- há 4 meses
Renato Casagrande reelegeu-se ao governo do Espírito Santo em 2022. É um dos três governadores em exercício do PSB e sua voz tem peso no partido. Em entrevista a O Antagonista, ele defendeu que o PSB deve trabalhar para que uma federação com o PDT ocorra “o quanto antes”, pois ela seria indispensável para o fortalecimento da sigla nas eleições municipais e, posteriormente, na disputa presidencial de 2026. “Não existe partido sem protagonismo”, declarou.
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NotíciasTranscrição
00:00Governador, antes de tudo, obrigada por ter aceitado esse convite e seja bem-vindo aqui
00:12ao Antagonista. Primeiro eu queria perguntar para o senhor, eu queria que o senhor fizesse
00:16uma espécie de avaliação mesmo sobre o PSB nesse momento. A gente teve uma reunião
00:21do partido na semana passada que foi aprovada algumas questões e posicionamentos da SIG
00:27em relação a uma federação com o PDT. Como é que o senhor situa o PSB nesse momento
00:32da política brasileira? Bem, foi uma boa reunião. Primeiro, obrigado
00:36por a gente estar conversando um pouco aqui com você e com o Antagonista. Uma boa reunião
00:42onde a gente definiu, de fato, uma análise. Foi a primeira reunião da executiva após
00:47a eleição, onde nós presencialmente estivemos juntos. E a primeira reunião, o resultado
00:54do partido para a Câmara dos Deputados foi, em termos de número de deputados, menor do
00:59que o esperado. Em termos de voto, nós tivemos um milhão a menos de voto do que na eleição
01:03de 2018. Então, nós tivemos cinco milhões e pouco na eleição passada, quatro milhões
01:08e pouco nesta eleição. Mas o número de deputados, pela regra, acabou sendo menor do que a gente
01:14esperava. Então, fizemos uma análise, a polarização política brasileira e a nacionalização do
01:24processo eleitoral. Isso acabou prejudicando o PSB, que estava com o presidente Lula, mas
01:30é um partido que também discutiu outras alternativas antes, uma terceira via. Então, essa polarização
01:36acabou prejudicando os candidatos do PSB. Também, o pragmatismo da eleição, o orçamento secreto,
01:44os partidos que estiveram vinculados a esse movimento pragmático de orçamento, de recurso
01:50para os municípios, esses partidos acabaram também tendo um resultado melhor. Então, fizemos
01:56uma análise, uma autocrítica, a fragilidade partidária também em alguns locais. Então,
02:01fizemos uma autocrítica, então era necessário fazer essa autocrítica, porque para a gente
02:05poder recuperar aquilo que a gente perdeu, a gente tem que analisar, ver as nossas dificuldades,
02:10nossos defeitos. Mas também avançamos para o debate da federação. Se for pelo PSB, nós
02:17faremos uma federação com o PDT e com solidariedade. Então, da nossa parte, faremos agora. Só
02:23não faremos agora é se os partidos não quiserem fazer. Alguns estão dizendo o que é melhor fazer
02:29depois da eleição. Eu acho que é melhor fazer agora, porque a hora que você faz
02:32uma federação envolvendo três partidos, você chega a 38 deputados com esses três
02:37partidos, você se torna um polo de atração para novas lideranças, para incentivar
02:43candidaturas a prefeitos. Então, eu sou defensor que a gente faz logo a federação com o PDT
02:48e com solidariedade. E é isso que nós vamos trabalhar. O partido se situa num campo
02:53democrático de centro-esquerda. É um partido que está presente no governo do presidente
03:00Lula, com o vice-presidente, com os ministros. Queremos que, de fato, o governo do presidente
03:06Lula seja um governo que dê resultado para a população brasileira.
03:09A gente tem o fator Ciro e a gente tem também um fator Alckmin. Alckmin hoje é um vice-presidente,
03:15mas é um vice-presidente com destaque. Como é que o senhor avalia o PSB nessa conjuntura?
03:20O PSB, olhando para frente, qual vai ser o papel do partido, qual vai ser a posição
03:24do partido nesse xadrez? O PSB, por exemplo, se colocar como protagonista nas próximas
03:29eleições presidenciais, como um partido de apoio. Esse assunto também, imagino,
03:35que ele passa pela discussão da federação. Como é que o senhor vê isso?
03:39Ele passa pela discussão da federação, mas ele não é essencial neste momento.
03:44Mesmo que a gente esteja junto, mesmo que a gente aponte com a federação,
03:48que nós estaremos juntos em 2026. Então, nós estaremos juntos.
03:54Se essa federação vai ter candidatura a presidente, se vai apoiar uma outra candidatura,
04:00é muito difícil a gente dizer. E se a gente amarrar essas posições futuras,
04:06uma decisão do presente, a gente não toma as decisões.
04:09E se nós ficarmos numa posição conservadora de não tomarmos as decisões,
04:13não sermos audaciosos, nós vamos perder espaço na política nacional.
04:19Nós já perdemos espaço em 2022. Então, a gente tem que recuperar esses espaços.
04:25A federação é um incentivo, é um instrumento que a gente tem
04:32de animar as pessoas no processo eleitoral de 2024 e de 2026.
04:38Porque em 2026, a gente tem que discutir se o presidente Lula chegou bem lá,
04:44se ele vai ser candidato à reeleição, se ele não vai ser, quem será.
04:48Então, há muitas dúvidas para 2026, dúvidas naturais,
04:54que exigem que a gente tome decisões agora,
04:58que as decisões de agora vão nos preparar.
05:00Ou para um projeto próprio, ou para estarmos aliados a alguma outra candidatura,
05:05mas sempre buscando o fortalecimento das instituições.
05:09O que nós assistimos em 2022 foi um risco às instituições.
05:14E, eu repito, o presidente Bolsonaro perdeu a eleição, mas ele mostrou força.
05:19Então, o bolsonarismo tem força.
05:22E isso não se apaga por causa de uma derrota.
05:25A força política de uma prática bolsonarista, ela continua.
05:29Então, é preciso que a gente compreenda que nós temos que ter muito resultado do governo do presidente Lula,
05:36muita cabeça no lugar, muito equilíbrio, muita responsabilidade,
05:40para a gente não ter nenhuma ameaça mais às nossas instituições.
05:44O senhor está sinalizando muito num papel de protagonismo mesmo,
05:48tanto do PSB como, eu imagino, de outros partidos que hoje orbitam ao redor do PT.
05:52Qual é o desafio, e aí, se possível, até com exemplos concretos, com pautas concretas,
05:58que têm que ser debatidas, que têm que ser enfrentadas.
06:01Qual é o desafio desses partidos hoje que estão na órbita do PT
06:05para eles fazerem, manterem-se competitivos com autonomia?
06:11Porque o PT, diga-se o que quiser, mas o PT é um partido que costuma ofuscar aliados.
06:16Ele é muito territorialista com os seus.
06:19Mas a gente está vendo aqui o próprio governo com a dificuldade de montar nomes,
06:23porque existe esse territorialismo.
06:24Qual é o desafio dos partidos de esquerda para se manterem como protagonistas,
06:30mesmo sendo aliados do PT hoje?
06:32Tendo iniciativa.
06:33Não existe partido sem protagonismo.
06:39Se você perder o protagonismo, você vai se transformar numa sigla satélite de alguém.
06:46Então, assim, é preciso que os partidos tenham protagonismo.
06:50A federação, por exemplo, é uma ação protagonista do PSB, do PDT e do Solidariedade.
06:56Para quê?
06:57Aliado ao governo do presidente Lula, aliado ao PT, como já fomos na eleição de 2022,
07:04mas também com capacidade de aliar e com capacidade de apresentar candidaturas
07:08numa eleição municipal, por exemplo.
07:10Então, por que nós não fizemos uma aliança, por que nós não fizemos uma federação
07:16com o Partido dos Trabalhadores?
07:18Porque, de fato, nós teríamos tido muito menos votos, número de votos.
07:24Poderíamos até ter conseguido eleger alguns deputados a mais,
07:28mas com menor quantidade de votos.
07:30O partido perderia muito a sua autonomia pelo tamanho do Partido dos Trabalhadores.
07:35Então, agora, são os nossos parlamentares no Congresso Nacional tendo iniciativa,
07:41são os governadores como eu tendo iniciativas e projetos e programas
07:46que tenham sintonia com a sociedade.
07:48São os nossos ministros, o vice-presidente Alckmin, o Márcio França, o Flávio Dino,
07:55terem resultados bons daquilo que estão fazendo,
07:58porque é resultado do governo do presidente,
08:00mas são lideranças importantes do Partido Socialista Brasileiro.
08:05Então, são essas iniciativas, de fato, concretos para a sociedade brasileira
08:10que tornam uma liderança e essa liderança carrega consigo o partido
08:16para posições de mais destaque.
08:19É lógico que o debate hoje, o grande desafio que a gente tem hoje,
08:23é discutir temas que chame a sociedade para discutir junto,
08:29que têm interesse da sociedade, como, por exemplo, a redução da pobreza,
08:35o combate à fome, o tema de mudanças climáticas, de preservação da biodiversidade.
08:41São temas importantíssimos, inovação, educação,
08:45que um partido democrático como o nosso precisa estar sempre com bons resultados,
08:50onde tiver militante e liderança exercendo um papel.
08:53O senhor falou da questão das mudanças climáticas,
08:55o senhor agora está assumindo a presidência de um consórcio que trata justamente disso, não é?
09:00Qual deve ser o papel desse consórcio?
09:03O que é que vocês devem debater?
09:05E também, esse consórcio, de alguma forma,
09:07deve entrar no assunto Acordo Mercosul-União Europeia?
09:13Eu assumi a presidência do consórcio,
09:15agradeço muito aos governadores que me indicaram para presidir o consórcio neste momento.
09:20O consórcio Brasil Verde, que é o consórcio dos governadores pelo clima,
09:25é um consórcio que tem um papel político de articulação com o Congresso Nacional,
09:30de articulação com o governo federal,
09:32de participação nos fóruns internacionais,
09:36levando as mensagens dos entes subnacionais,
09:40no debate nacional,
09:42da construção em cada estado de programas de mudanças climáticas,
09:48da construção em cada estado de planos de neutralidade de carbono
09:54e a gente cumprir a nossa tarefa.
09:56Eu não posso só cobrar do presidente da República
09:59que o presidente da República tome iniciativas com relação
10:02à redução das emissões, obras de adaptação.
10:05Eu sou governador e tenho que cumprir a minha parte.
10:08Tenho que cumprir a minha parte na fiscalização do desmatamento,
10:13cumprir a minha parte no incentivo à energia renovável,
10:15cumprir a minha parte em financiar obras de prevenção às mudanças climáticas.
10:20Então, eu tenho uma tarefa que eu tenho que exercê-la,
10:24para ajudar o Brasil a alcançar as suas metas de reflorestamento,
10:29de redução das emissões,
10:31que foram assumidas na COP de Paris em 2015
10:34e que são metas que estão colocadas para o nosso país.
10:37Então, é um papel de incentivo a políticas públicas,
10:41de implantação de políticas públicas e de articulação política.
10:45É lógico que isso tem a ver com relações bilaterais e multilaterais,
10:52como, por exemplo, a União Europeia e Mercosul.
10:54Por que não foi consolidado esse acordo?
10:57Porque ainda a União Europeia cobra do Brasil medidas contra desmatamento,
11:03medidas para rastreamento dos animais,
11:08para que não tenha produção de carne, por exemplo,
11:13em área de grilagem, em área de desmatamento ilegal.
11:16Então, a União Europeia cobra posições do Brasil
11:19que estão relacionadas às políticas que nós temos que implantar no nosso país,
11:25pelo governo federal e pelos governos estaduais.
11:27Só para finalizar o assunto do PSB,
11:30passa também por eleições municipais.
11:32Quais são os nomes fortes do PSB pensando nas eleições municipais?
11:36Olha, nós temos a reeleição do João Campos, em Recife,
11:41nós temos a candidatura da Tabata, em São Paulo,
11:46Luciano Dutti, em Curitiba.
11:49Então, nós temos aí, vão surgindo outras candidaturas nas capitais
11:53que o PSB vai discutindo, mas eu vou estar aqui...
11:57Na memória, eu puxo essas três, são três capitais importantes.
12:00Tabata é um nome, então, que o PSB vai manter na mesa,
12:03porque o PDT está querendo dar pena, não é?
12:05A Tabata é uma liderança importante,
12:08jovem deputada, responsável,
12:11e que está com disposição,
12:16lógico, numa pré-candidatura,
12:18ou num projeto inicial, ainda não é nem pré-candidatura,
12:21que tudo vai ser debatido e discutido,
12:24mas é a intenção do PSB incentivá-la e apoiá-la
12:28para que ela seja prefeita de São Paulo.
12:30Perfeito. Eu queria agora mudar um pouquinho,
12:32que nem a gente conversou antes,
12:34o senhor foi eleito num estado,
12:36que é um estado que deu vitória ao PL em várias cidades.
12:40Eu queria que o senhor me fizesse uma avaliação do governo Lula,
12:44considerando todo o histórico de campanha,
12:46que o senhor mesmo citou agora há pouco,
12:47foi uma campanha polarizada,
12:48e aí eu vou fazer até uma comparação.
12:51Assim como o Lula, o senhor está no terceiro mandato
12:53de chefe de executivo.
12:55Então, sabe como é que é o desafio
12:57de manter uma continuidade
13:00e, ao mesmo tempo, apresentar coisas novas.
13:02É verdade.
13:03Como é que o senhor avalia o governo do presidente Lula
13:06nesses três meses?
13:08Avalio positivamente.
13:09O principal desafio do presidente Lula, naturalmente,
13:13foi na questão política de isolar as pessoas
13:21que praticaram vandalismo logo no início do mês de janeiro,
13:26dia 8 de janeiro.
13:26Já tinha acontecido na diplomação do presidente Lula
13:29e do vice Alckmin.
13:31Então, conduzir de forma equilibrada
13:33nas relações institucionais.
13:35Este momento, para que as instituições se fortaleçam,
13:39foi um papel importante.
13:42O ministro Haddad tem se conduzido
13:44de forma muito equilibrada,
13:47está certo, no Ministério da Fazenda.
13:50Vai apresentar um arcabouço fiscal.
13:53O presidente Lula, na minha avaliação,
13:56ele também está mais sereno.
13:59Começou, naturalmente...
14:00Você está achando mais sereno?
14:01Estou achando mais sereno.
14:03Começou, naturalmente,
14:04até com as pressões todas políticas.
14:07Mais ansioso, é natural,
14:09mas ele está mais sereno.
14:11Então, estou achando que, neste momento,
14:14o governo do presidente Lula
14:15está conduzindo de forma organizada
14:17e equilibrada este momento.
14:19Um ano difícil,
14:20porque é um ano com déficit fiscal,
14:22um ano em que as despesas foram alcançadas
14:29e se conseguiu os duzentos e poucos bilhões de reais
14:33na PEC Furateto,
14:35mas isso está acima do teto.
14:38Isso provocará um déficit fiscal
14:40no final de 2023,
14:43que poderá repercutir no ano de 2024.
14:48Então, você ter serenidade na condução agora,
14:52para que a taxa de juros,
14:55com as medidas tomadas pelo governo,
14:57com sinais claros de responsabilidade fiscal,
15:00possa reduzir a desconfiança
15:07e o Banco Central ter capacidade de reduzir o juros
15:10é fundamental.
15:11Acho que nós estabilizamos a política educacional.
15:14Você tem hoje o ministro Camilo
15:16conduzindo na relação com os estados,
15:19com os municípios.
15:20Nós estabilizamos no Ministério da Saúde
15:24dois ministérios que tivemos muitos problemas
15:26no governo do presidente Bolsonaro.
15:28As relações federativas voltaram.
15:30Então, tem conversa com os governadores,
15:33tem conversa com os prefeitos.
15:35Então, assim,
15:36nós estamos com dois meses e pouco de,
15:38dois meses e meio,
15:39praticamente,
15:39um ambiente de governo.
15:42E as coisas estão no lugar,
15:44sem resultados ainda,
15:45mas com chance de a gente continuar
15:47com um bom ambiente de diálogo.
15:48O senhor falou da questão da composição do governo.
15:51Tem algumas críticas a esse momento do governo
15:54de que a gestão ainda está patinando,
15:56tanto na composição da esplanada,
15:58ou seja,
15:58dificuldade de montar, de fato, a máquina,
16:01quanto na composição de base no Congresso.
16:04Como é que o senhor avalia a gestão de Lula
16:08nesse quesito,
16:09nessas interlocuções?
16:10De fato, cheguei, estou administrando.
16:13A situação do presidente Lula no Congresso Nacional
16:15não é fácil,
16:16porque o resultado das forças conservadoras
16:20e do bolsonarismo em especial,
16:23e de outras forças mais à direita,
16:25ideológica,
16:25foi um resultado que fortaleceu
16:30essas siglas partidárias
16:32e esses mandatos.
16:34Então, será um serviço complexo
16:40fazer a gestão do Congresso Nacional.
16:43Isso, naturalmente, reproduz no governo.
16:45Tanto é que o presidente Lula
16:46teve que fazer aí uma ginástica
16:49de composição de governo
16:50para buscar a base.
16:52Só que a indicação das pessoas
16:54não leva automaticamente
16:56à consolidação da base.
16:58Esses ministros,
16:59com a articulação política do governo,
17:01com o próprio presidente Lula,
17:02com o vice Alckmin,
17:03vão ter que ir construindo essa base.
17:06Isso repercute na demora,
17:08na ocupação dos cargos nos estados,
17:10em cada região.
17:11Então, assim, está demorado,
17:13mas é pela complexidade
17:15e pela forma como foi composta
17:17o Congresso Nacional.
17:19A Alckmin está ajudando nesse processo.
17:21A Alckmin ajuda muito.
17:22A Alckmin é uma pessoa
17:24de fácil acesso,
17:26equilibrada,
17:28que sabe ouvir.
17:29Está certo?
17:30Tem ajudado muito o presidente Lula.
17:32O senhor esteve aqui em Brasília
17:33essa semana.
17:34O senhor esteve com Alckmin,
17:36imagino.
17:36Conversou com ele.
17:37Conte um pouquinho para a gente
17:38como foi a conversa.
17:39Falou sobre o quê?
17:39Teto fiscal.
17:40Todo mundo está atrás hoje
17:41do teto fiscal.
17:42É todo mundo está.
17:43Mas, lógico,
17:43ele, naturalmente,
17:45deve ter conhecimento,
17:46mas ele não pode relatar
17:47qual é o escopo,
17:50qual é o formato
17:50do teto fiscal.
17:52Mas ele sabe,
17:54o Alckmin reproduziu um pouco
17:56daquilo que estou falando agora.
17:58A gente fala porque também
17:59vai conversando com as pessoas.
18:01Ele sabe que este ano
18:03é um ano que o Brasil
18:04conseguiu autorização
18:06para investir,
18:07seja em obras,
18:08seja em programas sociais,
18:10mas sabe que também tem que
18:12avançar bem em 2023
18:15para que haja redução
18:17das taxas de juros
18:18e a taxa de juros
18:20não reduz no grito,
18:22na pancada,
18:24no soco,
18:25com atitudes do governo,
18:26com confiança das pessoas
18:28no governo,
18:29para que,
18:30havendo redução da taxa de juros,
18:32reduz o comprometimento
18:33com a dívida pública
18:35e isso libere
18:36orçamento para o ano de 2024.
18:38Então, você tem orçamento
18:39para 2023,
18:40mas você não tem ainda hoje
18:43um orçamento para 2024,
18:44você não está autorizado
18:45a gastar acima desse teto
18:48que está aí em 2024.
18:50Então, tem aí uma tarefa
18:52do governo a ser feita.
18:53Então, ele relatou um pouco
18:55dessa conjuntura econômica
18:57e política,
18:58que nós estamos conversando
19:01sobre ela aqui.
19:02Ele falou novamente
19:03sobre a questão das taxas de juros,
19:05da necessidade de se baixar.
19:06Ele falou sobre a necessidade
19:08da gente ter sucesso
19:09na política econômica.
19:11Aí envolve a questão
19:12da taxa de juros, naturalmente,
19:14porque é o que vai dar
19:16oxigênio ao governo
19:17para os próximos anos
19:18e implementar aquilo
19:20que se comprometeu
19:20com a sociedade brasileira.
19:22A cisma do governo
19:23com o Campos Neto.
19:24A gente viu agora
19:24que a CAE aprovou
19:26para ouvir Campos Neto
19:27no Senado.
19:28Como é que o senhor vê
19:29essas declarações
19:30contra o presidente
19:31do Banco Central,
19:32quando a gente fala
19:33de taxas de juros?
19:34Acho que já esteve
19:35acima do tom,
19:36mas agora está voltando
19:38à normalidade.
19:40A autonomia do Banco Central
19:41não será alterada,
19:42não tem nem ambiente
19:43no Congresso,
19:44nem na sociedade
19:44para poder fazer
19:45esse passo atrás,
19:47para dar esse passo atrás.
19:49Está certo?
19:50Agora, estou vendo
19:51o ministro Haddad
19:53e a ministra Tebet
19:54dialogando com o presidente
19:56do Banco Central
19:58de forma rotineira.
20:01Acho que essas conversas
20:03vão tirando um pouco
20:04das desconfianças
20:06nessas relações.
20:07O Geraldo Alckmin
20:08também está tendo
20:09um papel-chave
20:10no debate
20:11sobre a reforma tributária.
20:12Ele tem se reunido
20:13com alguns setores
20:14que são mais ariscos
20:15ao PT e tudo mais.
20:17Eu queria saber agora,
20:18o senhor,
20:18como governador,
20:20que pontos da reforma
20:21tributária,
20:22dos dois textos
20:22que estão em discussão
20:23no Congresso,
20:24eles precisam ser observados
20:26com mais rigor
20:27e aí pensando
20:28no lado dos Estados.
20:31Por exemplo,
20:32a gente tem a questão
20:33do IVA,
20:33que é um ponto
20:34que o governo
20:35está batendo em cima.
20:36O senhor é favorável,
20:37é contra?
20:38E que outros pontos?
20:40A gente precisa primeiro
20:40dizer que votar
20:43um novo sistema tributário
20:44nacional
20:45é muito importante
20:46para o Brasil.
20:47Outros países já votaram
20:49em direção
20:49ao imposto de valor agregado,
20:52no nosso caso aqui
20:52o imposto de bens e serviços,
20:54o IBS,
20:55mas é o conceito
20:57de você aglutinar
20:58tributos sobre o consumo
21:00num tributo único.
21:01Então,
21:02isso já foi feito
21:03em outros países,
21:04mais recentemente,
21:05foi feito há décadas.
21:06Então,
21:07esse passo
21:08é um passo importante.
21:11Só que a reforma tributária,
21:12todo mundo acha importante,
21:13mas na hora de votar,
21:14não vota.
21:16Eu sempre conto
21:17que a história
21:17é do ponto de ônibus.
21:18Todo mundo quer um ponto de ônibus,
21:19perde a sua casa,
21:20mas não quer em frente
21:20a sua casa,
21:22para não gerar tumulto ali
21:23e aglomeração de pessoas.
21:25Então, a reforma tributária,
21:26todo mundo quer,
21:27mas a reforma tributária
21:28é que não mexa
21:28naquilo que já está consolidado
21:30na nossa realidade,
21:32na nossa vida
21:33do dia a dia.
21:35Então,
21:36para nós,
21:36dos estados e dos municípios,
21:38o que é importante?
21:39Confiança
21:39de que nós não vamos ter
21:40perda de receita.
21:43Para isso,
21:44tem que ter uma transição longa.
21:45A proposta
21:46põe uma transição longa,
21:49não de implementação da reforma.
21:51A reforma vai ser implementada rápido,
21:52em quatro, cinco anos,
21:53mas o efeito
21:55na receita
21:56para os estados e municípios
21:57vai ser até em 40 anos.
21:59Se tiver alguma mudança,
22:00você ir adaptando
22:01para poder
22:01se adicionar
22:03quando há a realidade.
22:04Então,
22:05não ter perda de receita
22:06para os estados e municípios.
22:08Segundo,
22:09ter uma política
22:10de desenvolvimento regional.
22:12Porque hoje
22:13a gente faz desenvolvimento regional
22:15com incentivo fiscal.
22:17Você tem uma empresa,
22:18você vai para o Espírito Santo,
22:20conceda um incentivo
22:21de redução do ICMS
22:22porque você vai
22:24para o estado do Espírito Santo
22:25mesmo vendendo para São Paulo.
22:27São Paulo é um grande centro consumidor.
22:29Mas o que eu te incentivo
22:30compensa esse desvio logístico.
22:32Então,
22:32você se instala no Espírito Santo.
22:34Então,
22:34eu uso o incentivo fiscal
22:36como mercademia de desenvolvimento.
22:38Eu faço isso
22:39e todos os estados do Brasil
22:41fazem isso,
22:42inclusive São Paulo,
22:43que eu sei aqui
22:43como o estado mais poderoso
22:44do Brasil.
22:46Então,
22:46ter uma política
22:48e um fundo
22:49de desenvolvimento regional
22:50que permita
22:52que de forma diferenciada
22:54a gente possa incentivar
22:56o desenvolvimento
22:57em estados
22:57que não são centrais.
22:59Estados
23:00das divisas
23:01do Brasil,
23:03estão lá no extremo norte
23:04ou no oeste,
23:08são estados
23:09que dependem
23:10de uma política pública
23:11para atrair emprego
23:13e renda
23:14para o seu estado.
23:14Esse é um ponto
23:15que deveria avançar
23:16sobre os textos
23:17que estão em discussão hoje.
23:19Isso está colocado.
23:20mas tem sim,
23:21está colocado ainda
23:21de forma superficial.
23:25Tem que aprofundar
23:26e dar segurança
23:27aos gestores
23:28com relação
23:28a essas duas políticas.
23:30Perfeito.
23:31Só para finalizar,
23:32voltando um pouco
23:33à questão da relação
23:34estados com o governo.
23:36A gente teve já
23:37duas reuniões,
23:38duas governadoras
23:39com o Lula.
23:39Eu queria saber um pouco
23:41sobre como foi
23:42o clima dessas reuniões.
23:43A gente sabe
23:44que tem governadores
23:45que eram bolsonaristas,
23:46tem governadores
23:47que eram muito aliados
23:49ao atual presidente Lula.
23:51Eu queria que o senhor
23:51relatasse um pouco
23:52como foi esse clima
23:53e como é que o senhor
23:54vê essa tentativa
23:55do governo
23:56de se aproximar
23:57novamente dos governadores.
23:58Acho bom o comportamento
24:00do governo federal
24:01de estabelecer uma relação
24:02com os 27 governadores.
24:05Lógico que você tem diferenças,
24:07você tem manifestações diferentes
24:10com relação ao governo,
24:13mas ninguém hoje descarta,
24:16ninguém hoje,
24:18ninguém desconhece
24:19de que mudou a relação,
24:20de que tem hoje,
24:21de fato,
24:22uma relação do presidente
24:23com os governadores.
24:24Nós tínhamos no governo
24:26do presidente Bolsonaro
24:27uma relação
24:28de uma parte
24:30dos ministros
24:30com os governadores,
24:31que eu não posso reclamar,
24:33ministros como
24:34do Tarcígio,
24:35a ministra da Agricultura
24:37na época,
24:39o Ministério da Educação.
24:40A gente tinha uma relação,
24:42mas a gente não tinha
24:44a presença do presidente,
24:46porque o presidente
24:46tinha outro estilo.
24:49Então, hoje,
24:50tem já um reconhecimento
24:52dessa presença,
24:54o ministro Rui Costa
24:55está se reunindo
24:57com as nossas equipes,
24:58a equipe dele
24:59com as nossas equipes,
25:00definindo as prioridades,
25:02obras que estão em andamento,
25:03obras que estão paradas,
25:04aquilo que é prioridade
25:05para os estados.
25:05Então, tem uma construção
25:07de uma agenda
25:08de investimento
25:10em infraestrutura no Estado.
25:12Tem a construção
25:13de programas,
25:13como Minha Casa Minha Vida,
25:15Bolsa Família,
25:16que a gente conecta
25:17os nossos programas
25:18a esse programa
25:19e a gente ganha agilidade.
25:20fechamos agora o acordo,
25:23fechamos sim,
25:23está apontado
25:26para fechar o acordo
25:27do ressarcimento
25:28daquilo que a gente perdeu
25:29em 2022
25:30com relação ao ICMS.
25:31Conseguiram avançar
25:32nesse assunto?
25:33Estão chegando a um consenso?
25:34Estão chegando a um consenso
25:35de 2022.
25:36Não sei se isso será suficiente
25:37para fechar o acordo.
25:39O governo federal
25:39vai nos repor
25:4126,9 bilhões de reais
25:43durante o nosso governo,
25:46não é tudo de uma vez,
25:47durante o nosso governo.
25:48Então, tem um valor fechado,
25:51estamos caminhando bem
25:52para fechar
25:53o que está na lei
25:54194,192,
25:56para a gente poder ter
25:57esse ressarcimento
25:58de 2022.
25:59Então, está chegando
26:00a esse consenso
26:01sobre esse valor de 26,
26:02porque o valor
26:02era o grande impasse.
26:04É,
26:04os governos estaduais
26:06queriam mais,
26:06nós queríamos mais,
26:08mas a gente
26:10até tinha chegado
26:11a 30,
26:11mas daí
26:12o governo chegou
26:13a quase 27,
26:14nós fechamos lá
26:15essa posição.
26:17E aí, fracionado
26:18nos quatro anos?
26:19Fracionado nos quatro anos.
26:20Perfeito.
26:21Quais são
26:22as prioridades
26:23do Espírito Santo
26:24hoje
26:24quando vocês chegam
26:26para reuniões
26:26com a União?
26:27Quais são os pleitos
26:28que são colocados
26:29na mesa?
26:30Os pleitos
26:30estão relacionados
26:32à responsabilidade
26:33do governo federal.
26:34A BR-101,
26:36Norte a Sul,
26:37foi concedida,
26:38a empresa que ganhou
26:39a concessão,
26:40devolveu a concessão.
26:41E é uma rodovia
26:43que muita gente
26:44perde a vida,
26:45tira a competitividade
26:46do Estado.
26:48Então, assim,
26:48duplicação da BR-101,
26:50duplicação da BR-262
26:51que liga o Espírito Santo
26:53para Belo Horizonte,
26:54para Minas Gerais,
26:55Mato Grosso do Sul,
26:57259,
26:59investimento na área
27:00portuária,
27:01ferroviária.
27:02Então,
27:02são investimentos
27:03em logística,
27:04porque o nosso Estado
27:04é um Estado
27:05pequeno em população,
27:08em território,
27:08mas é o Estado
27:10mais eficiente
27:11em termos de gestão fiscal.
27:13É ver que nós temos
27:13um fundo soberano,
27:15o único Estado
27:15que tem fundo soberano
27:16no Brasil
27:17é o Estado do Espírito Santo.
27:19Então,
27:19a gente reserva
27:20uma parte da receita
27:21de rótulo de petróleo
27:22para atrair
27:23outros negócios
27:24e outras áreas
27:25para a gente não ficar
27:25dependente do petróleo.
27:27Nós fomos notar
27:28na gestão fiscal
27:29desde 2012,
27:30quando eu governei
27:31o Estado pela primeira vez.
27:32Então,
27:33é um Estado
27:33que tem,
27:34é um bom exemplo
27:35de gestão
27:35da máquina pública,
27:37mas é um Estado
27:37que precisa
27:38de solução
27:40do governo federal.
27:41Nós,
27:42que somos pequenos
27:43em consumo,
27:43em população,
27:44temos 4,2 milhões
27:45de habitantes,
27:46nós temos que ser
27:47um Estado
27:48que tenha capacidade
27:49de levar o Brasil
27:51a se comunicar
27:52com o mundo
27:52pelo Espírito Santo
27:53e de levar o mundo
27:55a se comunicar
27:55com o Brasil
27:56pelo Espírito Santo.
27:57Então,
27:57temos que ter
27:57boa logística.
27:58Para isso,
27:59este é um assunto
28:00e é um tema
28:01prioritário
28:02e importante
28:03para o desenvolvimento
28:04do Espírito Santo.
28:05O governo tem falado
28:06em obras paralisadas,
28:07em retornados,
28:08vocês chegaram
28:08a apresentar
28:09algum número
28:10de quanto
28:10que precisaria
28:11de aporte
28:12para avançar
28:13nessa pauta?
28:14Essa pauta
28:15é deles,
28:16aqueles que eu falo
28:16é do governo federal,
28:17porque a BR-101
28:18é da responsabilidade
28:19do governo,
28:19a BR é uma rodovia federal,
28:22a 262 é federal,
28:23a 259 é federal,
28:25o investimento ferroviário
28:26é federal.
28:27Então,
28:27nós estamos pedindo
28:28muito mais
28:28que o governo
28:29resolva aquilo
28:30que já é
28:30da sua responsabilidade.
28:32é lógico
28:33que nós temos
28:33outras demandas
28:34com relação
28:35à habitação popular,
28:37agricultura familiar,
28:39investimento
28:40na área social,
28:41que a gente tem tratado
28:41com os ministérios.
28:43Perfeito.
28:44Tem algum ponto
28:45que o senhor
28:45quer acrescentar
28:46a oportunidade
28:46agora,
28:47de me contar
28:47a grande novidade?
28:49Não,
28:49já foi uma boa conversa
28:50aqui,
28:50a novidade é a conversa.
28:52Obrigada,
28:53vou ver o governador.
28:54Tchau.
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