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  • há 3 meses
Após 14 anos de rompimento com o PT, Marina Silva selou seu apoio público à campanha de Lula à Presidência da República. Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (12), a ex-ministra do Meio Ambiente e presidenciável nas três últimas eleições disse que, politicamente, se reencontrou com o petista.

"Estamos vivendo um reencontro político e programático", disse Marina, "porque, do ponto de vista das nossas relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula nunca deixamos de estar próximos e de nos conversar mesmo em momentos dolorosos das nossas vidas."

"Nesse momento crucial da história , quem reúne as maiores e melhores condições para derrotar Bolsonaro e a semente maléfica do bolsonarismo que está se implementando no seio da nossa sociedade, é a sua candidatura", concluiu a candidata a deputada federal.

Lula deu mesmo tom à sua fala:

"Há muito tempo tempo havia a expectativa de Lula e Marina iriam conversar. Nós nunca deixamos de nos conversar: nós nos desencontramos e nos encontramos - nos encontramos não apenas para tratar da política ambiental mas para tratar desse país", disse o ex-presidente.

Apesar de Marina ter entregue um plano com medidas de combate às mudanças climáticas, o petista evitou dar detalhes de medidas práticas que tomaria no curto prazo, caso eleito. Ele se limitou a dizer que a política ambiental será "transversal" em seus ministérios e que questões como garimpo e desmatamento seriam cortados a zero.

Marina, por sua vez, esqueceu um passado de intensas campanhas de difamação do PT contra suas campanhas eleitorais. A mais notável ocorreu em 2014. Na época, Marina era líder das pesquisas e sua candidatura minguou após o PT insinuar que o Bolsa Família seria encerrado em um evento governo da ex-ministra.

A amnésia política terá um preço. Como antecipamos, Marina exigiu a criação, num eventual governo Lula, de uma Autoridade Nacional de Mudança Climática, que seria ligada ao Ministério do Meio Ambiente e responsável pelo cumprimento das metas de redução de emissão de CO2.

Marina também defende a reestruturação e blindagem de órgãos que foram sucateados pelo atual governo, como Ibama, ICMBio e Funai.

O retorno da ex-ministra à esfera de influência do PT ocorre depois de 14 anos. Em 2008, ela deixou o governo Lula após atritos com Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Reinhold Stephanes (Agricultura).

Na ocasião, ela se indispôs com o próprio Lula, que entregou a Unger a coordenação do Plano Amazônia Sustentável e deu aval a Stephanes para brigar pela flexibilização da regra que restringia o crédito agrícola de quem desmatou sem licença ambiental.

Também se desgastou com Dilma Rousseff por causa do processo de liberação das licenças ambientais para obras no rio Madeira, em Rondônia. Meses depois de deixar o governo, Marina se desfiliou do PT.

A mágoa se intensificou na campanha de 2014, quando foi bombardeada pelo marketing de guerrilha de João Santana.

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Transcrição
00:00O fato político do dia foi justamente o apoio, a formalização do apoio da Marina Silva ao Lula.
00:09Marina ontem se reuniu com Lula em São Paulo, ela que é candidata a deputada federal pela rede em São Paulo,
00:16resolveu declarar finalmente apoio, isso depois de 14 anos de afastamento.
00:23Ela que foi ministra do meio ambiente do governo Lula, em 2008 ela deixou o governo muito insatisfeita,
00:35em virtude, primeiro, da ingerência de outros órgãos, da Ministra da Agricultura, da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
00:46O Lula entregou para o Mangabeira Unger a coordenação do plano da Amazônia Sustentável,
00:53então a Marina se sentiu agredida.
00:56O Lula criticou diversas vezes as dificuldades de obras de infraestrutura obterem licenciamento ambiental.
01:05Então ela foi se desgastando dentro do governo Lula, foi sendo escanteada,
01:11o Lula foi empoderando outros ministros, Reinoldo Estefanes na época, ministro da Agricultura,
01:17que iria flexibilizar ali algumas regras de financiamento para agricultores que tinham multas ambientais
01:27por crime ambiental e também a própria Dilma Rousseff.
01:32A Marina virou inimiga da Dilma Rousseff, a Dilma que batalhou incessantemente para as obras lá de Belo Monte
01:42e a Marina fazia ali uma pressão contrária em virtude das licenças ambientais, enfim.
01:48Ela saiu muito desgastada, muito revoltada.
01:53Meses depois, já em 2009, ela se desfiliou do PT, foi para o PV, depois do PV,
01:59anos depois ela se mudou para a rede e nunca mais teve aquela interlocução com o PT.
02:07Ao contrário, nas campanhas ela se colocou como presidenciável e foi muito dura em relação aos candidatos do PT,
02:16no caso a Dilma, depois o Haddad.
02:18Vocês viram aí a coletânea das manifestações da Marina,
02:22duras manifestações críticas feitas por ela ao longo de todos esses anos,
02:29inclusive com aquela declaração dela em relação à corrupção do governo do PT.
02:37E agora vai ficar o questionamento.
02:41Muito provavelmente ela será, como nós já estamos fazendo aqui,
02:44lembrando tudo aquilo que ela falou, ela será cobrada pela falta de coerência no discurso.
02:52Assim como está acontecendo com o Alckmin, que também chamava o Lula de corrupto,
02:58disse que ele queria voltar à cena do crime e agora tenta convencer o eleitor de que
03:05não, nada disso aconteceu, a justiça provou que estava tudo errado.
03:09E, na verdade, não é nada disso, a gente sabe muito bem.
03:14Bom, então tivemos hoje o anúncio dessa aliança aí, da Marina, com o Lula.
03:26A gente, vê se também não está aqui.
03:31Deixa eu ver se a gente tem...
03:33Ela fez umas declarações.
03:39E a gente, e assim, e ela, na conversa com o Lula, ela, claro, naturalmente fez algumas exigências
03:51para essa área ambiental.
03:53Ela quer que o governo Lula crie uma autoridade, autoridade dedicada a essa questão
04:05do cumprimento das metas de redução da emissão de dióxido de carbono, do CO2, tá?
04:13Então, está nessa matéria, inclusive, que a gente publicou ainda há pouco, após 14 anos,
04:18Marina fala em reencontro com o Lula.
04:21Põe de novo na tela, Daniel, por favor.
04:25Olha só.
04:26A justificativa dela, estamos vivendo um reencontro político e programático, porque, do ponto
04:33de vista das nossas relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula nunca deixamos
04:38de ser próximos e de nos conversar, mesmo em momentos dolorosos das nossas vidas.
04:44Nesse momento crucial da história, quem reúne as maiores e melhores condições para derrotar
04:48Bolsonaro e a semente maléfica do bolsonarismo que está se implementando no seio da nossa sociedade
04:54é a sua candidatura.
04:57O Lula também foi na mesma linha.
04:58Há muito tempo havia expectativa de Lula e Marina, de que Lula e Marina fossem conversar.
05:03Aqui, ó.
05:05Nós nunca deixamos de nos conversar, nós nos encontramos, nos encontramos, nos encontramos
05:10não apenas para tratar da política ambiental, mas para tratar deste país.
05:15Muito bem.
05:16Apesar de Marina ter entregue um plano com medidas de combate às mudanças climáticas, o petista
05:19evitou dar detalhes dessas medidas, caso ele seja eleito, se ele tomará, executará essas
05:26medidas, se limitou a dizer que a política ambiental será transversal em seus ministérios
05:31e que questões como garimpo e desmatamento seriam cortadas a zero.
05:35O transversal é mais ou menos aquilo que eu estava falando para vocês, o que aconteceu
05:39no segundo mandado do Lula, quando ela deixou a pasta justamente porque a transversalidade
05:46colocou outras figuras, outros ministros e outros interesses que eram contrários aos
05:53interesses da própria Marina.
05:56Então, pelo visto, ela está mais tolerante, está mais flexível.
06:02É possível que ela tenha aí uma postura um pouco, que ela relativize mais as suas exigências
06:12na questão ambiental.
06:15Ela também foi cobrada sobre o eleitorado evangélico.
06:20Ela, que é evangélica, foi questionada se se comprometeu a buscar o voto evangélico
06:29para o Lula, que é um eleitorado resistente à candidatura do petista, mas ela disse que
06:36que não, que não evitou se comprometer.
06:41Diz que a sua luta é contra um fundamentalismo político e religioso, mas defendeu a laicidade
06:47do Estado.
06:48Qualquer coisa que leve para o caminho do ódio, para o caminho do exclusivismo religioso,
06:52não é bom para a democracia, não é bom para as religiões e diz respeito à Constituição.
06:57Nunca fiz do palanque um púlpito, nem do púlpito um palanque.
07:00Legenda Adriana Zanotto
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