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  • há 4 meses
No Papo Antagonista desta terça-feira, Diego Amorim entrevistou Eduardo Jorge, do Partido Verde, que analisou a disputa presidencial de 2022. Ele declarou apoio a Tasso Jereissati (PSDB) e falou em unir forças para "evitar a reprise terrível do 2º turno de 2018", disputado entre Bolsonaro e PT.
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Transcrição
00:00O Eduardo Jorge já está conectado conosco, eu peço para que ele chegue com a gente aqui,
00:05com todo mundo que está nos acompanhando.
00:07O Eduardo Jorge, que foi deputado estadual e deputado federal por São Paulo,
00:11é integrante da Executiva Nacional do Partido Verde, o PV,
00:15é médico, nascido em Salvador, soteropolitano, em 2014,
00:21concorreu ao Palácio do Planalto, ficando em sexto lugar,
00:24e em 2018, nas últimas eleições presidenciais,
00:27ele foi vice na chapa encabeçada pela ex-senadora Marina Silva, da Rede.
00:34Muito boa noite, Eduardo, obrigado por aceitar o nosso convite.
00:37Seja bem-vindo ao Papo Antagonista.
00:40Boa noite, Diego Aurim. Podemos conversar.
00:45Maravilha. Eduardo, eu vou começar te perguntando sobre uma notícia de agora há pouco,
00:49minutos antes da gente começar o programa.
00:51O governo de Jair Bolsonaro, por meio do seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga,
00:56anunciou que vai cancelar o contrato para a compra da vacina indiana Covaxin,
01:03depois de dias turbulentos em relação a esse assunto,
01:06depois de nós aqui do Antagonista revelarmos que Jair Bolsonaro havia sido,
01:11inclusive, alertado das possíveis irregularidades nesse contrato.
01:15é claro que, para quem conhece a política, o governo vai anunciar, após anunciar a suspensão desse contrato,
01:23tentar virar a página e fingir que nada aconteceu.
01:27Qual é a avaliação que você faz desse caso, Eduardo?
01:32Mais uma vez, atrasado.
01:34O contrato vem...
01:40O cancelamento do contrato vem com atraso.
01:45Exatamente.
01:47O senhor...
01:48Não vai apagar o que aconteceu.
01:52Entendo.
01:53Entendo.
01:54O senhor leva fé em todas as denúncias que o deputado Luiz Miranda tem feito até aqui?
02:00Eduardo, você que está acompanhando esse assunto?
02:01A gente tem visto nesses processos aqui no Brasil
02:08que as denúncias mais virulentas
02:12vêm de pessoas que eram muito próximas a quem estavam no poder.
02:19E Luiz Miranda é uma dessas pessoas.
02:22Era alguém que frequentava, inclusive, o Palácio da Alvorada aos fins de semana.
02:27E uma churrascaria com eles.
02:29Exatamente.
02:31Exatamente.
02:32E passeava de moto.
02:33E passeava de moto também.
02:36Pois é.
02:37Eduardo, quem será seu candidato a presidente em 2022?
02:44Bom, assim de chove, eu apoio atualmente o candidato do PSDB,
02:54o PSDB, Tarsio Gereissat.
02:56Mas isso exige uma explicação, um posicionamento.
03:02Nós estamos ameaçados
03:04de ver uma reprise
03:07daquele terrível segundo turno de 2018.
03:12As duas forças que estavam lá
03:14esperam a reprise.
03:17um que é a revanche
03:21e o outro que é o bi.
03:25Ora, isso daí,
03:28essa eleição de 2018,
03:31lançou o Brasil
03:33numa fratura intolerável.
03:36Famílias, nos trabalhos,
03:37nas ruas,
03:38em todos os lugares,
03:40o Brasil está dividido
03:41num clima praticamente de pré-guerra civil.
03:43Ninguém aguenta mais isso, né?
03:47O desgaste
03:48desse processo
03:51em todas as famílias
03:52de norte a sul do Brasil.
03:55Nós precisamos evitar
03:57que isso aconteça.
03:59A reprise
03:59terrível de 2018.
04:03É preciso um esforço muito grande
04:04nas forças políticas mais moderadas
04:07para construir
04:09uma candidatura
04:11que ser uma candidatura
04:13que reúna,
04:14que reunifique,
04:15que coloque novamente
04:16o Brasil nos trilhos
04:18da Constituição Democrática
04:19prevista na nossa Constituição
04:21de 87 e 88.
04:23Além, é claro,
04:24das tarefas sociais,
04:25econômicas, ambientais,
04:27existe um acordo
04:29essencial
04:30para o Mercosul,
04:31que é o maior acordo
04:33geopolítico,
04:34social e ambiental
04:35já esforçado no mundo,
04:37que é a união
04:38entre o Mercosul
04:38e a comunidade europeia.
04:41que vai mudar
04:42a geopolítica do mundo
04:44porque vai fortalecer
04:45uma terceira força
04:46que é a União Europeia
04:47e vai mudar,
04:49mexer no tabuleiro mundial
04:51da geopolítica
04:52que está parado
04:52porque a rede não tem governo,
04:54não tem decisão.
04:56Então,
04:57nós precisamos ter
04:58um candidato capaz
04:59de unificar.
05:01E o traço geressate,
05:03nesses que tem aí,
05:04que vão do Ciro
05:05até o Moro,
05:07passando pelo Dória,
05:08Mandetta,
05:09eu acho que é o que tem
05:09mais capacidade
05:10de unificar.
05:11É um político
05:12da velha guarda
05:13do PSDB,
05:15na época do Montoro,
05:17do Mário Coves,
05:17é dessa linhagem
05:18do PSDB
05:19de verdade.
05:22Tem experiência
05:23administrativa,
05:25sua passagem
05:26no estado do Ceará
05:27leva hoje
05:28o Ceará
05:28a um patamar
05:29muito diferente
05:30do que era
05:31há 30 anos atrás,
05:32ele foi o líder
05:33desse processo.
05:34O próprio Ciro
05:35é uma pessoa
05:36que veio
05:36nesse processo
05:38que o Tássio criou
05:38no Ceará.
05:41E ele tem,
05:42por ser um político
05:43moderado
05:44e que tem trânsito,
05:45ele tem essa capacidade
05:46de diálogo
05:47tanto com os conservadores,
05:48com os liberais,
05:49com os socialistas.
05:51Além do que,
05:52a minha avaliação
05:53é que esse mandato
05:54agora de reunificação
05:55do país,
05:57de curar essa ferida,
05:58essa fratura
05:59criada
05:59por esse embate
06:01terrível,
06:04exige uma pessoa
06:05que tenha credibilidade
06:06para conversar
06:07com os conservadores,
06:08com os liberais
06:08e com os socialistas.
06:09O Tássio tem isso,
06:10ele tem esse diálogo.
06:12Os outros,
06:12eu não vejo,
06:14tenho essa capacidade
06:15que ele tem,
06:16os outros que nós
06:16temos andando na praça,
06:18ele tem.
06:20E além do que,
06:21uma questão essencial
06:22para mim,
06:24esse mandato
06:24é um mandato
06:25de reunificação.
06:27Tem que ser
06:28uma pessoa
06:28que se comprometa
06:29a fazer um mandato
06:31sem reeleição.
06:33Mas não é para prometer
06:34quem não tinha reeleição
06:36com o Bolsonaro prometeu
06:37e no primeiro dia
06:38que tomou o posto
06:39já começou a fazer
06:40campanha para reeleição.
06:41O Tássio Gilles Sartre
06:43tem credibilidade
06:44para dizer
06:45o meu mandato
06:45é um mandato
06:46de reunificação
06:47do país,
06:48de pacificação
06:49do país
06:49e em 2026
06:50que vem a diversidade
06:52de uma eleição normal,
06:54todas as forças políticas,
06:55todas as variações,
06:56que isso é uma beleza
06:56da democracia.
06:57Mas essa não é
06:58uma eleição normal.
07:00Essa é uma eleição
07:01para reunificar
07:03o nosso país,
07:04pacificar o nosso país,
07:07retomar o processo
07:08de construção democrática
07:09que já tantos benefícios
07:10trouxe para a população brasileira
07:12na área da saúde,
07:13na área da educação.
07:14Por isso que eu acho
07:15que ele é o candidato ideal
07:17para fazer esse papel.
07:19Claro,
07:19ninguém,
07:20não temos um candidato
07:21perfeito,
07:22mas
07:22é nos candidatos
07:24que nós temos disponíveis
07:25para cumprir esse papel
07:27de chegar ao segundo turno
07:30e vencer.
07:32O Tasso,
07:33para mim,
07:33é o que tem mais atributos,
07:35mais passado
07:36e mais futuro.
07:39Eu queria lembrar
07:40quem está nos acompanhando
07:41que o nome do Tasso Gereçati
07:43começou a surgir
07:44semanas atrás,
07:46talvez coisa de dois,
07:47três meses atrás,
07:48não foi dele,
07:50foi inclusive
07:50de pessoas
07:51como o Eduardo Jorge,
07:53outras pessoas,
07:53outras figuras políticas,
07:55figuras públicas
07:56da política brasileira
07:57que foram colocando
07:58o nome dele.
07:59E aí ele acabou topando,
08:01ele resistiu inicialmente,
08:03mas a informação
08:04que a gente tem até aqui
08:05é de que o Tasso Gereçati
08:07vai disputar
08:08as prévias do PSDB
08:10que estão marcadas
08:11para o fim de novembro,
08:13junto com o governador
08:15de São Paulo,
08:15João Dória,
08:16o governador
08:16do Rio Grande do Sul,
08:18Eduardo Leite,
08:18também o ex-prefeito
08:19de Manaus,
08:20Arthur Vigílio Neto.
08:23Eduardo,
08:24antes de começar o programa,
08:25assim que a gente anunciou
08:26que o senhor
08:26estaria conosco aqui,
08:29muitos comentários
08:29surgiram aqui
08:30no nosso site,
08:31aqui no nosso chat,
08:32no pessoal das redes sociais,
08:34dizendo o seguinte,
08:35esse é um esquerdista
08:36que eu respeito,
08:37esse é um esquerdista
08:38que eu gosto.
08:41O senhor,
08:41antes de ir
08:42para o Partido Verde,
08:43esteve um bom tempo
08:45no Partido dos Trabalhadores
08:46no PT
08:46entre 1980 e 2005.
08:49Eu sei que o senhor
08:50não gosta de rótulos,
08:52o senhor vê problema
08:53nesses rótulos,
08:55alguns dizem
08:56que não existem
08:56ex-petista,
08:58o senhor se considera
08:59um ex-petista?
08:59Como é que o senhor se vê
09:00diante de comentários
09:02como esse
09:03que eu comentei
09:03aqui para o senhor?
09:04O esquerdista
09:05que eu mais prefiro,
09:06o meu esquerdista preferido?
09:12Eu
09:12fui fundador
09:16do Partido dos Trabalhadores
09:17e fiquei não até 2005,
09:19até 2003.
09:20Até 2003,
09:21ok.
09:22Obrigado pela correção.
09:24O Lula subiu
09:25a rampa
09:27e eu
09:27me desfiliei.
09:31Mas foi
09:32aquela história
09:34do copo
09:34que vai enchendo
09:35e vai enchendo
09:36e às vezes
09:36tem uma gota d'água.
09:39Mas eu
09:40considero
09:41que a minha passagem
09:44pelo Partido dos Trabalhadores
09:45eu sou muito grato
09:46à experiência
09:47que eu tive.
09:49Eu vim
09:49de uma formação
09:50marxista-leninista
09:52no período
09:52da resistência
09:53à ditadura militar.
09:55Depois,
09:57com a construção
09:58do Partido dos Trabalhadores,
09:59para mim,
09:59já foi uma autocrítica,
10:00porque saímos
10:01de uma experiência
10:02vanguardista
10:03e militarista
10:04para uma construção
10:06política
10:07bastante democrática,
10:09porque
10:09o Partido dos Trabalhadores
10:11é um dos únicos
10:12partidos brasileiros
10:13onde a democracia existiu.
10:14eu falei,
10:16resistiu
10:17porque hoje
10:18ele tem dono.
10:20Na nossa época
10:20não era assim.
10:21Na época da fundação
10:22não era assim.
10:24Havia várias correntes,
10:26era coisa democrática,
10:27encontros com mil,
10:28dois mil,
10:29três mil delegados,
10:30tinha que votar.
10:32O Lula
10:32era uma liderança importante,
10:33mas não era chefe.
10:36E várias vezes
10:37ele perdeu votações.
10:39Inclusive,
10:40algumas votações
10:40encaminhadas por mim.
10:42participavam
10:44de uma das correntes
10:45do partido.
10:46Portanto,
10:47eu acho que
10:48o Partido dos Trabalhadores
10:49jogou um papel
10:50muito importante
10:50nesse período
10:51da redemocratização,
10:52como o MDB,
10:54claro,
10:54como o PSDB,
10:55como o próprio
10:56PFL,
10:57depois o DEM,
10:58todos tiveram
10:59seu papel importante
11:00nesse processo
11:01de superação
11:01da ditadura militar,
11:03num processo pacífico.
11:04Foi muito importante
11:05que o Brasil
11:06fizesse isso
11:06de uma forma pacífica
11:07como fez
11:08com a Constituinte Democrática
11:09de 1888.
11:10E eu tive essa chance
11:12porque estava
11:12no Partido dos Trabalhadores.
11:15Agora,
11:16eu não sou fóssil,
11:19eu vou evoluindo
11:21e eu,
11:23à medida do que,
11:25a evolução mundial,
11:26inclusive,
11:27da esquerda,
11:28a falência
11:29da União Soviética,
11:30a queda do muro,
11:32o absurdo
11:32que foi a revolução cultural
11:34na China,
11:35de Mao Tse Tung,
11:36tudo isso,
11:38eu fui vendo,
11:38vivendo,
11:39vivendo e sofrendo
11:39e fui aprendendo.
11:42E, principalmente,
11:43através do Partido dos Trabalhadores,
11:44eu tive a oportunidade
11:45de viver
11:46a experiência
11:47de uma democracia
11:48liberal representativa
11:49que nós,
11:50na tradição da esquerda,
11:52sempre achamos
11:53que era a ditadura
11:54da burguesia.
11:55Esse era o nome
11:55como a gente chamava
11:56a democracia liberal representativa.
11:59Nós éramos
11:59da ditadura libertariada
12:00e os capitalistas
12:03eram da ditadura burguesa.
12:04Mas eu vi
12:06e aprendi
12:07que a democracia liberal representativa
12:09ela é real.
12:12Eu vivi,
12:13a própria constituinte,
12:14eu era o representante
12:15do Partido dos Trabalhadores
12:16responsável pela área
12:17da Seguridade Social.
12:19Toda a área
12:19da Seguridade Social,
12:20saúde,
12:21assistência social,
12:21previdência,
12:22eu era a pessoa
12:23que encaminhava,
12:23disputava,
12:24argumentava
12:25e ganhei votações.
12:27Mesmo sendo,
12:28na época,
12:29a extrema esquerda do PP,
12:30eu era,
12:31eu ganhei votações
12:32e construí votações
12:33pelo diálogo,
12:34pelo convencimento.
12:36Então, realmente,
12:37a democracia representativa
12:38liberal,
12:39eu vi que era algo,
12:41é uma conquista
12:41não de burguesia,
12:44de capitalismo,
12:44é uma conquista
12:45da humanidade,
12:46em termos de gestão
12:47da sua cidade,
12:48do seu estado,
12:48do seu país.
12:49E passei a defender
12:50a posição democrática
12:51dentro do Partido dos Trabalhadores.
12:54Uma posição democrática
12:55que,
12:56acreditando na democracia
12:58representativa,
12:59inclusive estudando
13:00a experiência inglesa,
13:01que é a experiência
13:02mais longeva
13:03de democracia representativa
13:04liberal no mundo,
13:06eu vi que o Partido
13:07do Trabalhista,
13:08que é o Partido
13:08Social Democrata
13:09inglês,
13:11e o Partido Conservador,
13:12o Liberal,
13:13depois o Partido Verde
13:14mais recentemente,
13:15eles têm uma postura
13:16permanentemente
13:17de diálogo
13:17e construtiva.
13:19Um, às vezes,
13:19é governo,
13:20outro,
13:20lá é parlamentarismo,
13:21uma coisa muito mais avançada
13:22do que esse presidencialismo
13:23nesse ano
13:24nosso.
13:27Então,
13:28o Partido Social
13:28debate,
13:29às vezes,
13:29um está no governo,
13:30às vezes,
13:30outro está na oposição,
13:31mas ele debate o mérito,
13:33e, às vezes,
13:33eles confluem,
13:34chegam a acordos,
13:35mesmo quando a proposta
13:36vem do outro lado,
13:37do lado trabalhista,
13:38do lado conservador,
13:39do lado liberal,
13:40do lado verde.
13:41Isso é uma coisa
13:42extraordinária
13:42e eu aprendi isso
13:45por essa experiência,
13:47esse tempo que eu tive
13:48no Partido dos Trabalhadores.
13:49O Partido dos Trabalhadores
13:49às vezes resistia
13:51porque achava
13:51que essa era
13:51uma posição idealista,
13:53o pessoal dizia,
13:53mas Jorge,
13:54você pensa que está
13:55na Inglaterra?
13:58A gente é oposição,
13:59tem que ser não,
13:59não,
14:00a oposição diz não
14:01ou diz sim
14:02quando vem a proposta
14:03do governo,
14:04diz não,
14:04você não é ruim,
14:05a gente avalia
14:06que é ruim para o país
14:07e diz sim,
14:07você não é boa.
14:09Assim que é,
14:10assim que deve ser,
14:10mas isso teve,
14:12isso implicou
14:12muitos atritos
14:13e também porque
14:14eu defendia
14:15uma aliança
14:16desde o início,
14:17depois da Constituinte,
14:18quando se formou
14:19o PSDB,
14:19da Costela,
14:20do MDB,
14:21eu dizia,
14:22o Brasil é o país
14:23mais desigual
14:24do mundo.
14:26Você não faz
14:27reformas
14:28num país
14:28tão desigual
14:29como o Brasil
14:30se as forças
14:31reformistas
14:32não estiverem juntas
14:33e as duas principais
14:34forças reformistas
14:35no Brasil
14:36são o PSDB
14:38e o PT.
14:39Então,
14:39desde 1990
14:40que eu defendo
14:41que o Brasil
14:42precisa de uma aliança
14:43dessa
14:43e os dois
14:45não se entendem.
14:46Por quê?
14:46Porque eles querem
14:47o poder sozinho
14:48e fazer aliança
14:49com os conservadores,
14:52uma aliança utilitária,
14:54uma aliança oportunista.
14:56Então,
14:57essas coisas
14:57foram me levando
14:58até que eu me afastei
15:00e me desfiliei
15:01do Partido dos Trabalhadores,
15:04mas eu não deixo
15:06de reconhecer
15:07o papel importante
15:08que o PT teve
15:08em todo esse processo
15:10de democratização
15:11do Brasil,
15:11como também
15:12do MDB
15:12e do PSDB.
15:14Não sou uma pessoa
15:15que tem nenhum
15:16ranço
15:17em relação a isso.
15:19Saí em 2003
15:20e o pessoal dizia,
15:21Eduardo saiu
15:23porque ele só sabe
15:23ser o acusição.
15:24quando o partido dele
15:26foi em governo,
15:27ele saiu.
15:27Não é isso,
15:28é porque realmente
15:29chegou um ponto
15:30que era melhor eu sair
15:30do que eu ficar
15:32num desgaste
15:33com a direção do partido,
15:34porque eu tenho
15:35muitos amigos
15:36na base do PT
15:37e eternos amigos,
15:39mas eu não tinha
15:39nenhum diálogo mais
15:40com a direção
15:41que estava no governo
15:42e eu não tinha confiança
15:44na direção do partido.
15:45Então,
15:45eu achei que era
15:46coerente sair
15:47e sair por meus próprios pés.
15:49Não fui expulso,
15:50ao contrário de outros
15:51que foram expulsos
15:51para fazer o PSOL.
15:53Eu saí porque quis
15:54baseado com a minha consciência
15:56e fui para o Partido Verde
15:59por quê?
15:59Porque eu queria
16:00ir para um partido
16:02do século XXI.
16:04O PT
16:04é muito um partido
16:06do século XX ainda,
16:07eu queria ir
16:08para um partido
16:09do século XXI
16:10e eu queria fazer
16:11política
16:11que ajudasse
16:13a ter um país
16:14e um planeta
16:16mais agradável
16:17para os meus netos.
16:19Eu já estou com 70 anos,
16:21agora eu quero ajudar.
16:22o PV
16:23é o partido
16:24da juventude,
16:25das crianças.
16:27Eu fui para o partido
16:28dos jovens,
16:28foi isso.
16:29Mas eu acho
16:31o PT
16:32depois foi governo,
16:33fez coisas boas
16:34como o PSDB,
16:35fez coisas más,
16:36erros terríveis,
16:37mas eu digo,
16:38eu sempre digo,
16:40o Partido dos Trabalhadores
16:41teve,
16:43tem
16:43e terá
16:44um papel
16:44na construção
16:45da democracia
16:46do Brasil.
16:46O que ele precisa
16:47é fazer autocrítica,
16:48se corrigir,
16:50se redemocratizar,
16:51voltar a um período
16:52que ele não tinha chefe,
16:53não tinha dono,
16:55e eu acredito
16:55que ele pode fazer isso.
16:57A política no Brasil,
16:59a eleição não vai acabar,
17:00embora o Bolsonaro
17:02se esforce,
17:03ele não vai acabar
17:03com o Brasil.
17:04Vai ter eleição
17:05em 22,
17:06em 24,
17:07em 26,
17:08em 28.
17:09Eu torço
17:11que o Partido
17:12dos Trabalhadores
17:13faça as reformas,
17:15faça o processo
17:16de redemocratização
17:16para ele continuar
17:18jogando o papel
17:18importante
17:19na democracia brasileira.
17:20Ok.
17:22Eduardo,
17:22em 2003,
17:23o Lula subiu a rampa.
17:24Desculpa demorar,
17:25mas isso é uma vida toda, né?
17:27Não,
17:27obrigado.
17:28Obrigado por ter
17:29feito esse histórico
17:30todo da sua passagem
17:32pelo PT.
17:33Agora,
17:33em 2003,
17:34o Lula sobe a rampa,
17:35o senhor cai fora
17:36do partido,
17:37a gente sabe
17:38o que aconteceu
17:38com o país
17:38de lá para cá,
17:39o senhor se torna
17:40uma voz crítica
17:42ao partido,
17:42o senhor acaba
17:43de dizer que
17:44o partido hoje
17:45tem um dono,
17:45nós estamos falando
17:46de Lula,
17:48esse dono
17:48é preso,
17:49esse dono
17:52é preso,
17:53esse dono
17:53é solto,
17:54esse dono agora
17:55tem as suas
17:56condenações
17:56anuladas,
17:58não no mérito
17:59até aqui,
18:01e esse dono
18:02quer voltar,
18:03tentou em 2018
18:04colocar de dentro
18:05da cadeia
18:06um seu candidato
18:09no comando
18:10do país,
18:11o antipetismo
18:12traz,
18:14entre outras coisas,
18:15Bolsonaro ao poder,
18:16e agora Lula
18:18que como escreveu
18:19Mário Sabino
18:20aqui no Antagonista
18:21por enquanto
18:21está jogando parado,
18:23espera Bolsonaro
18:24sangrar,
18:24definhar,
18:26para se colocar
18:27um pouquinho mais
18:27à frente como um
18:28grande salvador
18:29da pátria mais uma vez,
18:30um grande estadista,
18:31um grande democrata
18:33que poderá
18:34recuperar o Brasil
18:35e ele vai tentar
18:37ser isso que o senhor
18:37está atribuindo
18:38ao Tasso Gereissati,
18:39alguém que vai
18:40reunificar o Brasil.
18:42O Lula
18:42tem capacidade
18:43de fazer isso
18:44que o senhor
18:44atribuiu agora
18:45há pouco
18:45ao seu preferido
18:46Tasso Gereissati,
18:47Eduardo?
18:50O Lula
18:51é de uma intuição
18:53e uma inteligência
18:54política
18:55extraordinária.
18:57Eu acho que
18:58ninguém tem dúvida
18:59sobre isso,
19:00pode ser que ele use
19:01às vezes
19:02de forma
19:04não tão acertada
19:06essa inteligência
19:07e essa intuição.
19:10Eu,
19:11o Diego,
19:12queria só
19:13explicar uma coisa,
19:14eu acho bom
19:15que o Lula
19:15seja candidato.
19:17Por quê, hein?
19:18Eu invoco
19:20aqui
19:21a testemunha
19:22dos meus
19:24companheiros
19:25agora do Partido
19:25Verde
19:26que em
19:2714,
19:29em 13,
19:3014,
19:30antes de 14
19:31e depois em 18,
19:33assustados
19:34e me viram dizer
19:36lá na reunião
19:37de Brasília,
19:38do diretório,
19:39em 14,
19:40na eleição de 14,
19:41o ideal
19:44é que o Lula
19:45seja candidato.
19:46Ele botou
19:46a Dilma
19:47lá para esquentar
19:47a cadeira
19:48e voltar
19:49e agora está
19:50com medo
19:51de enfrentar
19:51a Dilma.
19:52Mas o ideal
19:53para nós,
19:54para o Brasil,
19:55para a democracia
19:55é que em vez
19:56da Dilma,
19:57que é um fracasso,
19:58não tem condição,
19:58não tem vocação política,
19:59não tem diálogo político,
20:00não tem conhecimento
20:01para dirigir
20:03um país complexo
20:04como o Brasil,
20:05é um desastre,
20:06que ele venha
20:07se candidatar
20:07em 14
20:08e nós estamos enfrentados.
20:09Mas o pessoal diz,
20:10mas se ele ganhar?
20:11Se ele ganhar,
20:13é porque o povo quis,
20:14ora,
20:14a democracia é assim.
20:16É a mesma coisa
20:17em 18.
20:19Ele estava,
20:20ia preso,
20:20não ia preso,
20:21ia preso,
20:21não ia preso,
20:22é claro,
20:22ninguém é que está
20:23acima da lei,
20:24as pessoas têm que
20:25justificar,
20:26julgar,
20:27não quero entrar
20:28nesse mérito.
20:29Mas eu
20:29torcia para que ele
20:31tivesse ainda
20:32condições em 18
20:33de ser candidato.
20:35Sabe por quê, Diego?
20:36Porque ele é o verdadeiro
20:37mito moderno
20:38da política brasileira.
20:40O Bolsonaro
20:41é o falso mito,
20:43pés de barro
20:44completo.
20:45Se ele passar
20:46num rio,
20:47ele cai.
20:50Agora,
20:50o mito
20:51de verdade,
20:53pelo que fez
20:54de bom,
20:55pelo que fez
20:55de mal,
20:56de errado,
20:57é o Lula.
20:58E você
20:59só enfrenta
21:00mitos desse tipo
21:01na democracia
21:02na urna.
21:03se você
21:06não vencer
21:07o mito
21:07na urna,
21:09corre o risco
21:09de acontecer
21:10no Brasil
21:10o que acontece
21:11até hoje
21:12na Argentina.
21:14O que acontece
21:15na Argentina
21:15até hoje?
21:17A Argentina
21:17é dividida
21:18entre Perón
21:19e não Perón.
21:21Meio a meio.
21:23Há décadas
21:23e décadas
21:24e décadas.
21:26Então,
21:27por isso que
21:28em 14
21:28eu queria que o Lula
21:29vivesse candidato.
21:30vão enfrentá-lo
21:32na urna.
21:32Vão discutir
21:33com ele.
21:33O que ele fez
21:33de errado?
21:34Ah, ele vai mostrar
21:35as coisas boas?
21:35Tudo bem.
21:36Todo governo faz.
21:37Não é possível
21:37que não faça
21:38coisas boas.
21:40Em 18
21:40a mesma coisa.
21:41E agora,
21:42se ele quiser
21:42vir candidato,
21:43que venha.
21:44E nós vamos discutir.
21:46Eu acho
21:47que esse é o melhor
21:48caminho
21:48para o amadurecimento
21:50da democracia
21:51no Brasil.
21:52E se ele ganhar?
21:53Ganhou.
21:53Vai governar?
21:55Vai governar.
21:56Vamos ver
21:56se ele vai ter disposição.
21:57O que você faz
21:59no segundo turno
22:00polarizado,
22:01Eduardo?
22:04Muita gente
22:05tem me cobrado isso
22:06por dois motivos.
22:07Por causa do meu voto
22:08lá em 18.
22:10Principalmente
22:11meus amigos,
22:12que eu tenho amigos
22:12ainda no PT.
22:13Muitos.
22:15Alguns brigaram
22:17e deixaram até
22:17de falar comigo
22:18por causa disso.
22:18Mas outros,
22:19mais amigos,
22:19não.
22:20Mas me cobram.
22:21Mas não é isso
22:22que você está perguntando,
22:23graças a Deus.
22:23Você está perguntando
22:24se isso vai acontecer
22:26agora.
22:26Se a reprise,
22:27horrível,
22:29de 18
22:29vai acontecer
22:30agora.
22:31Nós temos que
22:31batalhar
22:32para que isso
22:32não aconteça.
22:33Nós devemos
22:33isso ao Brasil.
22:35Devemos
22:35isso ao Brasil.
22:37Inclusive,
22:37porque,
22:38novamente falando
22:39do Tasso,
22:40o Tasso é o único
22:40que tem condição
22:41de dialogar
22:42com mais os conservadores
22:43e liberais
22:44e com o próprio
22:44Ciro.
22:45Eu acho que é o único.
22:46Nós devemos
22:47isso ao Brasil.
22:48Agora,
22:49a discussão
22:50do segundo turno,
22:52Diego,
22:52agora,
22:53principalmente agora
22:54que o Lula
22:55está na frente,
22:56o Bolsonaro
22:56e o Bolsonaro
22:57se enfermujando
22:58cada vez mais,
23:00se você
23:00começa a se posicionar
23:02desde já
23:03como você vai votar
23:04ou como você votaria
23:05ou como você não votaria
23:06no segundo turno,
23:08você está fazendo a campanha dele.
23:10Você está fazendo a campanha dele.
23:12Eu não estou aqui
23:13querendo criticar,
23:14eu não estou querendo criticar
23:15o nosso querido
23:16ex-presidente também,
23:18Fernando Henrique Cardoso,
23:19que se reúne com o nosso
23:20ex-presidente Lula
23:21para conversar.
23:22Eu acho isso
23:23uma demonstração
23:23de civilidade,
23:25muito didático até.
23:28Agora,
23:29se posicionar
23:31sobre o segundo turno
23:32não é uma coisa,
23:34nesse momento,
23:35taticamente correta.
23:36Segundo turno,
23:37nós vamos discutir
23:37no segundo turno.
23:38Eu espero que o nosso
23:39candidato esteja
23:40no segundo turno.
23:41Cada eleição
23:42tem sua história,
23:44cada eleição
23:45tem sua história,
23:46suas circunstâncias,
23:48nunca é uma igual
23:49à outra.
23:49nunca é uma igual à outra.
23:52O Bolsonaro e o Lula
23:53mesmo de 18
23:54não são os mesmos
23:55agora de 21 e 22.
23:59Cada coisa dessa
24:00vai ter que ser analisada
24:00na hora certa.
24:01A hora agora
24:02é de construir
24:03uma campanha
24:04alternativa
24:05de unificação real
24:06do país.
24:07Segundo turno,
24:08vamos ver no segundo turno.
24:10Ótimo,
24:10compreendido.
24:11Eduardo,
24:12o tempo passa muito rápido,
24:13eu tenho algumas perguntas
24:14a fazer ainda
24:15que eu julgo pertinentes,
24:16então vou pedir
24:17para a gente ser um pouco
24:17mais bate-bola aqui,
24:19mas o pessoal
24:19está gostando
24:20do nosso bate-papo.
24:22Eduardo,
24:22é o seguinte,
24:23eu queria te perguntar
24:24uma coisa que
24:25estou encrencado aqui
24:26ouvindo todo mundo,
24:27encucado,
24:28perdão,
24:29pensando sobre isso.
24:31Tenho escutado
24:31nas últimas semanas
24:32muita gente
24:33que está aí
24:34na turma do centro
24:35discutindo a terceira via,
24:37o presidente do PV
24:39do partido do senhor,
24:40pena,
24:40está participando
24:41desses almoços,
24:42dessas conversas,
24:44e eu vejo muita gente
24:45pensando demais,
24:46discutindo demais,
24:47falando bonito demais,
24:49é tudo muito lindo,
24:51né?
24:52Aí terceira via,
24:53centro democrático,
24:54polo democrático,
24:56centro expansivo,
24:57centro equilíbrio,
24:59mas na hora da eleição,
25:01o senhor acaba de trazer
25:03aí essa comparação
25:04do mito de barro
25:05e o mito real,
25:06Bolsonaro e Lula
25:07respectivamente,
25:08na hora da eleição
25:09a gente sabe
25:10que é preciso
25:11de alguém
25:12para olhar
25:12no olho do eleitor
25:13e pedir voto.
25:15A gente fala muito
25:16em bolha do petismo,
25:18bolha do lulismo,
25:19a bolha dos bolsonaristas,
25:22a minha pergunta é,
25:23não existe também
25:23uma bolha
25:24da turma da terceira via
25:26que às vezes
25:26está ali fechada demais,
25:27intelectualmente demais,
25:29pensando,
25:30raciocinando,
25:31falando bonito,
25:32escrevendo artigos
25:33bonitos,
25:34mas ainda
25:35sem pegada?
25:36Infelizmente,
25:40nós somos
25:41presidencialistas,
25:42esse problema
25:43é o problema
25:43do presidencialismo,
25:44que é uma forma
25:45primitiva de democracia
25:46representativa liberal.
25:48Se nós fôssemos
25:49parlamentarismo,
25:50que é a reforma
25:51mais evoluída
25:52e mais democrática,
25:53nós estávamos
25:54discutindo programas,
25:56nós estávamos discutindo
25:56alianças programáticas
25:58entre os partidos
25:58conservadores,
25:59liberais,
26:00socialistas,
26:01comunistas, etc.,
26:02mas nós somos
26:03presidencialistas.
26:04cada eleição
26:09presidencialista
26:10é um risco
26:10tremendo
26:11para os países.
26:13Até para os Estados Unidos,
26:14você vê agora
26:14o que eles viveram,
26:16que foi o primeiro
26:17que inventou essa história
26:17desde a Revolução
26:20de Libertação
26:20da Inglaterra.
26:22Você veja o caso
26:22do Peru,
26:25também o presidencialismo
26:26com eleição
26:27em dois turnos.
26:29Um sujeito
26:29vai para o segundo turno
26:30com 19,4%
26:33da extrema esquerda
26:35e vai uma outra
26:36da extrema direita
26:37com 14%,
26:38e o centro
26:40fica pulverizado.
26:42Um teve 12,
26:43outro teve 11,
26:43outro teve 10,
26:44outro teve 9.
26:46Então,
26:46esses exemplos
26:48deviam
26:50servir
26:55para essa
26:57turma
26:59que está
26:59conversando
27:00baixar um pouco
27:02a bola
27:03e ver
27:04qual é
27:05o que tem mais
27:06viabilidade
27:06de união.
27:07Não é...
27:09Há diferenças,
27:10eu já falei,
27:11porque essa oposição
27:11vai do Ciro
27:12ao Moro.
27:13Hoje,
27:14a oposição
27:15ao Bolsonaro,
27:15por exemplo,
27:16vai do Ciro
27:16ao Moro.
27:18Então,
27:18realmente não é fácil
27:20você equacionar,
27:22mas é preciso
27:23se avaliar
27:24objetivamente.
27:25Por exemplo,
27:26o candidato
27:27com o qual
27:28está sugerindo
27:29vai bater a chapa
27:29na tal prévia
27:31do PSDB,
27:32o governador
27:33Tória.
27:34Bom,
27:35sou suspeito
27:36que eu sou oposição
27:37a ele
27:37o tempo todo,
27:39mas eu também
27:39reconheço os méritos
27:40dele
27:40nesse combate
27:42da pandemia,
27:43porque ele teve
27:43coragem
27:44de aceitar
27:45a orientação
27:45das autoridades sanitárias
27:46do governo estadual,
27:47da Secretaria Estadual
27:48muito tradicional
27:49e forte
27:50da Secretaria Estadual
27:51de Saúde.
27:53Eu trabalho lá,
27:54muita gente capaz,
27:55ele ouviu,
27:56ouve,
27:57apoiou o Tantan,
27:59é um mérito
27:59que ninguém pode tirar dele.
28:01Ninguém pode tirar dele.
28:03Mas ele não une,
28:05mas ele não une,
28:06ele não une
28:07nem o PSDB
28:07de São Paulo.
28:09Ele está praticamente
28:09expulsando
28:10o Geraldo Alckmin
28:11do PSDB
28:12e se o Geraldo
28:13for disputar
28:14por outro partido,
28:15vai derrotá-lo.
28:17Então,
28:18é evidente...
28:19Derrotá-lo,
28:19Rodrigo Cacete,
28:20né?
28:22Ou ele próprio,
28:24se ele voltar,
28:25se ele expulsar
28:26o Geraldo Alckmin
28:26e o Geraldo
28:27bater chapa com ele,
28:28o Geraldo ganha.
28:30Dele.
28:32Então,
28:33é evidente
28:33que não pode ser
28:34candidato,
28:35presidente.
28:36Então,
28:36é preciso que essas pessoas
28:37ponham a mão na consciência
28:38e vejam.
28:39E principalmente
28:40porque,
28:41eu digo,
28:42numa circunstância
28:43como essa,
28:43é por isso que o Tasso
28:44é o meu candidato,
28:46ele é o único
28:47que tem condição
28:47de realmente
28:48fazer um mandato
28:49de transição.
28:51Esses outros
28:51mais jovens,
28:52do Ciro ao Moura,
28:53passando pelo Dória,
28:54pelo Eduardo,
28:55pelo Mandetta,
28:56chegando lá,
28:57vão manter,
28:58vão resistir
28:59à tentação
29:00de entrar
29:00numa reeleição?
29:04Eu já vi muitos
29:05que diziam
29:05que eram contra a reeleição
29:06e depois,
29:07quando chegaram lá,
29:08abraçaram
29:09com todas as forças.
29:10eu acho que a chave
29:13é essa,
29:14quem é que tem condição
29:15de unir,
29:16quem é que tem condição
29:17de realmente fazer
29:17um mandato só,
29:19um mandato importantíssimo
29:20de reunir o país,
29:23é uma análise
29:24muito objetiva,
29:24não tem muitos,
29:26a meu ver,
29:26só tem um.
29:29Eduardo,
29:29para finalizar,
29:30eu teria mais perguntas,
29:31mas o nosso tempo
29:32já está se esgotando aqui,
29:34certa vez,
29:35eu liguei para o senhor,
29:36estava um barulho danado,
29:38o senhor me disse
29:38que estava no ônibus,
29:40aquilo me chamou a atenção,
29:41porque eu ligo para políticos
29:43diariamente,
29:44há alguns anos
29:45já na minha vida,
29:47e às vezes o barulho
29:47é de praia,
29:49às vezes o barulho,
29:51são outros barulhos,
29:52eu confesso que eu não me recordava
29:55de alguém que eu ligasse
29:56e o barulho era de ônibus.
29:59Conto esse caos
30:01para perguntar
30:02o que o senhor pensa
30:03sobre os privilégios
30:05da política,
30:06todo dia aqui no Antagonista,
30:07quase todo dia,
30:08a gente traz exemplos
30:09dos usos do cotão,
30:11da cota parlamentar,
30:13a gente traz tantos casos.
30:16Ô, Diego,
30:17eu sou muito,
30:19lá na Câmara,
30:21eu era eleito por São Paulo,
30:23mas como nordestino,
30:26até o sotaque está preservado,
30:28eu acho, né?
30:29Sim.
30:30Eu era muito querido
30:32da bancada,
30:33mas já perdi o meu.
30:33Você de onde é?
30:37Eu sou de Teresina,
30:38Piauí.
30:40Tá bom,
30:41isso é realmente
30:42um estado lindo,
30:43eu adoro,
30:44adoro o Piauí.
30:45Mas então,
30:46veja, né,
30:47eu era um deputado eleito
30:48por São Paulo,
30:50um esquerdista
30:51muito radical,
30:52mas, no entanto,
30:53eu era muito querido
30:54da bancada nordestina,
30:56porque,
30:56culturalmente,
30:58eu sou nordestino
30:59de quatro costados.
31:00Aliás,
31:00você falou de praia,
31:02eu adoro praia,
31:03eu me criei
31:04na beira da praia,
31:05uma praia gigantesca
31:07na Paraíba,
31:0820 quilômetros
31:09de praia por um lado,
31:1020 quilômetros,
31:10adoro isso.
31:12Mas veja, né,
31:13eu estou falando isso
31:14por quê?
31:15Porque um dos meus amigos
31:16nordestinos,
31:17preferidos,
31:19era o deputado
31:19Valdir Pires,
31:20que era do PDT,
31:21do Brizola,
31:23tinha sido o ministro
31:24da Previdência
31:25do João Goulart,
31:26antes da ditadura militar,
31:28é um homem
31:29extraordinário,
31:30tão humanista.
31:32Então,
31:33eu conversava muito
31:33com o Valdir,
31:34o Valdir me contava,
31:35Eduardo,
31:36quando nós estávamos
31:36no Rio de Janeiro,
31:38eu fui deputado
31:38muito cedo pela Bahia,
31:40eu morava no hotel,
31:42ia a pé
31:43para o Congresso,
31:44eu mesmo
31:45bati a máquina
31:45na maquininha,
31:47p, p, p, p,
31:47pelos meus discursos,
31:48eu mesmo bati,
31:49eu mesmo escrevia,
31:50eu mesmo falava.
31:52Isso daqui
31:52é uma loucura.
31:54Isso era
31:55na década de 90,
31:57Diego.
31:57multiplique tudo isso
32:00por 10,
32:01por 20.
32:04A política profissional
32:06transformou,
32:08isso foi uma das coisas
32:09muito triste,
32:11porque eu acho
32:11que a gente,
32:12na Constituinte,
32:14não previu
32:16que os partidos
32:18políticos brasileiros,
32:20por a sua conformação
32:21centralizadora,
32:23sentados em cima
32:24do fundo partidário
32:25lá em Brasília
32:25e com mão de ferro
32:27submetendo os estados
32:29e principalmente
32:29os municípios,
32:31ia dar no que deu.
32:33Políticos profissionais,
32:35cada vez mais
32:36a busca de privilégios,
32:38de resto que cai
32:39da mesa
32:40do orçamento
32:40do executivo,
32:42que se conformam
32:43que o executivo
32:44de Brasília
32:45concentre quase 70%
32:47do orçamento
32:48nacional todo
32:48na sua mão,
32:49porque os restos
32:50que cai da mesa
32:50são para eles,
32:51e deixa os municípios,
32:53que devia ser a instância
32:54principal de vida
32:55política do povo,
32:56porque é lá
32:57que o povo fala
32:57com o secretário,
32:58fala com o prefeito,
32:59fala com o vereador,
33:00a míngua,
33:01são pedintes,
33:02tem que ficar pedindo
33:03para ele
33:03para comprar
33:04uma reta escavadeira,
33:05para consertar
33:06uma ponte,
33:07para recuperar
33:08um leito
33:08da Santa Casa
33:09do município,
33:10tem que ficar pedindo.
33:11Isso,
33:12emenda parlamentar
33:13para mim
33:13é campanha eleitoral
33:17fora de época
33:18e com dinheiro
33:19do povo.
33:21Eu fui deputado
33:22federal,
33:23modestamente,
33:26embora da oposição,
33:27porque eu tinha
33:28muitas amigas
33:29entre os conservadores
33:30e liberais,
33:33eu consegui aprovar
33:34muitos projetos,
33:34coisa muito rara,
33:36a oposição aprovar,
33:36eu aprovei até
33:37a emenda constitucional
33:38que criou
33:38a vinculação
33:39de recursos
33:40obrigatórios
33:41para o sistema
33:41de saúde,
33:42a minha autoria
33:42e do Valdir Pires
33:43e do Carlos Mosconi
33:45do PSDB
33:45de Minas Gerais
33:46no ano 2000,
33:48a emenda 20-2000
33:49que garantiu
33:50um pouco mais
33:50de recurso estável
33:51para o SUS.
33:53Pois bem,
33:54eu tenho plena consciência
33:58que eu,
33:59deputado federal
34:00num país gigante
34:01como o Brasil,
34:02se me derem
34:03dois assessores
34:04na Câmara
34:05e mais um
34:06no meu Estado,
34:08é mais do que
34:09suficiente.
34:11Emenda parlamentar
34:12é fisiologismo.
34:15Os deputados
34:16e senadores
34:17hoje viraram
34:17empresas
34:19de fisiologismo
34:20às custas
34:20do orçamento
34:21brasileiro.
34:23É um absurdo
34:24o que acontece.
34:25Esses deputados
34:26e senadores
34:27são caríssimos.
34:29Um senador
34:29é uma verdadeira,
34:30não é nenhuma pequena empresa,
34:31é uma média empresa.
34:33É uma média empresa
34:34de política profissional.
34:38É isso.
34:40Infelizmente.
34:41Então, mas veja,
34:42eu não desespero
34:43da democracia.
34:43A gente tem que reformar,
34:47a gente tem que melhorar
34:48a democracia representativa
34:49liberal,
34:50a gente tem que reformar,
34:51tem que mudar.
34:55Duarte,
34:55dizem que jornalistas
34:56têm que tentar,
34:56enquanto estão ouvindo
34:57o entrevistado,
34:58a gente aprende na faculdade,
34:59ou tentam ensinar para a gente,
35:01têm que manter a cara séria,
35:03não pode fazer
35:04nenhuma expressão,
35:05mas não tem como
35:06não concordar.
35:07Você tem que me cortar,
35:09pode cortar,
35:09você está deixando eu falar,
35:10eu falo.
35:11Não tem como
35:12não concordar
35:13com todo esse restante aí,
35:14eu que estou aqui
35:15mergulhado,
35:16vendo como é que
35:16esses deputados e senadores
35:18lidam com emendas
35:19e com cotão.
35:20Não tem como,
35:21concordo plenamente.
35:23O caso mais grave
35:26é que o presidencialismo
35:27só pode dar nisso.
35:30A cura disso daí
35:32é o parlamentarismo,
35:34porque o parlamentarismo
35:35traz responsabilidade
35:37para o parlamentar.
35:38Vou dizer como é que se comporta
35:39o deputado hoje no Brasil
35:40no presidencialismo.
35:41Rapidinho, rapidinho.
35:42A vacina é o parlamentarismo.
35:44É.
35:45Quando ele está no governo,
35:46ele aproveita
35:47todo o fisiologismo
35:48que ele pode.
35:50Na oposição,
35:51ele faz toda a demagogia
35:52que faz,
35:53que pode também,
35:54porque ele está mirando o voto.
35:56Então, a oposição
35:56é demagógica
35:57e o governo
35:59é fisiológico.
36:00Por quê?
36:01Se o presidente for mal,
36:03ele não está nem aí,
36:05porque o que ele quer
36:06é a eleição dele
36:07em quatro anos.
36:08Não tem responsabilidade.
36:10no parlamentarismo,
36:11se o governo for mal,
36:13o mandato do deputado
36:15acaba junto
36:15com o mandato
36:18lá do primeiro-ministro.
36:19Isso é uma coisa
36:20incrível.
36:22Incrível.
36:22É isso que falta.
36:24Responsabilidade
36:25ao parlamentar brasileiro.
36:26Ele não tem.
36:26Eduardo,
36:30poderia fazer
36:31mais perguntas,
36:33mas eu preciso finalizar
36:34que o nosso próximo
36:35entrevistado
36:36já está aguardando.
36:37Muito obrigado.
36:38Um grande abraço.
36:39Muita saúde.
36:40Vacinado,
36:41o senhor já está, né?
36:43Eu sou velho.
36:47Velho e consciente.
36:49Tem muitos velhos
36:50ainda não vacinados.
36:50Eu sou velho
36:53em algumas coisas
36:53e criança em outras.
36:57Muito obrigado, tá?
36:58Um grande abraço
36:59e até uma próxima oportunidade.
37:02Tchau, tchau.
37:05Esse foi Eduardo Jorge.
37:07Vocês me desculpem,
37:08como é que eu corto?
37:08Fala demais?
37:11Fala, fala demais.
37:12Mas como é que eu corto?
37:13Uai,
37:14é bom demais.
37:15Me desculpem
37:16fazer aqui o juízo
37:17de valor do meu entrevistado,
37:18mas é bom demais
37:19ouvir isso.
37:20E aí
37:21E aí
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