com a Rússia, o negócio do gás, etc.
07:27Enfim, a Alemanha está engolindo cidades, povoados, florestas, em nome do interesse nacional
07:36para poder tocar a sua vida econômica lá.
07:42Mas aqui no Brasil, financia ONGs para impedir, no campo, onde é possível se trabalhar com tranquilidade,
07:50nos biomas, principalmente cerrado, mata de transição, áreas degradadas, né?
07:55Por exemplo, um dos grandes estados, o maior da Amazônia em termos de volume de trabalho é o Pará.
08:02O Pará não precisa derrubar uma árvore.
08:04Mas nós temos atuação de ONG lá aprontando e aprontando com o auxílio da estrutura estatal.
08:12Então a gente quer separar o que é ONG e o que é governo nesse negócio, né?
08:17Deixar claro para a sociedade o mal que essas organizações têm trazido para o atraso,
08:24o comprometimento da qualidade de vida.
08:26A Amazônia é um dos piores lugares para se viver quando você mede a questão da qualidade de vida naquela região.
08:34Quer dizer, está se fazendo coisas ali contra o interesse de uma população que precisa de dignidade,
08:41que precisa de alimento, que precisa de casa, que precisa de saneamento.
08:45Os governos não avançam porque os grandes projetos são impedidos em função da militância das ONGs,
08:51tendo no governo e principalmente no Ministério Público, a mão forte do Estado para que isso aconteça.
08:59Então nós precisamos deixar cada um no seu devido lugar.
09:03A gente precisa crescer.
09:05A Amazônia não pode continuar sendo problema.
09:08A Amazônia tem que continuar sendo solução, porque há espaço e potencial para isso.
09:13O senhor falou da questão da qualidade de vida na Amazônia.
09:18E tem um entrave, na Amazônia, no que eu digo, na região até norte, para além de qualquer estado, região norte.
09:24Tem um entrave muito grande, para quem conhece a região sabe muito bem,
09:27que é a questão de infraestrutura, principalmente rodoviária.
09:30Tem um ponto que eu sei que o senhor acompanha de perto, que é a ferrogrão,
09:33que é essa ferrovia que liga Mato Grosso ao Pará, não é isso?
09:37Em que pé que está a construção dessa via? Tem alguma novidade?
09:43O pé que está parado, já há uns dois anos, em função de uma ação movida pelo PSOL,
09:50naturalmente subsidiado por ONGs também, porque a ONG trabalha de uma forma muito direcionada,
09:56focando a compensação na realização de grandes projetos.
10:00Onde tem um grande projeto, você pode ir lá, que as ONGs estão trabalhando com índios, com quilombolas,
10:07com ribeirinhos, com isso, com aquilo.
10:10E qual é o objetivo?
10:11Ganhar dinheiro em cima da compensação, porque o governo ou o setor privado desejam realizar um projeto.
10:19Então, a ferrogrão está parada por causa de uma ação no Supremo Tribunal Federal,
10:25que mandou suspender todos os estudos e trabalhos que se faziam naquele momento,
10:31para que se concedesse, ela fosse a leilão, se fizesse a concessão.
10:36É uma obra grande, a concessão seria de 69 anos,
10:419 para construir, 60 para explorar,
10:45passa de R$ 21,5 bilhões o valor do investimento,
10:49e isso traria um benefício extraordinário para aquela região,
10:54em função de empregos, oportunidades, economia, etc.
10:59Questão econômica no que diz respeito ao transporte,
11:03da produção do Mato Grosso, que é muito grande,
11:06hoje pela BR-163,
11:08com a ferrogrão,
11:11só no primeiro ano nós iríamos economizar
11:15R$ 19,2 bilhões no escoamento dessa produção.
11:20Quer dizer, o produto nosso chegaria no exterior
11:24com preço muito mais competitivo do que chega hoje,
11:29porque nós baratearíamos o custo dessa produção
11:33a partir da terra onde se produz,
11:36o centrão do Mato Grosso,
11:37até chegar lá fora na Europa.
11:40Bom, esse é um ponto que dá um prejuízo terrível.
11:45Depois a questão da logística mesmo.
11:48Nós, enquanto você tem ali 2 mil caminhões por dia,
11:52você tiraria boa parte desse número de caminhões
11:54e daria uma eficiência na fluência
12:00do escoamento dessa produção.
12:02Quer dizer, significativo o valor das toneladas
12:06carregadas pelo trem.
12:08Diminuiria, ficaria mais tranquilo, mais seguro,
12:11tiraria os acidentes, as mortes, os prejuízos e assim por diante.
12:16Outro na questão ambiental.
12:18E essa questão ambiental é mencionada na ação movida para suspender.
12:23Preste atenção num dado que é científico, levantado,
12:27constatado por todo mundo.
12:29Na questão da emissão de CO2, do gás de efeito estufa,
12:34a ferrovia é melhor do que a rodovia em 77%.
12:41Digamos, de um todo de emissão de gás de efeito estufa
12:47produzido pelo caminhão na rodovia, 100%.
12:51A ferrovia só produziria 23%, quer dizer, a diferença aí é 77%.
12:58Então, o meio é um modal extremamente sustentável, Júlio.
13:03Quer dizer, eu não sei por que se acata uma denúncia,
13:06uma ação contra um tipo de transporte
13:09que se discute hoje no mundo a questão da sustentabilidade
13:11e você vai contra a sustentabilidade.
13:15Dois, a ferrovia vai passar dentro do parque.
13:23Esse parque é novo.
13:25A rodovia BR-163 é antigo.
13:28E a ferrovia vai passar ao lado, colado na rodovia.
13:34Está certo?
13:35No estudo de impacto ambiental, o técnico colocou,
13:39digamos que você precisa de alguns hectares,
13:42porque daqui a colar o espaço está muito fechado,
13:46tem que abrir um pouquinho aquilo que foi feito há muito tempo atrás,
13:49a mata vai se regenerando, então tem que abrir ali um pouquinho.
13:52Ele pediu 800 e poucos hectares,
13:55digamos que venha a ferir aí até 20,
13:58mas para isso se propôs e se colocou
14:01numa APA lá, a APA Tapajós,
14:0451.135 hectares, quer dizer,
14:07para compensar 800,
14:11destinou-se 51 mil e pouco.
14:16Quer dizer, é uma compensação relativamente absurda,
14:21mas foi feita a compensação.
14:23Então não há de que se reclamar da questão ambiental,
14:27porque além da compensação que é dada aqui
14:29para eventual supressão vegetal em alguns períodos,
14:34alguns trechos, digo melhor, alguns perímetros,
14:37se deu vantagem numérica maravilhosa em outra unidade.
14:46Então, realmente é um problema que a gente tem que tomar providência,
14:51porque a fachada ambiental,
14:56ela não se sustenta.
14:59O que sustenta isso?
15:01A concorrência internacional.
15:03Segurar o Brasil,
15:05amarrar a produção brasileira,
15:07engessar a sua logística,
15:10parar com isso,
15:11para poder concorrer com o Brasil lá fora.
15:14Daí o resultado do atraso na vida do povo daquela região.
15:20Quer dizer, não há desenvolvimento.
15:22O pessoal vive de bolsinha.
15:24Bolsa não dá futuro para ninguém.
15:27Lamentavelmente o custo de vida hoje está muito acima
15:30de uma bolsa,
15:33uma bolsa que não significa tanta coisa em termos de cesta básica
15:36para se trabalhar.
15:38Daí você termina condenando uma região tão bonita e boa
15:41que poderia produzir sustentavelmente
15:45ao atraso de vida.
15:47Não tem saneamento,
15:49o governo não arrecada,
15:51a população não desfruta
15:52e a gente vive ali engessado.
15:55Por quê?
15:56Porque nós não estamos dando conta de quebrar
15:59esse tipo de articulação internacional
16:03que nos atrapalha aqui.
16:05Infelizmente,
16:06há um bom número de brasileiros
16:07que trabalham contra o Brasil
16:09fazendo esse tipo de coisa
16:11que é um verdadeiro desserviço.
16:14Quando a gente fala em ferrovia,
16:16essa é uma discussão até antiga,
16:18não é, senador?
16:18Quando a gente fala nos modais logísticos,
16:22se questiona muito
16:23por que o Brasil não investe em ferrovias,
16:26já que é um país de dimensões continentais,
16:28e continua apostando no modelo
16:30prioritariamente rodoviário.
16:35E aí tem uma discussão muito interessante
16:37enquanto o senhor falava
16:38de toda essa polêmica ambiental
16:40que me veio à mente,
16:41que é que as ferrovias
16:43são conhecidas por serem menos poluentes
16:45justamente do que as rodovias.
16:48E é um argumento que eu imagino
16:50que o senhor também esteja levando
16:51em consideração nessa defesa.
16:54Enquanto o senhor falava,
16:55eu estava separando aqui
16:55alguns números dessa ferrogrão,
16:59que são 900 quilômetros de extensão,
17:02não é isso?
17:02O valor estimado de investimento...
17:03933, mais exatamente.
17:06933, boa.
17:09O valor estimado de investimento,
17:1012 bilhões, não é isso?
17:13E recursos injetados pela iniciativa privada
17:16e num prazo de concessão de 69 anos.
17:20Ou seja, seria uma alternativa
17:22essa BR-163,
17:24que é uma rota de escoamento
17:26principalmente de soja, milho e algodão,
17:28que é da década de 70.
17:29Estou certa, só para contextualizar
17:31quem não é da região norte,
17:33o que significa e qual o porte dessa obra.
17:36A gente está falando de uma obra muito grande,
17:38muito significativa
17:39e que tem um impacto, sim, na economia,
17:42tanto local quanto de outras regiões,
17:45porque é uma rota de escoamento.
17:47Estou certa?
17:47Me corrija?
17:48Não, tudo bem.
17:49Só atualizando um dado,
17:51com relação ao valor da obra,
17:52hoje, de valores atualizados,
17:55o valor dessa obra passa de 21 bi,
17:5721 bilhões e meio de reais,
18:01que é o que os economistas estão
18:03dizendo do custo dela hoje,
18:06esse valor daquela época ainda,
18:08as coisas sobem.
18:10Depois o seguinte,
18:10essa questão de não pensar no Brasil
18:12e atender economicamente alguns setores
18:15termina levando um país dessa dimensão
18:18a ser o que é.
18:20Por exemplo, nós estamos aqui em Brasília,
18:23daqui a Belém,
18:25não é verdade?
18:26São 2.226 quilômetros,
18:29parece que eu não estou enganado.
18:31Por que não se tem uma ferrovia daqui a Belém?
18:34Não é verdade?
18:36O valor da economia,
18:38se você for comparar a tonelada carregada
18:41pelo caminhão e a tonelada transportada
18:44pelo trem,
18:46é infinitamente menor.
18:49Só perde para a hidrovia,
18:50que é mais barato ainda.
18:52Correto?
18:53Que é mais barato ainda a hidrovia.
18:54Mas não é possível,
18:55porque os rios têm seus custos,
18:58e nem sempre é possível ajeitar aí.
19:00Mas, pelo amor de Deus,
19:03governar o Brasil,
19:05Dom Pedro II,
19:06já trabalhou isso lá,
19:07com muito mais eficiência
19:10do que os governos da nossa era moderna.
19:13Ninguém dá conta de preservar estradas
19:16com a multidão de caminhões
19:18que você tem hoje espalhados Brasil afora.
19:21Se você entrasse no meu estado,
19:23um pouquinho,
19:24pela BR-163,
19:26ou pela BR-158,
19:27155,
19:28PA-150,
19:29que é a sequência
19:31para chegar nos portos de Bargarena,
19:33158,
19:35BR-155,
19:36e depois PA-150,
19:38Júlia,
19:38é desumano
19:40você andar de carro pequeno
19:41naquela região.
19:42Primeiro,
19:43a qualidade da estrada.
19:44Segundo,
19:45a quantidade
19:46de caminhões cargueiros.
19:48Como aquele povo sofre,
19:50como se encarece
19:52uma produção,
19:53como se dificulta
19:54a vida da economia.
19:56É alguma coisa
19:57que eu não consigo entender,
19:58porque esse país,
19:59ao longo do tempo,
20:00não vem trabalhando isso
20:01de forma,
20:02digamos,
20:03mais responsável.
20:04Porque, senão,
20:05você chega a um ponto,
20:06bate no teto,
20:07estrangula,
20:07e a economia
20:08não tem futuro.
20:10A questão de que
20:12o impacto
20:13do custo logístico,
20:14ele resulta,
20:15a gente está falando
20:16tudo isso,
20:16muito técnico,
20:17às vezes,
20:18para quem está ouvindo,
20:19mas o custo logístico,
20:20ele impacta também
20:22no preço final
20:22do produto,
20:23não é, senador?
20:24Eu queria emendar
20:25com a outra pergunta,
20:27o presidente Lula
20:28anunciou investimentos
20:30para o PAC
20:30e deve vir
20:32algum pacote
20:33de investimentos,
20:34principalmente
20:34em infraestrutura.
20:35na região norte,
20:36a gente sabe
20:37que é uma região
20:37que acaba sendo
20:38muito ilhada,
20:39acaba ficando
20:40para segundo plano
20:41muitas vezes,
20:42infelizmente.
20:43Como é que está
20:43a necessidade
20:44quando a gente fala
20:45em infraestrutura?
20:46Qual é a realidade
20:47e como é que o senhor
20:49vê a necessidade
20:49de aportes?
20:51Pois é,
20:52deixa eu lhe falar,
20:53você certamente
20:55já ouviu falar
20:56na transamazônica.
20:58A transamazônica
20:59que precisa,
21:00tem mais de 40 anos,
21:01uma rodovia
21:02conhecida pelo menos
21:04nominalmente
21:05pelo Brasil
21:06e boa parte
21:06do mundo,
21:08até hoje
21:08não se concluiu
21:09a pavimentação dela
21:10em cima
21:11de um problema
21:12ambiental,
21:13porque se você
21:14pavimentar,
21:16as pessoas vão
21:16andar ali
21:17e vão desmatar.
21:19Isso é conversa
21:20para boi dormir,
21:21você conta isso
21:22para um boi
21:22que ele dorme rapidinho,
21:23isso é influência
21:25externa
21:25para evitar
21:26o avanço
21:27da produção.
21:28O governo
21:28tem que normatizar
21:30e fiscalizar
21:31a aplicação
21:32da lei,
21:32esse que é o trabalho
21:33dele.
21:34Então,
21:35transamazônica,
21:36BR-163,
21:37que felizmente,
21:38agora hoje
21:39foi concedida
21:40por 10,
21:4112 anos,
21:42está sendo preservada,
21:44mas é muito complicado,
21:45mas requer ainda
21:47muito investimento.
21:48Do quilômetro 30,
21:50lá perto de Itaituba
21:51até Rurópolis,
21:52são 120 quilômetros
21:53sem asfalto,
21:54sem pontes.
21:56Ponte do Rio Xingu,
21:58ali perto de Altamira,
21:59a vitória do Xingu,
22:01que requer um investimento
22:02significativo também,
22:03ainda se passa
22:04de balsinha,
22:05os caminhões passam,
22:06todo mundo tem que
22:07passar de balsa.
22:08É uma obra,
22:09não é tão grande,
22:10mas é muito importante.
22:12Ponte sobre o Rio Tapajós,
22:15lá exatamente
22:15onde ficam os portos
22:16de Miritituba,
22:18em frente de Itaituba.
22:19Lá sim é a obra maior,
22:21porque o Rio Tapajós
22:22é bem largo,
22:22mas é um investimento
22:24que tem que ser feito,
22:25não é?
22:25É o sonho da população
22:27daquela região.
22:28BR-163,
22:29BR-158,
22:31BR-155,
22:33PA-150.
22:35A gente precisa
22:36de alguns bilhões
22:37de reais
22:37para deixar isso
22:38funcionando,
22:40correto?
22:40É muito,
22:41mas muito importante
22:42que essa logística,
22:44essa infraestrutura
22:44aconteça.
22:46Deixando essa questão
22:47aí do lado,
22:48não é?
22:48Que possibilita
22:49a logística,
22:49a economia,
22:50essa coisa,
22:51a gente precisa lembrar
22:51da qualidade de vida
22:52das pessoas.
22:53O saneamento básico
22:55nas cidades amazônicas
22:56ou amazônidas,
22:58como queiramos falar,
23:00lamentavelmente,
23:02é até vergonhoso.
23:04Nós temos
23:04os piores índices ali,
23:07para ter noção,
23:09a capital do meu estado,
23:10o estado do Pará,
23:11Belém,
23:12do Pará,
23:12uma cidade
23:12de mais de 400 anos,
23:15só 3,63%
23:17da população
23:19da capital
23:20tem acesso
23:21a esgoto,
23:22a serviço
23:23de captação
23:24de esgoto.
23:25Que pena.
23:26E aí você pode
23:27avançar pelo resto
23:28da Amazônia todinha.
23:29Então,
23:30se o governo quiser
23:31fazer alguma coisa
23:32no norte,
23:33tem que aplicar
23:34em logística
23:34e tem que aplicar
23:36em saneamento,
23:37para melhorar
23:38a qualidade de vida
23:39daquela gente.
23:41Perfeito.
23:42Tem um outro ponto
23:42que eu também queria
23:43abordar com o senhor
23:44em relação
23:44à reforma tributária.
23:46A gente teve
23:46algumas declarações
23:47do Zema,
23:50governador Zema,
23:51essa semana,
23:52falando,
23:52ah não,
23:53porque estados
23:54do sul,
23:54sudeste,
23:56produziam mais e tal.
23:57Eu queria saber,
23:58primeiro,
23:59a sua opinião
23:59sobre essa declaração,
24:01se o senhor
24:02tem alguma opinião
24:03formada,
24:03ou se não,
24:04não entrou nessa,
24:05prefiro entrar
24:06nessa discussão.
24:07E também,
24:08se de fato
24:08existe esse movimento
24:10para se garantir
24:11uma proteção tributária
24:13a estados do norte,
24:14no caso do senhor.
24:17Com exceção do Senado Federal,
24:19que a bancada é igual
24:20para cada...
24:22Desculpa,
24:22parece que eu te interrompi,
24:24pode complementar.
24:24Não, não,
24:25eu só estava contextualizando
24:27quem está ouvindo a gente
24:28que a reforma tributária
24:29hoje está em discussão
24:30no Senado,
24:31ou seja,
24:31vai passar pela votação
24:32do senador também,
24:33Zequinha.
24:34É verdade.
24:35Estamos trabalhando
24:36em cima disso.
24:38A questão do Zema
24:39é uma questão cultural,
24:41não é?
24:42O que que os estados fazem?
24:44Eles,
24:45pelo número
24:46da sua bancada
24:47de representantes
24:47na Câmara,
24:48que lá é
24:49pela população,
24:51eles terminam
24:52levando vantagem,
24:53não é?
24:54Vamos lá.
24:56São Paulo,
24:57tem quantos deputados
24:58federais?
24:5970, né?
25:01Minas Gerais,
25:02parece que são
25:0256.
25:04E assim vai,
25:05são grandes estados
25:06com grandes bancadas.
25:08Naturalmente,
25:09aqui a disputa
25:10é em cima disso.
25:12Quer dizer,
25:12se o Zema
25:12falou isso,
25:13ele falou
25:13como fruto
25:15de uma cultura
25:16que é normal
25:17no Brasil,
25:18de cada um
25:19estar puxando
25:20o brasa
25:20para debaixo
25:21do seu espelho.
25:22Mas quando a gente
25:23fala de uma reforma
25:24tributária,
25:25a gente está falando
25:26de um modelo
25:26que precisa permitir
25:28que o país
25:29do norte,
25:30do nordeste,
25:31do centro-oeste,
25:32do sul
25:32e do sudeste
25:33possam
25:34buscar melhorias
25:37todos os dias.
25:38Tem uma coisa
25:39que me preocupa
25:41muito,
25:42porque é até
25:43um modo
25:43depreciativo
25:45de se falar,
25:47que é a chamada
25:47guerra fiscal.
25:49O que é
25:51a guerra fiscal?
25:52Tem estado
25:53que dá isenção
25:54por um determinado
25:56período
25:56para a empresa
25:57que for para lá
25:58se instalar.
26:00Correto?
26:01Por quê?
26:01Naquele estado,
26:02naquela região,
26:03o custo de produção
26:05é muito alto,
26:06a energia
26:07é muito cara,
26:08e aí tem uma série
26:09de coisas
26:10que o empresário
26:10não se sente motivado
26:12para ir para lá.
26:13O meu estado
26:14é assim,
26:15o Amazonas
26:16é assim,
26:16o Mato Grosso
26:17é assim,
26:18e assim vai.
26:19Na hora que eu tiro
26:20a questão
26:21da vantagem
26:22de poder dar
26:23incentivo fiscal
26:24do estado
26:25para a atração
26:26de investimentos,
26:28porque,
26:29ah,
26:29mas vai perder,
26:30a sociedade vai pagar.
26:31Não é assim.
26:32A análise
26:33não é dessa forma.
26:35Eu incentivo
26:36a implantação
26:36da empresa,
26:38ela vai gerar
26:39economia,
26:40emprego,
26:41não sei o quê,
26:41e tanta coisa.
26:44Isso tudo
26:44eu pego
26:45na gôndola
26:46do supermercado.
26:47De lá
26:48ninguém escapa.
26:50Fechado?
26:51De lá
26:51ninguém escapa.
26:52Então,
26:53é muito melhor
26:53você adubar
26:54a planta
26:55e fortalecer
26:56para que ela
26:56produza fruto,
26:58para que eu possa
26:58colher frutos,
27:00do que não ter
27:01absolutamente nada,
27:02porque o meu estado
27:03é um estado
27:04distante,
27:05a logística
27:06é difícil,
27:07a energia
27:07é cara,
27:09é toda uma coisa
27:10muito complexa
27:11e muito difícil.
27:12O empresário,
27:13ele vai
27:13em cima
27:14de números,
27:16números
27:16e vantagens
27:17competitivas.
27:18Se a gente
27:19consolidar
27:20esse tipo
27:21de raciocínio
27:22na
27:23reforma
27:25tributária,
27:26nós vamos
27:27não só
27:28acabar
27:29com a ida
27:30de empresários
27:31para aquelas
27:32regiões,
27:33mas como
27:34também
27:35desindustrializar,
27:37acabar com
27:38aquilo que já
27:39tem,
27:39porque o cara
27:40se o que eu estou
27:40fazendo aqui,
27:41tão distante
27:42disso,
27:43tão distante
27:43daquilo,
27:45eu vim produzir
27:45aqui por quê?
27:46Eu vou embora,
27:47vou produzir lá
27:48perto,
27:48que lá para mim
27:49é mais fácil,
27:49eu tenho uma matéria
27:50prima aqui,
27:50outra ali,
27:51outra lá,
27:52e eu resolvo
27:52isso lá.
27:53Então,
27:54aquilo que é ruim,
27:56a gente tem que ter
27:56cuidado para não
27:57ficar pior.
27:58Então,
27:58aqui no Senado
27:59nós vamos nos
28:00debruçar
28:01de maneira
28:02muito,
28:03muito séria
28:04sobre isso,
28:05não é só a questão
28:06do agro,
28:07claro que eu estou
28:08trabalhando de maneira
28:09muito especial
28:10o agronegócio,
28:11porque tanto o agro
28:13quanto os serviços,
28:14a gente percebe
28:15que houve
28:16uma pancada
28:17pesada,
28:18a indústria está
28:19feliz,
28:22não está se
28:22manifestando,
28:24o comércio
28:25está tranquilo
28:26também,
28:26não se vê aqui
28:27ninguém
28:27correndo atrás,
28:29pedindo para
28:29ajeitar aqui,
28:31mas você
28:31encontra gente
28:32da área
28:32do serviço
28:33e da área
28:34do agro,
28:35preocupadíssimos
28:37com números
28:38que podem,
28:40digamos assim,
28:41comprometer
28:41o futuro
28:42da economia
28:43desses dois setores.
28:45eu estava falando,
28:47eu estava até
28:47resgatando o número
28:48para falar
28:49correto aqui,
28:50que o ministro
28:51da Fazenda
28:51Fernando Haddad,
28:52o dado que ele
28:53tinha divulgado
28:53foi de uma alíquota
28:54variando entre
28:5525,45%
28:57e 27%,
28:59imagino que o senhor
28:59esteja acompanhando
29:00também esse assunto,
29:01qual sua opinião
29:03sobre esse percentual,
29:05tem muita gente
29:05que está dizendo
29:06que é um percentual
29:06muito alto,
29:07que pode inviabilizar
29:09muitos serviços,
29:11principalmente
29:11em muitos setores,
29:12o senhor já chegou
29:13a se dabruçar
29:14sobre os efeitos
29:15desse possível percentual?
29:18Ainda muito pouco
29:19sobre isso,
29:20mas vamos fazer
29:20aqui uma comparação,
29:23uma simulação,
29:23exercício
29:24de pensamento rápido,
29:26vamos lá.
29:27Nós garantimos
29:28para o agro,
29:29principalmente
29:29na Câmara,
29:31em cima
29:32dessa alíquota
29:33de 25 ou 27,
29:3560%
29:37de abatimento.
29:38Aqui no Senado
29:39a gente quer correr
29:40atrás de 80,
29:41não sei se vamos
29:42conseguir.
29:43Quando você tira
29:43lá, digamos,
29:44a metade de 25,
29:46você fica 12,5.
29:48Esse 12,5
29:49é 5,5
29:50mais alto
29:51do que é hoje.
29:54Hoje,
29:55o imposto
29:56é pago
29:56em cima da média
29:57de 7%,
29:58Júlio.
29:59Correto?
30:00Ah, mas eu vou lá
30:01para 25,
30:02mas eu vou dar
30:0350% de abatimento.
30:04Sim,
30:05mas mesmo assim
30:05fica 12,5
30:07e 12,5
30:08é 5,5%.
30:11acima
30:12do que é hoje.
30:13Vamos para 60%,
30:14faz a continha,
30:16melhora um pouquinho
30:16esse negócio.
30:17Quer dizer,
30:17eu continuo
30:19em desvantagem
30:21se essa alíquota
30:22for fixada
30:23exatamente
30:24no patamar
30:25que o governo
30:26está colocando.
30:28É uma,
30:29digamos assim,
30:30uma discussão
30:30para esse momento?
30:31É.
30:32Mas isso
30:33vai ser regulamentado
30:34por lei complementar
30:35após a aprovação
30:38da PEC.
30:39Porque essa é
30:39uma proposta
30:40de emenda constitucional
30:42que vai dar
30:43o guarda-chuva legal
30:44para que se regulamente
30:46através de lei
30:47complementar
30:47logo em seguida.
30:48Só para concluir,
30:53senador,
30:53inicialmente o senhor
30:54tinha falado
30:55em relação ao número
30:56de parlamentares
30:57a diferença de Estado.
30:58Para a gente dar
30:59os números aqui,
31:00São Paulo,
31:01lembrando,
31:01o número de deputados
31:02ele varia de Estado
31:03por Estado
31:04de acordo com
31:05o número populacional
31:06que é da década
31:07de, não sei,
31:0870,
31:08tem que até checar isso,
31:09não vi.
31:10Mas assim,
31:11São Paulo tem hoje
31:1270 deputados federais,
31:15Minas tem,
31:17cadê aqui,
31:17Minas Gerais 53
31:19e o Pará,
31:20que é o Estado
31:20do senhor,
31:21tem 17.
31:22E nós já temos
31:23direito,
31:24o Pará tem direito
31:25a 21 hoje,
31:26há três eleições,
31:28há três eleições,
31:29nós temos direito
31:30a 21 parlamentares
31:31federais aqui.
31:33Mas como tem
31:34uma lei
31:35que impede
31:36você sair
31:37dos 513,
31:39quer dizer,
31:39quem perde
31:40população
31:41é quem perde
31:42parlamentar,
31:43não é?
31:44Aí entra Rio de Janeiro,
31:45aí entra Paraíba,
31:46aí a briga
31:47foi para as nuvens
31:49aqui,
31:50e aí então parou-se
31:51em como está,
31:53não dando ao TSE
31:55aquilo que lhe está
31:56garantido por lei,
31:58o direito
31:58de cumprir
32:00a sua obrigação,
32:00que é
32:01equacionalizar
32:02de novo
32:03a questão
32:04do parlamento
32:05pelos estados.
32:08Ok.
32:09Senador,
32:09eu queria lhe agradecer
32:10a participação,
32:11toda a conversa,
32:12toda a explicação,
32:14Ferrogrão,
32:14tendo novidade,
32:15por favor,
32:16avise a gente
32:16que eu sei que deve
32:17sair em breve
32:18alguma decisão
32:19sobre,
32:20se eu tenho também
32:20das ONGs.
32:21me permitam uma parte aí.
32:23O ministro Alexandre de Moraes
32:25encaminhou
32:26essa decisão
32:29para um centro
32:30de, digamos assim,
32:31de solução
32:32de conflitos
32:33do Supremo Tribunal Federal,
32:36e tem prazo
32:38para entregar isso
32:39de volta,
32:40esse prazo venceria
32:41no dia 31 de julho,
32:43mas depois nos falaram
32:44que julho não conta,
32:45porque julho é recesso,
32:46então passou
32:48para 31 de agosto,
32:50não é?
32:51E a gente espera
32:51que esse centro
32:53de solução
32:54de conflitos
32:55do Supremo
32:56nos dê uma resposta
32:58até 31 desse mês,
33:00que é o prazo
33:01que eles têm
33:02para nos entregar
33:03a fim de que a gente
33:03possa avançar.
33:04E, enquanto isso,
33:05nós vamos comentando,
33:07dissecando o assunto,
33:08melhorando a compreensão,
33:09mostrando
33:10as vantagens
33:11competitivas
33:12de uma ferrovia
33:14em relação
33:15a uma rodovia,
33:17e assim vamos.
33:17Eu te agradeço
33:18muito pela oportunidade
33:19de a gente conversar,
33:21porque à medida
33:21que a gente conversa,
33:22aqui e lá
33:22você vai esclarecendo,
33:24não só para a população,
33:25mas para muita gente
33:26que tem poder
33:26e ainda não quis
33:28estudar,
33:29se debruçar
33:30sobre aquilo,
33:30para ver minuciosamente
33:32o que difere
33:33uma coisa da outra.
33:35Exato.
33:35Eu que agradeço
33:36o senhor ter aceitado
33:37o convite,
33:38e novamente o espaço
33:39está sempre aberto,
33:40viu?
33:41Agora, boa tarde,
33:42né?
33:42Já é um pouco tarde.
33:4312h48,
33:46pode desejar
33:46boa tarde,
33:47a gente deixa.
33:47Muito obrigado,
33:48muito obrigado
33:49pela oportunidade,
33:50pela gentileza.
33:51Tchau, tchau, tchau.

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