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  • há 6 meses
Até a volta de Claudio Dantas das férias, o Papo Antagonista é apresentado por Carlos Graieb

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03:00Olá, muito boa noite, hoje é terça-feira, 12 de julho, está começando mais um Papo Antagonista, vocês devem ter percebido que eu não sou o Cláudio Dantas, o Cláudio está gozando de suas merecidas férias, então pelos próximos 20 dias vocês vão ter que me aguentar, espero que não seja tão ruim assim.
03:28Bom, vamos chamar a nossa escalada, vamos ver quais são as notícias que a gente vai tratar nesta terça.
03:38Música
03:39Papo Antagonista
03:40Hoje teremos quatro assuntos para discutir, a gente vai falar sobre os desdobramentos do assassinato de um militante petista lá em Foz do Iguaçu, ele foi morto por um bolsonarista.
03:57A gente vai falar também sobre a aprovação pelo Congresso da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, sem pagamento obrigatório das famigeradas emendas do relator.
04:11A gente vai falar sobre aquele caso tenebroso do anestesista que estuprava as suas pacientes em trabalho de parto.
04:21A polícia agora trabalha com a hipótese de que ele seja um criminoso em série.
04:27E a gente vai falar também da guerra de bastidores em torno da PEC Kamikaze.
04:31Ela deve ser votada hoje no Congresso, mas a gente vai falar com o Wilson Lima, lá em Brasília, para ver se tem alguma mobilização que possa impedir essa votação.
04:42Vamos lá.
04:44Papo Antagonista
04:45Reportagens exclusivas
04:48Bastidores do Poder
04:49E análise com quem faz notícia
04:52Bom, a gente começa tratando do assunto que vem dominando boa parte da discussão política desde o fim de semana,
05:06que é o assassinato de um petista por um bolsonarista.
05:11Hoje de manhã, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre o assunto.
05:16Ele já tinha se manifestado antes e hoje voltou a falar.
05:20Vamos ver um pouquinho aí o que ele disse.
05:25Está sendo concluída a investigação pela Polícia Civil do Paraná.
05:29Talvez isso conclua hoje, né?
05:31Haja uma coletiva, talvez.
05:33Mas a gente vê que teve um problema lá fora.
05:35Onde o cara que morreu, que estava lá na festa,
05:38jogou uma pedra no vidro daquele cara que estava no carro para o lado de fora.
05:43Depois ele voltou e começou aquele tiroteio lá onde morreu o aniversariante.
05:51O outro foi ferido, ficou lá caído no chão.
05:54E daí o pessoal da festa, todos os petistas, encheram a cara de chute.
06:01Bem, a violência, né?
06:04Os petistas eram a violência do bem.
06:06Chute na cara de quem está deitado, que está caído no chão.
06:08A gente já está caído no chão.
06:10A gente não sabe direito tudo o que aconteceu,
06:13mas as imagens demonstram os atos de violência que houve lá dentro do recinto.
06:19Se esse cara morre, vamos supor, de traumatismo caniano,
06:24e não por causa do ferimento da bala,
06:27esses petistas que chutaram a cara dela vão responder por homicídio.
06:30Bom, é isso, né?
06:39O presidente da República continua se recusando a fazer uma manifestação mais enfática
06:46contra esse absurdo que foi a morte de uma pessoa que estava celebrando o seu aniversário,
06:54uma morte a tiros.
06:55Ele continua tentando achar desculpas para essa invasão que aconteceu.
07:04É verdade, houve violência também contra o atirador, mas ele já tinha atirado.
07:10É muito preocupante que o presidente da República sinta tanta dificuldade,
07:17como a gente já viu também durante a pandemia,
07:21em simplesmente ser solidário com pessoas que estão passando por sofrimento.
07:28Hoje apareceu a notícia de que ele teria ligado para um parente do homem que morreu.
07:34Essa notícia não circulou muito, não sabemos se é verdade isso.
07:43Se ele fez isso de fato, foi um gesto de humanidade,
07:50mas o fato é que num país conflagrado como o Brasil,
07:54a gente ainda precisa de exemplos das lideranças políticas
07:59para evitar que essa polarização continue crescendo
08:04e que essa violência possa se transformar em algo muito pior nos próximos meses.
08:10É verdade, não é só o bolsonarismo que está assanhado.
08:16O petismo também tem um histórico de agressão aos seus adversários.
08:21Isso vem de muito longe.
08:22A gente pode lembrar, e eu me lembro sempre desse episódio,
08:26se eu não me engano é de 2005,
08:29não, talvez seja de mais tarde, porque já estávamos no governo Dilma,
08:33quando o Lula, enfim, a frase do Lula era que,
08:36a qualquer momento, o João Pedro Stedley, o chefão do MST,
08:40poderia pôr o seu exército nas ruas.
08:44Quem fala em pôr exército nas ruas,
08:46certamente não está pensando em defender a democracia.
08:49Eu me lembro também de episódios em que membros da CUT
08:54agrediram adversários políticos.
08:59No ano passado mesmo, o Ciro Gomes,
09:02durante uma manifestação aqui em São Paulo,
09:04foi quase que ferido por uns sarrafos voadores.
09:10Então, a esquerda não é avessa
09:14a tentar agredir os seus adversários.
09:18Mas o que aconteceu nesse fim de semana é inédito.
09:22A gente não pode esquecer isso.
09:26Um assassinato em que dois cidadãos comuns
09:29trocam tiros nunca havia acontecido no Brasil.
09:35Isso certamente não surgiu do nada.
09:40Exemplos vêm de cima.
09:41Pessoas que têm o poder de direcionar massas,
09:48como é o caso do Bolsonaro e do próprio Lula,
09:51têm sim uma responsabilidade
09:53quando uma coisa dessas acontece.
09:56Então, o Bolsonaro ainda está devendo
09:57a frase que todo mundo quer ouvir.
10:01Uma frase que não procure desculpar
10:03ou relativizar a gravidade do acontecimento.
10:07Será que virá?
10:12Isso a gente não consegue saber.
10:15A gente tem algumas outras informações
10:17sobre esse acontecimento.
10:20Vamos dar uma olhadinha
10:21na notícia sobre a investigação.
10:26Investigação de assassinato de petista em Foz do Iguaçu
10:33é estadual, afirma PGR.
10:38A Procuradoria-Geral da República
10:41afirmou ao Globo que a competência
10:43para analisar o caso do militante petista
10:45Marcelo Arruda,
10:47assassinado no último sábado em Foz do Iguaçu,
10:50é da justiça estadual
10:51e que o processo deverá ocorrer
10:52na primeira instância.
10:54Estava havendo uma tentativa
10:58e ainda está havendo essa tentativa, na verdade,
11:01de nacionalizar essa investigação.
11:05De tratar isso como um crime
11:08que vai além das fronteiras ali do Paraná.
11:15Eu acho que o posicionamento da PGR está correto.
11:20A investigação do crime,
11:21aquilo foi, de fato, um crime local.
11:25São pessoas que vivem naquele ambiente,
11:28que frequentam aquele clube
11:29onde estava acontecendo o aniversário.
11:32E por mais que ela seja produto,
11:36ou que ela possa ser produto,
11:37de um incitamento,
11:39de uma licença,
11:42que a retórica muito agressiva do Bolsonaro
11:44vem dando e vem fazendo já há três anos e meio,
11:50o crime é local.
11:54É uma tentativa política de nacionalizar isso
11:57que não precisa, de fato, prosperar.
12:02A discussão política é nacional,
12:06mas a investigação é local.
12:08Então, acho que está correta a decisão da PGR.
12:14E, óbvio, a justiça precisa ser feita
12:19segundo as suas regras de competência e tudo mais.
12:23Como disse o Bolsonaro,
12:25se aquelas pessoas que chutaram
12:27o agressor que estava caído
12:30provocarem a morte dele com esses chutes,
12:33elas têm mesmo de ser investigadas também.
12:35Ninguém está querendo afastar a aplicação da lei
12:39por causa da brutalidade,
12:43da barbárie que aconteceu.
12:45As coisas precisam acontecer,
12:47a investigação precisa ser levada adiante
12:50conforme manda o nosso ordenamento jurídico.
12:56Então, investigação e processo lá no Paraná,
13:02discussão política muito urgente
13:04e muito importante
13:06para acontecer nacionalmente.
13:09Vamos passar para o nosso próximo tema?
13:13Papo Antagonista
13:15Reportagens exclusivas
13:17Bastidores do Poder
13:19e análise com quem faz notícia.
13:21Então, né, coisa de principiante.
13:32Eu me esqueci de dar um boa noite especial
13:35às pessoas que estão acompanhando a nossa transmissão.
13:40Boa noite especial a todos vocês
13:42que seguem o Papo Antagonista com o Cláudio,
13:46que fazem esse ser um programa de comentário político
13:50importante hoje no Brasil.
13:52Então, dê o seu like,
13:55inscreva-se no nosso canal do YouTube,
13:59clique lá no sininho
14:00para ter notificações,
14:02e continue conosco.
14:08Bom, o nosso próximo assunto
14:10é a votação da LDO lá em Brasília.
14:17Eu gostaria de chamar o Wilson,
14:19se ele já estiver pronto.
14:21Não, não está pronto ainda, está entrando.
14:23Mas, enfim,
14:25vocês certamente estão alertas
14:28para esse tema,
14:31que vem sendo tratado pelo Antagonista
14:33e pelo Papo Antagonista
14:34já há bastante tempo.
14:38O Congresso estava tentando transformar
14:41as famigeradas emendas do relator,
14:44aquelas que faziam parte do orçamento secreto,
14:48em emendas obrigatórias.
14:51Não deu certo.
14:54Hoje, a lei de diretrizes orçamentárias
14:58que vai valer no ano que vem
14:59foi aprovada.
15:01O Congresso precisava fazer isso
15:04com urgência,
15:05porque senão ele não poderia entrar em recesso.
15:08E todos os políticos são doidos
15:09para entrar em recesso
15:10e começar a cuidar das suas campanhas de reeleição.
15:15Então, a lei foi aprovada,
15:18mas excluindo a obrigatoriedade.
15:21Agora, por que essa obrigatoriedade foi excluída?
15:27Vamos chamar o Wilson para a gente bater um papo sobre isso.
15:30Oi, Wilson.
15:41Eu não estou te ouvindo ainda.
15:43Espera aí.
15:43Ainda não.
15:50Estou precisando.
15:51Eles estão com um probleminha lá no áudio do Wilson.
15:55A gente já volta com ele.
15:56A nossa pergunta era
15:58por que, afinal de contas,
16:01o Congresso abandonou,
16:03pelo menos temporariamente,
16:05a intenção de transformar
16:07as emendas
16:08do relator
16:10em emendas de cumprimento
16:12obrigatório
16:13pelo governo.
16:15Tem algumas hipóteses
16:16possíveis
16:17para isso.
16:19Primeiro,
16:21eles acharam que não estava pegando bem
16:23essa história.
16:25A segunda hipótese,
16:27que, na verdade,
16:27eu acho
16:28que é
16:29a mais real
16:31e que eu gostaria de testar
16:33com o Wilson,
16:35assim que a gente conseguir falar com ele,
16:37é que, na verdade,
16:40os parlamentares
16:42não conseguiram criar uma regra
16:44para a distribuição
16:46dessas emendas.
16:48E isso
16:49criava um risco,
16:50que era o quê?
16:51De, em 2023,
16:53acontecer a mesma coisa
16:54que aconteceu nesse ano.
16:56Alguns senadores
16:58e deputados
16:59recebendo milhões
17:01e milhões.
17:03Alguns, quase até bilhões.
17:05Um bilhão de reais.
17:07na verdade.
17:07E outros ficando sem nada.
17:10Quem era amigo dos ex,
17:11o Pacheco
17:12ou o Lima,
17:14se beneficiava
17:15com bastante dinheiro.
17:17Quem não era amigo
17:18ficava esquecido.
17:21Eu me lembro que no ano passado,
17:22no final do ano passado,
17:24eu conversei com um deputado
17:25que pediu naquela época
17:27para não ter o seu nome revelado
17:29e eu não vou
17:29falar o nome dele agora também,
17:31mas era uma pessoa influente
17:32no Congresso.
17:34E ele me disse,
17:34olha,
17:34estava vendo aquela discussão
17:36toda sobre
17:37da transparência
17:38ao orçamento secreto.
17:41Ele me falou,
17:41olha,
17:42a preocupação
17:43do Pacheco
17:44e do Lira
17:45nem é tanto
17:46com a transparência
17:48para fora do Congresso.
17:50O que eles estão
17:52preocupadíssimos
17:53é com o que vai acontecer
17:55quando deputados
17:56e senadores
17:57ficarem sabendo
17:58o que eles fizeram
18:00aqui dentro.
18:01Como é que eles
18:02compartilharam
18:03essa grana
18:04aqui dentro?
18:06Veja só,
18:07era verdade
18:07essa observação,
18:09né?
18:10Porque agora
18:11foi justamente
18:12por não haver
18:13uma regra
18:13mais igualitária
18:15de compartilhamento
18:17da grana
18:18que a intenção
18:21de transformar
18:22as emendas
18:22em obrigatórias
18:24foi bloqueada.
18:29Isso é muito bom.
18:31Não foi por caridade
18:32que os parlamentares
18:33fizeram isso,
18:34como eu estou
18:35argumentando aqui, né?
18:38Mas é muito bom
18:38para o Brasil.
18:39essa transferência
18:43contínua
18:44de poder
18:46sobre o orçamento
18:47do Executivo
18:49para o Legislativo
18:50tem alguns efeitos
18:52que são muito
18:53sinistros, né?
18:55Primeiro,
18:57elas tiram
18:58do governo,
18:59do Executivo,
19:01seja qual for o governo,
19:03petista,
19:04bolsonarista,
19:05tucano,
19:05uma ferramenta
19:09para negociar
19:10com o Congresso
19:11nas votações
19:13importantes.
19:15É um tomalá da cá?
19:16É um tomalá da cá,
19:18mas é um tomalá da cá
19:19com algum controle.
19:21A gente sabe
19:22qual é o dinheiro
19:23que está
19:23designado
19:25para essa
19:25finalidade,
19:27repassar
19:28aos congressistas
19:29e
19:30não havia
19:32transparência,
19:33mas agora
19:34vai haver,
19:35então a gente
19:35também consegue
19:36saber como
19:36esse dinheiro
19:37foi gasto.
19:38É menos ruim,
19:40é menos pior
19:41do que uma situação
19:42como um mensalão,
19:43um petrolão,
19:44que tudo acontecia
19:44na mais absoluta
19:46escuridão.
19:49Então ela retira
19:50um controle,
19:51retira uma
19:52ferramenta
19:53de negociação
19:54do Executivo.
19:56Talvez vocês
19:56concordem comigo,
19:57talvez vocês achem
19:58que eu estou sendo
19:59cínico demais
20:00nessa observação
20:01sobre a relação
20:03entre Executivo
20:04e Legislativo,
20:07mas é assim
20:07que as coisas
20:08funcionam.
20:09A segunda razão
20:10é que essas
20:12emendas
20:12que são
20:13dinheiro de orçamento
20:16canalizado
20:18pelos parlamentares
20:19para suas bases
20:20eleitorais,
20:22ele é gasto
20:23de uma maneira
20:23muito paroquial.
20:24é uma ambulância
20:27aqui,
20:28dois quilômetros
20:30de estrada
20:31vicinal ali,
20:32asfaltados ali,
20:34são pequenas
20:37coisas,
20:38nada contra
20:39os deputados,
20:42os parlamentares
20:43mandarem pequenas
20:45coisas para suas bases,
20:46absolutamente
20:47nada contra.
20:49Mas
20:49se o volume
20:51de dinheiro
20:52de orçamento
20:52gasto dessa maneira,
20:54aumenta muito
20:55num país
20:56que já não
20:57tem dinheiro
20:58para fazer
20:58grandes obras
20:58de infraestrutura,
21:00grandes projetos
21:01sociais,
21:02você está
21:02pervertendo
21:03a lógica
21:05do nosso
21:06sistema político,
21:07você está
21:08privando
21:08o país
21:09de grandes
21:10investimentos,
21:12de iniciativas
21:13que são
21:14nacionais,
21:15para satisfazer
21:16os pequenos
21:17interesses
21:18de quem
21:19está ali
21:19batalhando
21:21para
21:22agradar
21:24a sua
21:24cidade,
21:25o seu
21:26vilarejo,
21:27a sua
21:27região,
21:28e conseguir
21:29a reeleição
21:30depois.
21:31Aliás,
21:32falando em reeleição,
21:33ocorre aqui um
21:34terceiro problema
21:35desse tipo
21:35de
21:37emenda.
21:40Ela
21:41acaba
21:42beneficiando muito
21:43quem já está
21:43no Congresso.
21:44o cara
21:46entra no Congresso,
21:48cria um
21:49cano
21:50que despeja
21:52dinheiro na sua
21:53base eleitoral
21:54por meio
21:55de emendas
21:56individuais,
21:57emendas de
21:58bancada,
21:59emendas do
22:00relator.
22:01As duas primeiras
22:02já são
22:02obrigatórias,
22:03a terceira
22:04eles estão
22:04querendo transformar
22:05em obrigatórias.
22:06Ele cria
22:07esses dutos
22:08de irrigação
22:09e quem
22:10está lá
22:11no Estado,
22:12na cidade,
22:13tentando se
22:14eleger,
22:15tem muito
22:16menos chance,
22:17muito mais
22:17dificuldade
22:18para conseguir
22:20vencer
22:20os figurões
22:22que já estão
22:22no Congresso.
22:24Esses contam
22:24com recursos
22:26e política,
22:28influência
22:28política,
22:30e quem é
22:31novo,
22:31quem está
22:32tentando
22:32propor algo novo
22:33na política,
22:34conta com
22:34o gogó
22:35e ideias.
22:36É uma luta
22:37desigual.
22:39E aí,
22:39a gente vai
22:39conseguir falar
22:40com Brasília?
22:42Sim.
22:43cinco minutinhos,
22:46só me pedindo.
22:49Vamos
22:49ver a matéria
22:56que o
22:56antagonista
22:57fez
22:57sobre a
22:58falta de
22:59regras
22:59para repassas
23:00do orçamento.
23:00desce um pouco,
23:13por favor.
23:19É aquilo
23:20que eu estava
23:20comentando,
23:21né?
23:21A impositividade
23:23das emendas
23:24de relator
23:24geral
23:25foi retirada
23:26da Lei
23:26de Diretrizes
23:27Orçamentárias
23:28de 2023,
23:30após o entendimento
23:31de que há
23:32a necessidade
23:33de uma regra
23:34para o recebimento
23:35e repasse
23:36dos recursos.
23:38Enquanto
23:39não há uma regra,
23:40não dá
23:40para ter
23:41impositividade,
23:42disse um senador
23:43ao site
23:43em caráter
23:44reservado.
23:45O senador
23:47Izalci Lucas
23:47do PSDB
23:48do Distrito
23:50Federal
23:50explicou
23:51ao antagonista
23:53que a vontade
23:54do Centrão
23:54era manter
23:55a impositividade
23:56e foi isso
23:58que postergou
23:58a votação
23:59da LDO
23:59para hoje.
24:04Eu quero acrescentar
24:05uma ideia
24:06a essa questão
24:08de que
24:08enquanto
24:09não há uma regra,
24:11não dá
24:11para ter
24:12impositividade.
24:14Hoje,
24:15um pouco
24:16agora no meio
24:18da tarde,
24:19o Rodrigo Pacheco,
24:20o presidente
24:21do Senado,
24:22deu uma entrevista
24:22e ele disse
24:24uma coisa
24:24bem parecida
24:25com esse senador
24:26que não se
24:27identificou.
24:29Ele disse,
24:29olha,
24:31primeiro vamos
24:32resolver as regras,
24:33a gente vai discutir
24:34isso aqui no Congresso
24:35e tal,
24:35e daí depois
24:36a gente volta
24:37a falar
24:37na impositividade.
24:39Ou seja,
24:39eles não desistiram
24:41do plano
24:42de tirar
24:43esses recursos
24:44das mãos
24:46do Executivo
24:47e passar
24:48para o controle
24:49absoluto
24:50do Legislativo.
24:53Não abriram mão
24:54desse plano.
24:55Eles ainda
24:55querem ter poder
24:56total e absoluto
24:58sobre essa grana.
25:00Lá na frente,
25:01esse assunto
25:02vai voltar.
25:03vai voltar
25:05se for
25:07com o governo
25:07Bolsonaro
25:08e se for
25:09com o governo
25:10Lula.
25:11Se for
25:11com o governo
25:12Bolsonaro,
25:13os indícios
25:16são de que
25:18não vai haver
25:18grande estresse
25:20por causa disso.
25:22Porque,
25:23de certa forma,
25:23o Bolsonaro
25:24já tinha terceirizado
25:25o manejo
25:26dessas verbas
25:27para o Lira
25:28e para o Pacheco.
25:29ou seja,
25:30o governo
25:30dele já está
25:31trabalhando
25:31um pouco
25:31com essa lógica.
25:33Agora,
25:33se for
25:34um governo
25:34Lula,
25:35vai ter
25:36briga feia.
25:37Porque o Lula
25:38não quer
25:39ceder
25:40essa prerrogativa
25:43ao Legislativo.
25:46Essa era uma das razões
25:48porque os políticos
25:49queriam que elas
25:50se tornassem
25:51obrigatórias.
25:52Eles têm medo
25:53de que o Lula
25:53segure o dinheiro
25:55e não transfira,
25:58não permita
25:59que eles transfiram
26:00essas verbas
26:04para os seus municípios.
26:06Então,
26:06eles queriam se livrar
26:07desse perigo,
26:08pelo menos
26:08no primeiro ano.
26:10Não deu certo agora.
26:12Eles vão tentar
26:12no começo do governo,
26:14seja ele qual for.
26:15Se for do Bolsonaro,
26:17ok.
26:18Se for do Lula,
26:19vai ter briga.
26:20Agora,
26:20acho que a gente consegue
26:21falar com o Wilson.
26:22Vamos lá.
26:25Olá, Graeve.
26:26Tudo bom?
26:26Boa noite para você.
26:27Boa noite para os amigos
26:28do Antagonista.
26:28Tudo bom, mestre?
26:30Salve, Wilson.
26:30Tudo bem?
26:32Tudo bem.
26:32Ao vivo tem disso, né?
26:33Você planeja uma coisa,
26:35depois as coisas
26:35não dão muito certo,
26:37mas tudo bem.
26:38Depois a gente toca.
26:39Quem sabe faz ao vivo,
26:40como dizia o Faustão, né?
26:42Como diria o Faustão.
26:43Exatamente,
26:44exatamente.
26:44É bem isso.
26:46Então,
26:46eu estava falando aqui
26:48longamente
26:49sobre esse processo
26:50de aprovação
26:51da LDO
26:52sem as emendas
26:54obrigatórias
26:55que você pode contar
26:56para a gente
26:57de bastidores
26:58dessa história toda.
27:01Então, Graeve,
27:03boa noite mais uma vez
27:04para você,
27:05para você, amigo do Antagonista.
27:07Essa questão
27:07das emendas impositivas,
27:09Graeve,
27:09até ontem à noite
27:10era dada como uma carta
27:12com a...
27:13Era dada aí
27:13como ponto pacífico
27:15no Centrão.
27:15Só que,
27:16aí como você estava falando
27:17agora há pouco aqui
27:18para os amigos do Antagonista,
27:20pela instabilidade política,
27:24integrantes do Centrão,
27:25perceberam de ontem
27:26para hoje
27:27que não seria
27:28boa ideia
27:29você incluir
27:30uma obrigatoriedade
27:32de pagamento
27:32dessas emendas secretas.
27:34Aí você pergunta,
27:35por que, Wilson?
27:36Porque é o seguinte,
27:37ano que vem
27:38o relator do orçamento
27:39vai ser o senador
27:40Marcelo Castro.
27:41O senador
27:42Marcelo Castro,
27:43ele é aliado
27:43de quem?
27:44Do ex-presidente Lula.
27:46Então,
27:47o que acontece?
27:47Nessa situação toda,
27:49os integrantes ali
27:50do Centrão
27:50perceberam,
27:51olha,
27:52imagine o Marcelo Castro,
27:54aliado do Lula,
27:55comandando as emendas secretas
27:57no primeiro ano
27:58de mandato do Lula.
27:59Quem vai perder o controle
28:01sobre a emenda secreta
28:01é o Arthur Lira.
28:03Então,
28:03no final das contas,
28:05os deputados perceberam
28:06que, opa,
28:07é melhor não aprovar
28:07esse negócio
28:08de impositividade
28:09de emenda secreta,
28:10deixa esse negócio
28:11quietinho,
28:12vamos estudar
28:13como é que a gente
28:14vai trabalhar isso
28:15na comissão mista,
28:16porque essa possibilidade
28:18de você estabelecer
28:19um critério
28:19tanto para a distribuição
28:21quanto para o pagamento
28:22das emendas
28:23de relator geral,
28:25você estabelecendo
28:25um critério
28:26na comissão mista
28:27de orçamento,
28:29você cria
28:30uma situação
28:31em que,
28:32aí sim,
28:33você consegue segurar
28:34as emendas
28:34para o Centrão,
28:35você não depende
28:36de uma deliberação
28:37de A ou de B
28:38ou de Marcelo Castro
28:39ou de uma outra pessoa
28:40e tem um detalhe
28:42que ainda conserva
28:44o poder de barganha
28:45da Arthur Lira.
28:46Tem outro detalhe,
28:47outro componente
28:48aí nessa equação,
28:49Graeb,
28:50e para você amigo
28:51do antagonista,
28:51que é o seguinte,
28:53ano que vem,
28:54em 2023,
28:56ali para o voto
28:56de fevereiro,
28:57vamos ter as eleições
28:58de os presidentes
28:59da Câmara
29:00e do Senado,
29:01ok?
29:02Então,
29:03por conta,
29:04por causa
29:05dessa questão
29:06da emenda secreta,
29:09você consegue
29:10conservar
29:10o poder de barganha
29:12tanto do Pacheco
29:13quanto do Arthur Lira
29:15para se capitanearem
29:16a um novo mandato
29:19nas presidências
29:20de Câmara
29:21e Senado.
29:22Engraçado, Graeb,
29:23que também teve
29:23outro fator
29:24que colaborou
29:26para que os deputados
29:26repensassem
29:27essa questão
29:28da emenda secreta
29:29que foi
29:29a entrevista
29:30dada pelo senador
29:31Marcos Duval
29:32na semana passada
29:34para o jornal
29:35O Estado de São Paulo.
29:37Nesse,
29:37quando o senador
29:38Marcos Duval
29:39fala,
29:40comete a em sincericídio
29:41de que ele recebeu
29:4250 milhões
29:43como forma
29:46de recompensa
29:47pelo apoio
29:48à candidatura
29:49do Rodrigo Pacheco,
29:50isso também minou
29:51um pouco
29:52o Centrão,
29:53minou um pouco
29:53o ímpeto do Centrão
29:54porque ficou
29:55tudo de forma
29:56muito escancarada,
29:57as pessoas
29:58conseguiram entender
29:59como é que funciona
30:01esse mecanismo
30:02do orçamento secreto.
30:04Para os amigos,
30:05tudo,
30:0550 milhões,
30:08para os inimigos
30:09e para os que não
30:09são tão chegados,
30:10nada.
30:11Exatamente,
30:13como diz aquele ditado,
30:14aos amigos do rei
30:16e aos inimigos
30:17da lei.
30:18Agora,
30:18então quer dizer
30:19que o Lira
30:23e o Pacheco
30:24preferiram deixar
30:25as coisas
30:25como estão,
30:27o mecanismo
30:29funcionando
30:30do jeito
30:30que já estava
30:31funcionando,
30:33a criar
30:33um novo
30:35método
30:36de distribuição
30:37desse dinheiro
30:38a essa altura
30:39do campeonato.
30:40eles acharam
30:41que era mais seguro
30:42para eles isso.
30:44É, na verdade,
30:44a questão do novo
30:45método greve,
30:45só para ficar claro,
30:47você,
30:48com a emenda
30:50do artigo 81
30:51que foi estabelecido
30:52na lei de direitos
30:54orçamentários
30:55inicialmente
30:55e que foi suprimido
30:56nessa votação de hoje,
30:58ele estabelecia
30:59dois pontos,
31:00só para ficar claro.
31:01primeiro,
31:02ele reservava,
31:04ele obrigava
31:04o governo federal
31:05a já fazer
31:06uma reserva
31:07orçamentária
31:07do orçamento
31:08das emendas
31:09de RP9.
31:10Então,
31:11ele já obrigava
31:12a União,
31:12primeiro,
31:13a destinar
31:1319 bilhões
31:14para o pagamento
31:16das emendas
31:16secretas.
31:17Segundo,
31:19obrigava a União
31:20a fazer
31:20esse pagamento,
31:21porque hoje,
31:22como é que funciona?
31:23Esses recursos
31:24do orçamento secreto,
31:28eles não necessariamente
31:29são reservados
31:30ao orçamento,
31:31é uma sugestão
31:32ao orçamento
31:32que o governo
31:33vai pagando
31:33paulatinamente
31:34de acordo
31:35com a abertura
31:36de caixa.
31:37É assim que funciona hoje.
31:39A votação da LDO
31:41ela já obrigava
31:42o governo
31:42a reservar logo de cara,
31:43logo no início do ano,
31:44logo no início da gestão.
31:46Se você gastar
31:46com educação,
31:47saúde,
31:49segurança pública,
31:49olha,
31:50o governo,
31:51o problema é de você,
31:52o problema é seu.
31:53Deixa lá
31:54meus 19 bilhões
31:55de emenda
31:56de relator geral
31:57porque eu preciso
31:57gastar isso
31:58ao longo do ano.
31:58E se tiver crise
32:00no meio do caminho,
32:01se tiver dificuldade fiscal,
32:02se tiver qualquer coisa
32:03que requeira
32:05um gasto emergencial
32:07de dinheiro,
32:09tanto faz, né?
32:10Tanto faz, exatamente.
32:11Os 19 bilhões
32:11estão garantidos.
32:14Exatamente,
32:14exatamente isso.
32:16Ó,
32:1619 bilhões
32:17já está garantido,
32:17pronto,
32:18ah,
32:19aconteceu uma,
32:21sei lá,
32:21caiu um meteoro
32:23na Bahia.
32:25Começou uma guerra
32:26na Ucrânia,
32:26por exemplo,
32:27alguma coisa desse tipo.
32:28Uma coisa simples,
32:30básica como essa,
32:31esquece.
32:32Vai,
32:32eu quero garantir
32:33meus 19 bilhões,
32:34entendeu?
32:35Sabe aquela situação
32:36do cidadão
32:37que ele está no cheque
32:38especial,
32:38mas mesmo assim
32:39compra uma passagem
32:40aérea
32:40para tirar férias?
32:41É mais ou menos isso,
32:43entendeu?
32:44Então, assim,
32:45o...
32:46Então,
32:46com essa mudança
32:47de última hora,
32:49o Congresso
32:51resolveu,
32:51não,
32:51não vou mexer
32:52com isso aqui agora,
32:53pelo menos no que se refere
32:54à obrigatoriedade.
32:55Agora,
32:55o que vai acontecer?
32:56A Comissão
32:57Ministra de Orçamento
32:57vai elaborar
32:59um projeto
32:59de resolução
33:00para regulamentar
33:01essas emendas secretas.
33:03Aí que vem o
33:03Pão do Gato.
33:04Por quê?
33:05Porque agora
33:05a Comissão
33:07de Orçamento
33:08de 2022
33:08é presidida
33:09pelo senador Celso,
33:10perdão,
33:11pelo deputado Celso Sabino.
33:12Então,
33:13ele vai ficar
33:13responsável
33:14por criar uma regra
33:15para dividir
33:16esse montante,
33:17para dividir
33:18essa bolada.
33:18aí sim,
33:20depois que você
33:21determinar as regras
33:22de como é que você
33:23vai dividir
33:24essa bolada,
33:25aí sim que você
33:25vai determinar
33:26a obrigatoriedade
33:26de pagamento.
33:28Ou seja,
33:28você estabelece
33:28esse critério
33:29e deixa
33:30a fatura
33:31para depois,
33:31Grail.
33:32São os deputados,
33:33o conjunto
33:34dos deputados
33:35tentando tirar
33:36o poder
33:37absoluto
33:38das mãos
33:39dos presidentes
33:40da Câmara
33:41e do Senado.
33:43É basicamente isso.
33:44Estão querendo dividir
33:45o bolo
33:45de uma maneira
33:46mais igualitária.
33:47É isso.
33:48Exatamente isso.
33:49Agora imagina a situação
33:50para 2023.
33:51Porque o que acontece?
33:52Os deputados
33:53que estão definindo
33:54o orçamento
33:54do ano que vem,
33:55é bom lembrar o seguinte,
33:56gente,
33:56o orçamento de 2023
33:57é confusão
33:59do próximo presidente,
34:00é confusão
34:01da próxima legislatura.
34:03E aí tem um componente
34:04que eu acho que é bom
34:04para você que está em casa,
34:05para você entender.
34:07Por que é importante
34:08para Arthur Lira
34:09e para Rodrigo Pacheco
34:10terem esse controle
34:11do orçamento
34:12nesse momento?
34:15Porque é o seguinte,
34:16ano que vem
34:17é o Congresso Novo,
34:18a base do parlamento
34:19é completamente diferente,
34:20você pode ter uma renovação
34:22de 30, 40,
34:23tem deputado dizendo
34:24que a renovação
34:24vai chegar aqui
34:25a 40% da Câmara.
34:28Então imagina,
34:29você de 513,
34:32você ter 150,
34:34160 deputados,
34:36totalmente diferentes,
34:37deputados novos
34:38que vão chegar
34:39precisando de espaço,
34:40e isso aí
34:41sem dúvida nenhuma
34:42acaba entrando na conta
34:43e é um belo
34:44de um poder de barganha
34:45para você conseguir
34:46ser o próximo
34:48presidente da Câmara
34:49ou o próximo
34:50presidente do Senado.
34:51Então assim,
34:51isso não deve ser
34:51desconsiderado não,
34:52Graeve.
34:54O Wilson pode ficar
34:55na tela com a gente?
34:57Fica aí o Wilson,
34:58a gente vai passar
34:59para o próximo assunto
35:00que não tem a ver
35:01com Brasília,
35:03né?
35:03É mais um dos episódios
35:05da nossa barbárie cotidiana
35:07aqui no Brasil, né?
35:08A história do médico
35:10anestesista
35:11que estuprava
35:12as suas pacientes, né?
35:16Certamente você já viu
35:17alguma imagem
35:18e alguma história
35:19sobre isso, né?
35:21Põe por favor
35:21o vídeo que a gente tem.
35:22Fala, Mãe.
35:29Fala, Mãe.
35:34O senhor quer falar
35:34alguma coisa mesmo aqui?
35:36Eu queria entender
35:38o que eu queria dizer.
35:40Não, eu vejo que está aqui
35:41o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é.
35:44Então a gente tem que falar.
35:45Tá.
35:46Diante das colas que nós já coletamos
35:47aqui no hospital,
35:49a gente vai fazer
35:50Eu sou preso flagrante do senhor, eu sou preso flagrante.
35:53Eu vou conduzir o senhor para a delegacia agora.
35:56Ele só tem direito a permanecer em silêncio, fazer contato com o advogado.
36:01E a princípio, porque ele é estupro.
36:03É, estupro.
36:05Isso.
36:07Eu só vou precisar acompanhar a ordem da delegacia.
36:10Eu tenho preso flagrante porque o senhor foi detido ou depois do fato.
36:15O fato, a honra no vídeo.
36:18É, na prova, nessa prova.
36:20Não, claro, senão eu apareço na efetuária de sua presão.
36:24E flagrante, dessa forma.
36:26Tá?
36:27Então, vamos lá.
36:45Vamos lá.
36:48Vamos lá.
36:49Deixa eu te agradecer.
36:50É desagradável.
36:51É desagradável.
36:52É desagradável.
36:54Quantos estão lá?
36:55Não tem que fazer'setados.
36:56Ah, olha o bolso que é.
36:57Essa senha aqui.
36:58Olha a bolsa dele.
37:00Sim.
37:01É, olha o bolso.
37:03É, ele está assim pra mim, né?
37:04A gente viu aí um momento em que foi dada a voz de prisão ao médico anestesista, né?
37:20Ele é absolutamente impastível, né?
37:25Ficou saber o que passa pela cabeça da pessoa nesses momentos, né?
37:28Eu queria discutir com você, Wilson, a tentativa meio bizunha, meio estranha...
37:37Eu acho que o Graieb caiu, gente.
37:42Não, não, tô aqui.
37:48Estreia é sempre difícil, né?
37:52Mas a gente vai chegar a ser um salvo até o final.
37:55Venham conosco.
37:56Não, é estréia de novo, Graieb.
37:58Fica tranquilo, Graieb, olha.
38:03Fica tranquilo.
38:04Então, eu queria combinar, discutir com você, né?
38:06Acontece, Graieb, acontece.
38:09Essa tentativa meio bizarra, né?
38:11De politizar esse caso também.
38:14Esse é um caso de sociedade, né?
38:17Mas o Bolsonaro hoje ligou isso a uma ideologia universitária, né?
38:24Aquilo que o médico teria vivido com seus colegas ali no centro acadêmico, né?
38:32Como é que pegou essa tentativa aí em Brasília, né?
38:42Graieb, olha, como eu tô nesse país, tudo vira política, né?
38:47Eu acho que assim, eu sou do tempo em que a gente discutia política no bar de forma muito mais leve, né?
38:52E era muito mais fácil, né?
38:54Você falar mal de todo mundo.
38:55Hoje, se você fizer isso no hotel com seus amigos, é capaz de você dar a coisa e terminar em tiro.
39:01E durante a sessão da Câmara hoje à tarde, vários parlamentares repercutiram esse caso do médico
39:07e também o caso lá de lá do Paraná, lá de Foz do Iguaçu.
39:14E assim, teve um momento que eu acho que quero trazer para o amigo do antagonista,
39:22teve uma discussão entre a Maria do Rosário e o Nelson Barbudo,
39:27que é o deputado do PL de Mato Grosso, Mato Grosso, se não me engano.
39:33Tô em dúvida, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, mas daqui a pouco eu checo e dou a informação correta.
39:37Os dois tiveram um embate intenso aqui no Planalto da Câmara
39:42porque a Maria do Rosário puxou a história do vereador lá de Foz do Iguaçu
39:47e emendou com a questão do médico, né?
39:51E aí, juntando que o presidente Jair Bolsonaro é grande culpado disso, etc, etc, e por aí vai.
39:58O Barbudo tentou defender o presidente da República, dizendo que ele não tem nada a ver com isso,
40:03que isso é uma questão que o PT está puxando, que o PT precisava ter vergonha
40:07por politizar qualquer questão e jogar isso tudo na costa do presidente da República, etc, etc, etc.
40:14O fato, Graebi, e você, amigo do antagonista, é o seguinte.
40:20Hoje, qualquer episódio, tanto a bancada do PT quanto a bancada bolsonarista
40:26vão tentar tirar um proveito político disso e jogar isso para a culpa do outro lado.
40:31Os caras vivem disso.
40:33Para eles, faz total sentido de você criar esse clima de animosidade constante, sabe?
40:43É essa a questão.
40:45Essa tentativa de ficar o tempo todo, de se criar um conflito, uma raiva,
40:50e você cresce essa confusão até as eleições de 2022, né?
40:55Exatamente.
40:56Agora, assim, não é novidade, tá?
40:58Esse clima de acirramento, ele não é novo, ele tem se intensificado nos últimos meses, é fato,
41:04não dá para dizer que não é mais assim.
41:06Mas desde 2014, já havia um...
41:09O próprio PT já incentivava isso.
41:11Mas é preciso...
41:12Deixa eu contar um episódio, Graebi.
41:13Mas é preciso que a gente aprenda a dividir o outro, né?
41:16Eu acho que ele ilustra bem o que a gente vive.
41:20E aí, não estou responsabilizando A ou B, mas é só para exemplificar o que a gente vive no cotidiano.
41:27Em 2014, eu cobri as eleições para o outro veículo,
41:31E aí, no final da apuração, a apuração terminou ali por volta de umas 10 e pouca, 10 e meia,
41:37quando tinha sido determinado resultado, 11 horas.
41:40E aí, eu fui para um...
41:41E aí, cansado, né?
41:43Um dia inteiro de cobertura, imagina, né?
41:44Eu estava desde as 9 horas da manhã, a cobertura foi terminar 10 e meia, 11 horas da noite,
41:48a gente foi, e eu e alguns colegas, fomos jantar em um bar aqui de Brasília,
41:53mais ou menos em uma tira de 6 quilômetros do CIDU-TSE.
41:55Simplesmente o fato, teve um colega jornalista que ele, sem querer, acabou trancando o carro de um petista.
42:07E esse petista foi para cima desse meu colega jornalista por saber que ele era jornalista.
42:11Ah, porque você trabalhou contra a Dilma e não sei o que mais, aquela coisa toda.
42:15O cara, não, desculpa, eu só fechei e o cara quase apanhou.
42:18E eu estou falando do final de cobertura de 2014, naquela disputa entre a Aécio e a Dilma.
42:23Então, assim, eles são sempre um negócio complicado, mas esse ano as coisas estão bem mais difíceis.
42:30A política está invadindo todas as frestas da nossa vida, né?
42:36Eu, pessoalmente, acho muito ruim isso.
42:38Eu queria ter mais tempo para pensar em música, em livros, em filmes, em família, né?
42:46Esse mundo em que tudo é politizado é meio maluco.
42:51E eu acho que um dos casos, o caso de Foz do Iguaçu, certamente tem um componente político inegável, né?
43:04Um era bolsonarista, o outro era lulista, os dois se agrediram, o bolsonarista sacou a arma e matou o outro.
43:13Não tem como você afastar isso da polarização e do tipo de discurso político que vem acontecendo no Brasil.
43:21Agora, o caso do anestesista, não.
43:25Esse é um caso de desumanidade, de barbárie, de loucura, que nada tem a ver com a política,
43:33e que diz mais, me parece, sobre os nossos problemas como povo, né?
43:45É bem isso, né?
43:47Então, acho que é importante a gente tentar analisar as coisas de outras formas.
43:51Agora, Wilson, vamos passar para o próximo tema?
43:54Eu queria que você me falasse rapidamente, porque o nosso tempo já está se esgotando,
43:59sobre a expectativa para a votação da PEC Kamikaze.
44:04Vai haver essa votação hoje?
44:06Ou tem alguma chance da oposição conseguir bloquear essa votação?
44:14Não, Greg, a votação vai ser hoje.
44:16Inclusive, já começou parte da estratégia já no primeiro da Câmara.
44:20Só para você entender, e para o amigo da Câmara, a gente entender, é o seguinte.
44:24O Arthur Lira, ele adotou uma estratégia de votação para segurar os deputados da base
44:28e não aconteceu o que aconteceu na sexta-feira da semana passada, que faltou o quórum, né?
44:33Só que na sexta-feira, foi algum engraçado?
44:35Porque o deputado, assim, no geral, eu vou falar baixinho,
44:40porque eu estou aqui no salão negro, você fala um pouco mais alto, eu perco as fontes.
44:44O deputado é bicho malandro.
44:46O que eles fizeram na última sexta-feira?
44:49Na sexta-feira, o presidente da Câmara cometeu um errozinho regimental
44:54de abrir a votação, de abrir o plenário cedo demais.
44:58Então, o que o deputado fez?
45:00Ele abriu, foi lá, abriu, abriu a votação,
45:03registrou a presença no ponto eletrônico, colocou a sua digital e, ó, tchau.
45:07Voltou para a base.
45:09Se mandou.
45:09Hoje não vai acontecer isso.
45:10Vou aproveitar.
45:12Oi?
45:13Hoje não vai acontecer isso.
45:14Hoje não vai acontecer isso.
45:15O que é o seguinte?
45:16O que é que fez o Lira?
45:19Ele abriu a votação para a PEC da Enfermagem,
45:22que é uma proposta que é campanhada pela esquerda, né?
45:24A PEC da UTI da Enfermagem.
45:26Em seguida, vai ser votado o primeiro turno da PEC Kamikaze,
45:29depois volta para a PEC da Enfermagem para poder encerrar com a PEC Kamikaze.
45:32É aquelas manobras ninjas de quem conhece muito o regimento da Câmara, né?
45:39Exatamente.
45:40E na sessão da semana, só para fechar o greve,
45:44e na votação da semana, cada votação dessa tem efeito administrativo.
45:47Então, são quatro votações.
45:48Se o deputado perder uma, ele já tem o ponto cortado.
45:51Então, dessa vez, não tem jeito.
45:52Vai atorar e provavelmente vai ser aprovado.
45:55Eu não acho...
45:56Dificilmente vai acontecer o cenário diferente dele.
45:59Só para a gente concluir, né?
46:01Vai ser aprovado com a cláusula de declaração de calamidade pública, né?
46:12É a de calamidade que eles vão usar?
46:14É calamidade, né?
46:14Não, não.
46:15Vai ser emergência.
46:16Vai ser situação de emergência.
46:17Situação de emergência.
46:18Sim, em função da guerra da UTI.
46:19Provavelmente vai ser aprovado com a situação de emergência
46:21justamente por aquela questão que, inclusive, nós já alertamos aqui no site, né?
46:25É necessária essa emenda?
46:28Por quê?
46:28Porque ela isenta o presidente da República de qualquer indício de crime eleitoral.
46:32E aí, de novo, né?
46:33Recorrendo à história, né?
46:35Em anos anteriores, né?
46:37Já viu muito governador sendo caçado por uma coisa, por situações bem mais leve do que essa.
46:42Uma proposta de emergência constitucional que libera benefício social às vésperas das eleições.
46:48Exato.
46:48Porque, na verdade, a PEC, ela tem dois tipos de bondade, né?
46:55Uma bondade que aumenta os valores de programas sociais que já estavam em andamento.
47:01Isso é autorizado pela lei, mas ela também cria uma nova bondade especificamente para caminhoneiros.
47:11Isso é proibido.
47:12Não é autorizado pela legislação.
47:15Então, pode criar bolsa, benefício social em ano de eleição.
47:20A menos que você tenha uma situação de emergência ou calamidade pública.
47:26É por isso que eles vão incluir essa cláusula nessa PEC.
47:31Para permitir, sem risco jurídico e político, a manobra por parte do Bolsonaro.
47:40Então, tem uma malandragem, eles estão rasgando a legislação eleitoral.
47:46Não é bom que aconteça isso, é um absurdo, não é verdade.
47:51Mas não é a primeira vez que a gente vai ver a lei sendo tratorada no Congresso Brasileiro.
48:00Wilson, muito obrigado pelas suas informações e pela conversa.
48:06Olha, Greg, eu que agradeço.
48:09Prazer de estar aqui na sua estreia.
48:11Com a sorte, as coisas vão funcionar.
48:13A gente vai ter um pouco melhor nas próximas.
48:15E só para complementar essa informação que você falou sobre a questão do estado de emergência.
48:19Existe uma jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral de 2007.
48:24Relacionada ao caso Cássio Cunha Lima.
48:26Em 2007, ele teve mandato passado.
48:29Porque, simplesmente, no início do ano de 2006,
48:33quando ela era candidata à reeleição,
48:35ele criou um programa assistencial de entrega de cheques
48:39para a população mais carente.
48:40Então, ele foi caçado.
48:41Na época, ele era governador da Paraíba.
48:43E é justamente esse detalhezinho,
48:45com base nessa jurisprudência,
48:47que os parlamentares agora querem criar esse estado de emergência
48:49é justamente para dar essa pedalada regimental.
48:53Pedalada regimental, que é um termo que se cunhou aqui na Câmara
48:56desde os tempos de Eduardo Cunha.
48:58Então, é isso.
48:59Abraço, Greg, obrigado pela atenção e boa sorte.
49:01Um abraço, Wilson. Obrigado.
49:03É isso, né?
49:05Mais uma gambiarra legal,
49:08mais uma tramóia
49:10que passa por cima da legislação
49:14e faz o que não poderia ser feito.
49:18Seria correto,
49:20e seria já bom,
49:22eleitoralmente,
49:24para o presidente Jair Bolsonaro,
49:25se ele aprovasse o aumento do Auxílio Brasil,
49:31de R$ 400 para R$ 600.
49:34Se ele fizesse a parte autorizada pela lei,
49:37ele já estaria fazendo algo muito bom.
49:39O Congresso já estaria dando um presentão para ele.
49:42No entanto, eles querem e precisam ir além.
49:45Eles não se detêm na fronteira que não deveria ser cruzada.
49:48É isso.
49:51Como a gente estava falando sobre coisas
49:53que não têm a ver com política,
49:55vamos sair aqui da nossa sarjeta
49:57e dar uma olhada para o céu
49:59para encerrar o nosso programa de hoje.
50:01Tem imagens maravilhosas, espetaculares,
50:05do novo telescópio James Webb,
50:12que foi lançado pela NASA
50:13e que começou a mandar material aqui para a Terra.
50:16Aí uma nova nebulosa
50:20que nunca tinha sido vista dessa maneira.
50:25Foram as quatro ou cinco primeiras imagens
50:28que chegaram à Terra
50:30entre segunda e hoje.
50:35A NASA divulgou hoje
50:37novas imagens obtidas pelo telescópio espacial James Webb.
50:41De acordo com a agência,
50:42os registros revelarão visões sem precedentes,
50:45ricas em detalhes do universo.
50:48Ele tem uma tecnologia de imagens infravermelho
50:54e consegue captar ondas de luz
50:56que a gente não consegue enxergar a olho nu
50:59e que os equipamentos anteriores
51:01também não conseguiam captar.
51:03E com isso ele vai permitir ver muito mais longe
51:06e longe, em se tratando de espaço sideral,
51:11é também muito mais no passado.
51:13Então vamos encerrar olhando imagens bonitas
51:17que nada tem a ver com o nosso mundinho pequeno de Brasília.
51:20A audiência.
51:31Torçam para que eu ganhe um pouco mais de jogo de cintura aqui
51:33para tornar mais leve e divertida
51:35a nossa convivência aqui nos próximos dias.
51:41E não esqueçam,
51:42curtam,
51:44assinem o nosso canal,
51:45porque aqui a gente faz jornalismo independente
51:50e precisa do seu apoio.
51:53Boa noite.
51:54Boa noite.
52:24Legenda Adriana Zanotto
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