Renan de Souza e Felipe Machado analisaram a nova rodada de negociações entre EUA e China no Reino Unido, discutindo os interesses geopolíticos, as pressões econômicas e as estratégias de cada país diante do cenário global.
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00:00E o Renan de Souza já está chegando aqui com a gente no Money Times para falar sobre a segunda rodada de negociação entre Estados Unidos e China, que acontece em Londres.
00:11É uma tentativa de preservar a frágil trégua comercial.
00:16Renan de Souza, muito boa noite para você aí em Abu Dhabi, boa tarde aqui para nós.
00:22Renan, qual a expectativa aí para esse encontro? A gente sabe que temos Scott Bassett, secretário do Tesouro, também o Howard Lutnik, secretário de Comércio, entre a comitiva norte-americana e a comitiva chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro Heli Feng.
00:38O que poderemos esperar aí, o que pode sair dessa reunião? Seja bem-vindo ao Money, meu amigo.
00:43Olá, Eric Klein, muito obrigado para você e para todos que nos acompanham.
00:50Pois é, essa reunião acontece neste momento em Londres, na Lancaster House, uma reunião que está sendo meio que mantida ali como segredo, as pessoas não estão falando muito sobre o que acontece.
01:03Acho que a gente tem até imagens ao vivo da Lancaster House, que mostra ali o ambiente diplomático onde acontecem essas negociações.
01:12um lugar bastante importante na história britânica, na história da diplomacia, que pode aí resultar talvez num avanço nas relações entre Estados Unidos e também China,
01:29Agora você vê imagens ao vivo da Lancaster House, a mídia justamente está reunida ali em frente a esse lugar, onde acontece a reunião entre as duas delegações.
01:40Mas a expectativa de um avanço significativo, ela não é muito grande, né?
01:45Isso porque a gente precisa entender que as relações entre Estados Unidos e China estão num nível muito baixo.
01:53E mais cedo, Kevin Hassan, que é o diretor do Conselho de Economia da Casa Branca,
01:59disse com exclusividade à CNBC que a tentativa dos Estados Unidos nessa reunião é tentar destravar o acesso aos chamados minerais raros.
02:11Isso porque os Estados Unidos acusam a China de segurar o acesso a esses minerais raros,
02:18que são essenciais na produção de tecnologia, de semicondutores.
02:23E os Estados Unidos precisam desses minerais raros e a China controla 90% de toda a produção global.
02:32Então é muito claro que a China está utilizando esse mecanismo dos minerais raros como uma ferramenta também de colocar na mesa,
02:41de pressionar os Estados Unidos e os Estados Unidos precisam desses minerais e estão tentando destravar essa negociação.
02:48Então, Kevin Hassan disse à CNBC que espera que haja um grande acordo nesse sentido,
02:55um grande aperto de mãos e que tudo fique para trás e aí eles possam discutir outras questões.
03:01Por isso, a expectativa de hoje é que não deva acontecer nenhum acordo extremamente significativo,
03:08porque os dois lados precisam primeiro quebrar essa barreira, né?
03:12E a China, por outro lado, também quer que os Estados Unidos recuem em algumas medidas como aquela proibição de visto aos estudantes chineses
03:22para que as relações possam tentar melhorar ali um pouco, né?
03:26A gente precisa levar em consideração que China e Estados Unidos são grandes rivais, né?
03:31Então, uma negociação não vai se resolver assim da hora do dia para a noite, né?
03:37São necessários meses a cabo para tentar costurar um acordo comercial mais significativo, com mais detalhes.
03:45E aí o que a gente viu hoje foi, por exemplo, a China anunciando uma redução de 34,5%
03:52nas exportações para os Estados Unidos no mês de maio.
03:56Então, foi uma queda bastante significativa, uma queda expressiva, né?
04:00Se a gente considerar que Estados Unidos e China começaram a negociar, deram uma trégua ali nas tarifas na metade de maio,
04:08mas o impacto, ele veio com os números nessa segunda-feira, o que mostra a importância de que essas duas nações
04:15precisam sentar à mesa para, pelo menos, avançar em algum sentido, né?
04:20A gente está falando da primeira e da segunda maior economia do mundo e é necessário um avanço.
04:25E essa é a grande esperança, né?
04:27Até os mercados nessa região aqui do mundo, na Ásia, fecharam com uma certa alta,
04:33com uma esperança de que pode haver algum progresso entre Estados Unidos e China hoje.
04:39Mas, até agora, a gente não ouviu nada de nenhuma das duas delegações,
04:43porque essa reunião está sendo mantida com bastante sigilo, né?
04:46Ela é tratada ali com bastante seriedade e acontece quatro dias depois
04:51que Donald Trump e Xi Jinping falaram por telefone pela primeira vez
04:56desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Eric.
04:59É, Renan, essa queda nas exportações que você mencionou é o maior recuo dos últimos cinco anos,
05:06desde fevereiro de 2020, que não tinha uma queda, um índice tão elevado assim, ou melhor,
05:12um índice que recuou tanto da exportação, né?
05:14Diminuindo 34%.
05:16E a gente sabe que a China, ela está tentando diversificar aí os países do comércio
05:24para mandar os seus produtos.
05:26Mas, muitos desses produtos ainda ficam dentro da China
05:29e isso está fazendo o preço por lá desabar,
05:32porque você tem uma oferta muito grande
05:34e uma demanda que não acompanha essa oferta,
05:37já que o escoamento para os Estados Unidos caiu 34%.
05:41E aí a inflação recuou de novo, 0,1% é o quarto mês seguido,
05:48tivemos fevereiro com 0,7% e aí os outros meses até maio,
05:52de 0,1% está criando um problema também ali na China, né, Renan?
05:57Então, é rápido, precisa rápido aí de um acordo, né?
06:04Exato.
06:05A China enfrenta esse problema, né,
06:07que muitos países queriam até enfrentar,
06:09ser danço nesse sentido, né?
06:11Então, a China ainda é um país extremamente dependente das suas exportações.
06:17Culturalmente, os chineses, eles guardam muito, né?
06:20Isso faz parte da cultura do chinês guardar muito do que ganha.
06:24Muitas vezes, mais de 40%, 50% do que ganha com o trabalho,
06:29eles guardam, né?
06:29O que é positivo, se você falar com muitos educadores financeiros,
06:34mas quando muita gente faz isso num país como a China,
06:38você acaba causando um problema enorme para a economia do país,
06:42que não tem o interesse, não tem esse apelo no consumo,
06:45como a gente vê em outras grandes economias,
06:48como nos Estados Unidos ou até mesmo no Brasil,
06:51que são mercados consumidores muito grandes, muito importantes,
06:55ou também no mercado europeu.
06:57Por isso, é de interesse da China também reativar,
07:01melhorar essas relações com os Estados Unidos.
07:04Isso porque as exportações da China
07:06até aumentaram em alguns setores ali,
07:09mas basicamente para países da região, né?
07:12Países da Ásia.
07:14E a China precisa, e muito, obviamente,
07:17de exportar aquilo que produz para os Estados Unidos, né?
07:20A demanda do mercado interno não supre, né?
07:24Então, é uma situação bastante complicada ali,
07:27enfrentada pelos chineses, Eric.
07:29E assim, a China indo até Camboja, Vietnã,
07:31Xi Jinping, né?
07:32Fez uma viagem ao sudeste da Ásia,
07:36como eu falava, Camboja, Malásia, Vietnã,
07:39mas esses países não absorvem tudo.
07:41Tem acordo também com a Índia,
07:43melhora aqui a relação comercial com o Brasil,
07:45mas não absorve toda essa exportação,
07:49ou toda a produção aí, por exemplo,
07:51que iria para os Estados Unidos.
07:53E, Renan, você citou que deve ficar aí
07:55num aperto de mão, né?
07:56Nessa reunião dos representantes norte-americanos e chineses,
08:00mas os investidores estão querendo mais
08:01do que aperto de mão, viu, Renan?
08:03Nós vamos falar com o nosso correspondente na Itália
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