A Roche e o AC Camargo Cancer Center firmaram um acordo de compartilhamento de risco para reduzir custos com medicamentos para tratamento do câncer, promovendo acesso mais amplo a tratamentos inovadores. Líder de acesso à saúde da Roche, Paulo Moretti comentou sobre a parceria em entrevista ao Jornal Times Brasil neste sábado (14).
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00:00Seguindo aqui, a gente fala agora da Roche Pharma Brasil e o Hospital A.C. Camargo, que se uniram para baixar os preços de remédios contra o câncer.
00:08Sobre isso, eu converso agora com o Paulo Moretti, líder de acesso à saúde da Roche Pharma Brasil.
00:14Tudo bem, Paulo? Boa noite, seja muito bem-vindo.
00:17Obrigado, boa noite, Natália. Tudo bem?
00:19Tudo bem, olha que notícia interessante, né? E queremos sua ajuda para a gente entender melhor.
00:25Esse contrato, Paulo, é chamado de compartilhamento de risco, certo?
00:28Explica para a gente como é que isso funciona na prática.
00:31Sim, nós temos hoje três acordos com o A.C. Camargo, diferentes, que chamamos de compartilhamento de risco,
00:39porque está relacionado ao acompanhamento do tratamento dos pacientes.
00:43E caso este tratamento não atinja os objetivos clínicos esperados,
00:49e seja necessário interrompimento ou substituição para outro tratamento,
00:52nós temos um acordo de reembolso ao hospital deste ciclo inicial de tratamento dos pacientes de câncer de pulmão e de fígado hoje.
01:01Existe um terceiro modelo, que estamos começando com o A.C. Camargo também,
01:06que acompanha o risco da necessidade de extensão do tratamento.
01:10Então, dentro de um protocolo, dado uma quantidade de ciclos terapêuticos específicos,
01:18mas o paciente não evolui da forma esperada e há necessidade de uma expansão,
01:24a Roche também entra compartilhando o risco financeiro dessa expansão de tratamento do paciente.
01:32Interessante. E, Paulo, de fato, o preço dos remédios tem um peso muito grande, né?
01:36É a maior dificuldade para o acesso ao tratamento e para se ampliar e agilizar esses tratamentos?
01:43É, nós estamos falando de terapias de condições de saúde complexas,
01:48de terapias inovadoras que tendem a ter um custo bastante relevante para esse tratamento.
01:53Então, nós entendemos que para que a gente possa ampliar o acesso a essas inovações
01:59e que a gente também possa garantir o valor entrega para o paciente do melhor cuidado possível,
02:06é muito importante que todos os setores de saúde estejam dispostos a dialogar
02:12para a redução, para o controle desses custos e para trazer uma sustentabilidade
02:16para que essas inovações possam chegar para os pacientes, né?
02:20Com certeza. E, Paulo, inicialmente esse acordo contemplava casos ali de câncer de pulmão,
02:26de pequenas células, depois foi ampliado para câncer de fígado?
02:30Como que isso foi possível, né?
02:32O primeiro acordo que nós firmamos com o AC Camargo foi em 2022,
02:40e já previa este acompanhamento dos pacientes com câncer de pulmão inicialmente.
02:46À medida em que foi evoluindo de forma satisfatória,
02:50e os pacientes, nós, na verdade, assim, nós vimos um resultado muito positivo,
02:56nós esperávamos uma necessidade de acesso a este acordo com pacientes
03:05que não evoluíssem de forma satisfatória mais cedo,
03:07mas demoramos dois anos, ou seja, o resultado foi muito positivo,
03:1085% dos pacientes respondiam de forma positiva ao tratamento,
03:15Então, a primeira falha aconteceu quase 18 meses depois do início.
03:19À medida que isso foi ficando mais claro,
03:22que isso foi criando uma clareza por as duas partes,
03:26fomos entendendo que existem outras jornadas de tratamento,
03:30existem outros pacientes e outras terapias
03:32que também poderiam se beneficiar dessa estratégia,
03:35e hoje, além desses três acordos,
03:38nós estamos em negociação com o próprio hospital
03:40para a expansão para mais duas jornadas de tratamento
03:43de pacientes com modelos semelhantes ao que nós já temos com eles.
03:49Legal, Paulo.
03:50E só para incluir todo mundo na conversa,
03:51porque quem é do setor médico pode entender como óbvio,
03:55mas esses tratamentos, a gente está falando, é quimioterapia?
03:59Não, não são quimioterapias, são imunoterapias,
04:03são tratamentos específicos para o câncer de pulmão e de mama,
04:08e são as terapias mais inovadoras que existem no momento.
04:12Por isso, geralmente relacionados a custos,
04:15geralmente relacionados à maior dificuldade de acesso dos pacientes.
04:19E aí, Paulo, vocês implementaram um modelo inédito no Brasil,
04:22para a oncologia, que é baseado num teto de gastos.
04:25O que isso significa nesse setor?
04:27Quais são os resultados?
04:28O que você pode compartilhar com a gente?
04:31Exatamente.
04:31Na verdade, esses modelos de divisão de risco,
04:35no conceito do que se discute globalmente,
04:40inclusive nos setores aqui no Brasil,
04:42eles já existem há algum tempo.
04:44A grande dificuldade, a grande diferença que existe
04:46nesta iniciativa é exatamente o resultado positivo que conseguimos,
04:54e nas situações em que aconteceram as necessidades de troca,
04:59a efetivação mesmo do ressarcimento ao hospital.
05:03E agora existe esse modelo,
05:04esse novo contrato que fizemos, que você comentou,
05:09ele tem a ver, o teto está relacionado à extensão do tratamento.
05:13Então, se caso o paciente
05:15venha a necessitar da extensão do que está programado,
05:20a Roche vai arcar com essa extensão.
05:22Acreditamos que também vamos ter bons resultados
05:25e a quantidade de, vamos dizer assim,
05:28de extensões, de falhas ou de necessidades de expansão
05:31vão ser menores do que a gente imagina,
05:33como esses dois primeiros acordos já nos mostraram.
05:37Legal.
05:38Acho que é legal a gente dar também um contexto,
05:40da dimensão disso, da importância, inclusive,
05:42do AC Camargo, como uma instituição de excelência
05:46e muito abrangente, né, Paulo?
05:47O AC Camargo sempre foi muito parceiro
05:51nestas discussões.
05:52O AC Camargo é um hospital de referência
05:55para as discussões de inovação
05:59na relação com os pagadores,
06:01na relação com a indústria,
06:03na relação com o SUS.
06:05Mas eu queria salientar também
06:07que esses modelos a gente tem discutido
06:09com todos os setores da saúde,
06:11seja operadoras de saúde, hospitais,
06:14grandes grupos.
06:15Estamos abertos, inclusive,
06:17para a discussão com o setor público.
06:20Já existem algumas iniciativas também
06:22em outros grupos
06:24para a expansão de conceitos semelhantes,
06:28porque nós acreditamos que
06:31a parceria com todos os setores
06:35é o que vai facilitar o acesso
06:37aos pacientes que precisam
06:40e a sustentabilidade do sistema como um todo.
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