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  • há 4 meses
O diretor-geral de jornalismo de O Antagonista destaca, em entrevista à emissora argentina, que as pesquisas do primeiro turno das eleições de 2022 se equivocaram, principalmente em relação aos números do presidente Jair Bolsonaro. A distância entre pesquisas e resultado deram ao candidato à reeleição uma vitória moral, apesar de ele ter ficado atrás de Lula no número de votos. Para o segundo turno, o desafio dos candidatos é convencer os eleitores a sair de casa para votar no próximo dia 30 de outubro. Pelo resultado do primeiro turno, há 40 milhões de votos em disputa. A eleição de uma considerável bancada antipetista para o Congresso Nacional no último domingo (2) pode fazer a diferença nessa batalha pelo voto, segundo Dantas.

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Transcrição
00:00Bom, o que havíamos anunciado, Garret, vamos conversar com o periodista Claudio Dantas, que está em Brasil,
00:14e para ir com mais detalhes sobre isso que muito bem vos nos estávamos contando.
00:19Que tal Claudio? Bom dia, aqui Marcelo Fernandes e Garret Edwards, gracias por conversar com CNN Rosario.
00:25Muito bem, bom dia a todos senhores, é um prazer falar com a sua audiência.
00:34Claudio, estávamos comentando recién, como primeira nota destacada sobre as eleições de ayer em Brasil,
00:43o tema das encostas, que como em quase todo o mundo, vêm fallando e esta não foi uma excepção.
00:50Por suposto. Bom, eu acho que esse é o assunto do dia em toda a parte, aqui em Brasil.
01:00As encostas estão aí, me parece que é o funeral das encostas, porque se equivocaram tremendamente,
01:13especialmente respecto a os níveis de votação de Bolsonaro e de Ciro Gomes e também de Simone,
01:24especialmente de Ciro e Bolsonaro.
01:26As encostas respecto a Lula, bueno, aí fijaram su teto,
01:32mas de Bolsonaro saiu algo como uma diferença de até 10 pontos de distância do que se previa.
01:48Os principais, os tradicionais institutos de pesquisa, Datafolha, IPEC, que são os maiores aqui,
02:00e alguns outros também alineados com esses, previram uma diferença.
02:07Bom, previram que Lula levaria o primeiro turno e isso não aconteceu.
02:13E também com uma vitória com 14, 15 pontos de distância a Bolsonaro.
02:22Então, isso está muito claro.
02:29Há uma...
02:30Estamos aí debruzados, analizando o que aconteceu.
02:35Claudio, uma pergunta.
02:37Mais além da satisfação por o triunfo que mostrava Lula e sua equipe,
02:43eu imagino que isso não lhe haverá pegado, não lhe haverá resultado cómodo ver que a coisa não pintava como as encostas.
02:52Sim.
02:53Bom, há dois pontos principais aí.
02:57Um, a vitória moral de Bolsonaro por essas pesquisas, sobre as pesquisas.
03:06A vitória moral, porque tinha aí um discurso contra os institutos de pesquisa.
03:13E, por o lado do Lula, o problema é que ele pensava que saia vitorioso no primeiro turno e isso não aconteceu.
03:26Então, agora o principal é buscar os votos de Ciro, de Simone e as abstenções, que foram muito altas.
03:40Bom, agora justamente, Claudio, te queríamos perguntar, claro, porque a pergunta...
03:44Isto é um pouco o contexto do que aconteceu ayer, mas de cara ao 30 de outubro,
03:49quedaram muito poucos votos, quedou 8% dos votos, mais ou menos,
03:54quedou aí que não é de um e de outro.
03:58Como é que analisar esses 8 pontos?
04:01Porque, além disso, a Lula lhe quedaram apenas 2 para chegar ao 51%,
04:06ou ao 50% e pequeno, como é que analisar a diferença entre Lula e Bolsonaro
04:13e esses 8 pontos que se vão ter que repartir?
04:16E o outro ponto é como joga a abstenção, a gente que não votou.
04:23Por suposto.
04:25Bom, a abstenção, eu acho que é o principal ponto,
04:29porque muita gente que não foi a votar,
04:34isso se dá por um cenário polarizado,
04:40e eu penso que como os institutos de pesquisa
04:46já colocaram aí a vitória em primeiro turno,
04:50muita gente, muitos votos, muitos electores antipetistas
04:56deixaram de votar porque pensaram que não havia nada a ser feito
05:04uma vez que, bom, que a vitória de Lula estava aí como trazada.
05:09Então, aqui em Brasil, tivemos um crescimento dos electores,
05:19do número de electores, de uma maneira geral,
05:22e isso incluso fez com que Lula tenha a maior votação da história em primeiro turno.
05:38Mas, em termos percentuales, é menos do que ele obtuvo em 2006,
05:45na reeleção.
05:47Então, temos agora muita muita gente para votar.
05:54Então, tem que ver a atenção, justamente, na abstenção.
06:01E o esforço das campanhas de Lula e Bolsonaro é convencer esses electores a votar.
06:11Lula, na reta final, trabalhou muito forte o voto útil
06:16para que os electores de Ciro e outros votassem em sua chapa
06:26para tentar vencer em primeiro turno.
06:31Mas esse voto útil de Ciro foi para Bolsonaro.
06:35Acho que segue ainda uma margem forte de electores de Ciro,
06:43inclusive de Simone, que vão para Bolsonaro.
06:46E outra parte que vão para Lula.
06:49E provavelmente há um resíduo, há uma franja de electores que vão para cancelar seu voto.
07:00Mas o tema da abstenção, estamos falando de um total de mais de 32 milhões de votos.
07:17Então, isso com os 8 milhões de votos de Ciro e Simone,
07:21temos 40 milhões de votos para que esses candidatos,
07:25busquem agora na segunda volta.
07:30Claudio, como estás?
07:32Garra Tevez por aqui, te escuchava com atenção.
07:35Uno também ve como dato importante, por menos desde afuera,
07:38o fato de que Bolsonaro tenha crescido em seus escaños,
07:41em seus postos no Congresso e também em várias governações.
07:45Isso pode influir de alguma forma quando a gente decide ir a votar,
07:50que pense, bom, Bolsonaro vai ter no Congresso, vai ter uma maioria importante,
07:54votámoslo também?
07:57Sim, sim.
07:58Bom, há um movimento que é muito claro.
08:02Quando um político tem expectativa de poder,
08:05quanto maior a expectativa de poder,
08:08isso atrae os votos dos demais.
08:13Então, a votação dos deputados, senadores e inclusive dos governadores,
08:18muitos em seu primeiro turno evitam conectar a sua imagem de Bolsonaro ou mesmo de Lula.
08:33Isso é um exemplo, por exemplo, o governador de Minas Gerais,
08:36que é o segundo maior colegio eleitoral em Brasília.
08:40Este governador Zema, que é do Partido Novo,
08:44é um governador liberal de centro-derecha,
08:49e que já declarou ayer que não vai apoiar a Lula de nenhuma forma.
08:57Então, por suposto que vai trabalhar para Bolsonaro.
09:03Isso vai acontecer, vai acontecer em um mais...
09:07e temos cerca de 9 a 14 governadores que podem declarar seu apoio a Bolsonaro na segunda volta.
09:20Então, isso, com o voto também de deputados.
09:27Os deputados são muito fortes no Brasil,
09:30na captação de votos,
09:32e, agora, com a votação expressiva de deputados e senadores antipetistas,
09:44isso maiora, de maneira muito forte,
09:50a possibilidade de que Bolsonaro venha na segunda volta.
09:53Então, o que acontece em Brasília é que,
09:57mesmo que muitos electores de Bolsonaro de 2008
10:02estavam aí como que arrepentidos,
10:07arrepentidos de votar em Bolsonaro,
10:11agora, muito provavelmente,
10:13votarão por o sentimento anti-Lula, anti-Petista,
10:17que ainda segue muito forte em Brasília.
10:20Boa, boa explicação, muito agradecido.
10:25Claudio, muito obrigado.
10:27Se vem um mês, praticamente,
10:29de especulações e expectativas,
10:32e com o final, então, mais ou menos aberto,
10:35em definitiva, verdade?
10:37Claudio, muito obrigado, muito amável.
10:40Bom, estou aqui quando quiser.
10:44Te agradeço muitíssimo também.
10:46Um abraço a todos.
10:47Obrigado, igualmente.
10:48Adiós.
10:49Até logo.
10:49Hemos conversado com Claudio Dantas,
10:52que é periodista independente em Brasil,
10:55e nos dava,
10:56nos fazia a Garrett uma leitura um pouco mais finita,
11:00desde aí mesmo,
11:01de o que foram as eleições.
11:02Obrigado.
11:19Obrigado.
11:20Obrigado.
11:20Obrigado.
11:21Obrigado.
11:22Obrigado.
11:23Obrigado.
11:24Obrigado.
11:25Obrigado.
11:26Obrigado.
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