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Categoria
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NotíciasTranscrição
00:00Os Estados Unidos, que é considerada a maior democracia do mundo,
00:04está no processo de apuração dos votos da eleição para o Legislativo.
00:09Só para vocês terem uma ideia, essa eleição visa escolher
00:12toda a composição da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
00:17O resultado desse processo eleitoral terá impacto na governabilidade de Joe Biden.
00:23Ao todo, são 435 lugares na Câmara
00:27e os democratas precisariam ter 218 lugares para atingir a maioria.
00:32No Senado, precisariam ter aí 50 cadeiras.
00:35Até o momento, os republicanos estão cada vez mais perto
00:39de terem o controle da Câmara, mas a vitória ficou bem aquém do esperado.
00:44No Senado, os democratas esperam manter o controle.
00:48E o que aconteceu nas eleições dos Estados Unidos?
00:51Para conversar sobre isso, trouxemos aí o jornalista Duda Teixeira
00:55e o especialista Lucas Fernandes, que vão fazer uma análise aí
01:00das perspectivas políticas de Donald Trump
01:02após os democratas segurarem a onda dos republicanos no Congresso.
01:08Já estão aqui com a gente no estúdio.
01:11Olá, Duda. Tudo bem? Olá, Lucas. Tudo jóia?
01:15Olá, Kirsten. Boa tarde. Obrigado pelo convite.
01:19Eu que agradeço.
01:19Boa tarde, Duda. Prazer estar aqui com vocês.
01:23Prazer, Lucas.
01:24Muito obrigada pelo tempo de vir aqui ao programa, ao Meio Dia em Brasília,
01:27conversar com a gente, explicar para quem nos assiste aí
01:30como é que foi esse fenômeno.
01:32Não foi o que foi esperado aí pelos republicanos.
01:35É isso mesmo, Duda?
01:36Que fenômeno foi esse aí, que é uma vitória talvez apertada
01:41ou uma vitória que eles esperavam um pouquinho mais aí?
01:43Como é que foi isso?
01:44Bom, até então a gente se falava muito da onda vermelha, né?
01:51O partido republicano é que é vermelho nos Estados Unidos
01:55e era dado aí já como uma certa vitória dos republicanos no Congresso
02:02que deve acontecer, mas bem menor do que se imaginava.
02:08Enfim, olhando aí o retrospecto das eleições americanas,
02:13é muito comum que o partido do presidente
02:17acabe perdendo várias cadeiras nessa primeira eleição legislativa
02:23que acontece na metade do mandato do presidente.
02:28E a expectativa era que o partido democrata fosse perder 30, 40 cadeiras.
02:34O Obama, quando foi presidente, os democratas perderam 60.
02:38E essa expectativa vinha porque o Biden é um presidente impopular, né?
02:46Ele tem uma baixa aprovação de 38%.
02:49Os americanos estão muito pessimistas com a economia,
02:54a inflação de 8% anualizada em 12 meses.
02:59Então, tudo isso levava realmente a crer que os democratas iriam muito mal.
03:05e os republicanos estavam já praticamente aí já festejando.
03:11E o que a gente viu ontem, por exemplo, foi...
03:15Eu vi o vídeo do Biden falando com a Câmara Redes,
03:19era uma festa no comitê democrata, né?
03:22Eles vão perder a maioria no Congresso, muito provavelmente,
03:27mas é uma derrota com sabor de vitória,
03:31porque, para quem estava achando que ia perder 30, 40,
03:34essa maioria que os republicanos vão ter no Congresso
03:38vai ser muito pequena, muito estreita, né?
03:43Agora, Lucas, passando a palavra para você,
03:46como é que o Donald Trump vai encarar aí
03:49essa vitória com gosto de derrota,
03:53como o Duda citou agora há pouco, né?
03:54Porque foi bem apertado, bem aquém do que eles esperavam.
03:58E você avalia que vai gerar uma fragilidade aí para o Donald Trump?
04:03Exato, né?
04:04Como o Duda estava falando,
04:05é curioso a gente ver que os democratas hoje estão celebrando
04:08porque perderam e os republicanos estão chorando essa vitória, né?
04:13De fato, é uma eleição emblemática para o Donald Trump,
04:16ele não esconde de ninguém que tem a ambição
04:18de disputar a presidência da República novamente.
04:21E ele, um pouquinho antes de se iniciar as apurações,
04:25já tinha dito que ia fazer um anúncio bombástico
04:27no dia 15 de novembro, a próxima terça-feira.
04:30Então, muita gente apostando que ele já colocaria oficialmente
04:33o nome dele como um pré-candidato à presidência da República
04:37pelo Partido Republicano.
04:40Essa derrota mostra que, em alguns casos,
04:44o Trump investiu muito dinheiro
04:46e não conseguiu converter em estados-chave para os republicanos.
04:51Um exemplo disso é a disputa do Senado lá na Pensilvânia.
04:54O Trump apostou muito na candidatura de um senador
04:59que tinha uma postura um tanto quanto negacionista na pandemia.
05:03Isso mostra que talvez o eleitor republicano
05:06esteja se moderando um pouco mais,
05:09continuando com algumas pautas que são mais à direita
05:13e que são convergentes para esse tipo de eleitorado,
05:15mas talvez não aceitando uma retórica
05:17tão conservadora quanto a do Donald Trump.
05:21Então, ele agora tem adversários de peso
05:24para conseguir superar
05:25e com destaque para o governador da Flórida.
05:28Ele acabou de ser reeleito.
05:31Na última eleição, ele ganhou o governo da Flórida
05:34por menos de um ponto de diferença do seu adversário.
05:37Dessa vez, é quase 20%.
05:39A Flórida, que tradicionalmente a gente conhecia como um estado roxo,
05:43ou seja, aquele estado pendular que ora dá maioria para republicanos,
05:47ora dá para democratas,
05:49consistentemente nos últimos anos
05:50vem dando maioria para os republicanos.
05:53Então, se posiciona como um colégio-chave
05:55do ponto de vista da eleição presidencial.
05:57Tem mais de 30 delegados,
05:59ou seja, é um estado muito relevante.
06:01E aí, a gente tem esse governador que agora
06:04vai ser um nome de peso
06:05e vai tentar criar ali obstáculos
06:08para a campanha do Trump e a presidência.
06:12Perfeito. Agora, Lucas, aproveitando a deixa aí,
06:16aliás, Duda, aproveitando a deixa do Lucas aí
06:18com relação ao governador da Flórida,
06:21teve um fenômeno aí que foi bem diferenciado
06:23que foi com relação ao aborto, né?
06:25Já que o governador da Flórida se manifestou sobre o assunto
06:32e teve aí um desdobramento.
06:34Pode contar para a gente como é que foi isso, Duda?
06:36O Ron DeSantis, ele é, enfim,
06:40ele realmente é super contra o aborto,
06:43ele criou uma lei para impedir que os professores
06:48ensinassem sobre identidade de gênero
06:52nas escolas e pessoas trans.
06:54Então, ele é muito conservador,
06:57está alinhado com muitos latinos na Flórida
07:02que também têm esse perfil conservador
07:05e acabou se aproveitando dessa questão do aborto.
07:12Além disso, ele também tratou a pandemia,
07:16ele é um governador, né?
07:18Ele foi reeleito meio que assim,
07:21sem muito lockdown, sem máscara, sem nada, né?
07:24No meio da pandemia, as pessoas iam para eventos na Flórida
07:27e estava a vida normal.
07:30Então, assim, ele conseguiu atrair muito essas pessoas,
07:35esses mais conservadores na Flórida,
07:37mas a questão do aborto foi uma questão também
07:39que no resto dos Estados Unidos
07:44acabou levando mais os democratas a irem votar, né?
07:49A Flórida realmente mostrou o efeito inverso
07:54porque é um Estado cada vez mais, como o Lucas colocou aí,
07:59mais republicano e que tem pessoas mais velhas,
08:03é um lugar que tem muito...
08:04Muita gente, muito americano, vai lá para a aposentadoria,
08:09tem muito colombiano, venezuelano, cubano,
08:12então, tende a ser mais conservador
08:17e aí, então, daí contra o aborto.
08:22Perfeito.
08:23Passando a palavra agora para o Lucas,
08:26Lucas, como é que você avalia
08:28que essa eleição aí do legislativo
08:31pode ter um impacto aí também
08:33em temas da política externa
08:35e que dependem de movimentação do próprio Congresso?
08:38Perfeito.
08:40Bom, o Biden, ele ficou otimista, né?
08:44Como a gente já apontou com esse resultado,
08:46ele já anunciou que pretende se lançar à reeleição,
08:49então, esse era até também um tema
08:51que vinha sendo tratado com muita cautela,
08:54se houvesse uma derrota caixapante,
08:56provavelmente ele não se colocaria na disputa,
09:00mas ele vai precisar negociar com os republicanos.
09:03Então, a gente tem ainda três Estados
09:05que ainda tem a disputa para o Senado em aberto,
09:08para os democratas manterem a maioria na casa,
09:11eles precisam de duas vitórias,
09:14então, não vai ser um cenário simples
09:16e o Biden vai precisar negociar
09:18com os republicanos,
09:20tanto na Câmara,
09:21onde eles efetivamente terão maioria,
09:23quanto no Senado,
09:24onde pode ser até que os democratas
09:25conservem algum tipo de maioria,
09:28mas para matérias mais importantes,
09:30eles vão precisar de negociação
09:33para garantir um quórum um pouquinho maior.
09:36Com esse cenário desafiador,
09:38dentro dos Estados Unidos,
09:40a gente não tem uma visão de que o Biden se torne
09:42o que os americanos chamam,
09:44nesse momento, de lame duck,
09:46ou seja, pato manco,
09:47aquele presidente que chega no fim do mandato
09:49e que não tem muita bala na agulha.
09:51Como a derrota não foi tão grande,
09:52ele ainda pode ter algum tipo de poderio
09:55e conseguir avançar em algumas pautas.
09:57Mas fato é que,
09:58com um cenário um pouquinho mais inóspito
10:00na Câmara dos Deputados,
10:02o Biden pode se voltar para questões externas,
10:05especialmente aquelas que não demandam
10:07tanto aval do Congresso.
10:09Isso vai ser uma maneira de demonstrar
10:11para o eleitor uma capacidade do Biden,
10:13especialmente como articulador internacional.
10:17Vale destacar que,
10:18para o eleitor americano,
10:20política externa importa mais na decisão do voto
10:22do que para o eleitor brasileiro, por exemplo.
10:25O posicionamento dos Estados Unidos
10:26em relação a vários países,
10:28em relação a alguns conflitos,
10:30acaba sendo determinante no voto
10:32para a eleição à presidência.
10:34Então, o Biden deve apostar nessa frente,
10:36sobretudo também com a agenda ambiental,
10:39que ele já vem colocando bastante destaque.
10:42O Biden hoje chega à COP,
10:44deve fazer um discurso ali,
10:46colocando os Estados Unidos
10:48como um ator global na defesa
10:50de políticas mais rígidas
10:52contra as mudanças climáticas.
10:54Então, ele pode fazer uma aposta nesse sentido
10:56para evitar desgaste de sofrer derrotas
11:00em matérias que dependem exclusivamente
11:03do apoio do Congresso.
11:06Perfeito.
11:07Puxando o gancho para a política ambiental,
11:10que é um assunto que diz respeito ao Brasil também,
11:13e eu sei que os Estados Unidos
11:14olham com bastante atenção
11:16para o Brasil nesse quesito.
11:18Duda, como é que vai ser agora
11:20a relação possivelmente
11:21entre os Estados Unidos e o Brasil?
11:23Essa eleição do Legislativo
11:24terá algum impacto
11:26nessa questão do Brasil com os Estados Unidos
11:29na relação até impossível cenário de crise?
11:35Bom, acho que na questão ambiental,
11:38a gente vai ter um engraçamento maior
11:44entre o Brasil e os Estados Unidos.
11:47Os Estados Unidos já estavam pressionando o Brasil
11:49em relação à proteção da Amazônia,
11:53redução do desmatamento,
11:55e a gente vai ter o Lula
11:56já na COP, na semana que vem,
12:00falando tudo o que os americanos querem ouvir.
12:02Se isso, se alguma medida do legislativo americano
12:09possa afetar aqui o Brasil,
12:12bom, o Brasil está muito preocupado com barreiras.
12:18Empresas brasileiras que exportam
12:20têm muito medo de que outros países
12:22comecem a criar empecilhos, né?
12:25Quer dizer, uma vez que a Amazônia está pegando fogo,
12:28elas começam a falar,
12:29olha, agora você não vai mais exportar a soja para cá,
12:32não vai mais poder exportar bife para cá.
12:35Então, enfim, barreiras que poderiam,
12:38imaginando que a partir do ano que vem
12:42o Brasil comece a controlar mais
12:44o que está acontecendo no meio ambiente,
12:48esse tipo de barreira vai ser menos provável
12:51no futuro, não só nos Estados Unidos,
12:52como na Europa também.
12:56Temos uma pergunta aqui no Superchat,
12:58uma pergunta bastante interessante,
13:00do Rodrigo Freitas.
13:01Ele pergunta que uma maioria republicana na Câmara
13:04pode impactar a relação americana
13:06com o presidente eleito aqui no Brasil.
13:09E aí, Lucas, o que você pode dizer para a gente
13:11em relação a essa pergunta aqui do Rodrigo Freitas?
13:14Bom, em alguns momentos a gente já viu
13:16parlamentares dos Estados Unidos
13:19se posicionando em relação a algumas declarações
13:23do presidente Jair Bolsonaro.
13:25Então, algumas moções, nada muito efetivo, capaz de evitar
13:29ali as relações comerciais entre os países,
13:32mas é possível que a gente tenha,
13:35num cenário de congresso com controle republicano,
13:39um pouquinho mais de resistência ao Lula,
13:41que representa ali uma força antagônica ao Donald Trump.
13:44A aposta é que aqui no Brasil o tipo de relação com o Brasil
13:49ou com os Estados Unidos tenda a ser um pouco mais pragmática,
13:53não de alinhamento automático
13:55e nem de estreitamento de relações exclusivamente políticas,
14:02mas mais do ponto de vista institucional, comercial.
14:05Então, isso pode gerar alguma salvaguarda.
14:07Fato é que quando a gente olha para a política externa dos Estados Unidos,
14:11a América Latina não é prioridade.
14:13Ela perde relevância quando a gente olha, por exemplo,
14:16para a crise energética que se impôs pós-conflito na Rússia e na Ucrânia.
14:22Também tem a questão da guerra comercial com a China,
14:25que ocupa também o centro das atenções.
14:28Então, quando a gente olha para o relacionamento do congresso americano com o Brasil,
14:32a gente tem que se enquadrar também por essa lógica.
14:35Um elemento que pode criar problemas para o Lula
14:38em relação aos Estados Unidos
14:40é a gente retomar um alinhamento ou uma proximidade excessiva
14:44com a Venezuela e com Cuba,
14:46que são vistas como portas de entrada da China aqui na região.
14:50Se a gente tiver um novo governo se posicionando de maneira mais pragmática,
14:55isso pode ser suavizado.
14:57Por exemplo, a gente tem pela primeira vez a Colômbia com um governo de esquerda
15:01e que agora reestabeleceu uma proximidade com o Maduro na Venezuela.
15:06Então, os Estados Unidos perdem um articulador importante nesse aspecto.
15:11Se o Brasil se comportar com mais neutralidade,
15:14não fazer um alinhamento automático com governos autoritários de esquerda,
15:19é possível que a gente tenha um espaço interessante.
15:23Lembrando também que o Brasil é membro dos BRICS,
15:25então a relação do Brasil com a China nesse fórum,
15:28que também faz parte a Rússia,
15:31vai impactar nas relações com o Congresso.
15:33Então, vai ser uma via de mão dupla
15:35e a gente vai ter que aguardar
15:38como que o Ministério do Itamaraty aqui no Brasil
15:41vai se posicionar e colocar a política externa
15:44a partir de janeiro do ano que vem.
15:45Perfeito.
15:47Só lembrando aqui para quem nos assiste,
15:49se quiserem usar o superchat aqui
15:51para fazer perguntas, assim como o Rodrigo Freitas usou,
15:54sinta-se à vontade,
15:55é sempre uma contribuição importante para o nosso debate.
15:58Eu tenho certeza que os nossos debatedores
16:01serão o maior prazer de responder a sua pergunta,
16:03tirar a sua dúvida, esclarecer a sua dúvida
16:06para você que está aí em casa.
16:07E para finalizar, eu vou encaminhar a pergunta agora
16:09para o Duda Teixeira
16:10sobre a influência, talvez, dessas eleições aí,
16:15também, como nós falamos, na política externa
16:18e aí na guerra aí da Ucrânia e Rússia.
16:21Vai ter algum impacto, Duda, na sua avaliação?
16:25Bom, na guerra, deixa eu pensar,
16:28não tinha pensado nisso não,
16:30mas os americanos são um pouco críticos
16:33em relação à conduta que o Biden está tendo na Ucrânia.
16:37Isso aparece em pesquisas,
16:40aí eu precisaria um pouco interpretar
16:43o que isso quer dizer.
16:44O Biden tem sido muito pró-Ocrânia,
16:47com envio de armas e tudo mais.
16:51Os republicanos, normalmente,
16:54eles são aqueles que os...
16:56o Rockish, né?
16:58Eles realmente gostam
17:00de apoiar esses conflitos,
17:04ainda mais um conflito que é contra
17:06o Vladimir Putin na Rússia.
17:09Agora, é claro que isso preocupa mais
17:13quando a gente olha as repercussões
17:16que essa guerra está tendo nos Estados Unidos.
17:19E aí, a principal delas é a inflação,
17:22uma inflação de 8 pontos,
17:248% em 12 meses.
17:28Então, assim,
17:30isso, em tese,
17:32seria um problema
17:34e um fator que explica
17:37a baixa aprovação do Biden, né?
17:40Então, ele é ruim principalmente
17:42para os democratas
17:43e para os republicanos.
17:46Isso daí é um...
17:48mais um...
17:50uma arma para atacar o Biden, né?
17:52Para culpar o Biden
17:53para essas coisas todas.
17:54Agora, eu não sei se...
17:57não acho que...
17:59que os republicanos,
18:01agora dominando a Câmara,
18:04vão criar algum problema
18:05para esse apoio americano
18:07à Ucrânia, né?
18:09Isso nos Estados Unidos
18:12e na Europa
18:13não é uma questão
18:14muito em debate
18:17como é aqui no Brasil.
18:20No Brasil, sim,
18:21que a gente tem
18:23tanto o atual presidente
18:24como o presidente eleito
18:25colocando em dúvida, né?
18:29Essa defesa que a Ucrânia faz
18:31do próprio território,
18:33às vezes culpando a Ucrânia
18:35pela guerra
18:36e apoiando o Putin, né?
18:39Com declarações tapafúrdias.
18:42Esse tipo de comportamento
18:45a gente não vê tanto
18:46entre americanos e europeus.
18:50Lucas Fernandes,
18:51sua opinião sobre o assunto?
18:54Concordo.
18:55A gente tem
18:57esse posicionamento, né?
18:59Os Estados Unidos
19:00têm um
19:01conflito histórico
19:03com a Rússia, né?
19:04Então, não acredito
19:05que os republicanos
19:06demandem
19:07nenhum tipo de ação
19:08diferente dessa,
19:10mas a gente pode ter
19:12o Joe Biden
19:13sendo mais culpado
19:14por efeitos derivados
19:16dessa guerra, né?
19:17Então, assim como aconteceu
19:18no Brasil,
19:19há também nos Estados Unidos
19:21um escalonamento
19:22do preço de combustíveis,
19:25o Joe Biden tem que
19:27encontrar alguma solução
19:29para essa crise energética
19:30que não abate só
19:31nos Estados Unidos,
19:32mas também a Europa, né?
19:33O conflito, ele está
19:34se estendendo muito mais
19:35do que se previa
19:36e essas sanções,
19:38apesar de serem,
19:39obviamente,
19:39muito prejudiciais
19:40para a economia russa,
19:42elas também acabam
19:43prejudicando a economia global
19:44como um todo, né?
19:45Então, efeitos que são
19:47derivados disso
19:47e que têm
19:48uma sensibilidade doméstica
19:50como a inflação,
19:52o aumento do preço
19:52de combustíveis
19:53pode ser mais explorado
19:54pelos republicanos.
19:56O Biden, inclusive,
19:57abriu portas de negociação
19:59com a Venezuela
20:00para tentar exportar
20:02mais petróleo venezuelano
20:03como alternativa
20:04às barreiras
20:05ao petróleo russo, né?
20:06Isso também pode ser
20:07explorado pelos republicanos.
20:10Então, não acredito
20:11numa mudança
20:12de posicionamento
20:13de Washington
20:14em relação à guerra,
20:16mas os problemas domésticos
20:18que esse conflito gerou
20:19podem acabar
20:21cobrando mais
20:22do capital político
20:23do Biden
20:24do que tem cobrado
20:24até agora.
20:25A gente falou, né,
20:26que o Biden
20:27é um presidente impopular
20:28para padrões americanos, né?
20:30Ele está ali
20:31com um pouco abaixo
20:31de 40% para o Brasil
20:33e seria um sonho aí
20:34para, em anos recentes, né?
20:36A gente nunca teve
20:37um presidente
20:37que atingiu
20:38esse patamar de popularidade,
20:40mas ainda assim,
20:41num sistema bipartidário,
20:43ter menos de 50%
20:44de apoio
20:45é um problema, né?
20:46E ele já está
20:46de olho nas eleições,
20:47então, esses impactos
20:49domésticos
20:50tendem a custar
20:51mais caro
20:51a partir de agora.
20:53Agora, uma pergunta
20:54para os dois aí.
20:55Qual a previsão
20:56da contagem de votos?
20:57Demora um pouquinho mais.
20:58Aqui no Brasil
20:59é quase que instantâneo, né?
21:00Uma eletrônica,
21:01mas lá fora demora
21:02um pouquinho mais, né?
21:03Já está quase uma semana aí
21:04nesse processo
21:05de contagem dos votos.
21:07Qual a previsão,
21:07Duda, Lucas?
21:08Ela demora também
21:11porque tem,
21:13por exemplo,
21:13a Georgia,
21:14quando os candidatos
21:16não alcançam 50%,
21:18você tem segundo turno.
21:20Então,
21:21a definição do Senado,
21:22por exemplo,
21:23vai para dezembro.
21:26Mas a previsão
21:27que eu vi
21:28é que na Câmara
21:29os republicanos
21:31aí com uma maioria
21:32estreita
21:33de sete cadeiras.
21:34então é muito pouquinho.
21:39Isso, assim,
21:42é um,
21:42como o Lucas falou,
21:43é um país
21:44que tem dois partidos.
21:46Então,
21:47só o fato
21:48de ter essa maioria
21:50ainda que seja estreita,
21:52isso aí já muda
21:53totalmente
21:54o comportamento
21:55do Congresso,
21:56da Câmara
21:57em relação ao presidente.
21:58Não é que nem o Brasil
21:59que o presidente eleito
22:01vai negociando
22:02e vai cooptando
22:03todo mundo
22:04e vai distribuindo verba
22:05e tem a chance
22:06de reverter
22:08o jogo
22:09para o lado dele.
22:10Nos Estados Unidos
22:10não é isso, não.
22:12Os republicanos
22:13ganhando
22:13essa maioria
22:15na Câmara
22:16por uma cadeira,
22:18o jogo já virou
22:19para o Biden
22:19e vai atrapalhar
22:21bastante
22:21nos próximos
22:23dois anos
22:23ou seis anos,
22:25dependendo
22:25se ele for reeleito.
22:29Perfeito.
22:30Lucas,
22:30mais alguma consideração
22:31sobre o tema?
22:33Isso.
22:33A gente tem
22:34nesse momento
22:35sobretudo
22:36os estados
22:36da costa oeste
22:37onde ainda
22:38falta definição
22:39com exceção
22:39da Geórgia
22:40que fica na costa leste
22:41mas como o Duda
22:42falou
22:42vai ter segundo turno
22:43para o Senado.
22:44Vale a gente ficar
22:45de olho na Califórnia
22:46que é um estado
22:47muito populoso,
22:48tem vários deputados
22:49na Câmara
22:50e apesar de ser
22:51um estado democrata
22:53quando a gente
22:53olha no cômputo
22:54geral,
22:55vários distritos
22:56sobretudo do interior
22:57do estado
22:57são republicanos
22:58então várias
22:59algumas vitórias
23:00do partido republicano
23:01devem vir desse estado.
23:03Para o Senado
23:03a gente tem que ficar
23:04de olho em Arizona
23:06e em Nevada
23:06dois estados
23:07que ainda estão
23:09com a apuração
23:10para o Senado
23:10pendente
23:11nesses dois casos
23:12os democratas
23:13levam uma ligeira vantagem
23:15mas é coisa
23:16de menos de dois pontos
23:17percentuais
23:18em Arizona
23:19a gente ainda tem
23:2010% dos votos
23:21para serem computados
23:22e em Nevada
23:2320%
23:24para serem computados
23:25se essa maioria
23:26ficar tão apertada
23:27pode ser que a gente
23:28chegue ao fim
23:29da apuração
23:29e seja solicitada
23:30uma recontagem
23:31então pode ser aí
23:32que essa definição
23:33de maioria do Senado
23:34se estenda
23:35por algumas semanas
23:36ainda.
23:38Perfeito
23:38muitíssimo obrigado
23:40Lula Teixeira
23:41Lucas Fernandes
23:42por dispor e do tempo
23:43de vir aqui conversar
23:44com a gente
23:44e explicar
23:45para quem nos assiste
23:46esse tema
23:46que é tão importante
23:47e que impacta
23:49o mundo inteiro.
23:50Que agradeço
23:51obrigado pelo convite
23:52que é excelente.
23:54Um abraço
23:54muito obrigado pelo convite.
23:55Tchau.
23:56Tchau.
23:57Tchau.
23:58Tchau.
23:59Tchau.
24:00Tchau.
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