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  • há 4 meses
O senador Alvaro Dias (Podemos) disse, em entrevista ao Papo Antagonista há pouco, que o isolamento é uma alternativa que pode ser adotada na campanha de Sergio Moro ao Planalto. Segundo ele, o próprio Moro vai liderar as articulações com outros partidos. “A conversa é com ele agora, não é com a Renata (Abreu), nem com nenhum dos senadores, mas com o candidato à Presidência.”

Dias garante que Moro está “disposto a conversar, mas sem abrir mão de suas convicções”. “Podemos fazer alianças, mas nossa prioridade é o projeto. Se for necessário o isolamento, que ocorra o isolamento. Eu pergunto: será que o isolamento é ruim ou é bom?”

Para o senador, se o ex-juiz chegar em julho com ate 17% de intenções de voto, “certamente teremos interessados na aliança”. “De qualquer modo, se não houve a hipótese da aliança, temos que trabalhar o isolamento e mostrar os benefícios desse isolamento durante a campanha eleitoral.”

Ele afirmou ainda que, após uma eventual vitória, a aproximação de outros partidos é quase que automática. E garante que Moro poderá governar sem o toma lá dá cá.

“Eu acho que é possível convencer. E como? Com bons projetos, evidentemente. Eu digo que é preciso ter 50% de gestão e 50% de comunicação. […] Conquistando apoio da sociedade para os seus projetos, o presidente terá o apoio do Congresso, porque o Congresso não rema contra a correnteza pública”, disse.

“Se fosse para o Moro repetir esse sistema, eu não o aconselharia ser candidato a presidente da República. Não valeria a pena ser candidato para repetir esse sistema”, acrescentou.
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Transcrição
00:00Senador, a gente mencionou, tivemos a entrevista com o Sérgio Moro aqui na semana passada,
00:06e um dos questionamentos mais presentes dos nossos espectadores foi em relação a como negociar com o Congresso uma vez eleito.
00:18Eu acho que as pessoas estão cada vez mais conscientes de que não dá mais para tolerar esse tipo de comportamento
00:26que nós temos hoje com o Congresso, com a Câmara de Arthur Lira, com o Senado de Rodrigo Pacheco,
00:31com o presidente distribuindo emenda secreta, comprando apoio no Congresso.
00:35Quer dizer, é uma prática que mina a democracia, mas que ela está presente de alguma maneira desde a redemocratização.
00:43A gente não consegue enxergar, desde a polêmica envolvendo a emenda de reeleição do Fernando Henrique,
00:50até agora, até hoje, a gente vem com o mensalão, com tudo que aconteceu depois, petrolão, etc.
00:55A gente vem vivendo esse mesmo problema.
00:58O Moro me respondeu assim, nós temos que trabalhar sobre novos padrões.
01:04Eu ouvi isso do Bolsonaro também.
01:06Claro que a gente tende a entender que o Moro está sendo mais verdadeiro do que o Bolsonaro foi.
01:13Mas existe uma questão prática, uma realidade que se impõe.
01:17Esse risco permanece presente.
01:22Se o Moro vir a ser eleito, não dá para mudar isso?
01:26Como mudar isso?
01:26Como é que o senhor vê?
01:27Com a prática que o senhor tem de décadas na política e no Congresso,
01:33como mudar isso?
01:34Desde que eu atuo na atividade pública, eu nunca vi um presidente da República com minoria no Congresso.
01:43A minoria eventual, quando ocorreu o impeachment, tanto de Collor quanto de Dilma.
01:50E essa minoria, a maioria só se transforma em minoria quando a população vai para as ruas.
01:56A vocação do Congresso, majoritariamente, é a sombra do poder.
02:02Tanto é que eu sempre fui isolado no Congresso, nesses anos todos,
02:06porque sempre fui oposição, fui governo oito meses, no governo Fernando Henrique,
02:11só oito meses.
02:12Depois já fui para a oposição.
02:15Eu faço o caminho inverso da maioria dos políticos.
02:17A maioria procura a sombra do poder e eu só o escaldante da oposição,
02:22no isolamento político.
02:24E, então, na verdade, acharam mais fácil comprar do que convencer.
02:32E esse foi o grande equívoco.
02:34Eu acho que é possível convencer.
02:37E como?
02:39Bom, os projetos, evidentemente, eu digo que é preciso ser 50% gestão, 50% comunicação.
02:48O presidente da República tem que se comunicar com a sociedade,
02:51com competência para conquistar o apoio da sociedade para os seus projetos.
02:58Conquistando o apoio da sociedade para os seus projetos,
03:02terá o apoio do Congresso, porque o Congresso não rema contra a correnteza da opinião pública.
03:09Essa é a minha convicção.
03:10Se fosse para Moro repetir esse sistema, eu não o aconselharia ser candidato a presidente da República.
03:19Não.
03:19Não valeria a pena ser candidato para repetir esse sistema.
03:23Quando eu falo em refundação da República, eu penso, em primeiro lugar,
03:27na substituição desse sistema promíscuo.
03:29Eu acho possível.
03:32Há outras formas de valorizar parlamentar, de prestigiar parlamentar.
03:38Nós sabemos que existem.
03:40Por exemplo?
03:40Por exemplo, eu vou para o estado do Paraná e convido os parlamentares do Paraná para me acompanharem.
03:52Eu vou inaugurar uma obra, eu vou acreditar na conta deles a inauguração daquela obra.
03:58Eu vou iniciar um programa, eu vou acreditar na conta deles a execução daquele programa.
04:04Eu tive essa experiência como governador.
04:08Nunca ninguém indicou ninguém para cargo algum.
04:11Nunca ninguém teve um recurso nesse sistema de tomar lá da cá.
04:16E eu sempre tive o apoio da Assembleia.
04:19Eu me reunia duas vezes por semana com os parlamentares.
04:23Na segunda-feira, com os deputados federais, acompanhados dos seus prefeitos.
04:28E na quarta-feira, com os deputados estaduais, acompanhados dos seus prefeitos.
04:32Só recebia os prefeitos na companhia dos deputados.
04:36Tivemos uma relação republicana e nunca tive problema com...
04:42É claro que é em âmbito menor.
04:44Mas isso é possível.
04:46Eu estou colocando esse exemplo apenas como uma forma de valorização dos parlamentares.
04:53E, evidentemente, eles se sentirão confortáveis apoiando o governo desta maneira.
04:59Eu já vou passar para você, Diego.
05:01É porque eu quero pegar o gancho que ele falou.
05:0350% gestão, 50% comunicação.
05:06Você tem um candidato, um pré-candidato, que é o Sérgio Moro,
05:09que não tem experiência com gestão e está tentando superar as dificuldades dele de comunicação.
05:15Como é que resolve isso?
05:17Bem, eu acho fundamental a boa escolha.
05:19Eu repito, quem tem cultura geral como ele, não precisa conhecer detalhadamente
05:27e com a especialidade que alguns podem conhecer determinadas áreas do governo.
05:37Mas saberá escolher bem.
05:39É fundamental escolher bem os líderes no Congresso, os presidentes das duas casas.
05:44Mas vocês sabem que a influência do presidente da República é fundamental
05:50para a eleição de presidente do Senado e presidente da Câmara.
05:53Tem sido assim sempre.
05:55Evidentemente, cabe ao presidente escolher bem o seu representante,
05:59aquele que vai presidir o Senado, aquele que vai presidir a Câmara dos Deputados
06:03e os líderes do governo no Congresso.
06:06Isso é essencial.
06:07Isso também é parte da...
06:10São porta-vozes.
06:12Esses se comunicarão bem também.
06:14Poderão se comunicar bem.
06:16E, obviamente, eu não tenho nenhuma dúvida que Sérgio Moro,
06:20durante essa campanha, vai surpreender com capacidade de comunicação também.
06:27Pode ter certeza que a campanha é um aprendizado
06:30para que, quando chegar a presidência da República,
06:34tenha muita facilidade nessa comunicação com a sociedade.
06:37Sérgio Moro
06:44Obrigado.
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