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  • 21/06/2025
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No Papo Antagonista desta quarta-feira, Claudio Dantas e Mario Sabino comentaram a repercussão no meio jurídico da decisão de Luiz Edson Fachin que anulou as condenações de Lula e do julgamento na Segunda Turma do STF sobre a possível suspeição de Sergio Moro.
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Transcrição
00:00E hoje, mais cedo, o desembargador João Pedro Gebran Neto,
00:04que é o relator da Lava Jato no TRF4,
00:06abriu a sessão fazendo uma defesa da operação.
00:11Atuamos com absoluta independência, disse ele.
00:14Todos os feitos foram julgados com dedicação,
00:16cuidadoso estudo dos autos,
00:18acurado exame das provas licitamente obtidas,
00:22licitamente obtidas,
00:24iniciação dos fatos imputados e dos direitos reivindicados pelas partes.
00:28Nós ouvimos em gabinete, em reuniões virtuais,
00:31todos os advogados,
00:32nas milhares de vezes que nos procuraram,
00:35bem como atendemos os procuradores da República,
00:37quando igualmente vieram aos gabinetes despachar.
00:40E sempre houve mútuo, elevado e republicano respeito, cortesia e decoro.
00:45Temos a convicção de que empregamos o máximo nas nossas capacidades,
00:49que aplicamos o melhor direito e atuamos com o mais espírito de justiça,
00:55estou reproduzindo a frase,
00:57as muitas decisões examinadas e mantidas pelo STJ reforçam essa convicção.
01:03Então está aí a frase do Gebran,
01:07o advogado da Lava Jato,
01:09dos procuradores que integraram a Lava Jato,
01:11Marcelo Yopemacher,
01:12também criticou essa decisão do Jumar,
01:15justamente aquilo que o Mário estava citando no início,
01:17a questão de impor ao Sérgio Moro o pagamento das custas processuais,
01:22lembrando que isso é um habeas corpus,
01:25um habeas corpus que não tem o Moro como parte,
01:28ele não é parte da ação, do processo,
01:32porque é um recurso, é um habeas corpus,
01:34e não há como, isso é um ineditismo,
01:38ele diz aqui, além do ineditismo,
01:40e aí ele alerta,
01:42decisão em tal sentido acaba por transformar a magistratura em atividade de risco,
01:47o que se revela incompatível com o Estado democrático de direito,
01:51e que não se pode consagrar a existência de punição por opinião
01:53ou interpretação jurídica que não seja do agrado de determinado público.
01:58Parece justiça, mas é política.
02:00Na verdade, essa é a intenção,
02:01é cada vez criar um ambiente em que procuradores, juízes,
02:06delegados de polícia,
02:07fiquem constrangidos de cumprir a sua missão institucional,
02:11com medo, com receio,
02:13de serem punidos lá na frente.
02:15Aliás, nós registramos mais cedo
02:17que já há uma articulação nos bastidores,
02:19não só para caçar os direitos políticos do Sérgio Moro,
02:21como dissemos ontem,
02:22mas também para restringir o poder de investigação do Ministério Público,
02:26novamente esta tentativa de blindar esse sistema apodrecido.
02:33Mário?
02:35Bom, está dito.
02:37Agora, eu gostaria de voltar à decisão do Fachin,
02:41porque supõe-se que ele tenha anulado as condenações do Lula
02:46para tentar preservar o Sérgio Moro da suspeição.
02:51Eu achei um desastre.
02:54Se essa foi a intenção,
02:55se esta foi a intenção, foi um desastre.
02:59Porque quando ele anula as condenações do Lula,
03:03obedecendo a esse argumento malandro,
03:06esse entendimento, como se fala, malandro,
03:10de que a terceira vara criminal de Curitiba Federal
03:12não tinha competência para julgar os casos do Lula,
03:16porque os casos não se referiam apenas a Petrobras,
03:19ele acaba tirando a legitimidade de todo o processo,
03:31todo o devido processo legal pelo qual o Lula passou.
03:35Porque, vamos lembrar, o Lula não foi apenas condenado pelo Moro,
03:41ele foi condenado também pelo TRF-4,
03:44ele também teve sua sentença confirmada em terceira instância.
03:47Porque é importante explicar isso.
03:50Um juiz, quando recebe uma ação,
03:53ele tem que verificar se é da competência dele ou não.
03:58Porque ele pode dizer, olha, isso aqui não é da minha competência.
04:01Isso aqui é da competência, sei lá, da Justiça de São Paulo,
04:04da Justiça do Distrito Federal,
04:05não é, no caso do Moro, da competência de Curitiba.
04:09Muito bem, quando depois de quatro anos o Fachin diz,
04:15bem, então em obediência, em consonância com o novo entendimento,
04:21com o novo entendimento, com o entendimento que vem sendo verificado aqui na segunda turma,
04:27os casos do Lula não são da competência do Sérgio Moro,
04:32ele deslegitima, inclusive, aumentando a suspeição do Moro.
04:36Porque se ele foi um juiz que atraiu para si casos que não eram da competência dele,
04:41isso torna, teoricamente, mais suspeito.
04:45Então ele facilitou, o Fachin facilitou,
04:48essa aqui é a verdade,
04:49facilitou o trabalho,
04:52o servicinho,
04:54do Gilmar Mendes.
04:56Entende?
04:56Porque, obviamente, o Gilmar Mendes ia levar adiante
05:01a questão da suspeição,
05:04independentemente de anulação de condenação ou não,
05:07porque o que o Gilmar quer
05:11é anular a Lava Jato inteira
05:13que pega os amigos dele,
05:16que não são petistas,
05:18certo?
05:19É isso que ele quer,
05:21e isso seria levado adiante, repito,
05:23de qualquer maneira.
05:24Mas isso ganhou este ingrediente a mais,
05:29com o perdão aqui da redundância,
05:32ganhou este ingrediente
05:33de ter ainda as condenações do Lula
05:36anuladas pelo próprio relator da Lava Jato,
05:40o que é uma piada.
05:43E se isso for a plenário,
05:45é óbvio,
05:47é óbvio que ninguém pode contrariar o relator da Lava Jato,
05:50vai ser um pouco esquisito.
05:51Se o relator da Lava Jato diz que não era da competência,
05:54quem sou eu para dizer que era?
05:59Afora, Cláudio,
06:00que eu, sinceramente,
06:03não caio nessa história
06:05de que foi para salvar
06:06a pele do Moro
06:08e preservar o resto da Lava Jato.
06:10Eu não acho que isso...
06:11Isso até pode ser um pretexto,
06:13pode ser até uma parte da verdade.
06:15A outra parte da verdade
06:17é que o ministro Edson Fachin,
06:20que é oriundo da esquerda,
06:22fez campanha para Dilma Rousseff,
06:24já vinha,
06:26nos últimos tempos,
06:28dando outra vez
06:29piscadelas
06:30ao seu berço político.
06:32E não é à toa,
06:36e eu garanto a você
06:38que ele se sentiu muito homenageado,
06:41que o Lula o tenha elogiado
06:43nesse discurso de hoje,
06:45nesse comício de hoje.
06:47Então, assim,
06:48a realidade é muito mais complexa
06:50do que a gente imagina.
06:51É muito possível também
06:53que a Carmen Lúcia,
06:54quando retomarem
06:56o julgamento da suspeição,
06:58mude o voto dela
07:00para declarar o Moro suspeito.
07:03É outra que,
07:04se fizer isso,
07:05dará uma piscadela
07:07ao seu berço político,
07:09porque ela também
07:10foi indicada
07:13por um petista,
07:15no caso, o próprio Lula.
07:17Então, assim,
07:18nessa história toda,
07:22o que menos tem,
07:23é direito.
07:25O que tem ali
07:26é política,
07:28é interesse pessoal,
07:30é o amigo direto
07:31ou o amigo do amigo.
07:33É só isso.
07:53que não tem,
07:58é o amigo do amigo do amigo do amigo.

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