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O Match Gastronômico recebe Manoel Landmann que assumiu os negócios da família aos 23 anos e, desde então, vem construindo uma trajetória marcada por estratégia, inovação e paixão pela boa culinária. Neste episódio, recebemos Manoel para uma conversa sobre tradição, transformação e, claro, chocolate.

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Notícias
Transcrição
00:00Olá, bem-vindos a mais um MET Gastronômico,
00:03o maior programa de gastronomia e empreendedorismo do Brasil.
00:06Eu sou a Manu Carvalho.
00:07Eu sou o Gabriel Carvalho e a gente está aqui de novo
00:09para explorar o sabor do sucesso e aprender com histórias inspiradoras.
00:12Então já pega o copo e vem no bate-papo de hoje, né, Manu?
00:14Eu ia pegar o seu, mas aí a gente está um pouquinho confuso
00:18porque estamos de cenário novo, né?
00:20E hoje o convidado, o nosso convidado de hoje,
00:23o nosso convidado de hoje, o nosso convidado de hoje,
00:26o nosso convidado de hoje, o nosso convidado de hoje,
00:29e hoje o convidado é um empreendedor
00:31que cresceu numa família de chocolateiros.
00:33É isso aí, Manu.
00:34Na verdade, ele se formou em administração nos Estados Unidos
00:37e assumiu os negócios da família aos 23 anos.
00:39Começou jovem, né?
00:40Jovem, jovem.
00:41Seja muito bem-vindo ao MET Gastronômico, Manuel.
00:44É um prazer enorme ter aqui você com a gente.
00:47Inclusive, eu sou sua fã há bastante tempo,
00:50então a gente só vai dar mais MET aqui.
00:52Obrigado, Manu. Obrigado, Gabi.
00:55Uma honra estar aqui com vocês.
00:59Enfim, vamos conversar um pouquinho aí
01:02sobre o que é o mundo do chocolate, né?
01:05Vamos então descobrir o sucesso da Chocolate do Juro.
01:08Mas antes da gente começar o bate-papo,
01:10não esqueça de seguir a gente nas redes sociais
01:12que é arrobaMET.gastronômico
01:14e também se inscrever no nosso canal do YouTube.
01:17É isso aí, Manuel.
01:18Também compartilha suas redes aqui pro pessoal que tá seguindo a gente.
01:21As minhas redes?
01:23A única que a gente tem é arrobaChocolatedoJuro.
01:25Tá fácil.
01:26Tá fácil.
01:27Tá fácil.
01:28Boa.
01:29Então vamos direcionar um pouco pra seguir o melhor chocolate que tem.
01:33Eu queria saber um pouquinho como é que foi pra você
01:35crescer naquela fábrica de chocolate quase Willy Wonka, não era?
01:39É um sonho que...
01:42Toda criança tem.
01:43Toda criança tem, né?
01:44Minha irmã e eu, a gente teve a oportunidade de viver isso aí
01:47antes da Chocolate do Juro começar,
01:50com a minha mãe começando as suas pesquisas, a sua história.
01:55Vocês tinham quantos anos quando ela começou, Manoel?
01:57A Chocolate do Juro começou oficialmente em 87.
02:00Ah!
02:01Minha mãe começou a brincar em casa com chocolate acho que em 83, 84.
02:06A primeira marca registrada foi Truffles do Juro,
02:09que é o primeiro produto da Chocolate do Juro,
02:12Truffle Noir.
02:14E essa marca...
02:16Tá até hoje no cardápio?
02:17Até hoje.
02:18Até hoje.
02:20E a Truffles do Juro foi registrada em 84.
02:24Então ali já estava a sementinha do sonho.
02:30E nós fomos ali os guinea pigs, os ratinhos de laboratório,
02:38nós, meu pai, outros amigos, pessoas da família,
02:42tendo a oportunidade de experimentar muito chocolate.
02:45Muito chocolate.
02:46E para ela, você falou que começou com a sua mãe.
02:51Da onde surgiu essa coisa de,
02:53poxa, vou fazer um chocolate diferente no Brasil,
02:56numa época que talvez a gente não via tanta variedade de doces e chocolates?
03:02E como é que foi a família inteira entrar nesse projeto?
03:05Acho que não via nada quase disso no Brasil.
03:09Minha mãe tinha a oportunidade de viajar bastante com meu pai.
03:12Ele ia muito para a Europa a negócios, ela ia junto.
03:16E sempre curtiam algum fim de tarde em alguma chocolateria
03:21com uma taça de champanhe.
03:23E a curtição deles era essa.
03:25Que legal.
03:26E aí voltavam para o Brasil e ficavam frustrados.
03:31Não tem isso aqui.
03:33Queria poder comer isso.
03:34Queria poder e não tinha.
03:36E um dia meu pai recebeu uma visita
03:38que trouxe uma caixa de truffles da Bélgica para ele.
03:42Ele experimentou antes.
03:44E quando ele chegou em casa, ele já tinha comido uma.
03:46E falou para a minha mãe,
03:47olha, a melhor que eu ganhei até hoje.
03:49E ela experimentou aquela truffle e falou,
03:52é, legal, mas acho que eu consigo fazer.
03:57Que bacana.
03:58Então, acho que foi uma...
03:59Começou aí o ensaio dela.
04:01É, uma aposta, quase, porque ele respondeu duvido.
04:04Então, foi assim.
04:06Eram dois jovens apaixonados e entraram nisso junto.
04:11Minha mãe, uma pessoa obstinada, muito dedicada.
04:14Na hora que ela ouviu esse duvido, acho que também...
04:17Clicou.
04:18Clicou.
04:19E dali ela começou...
04:21E dentro dessa mistura, Manoel,
04:23você acha que você trouxe mais o lado sonhador e criador da sua mãe
04:27ou o lado mais estratégico do seu pai?
04:30Como é que foi isso?
04:31Ou foi uma misturinha dos dois?
04:32Eu acho que tem uma mistura dos dois.
04:34Uma mistura muito boa dos dois.
04:36Eu consigo sonhar bastante.
04:38Legal.
04:39Um ponto que eu acho que é muito legal e diferente
04:42é porque se a gente pensar em fazer uma chocolateria hoje,
04:48é muito mais fácil, porque você tem as receitas na internet,
04:51você tem o e-book, você tem o curso do MET gastronômico
04:55para poder fazer.
04:56Vários treinamentos e aulas e acessos.
04:58Em 87, a sua mãe ia achar que ela poderia reproduzir uma trufa
05:02sem ter...
05:03Helga.
05:04Não tinha YouTube.
05:05Eu fico pensando, onde é que ela foi entender como faz isso?
05:08Ela consumiu muita literatura.
05:11Muita literatura.
05:13Ela praticou muito.
05:18Ela degustou muito.
05:20A gente degustou muito.
05:22Que era um problema, né?
05:23Essa era a parte mais chata, né?
05:25Eu nunca achei ruim, mas eu era criança,
05:27então o meu paladar não contava tanto.
05:32Mas, enfim, cada trufa que ela fazia,
05:34ela levava para o meu pai experimentar
05:36e ele falava, é, tá bom, mas acho que dá para ir um pouquinho mais.
05:41E acho que chegou num ponto que ela estava realmente
05:44muito empenhada nisso e muito determinada a fazer isso.
05:49E aí meu pai, através dos contatos dele,
05:51conseguiu colocar ela num curso de chocolateira na Bélgica.
05:56Então ela foi para a Bélgica, ela fez o curso.
05:58Ela se formou chocolateira.
06:03Depois ela quis ir para os Estados Unidos
06:04fazer um curso de chocolate maker,
06:06que é uma coisa que, assim,
06:10uma visão mesmo para conseguir entender o todo.
06:15Que devia ter muitas diferenças culturais
06:17entre as duas escolas, imagina.
06:19Mas não é só isso.
06:20O mundo do chocolate é dividido em dois.
06:23Então você tem ali o chocolate maker,
06:26que é quem vai da amêndoa até a barra.
06:31Tá bom.
06:32E aí você tem o chocolatier,
06:34que é quem trabalha da barra para frente.
06:37Entendi.
06:38Então pode produzir tabletes, pode produzir trufas,
06:41bombons, pralinês que estão cobertos de chocolate.
06:47E a escola europeia é muito de você trabalhar
06:50da barra para frente.
06:51Então o pessoal realmente tem uma artesania fantástica
06:56da barra para frente e trabalha muito recheio
07:00e trabalha muito arte artística, esculturas e coisas fantásticas.
07:07Mas trabalha pouco a fruta.
07:08Mas trabalha pouco a fruta.
07:09Legal.
07:11E quando a minha mãe começou, ela queria...
07:14O que ela queria era o todo.
07:18Mas era impossível aquilo naquela época.
07:21Você não tinha cacau de qualidade,
07:23você não tinha maquinário para pequena escala.
07:27Então ela, quando começou a Chocolat du Jour,
07:32começou trabalhando da barra para frente.
07:35Entendi.
07:36E durante 15 anos ela teve a oportunidade
07:38de aperfeiçoar a técnica de chocolatier dela,
07:42dentro do conceito que ela queria trazer para o mercado,
07:47do chocolate fresco.
07:49E tinha uma frustração grande dela com a qualidade da matéria-prima?
07:52Ela sentia que faltava?
07:54Você tinha que trabalhar com o que tinha
07:57e melhorar a partir do que tinha.
08:00Então, dentro daquilo que está lá,
08:03até onde você pode chegar?
08:05E vamos aí.
08:06Até onde eu posso chegar?
08:08Eu me lembro ali na década de 90, em 1990,
08:11quando abriu a economia, eu ainda criança,
08:14a gente tinha acabado de abrir a loja na Doc Lobo.
08:17Gente, eu cresci dentro da Chocolat du Jour.
08:20Então, as conversas em casa,
08:22o meu pai não participava do dia-a-dia da Chocolat du Jour,
08:25ele sempre foi o torcedor número um da Chocolat du Jour
08:28e dava um apoio administrativo para a minha mãe,
08:30mas é ela que tocava tudo.
08:35E aí aprendeu a ser empresária,
08:37não só chocolatier, de ter que falar contador,
08:41de ter que fazer o marketing, desenvolver fornecedor,
08:47quer dizer, é o todo.
08:50Então, a conversa em casa era muito em torno disso.
08:53E tinha aberto a loja na Doc Lobo,
08:55que era um passo importante,
08:57a gente começou ali na Tilo Inocente.
09:00A loja da Doc Lobo é o mesmo lugar de sempre?
09:04Sim e não.
09:06Tá.
09:07A loja da Doc Lobo ficava entre o Esplanada Grill e o Fasano.
09:11Tá bom.
09:12Espaço que hoje é um shopping center.
09:16Então, nós saímos de onde nós estávamos,
09:19para o shopping ser construído,
09:21e a gente voltou para o mesmo lugar
09:23depois que o shopping estava construído.
09:25Que é o CJ Shops.
09:26Exatamente.
09:27Sim.
09:28Curiosidade, mudou alguma coisa na performance da loja?
09:30Nada.
09:31Mesma coisa?
09:33Ah, é uma loja super bem estabelecida.
09:38Manteve a tradição, manteve o ponto.
09:41Hoje a gente tem duas lojas na Doc Lobo, né?
09:45Sim.
09:46Porque durante o período da construção,
09:47a gente saiu e colocou uma loja dentro de uma galeria,
09:51dois quarteirões para cima.
09:52Em frente ao Zucco e ao Rodeio.
09:54Exatamente.
09:55E quando o CJ Shops se inaugurou,
09:59a gente achava que a gente ia fechar.
10:01Mas não, porque tem um público que quer aquela loja,
10:05quer ir naquela loja,
10:06quer aproveitar o café naquela loja,
10:08que tem o seu ambiente mais tranquilo, diferente.
10:12Quer dizer, acho que um lugar é ver e ser visto
10:16e o outro lugar é mais tranquilo.
10:20Então tem as duas coisas.
10:22As características.
10:23Quantas unidades vocês têm hoje?
10:25São todas de vocês?
10:26Todas nossas.
10:27Como é que funcionam as franquias?
10:29São 12 lojas, não tem franquias.
10:31Tem o e-commerce também, tem uma parte institucional.
10:35Hoje a gente é 100% verticalizado.
10:39A gente tem a nossa própria fazenda.
10:41Então a gente tem a nossa fazenda de cacau.
10:44A gente planta o cacau, fermenta.
10:46Qual a região que fica a fazenda?
10:48Fica no Baixo Sul da Bahia.
10:50Que é uma das regiões mais tradicionais de cacau.
10:53Cacau, né?
10:54Exatamente.
10:55Está a 140 quilômetros de Ilhéus.
10:57Isso.
11:01Enfim, a gente cuida do...
11:03Do contexto inteiro.
11:05Do processo todo, do contexto inteiro.
11:06Muito legal.
11:07Tem algum ritual, Manuel, que vocês carregam
11:10ou que você manteve desde a época da sua mãe
11:12e que segue hoje ainda no Chocolato Ju?
11:15Acho que tem vários.
11:16Minha mãe deixou várias coisas lá.
11:18São processos meio que religiosos.
11:22Sentimentadas, culturais.
11:24Não chamaria de ritual, mas...
11:30Qualidade, qualidade, qualidade.
11:32A gente não abre mão de qualidade.
11:33Não é nada que a gente faz nunca.
11:36Sim.
11:37Frescor, frescor, frescor.
11:39A gente está no nosso nome.
11:41Está na nossa promessa de produto para os nossos clientes.
11:45Chocolato do Ju, do dia.
11:47Fresco.
11:48É verdade.
11:49Então, conversando com pessoas do segmento,
11:55muitas vezes falavam
11:56Manuel, você tem duas lojas.
11:58Não vai dar para seguir com isso
12:00quando você tiver um pouco maior.
12:01Aí você vai para quatro lojas.
12:03Não vai dar para continuar dessa forma quando você for...
12:06Aí vai para oito lojas.
12:08Aí quando você for para fora de São Paulo, não dá mais.
12:11Aí está com loja em Rio, está com loja em Goiânia,
12:13está com loja em Salvador.
12:15E assim, a gente desenvolveu um sistema de gerenciamento de freshness
12:19que é nosso.
12:20Como é que funciona?
12:23A gente produz em cima da demanda.
12:25A gente está produzindo todos os dias em pequenos batches
12:29todos os produtos.
12:31Quer dizer, é uma cozinha muito viva.
12:35E acaba que funciona.
12:37Trabalhar com ingredientes super premium.
12:42Numa forma super premium.
12:44Acho que não parar de querer aprender.
12:46Isso é uma coisa que minha mãe deixou lá com a gente.
12:48Legal.
12:49O tempo todo você está se desafiando
12:53e entendendo que dá para melhorar.
12:57Um pouquinho que seja a cada dia
12:59em alguma coisa do negócio.
13:01Às vezes não precisa ser no chocolate.
13:05Mas é na forma de atender o cliente,
13:07é na ambientação da loja,
13:09é no detalhe do guardanapo.
13:14É uma soma de detalhes que faz o todo.
13:17Ela deixou isso claro para a gente também.
13:21Quer dizer, tem vários quadrinhos que a gente tem no nosso escritório
13:24que foi o escritório dela antes de ser nosso escritório.
13:29A corrida pela qualidade não tem fim.
13:32A gente está numa ultramaratona.
13:34Não tem fim.
13:35Não vai acabar nunca.
13:37E é legal isso.
13:38Essa constante.
13:40Eu acho que quem trabalha no meio da gastronomia,
13:42a corrida nunca acaba.
13:44Você nunca para de querer surpreender os clientes.
13:48Então acho que isso é a regra número um
13:51para trabalhar no nosso meio.
13:54E quando a gente fala da gastronomia,
13:56você me contou que desde pequenininho
13:58estava ali nas fábricas aprendendo com a sua mãe.
14:01Mas era uma coisa que desde o começo você queria
14:03ou você foi levado pela vida?
14:05E aí você falou, estou aqui e vou ficar aqui.
14:09Acho que eu sempre admirei o trabalho da minha mãe.
14:12Também admirava muito o trabalho do meu pai.
14:15Eu tive a oportunidade de trabalhar com os dois.
14:18Eu tive a oportunidade de trabalhar em um banco antes.
14:21De nada.
14:22O negócio do meu pai é um negócio de commodity.
14:24Quer dizer, outra coisa.
14:27Seu pai era empresário também.
14:28Era empresário também.
14:32Aprendi com os dois que não tem
14:35atalho nas coisas que a gente faz.
14:41Quando eu me formei,
14:42eu olhava para a Chocolat do Júlio
14:43e eu via a minha mãe,
14:44e eu me lembro que a minha mãe,
14:45quando eu era pequenino,
14:46ela sempre me chamava de Júlio.
14:48Ela sempre me chamava de Júlio.
14:49Ela sempre me chamava de Júlio.
14:50Quando eu me formei,
14:51eu olhava para a Chocolat do Júlio
14:52e eu via a minha mãe sozinha
14:53e eu achava que eu podia
14:56trazer o meu conhecimento acadêmico
14:58para ajudar ela a organizar melhor o negócio.
15:03A gente bateu muita cabeça.
15:05Muita cabeça.
15:06Porque ela tinha o conhecimento prático
15:07e eu tinha o conhecimento teórico.
15:10E a gente jovem acha que sabe tudo.
15:12E a gente jovem acha que sabe tudo.
15:14Depois de um tempo,
15:15a gente percebe que a prática às vezes vale mais.
15:17Foi muita bateção de cabeça.
15:21Eu tive a oportunidade com a minha mãe
15:24de fazer tudo dentro da Chocolat do Júlio.
15:26E ela me colocou para fazer tudo.
15:28O que é super importante.
15:29Muito.
15:32Não faltou atender no caixa.
15:34Estava falando disso mais cedo.
15:35Não faltou atender na loja.
15:36Não faltou carregar a caixa.
15:38Só aprende a andar caindo.
15:40Não tem jeito.
15:41E eu acho que no começo,
15:43a grande maioria dos jovens
15:45acha um saco ter que participar de todas as áreas.
15:48Depois de 10 anos, você olha
15:50e você sabe ensinar as pessoas
15:52porque você já passou por aquela área.
15:54Então, eu acho que como aprendizado,
15:56especialmente se você tem várias lojas,
16:00você precisa ter o conhecimento de todas as áreas.
16:02Essa Páscoa,
16:05eu tive o privilégio de ter minha filha trabalhando com a gente.
16:07Ah, que legal.
16:08Quantos anos ela tem?
16:0916.
16:10Caramba, terceira geração.
16:12Ela quis ir para a loja
16:14para aprender a vender,
16:16para aprender como é que era,
16:18para entender.
16:19Que legal.
16:21E foi um pouco isso.
16:22Eu conversei com a gerente da loja e falei,
16:24olha, não tem mimimi aí, entendeu?
16:27Vai fazer o que precisar ser feito.
16:29E você vai colocá-la na função que você achar que...
16:32Tem que ser.
16:33Que tem que ser.
16:35Não é glamour, é trabalho.
16:37Sim.
16:38Legal.
16:39Então, é muito divertido.
16:42É muito gratificante.
16:43No estúdio novo, parece que a gente não pode comer,
16:46porque estamos em poltronas confortáveis, perfeitas,
16:49mas a verdade é que a gente sempre vai comer no Médio Gastronômico
16:52para poder falar.
16:53Pode deixar que tem comida, né?
16:54E assim,
16:55Chocolate do Juro, não tem como perder isso, né, Gabi?
16:58Jamais.
16:59Você que está sempre low carb, hoje...
17:01Hoje está liberado.
17:02Hoje está liberado.
17:03A gente já teve programa de Páscoa, que a gente chutou o balde,
17:05mas a Páscoa não foi embora aqui.
17:06A gente vai continuar.
17:08Olha, queria que...
17:09Já contou um pouquinho da história da Chocolate do Juro,
17:12agora vamos contar do diferencial dos chocolates da Chocolate do Juro.
17:16Bom, primeiro que a gente controla a cadeia toda.
17:19Já faz super diferença.
17:21A gente trabalha com cacau fino,
17:24que é o cacau sem defeitos.
17:28A forma que eu classifico.
17:30É a forma manual de classificar o que é cacau fino.
17:32Tá bom.
17:33Para mim, cacau sem defeitos.
17:35E tem uma produção super artesanal, né, Manoel?
17:37As pessoas têm que cuidar da planta todo dia
17:39por conta da vassoura de bruxa,
17:41e ter um cuidado super delicado com a plantação.
17:44É uma plantação ultra complexa
17:47em termos de mão de obra intensiva e cuidado.
17:50Sim.
17:51Não é simples produzir cacau de qualidade hoje em dia.
17:54E quando a gente fala de cacau de qualidade versus o commodity,
17:57você pega um cacau commodity,
18:00ele pode ter um X número de defeitos que são permitidos.
18:03E estão lá dentro da classificação dele, né?
18:05E quando a gente fala de cacau fino, a gente fala,
18:07não aceitamos defeitos.
18:08Uma curiosidade, Manoel.
18:09O que é um defeito num cacau?
18:11Um aroma de fumaça, por exemplo.
18:14Um aroma de fumaça é um defeito.
18:17O que acontece se você produzir um chocolate
18:19com um cacau que tinha aroma de fumaça?
18:21Só uma dúvida.
18:23Esse cacau, por exemplo,
18:25que não é o fino,
18:29a gente pode encontrar ele em outros produtos
18:31talvez mais baratos?
18:33Tipo, sei lá, um chocolate da Nestlé?
18:35Ou não tem a ver?
18:37Você pode encontrar ele em qualquer chocolate.
18:39Entendi.
18:40Vocês que têm o diferencial de trabalharem com fino,
18:42mas pode ser que eu esteja pagando
18:44por uma marca ultra premium
18:46que tem todo tipo de cacau.
18:48Entendi.
18:50Aí, acho que a dica é olhar os ingredientes
18:55e ver se tem aromatizante ou não.
18:57Tá bom.
18:58Essa é uma das dicas.
18:59O aromatizante é a forma de anular e de mascarar o sabor.
19:04Então, a vanillina, a baunilha,
19:09é superpotente.
19:11E mascara esse aroma de fumaça.
19:13E mascara um sem número de aromas e off flavors.
19:19Não necessariamente fumaça,
19:20porque fumaça é difícil.
19:24Acho que um cacau contaminado com fumaça
19:26vai funcionar para a produção de manteiga de cacau,
19:29que depois vai ser desodorizada, enfim.
19:32Vai ter o seu destino.
19:34Não existe perda de produto.
19:37Mas não vai funcionar para produzir um cacau fino.
19:40Um chocolate fino, por consequência.
19:42Então, aqui a gente tem todos os chocolates de cacau fino.
19:45Entendeu? Não é qualquer cacau.
19:47Conta pra gente o que a gente tem aqui.
19:49Aqui a gente tem os nossos chocolates puros.
19:52Então, aqui a gente tem uma barrinha de chocolate ao leite.
19:5770%.
19:58Tá bom.
19:5970% com os nibs de cacau.
20:02Aqui, o nosso primeiro produto.
20:05A trufa da sua mãe.
20:06Trufa Noir.
20:09Uma trufa de jabuticaba.
20:12Uma trufa de maracujá.
20:15Um bombom de caramelo com flor de sal.
20:18E uma amêndoa que é torrada, caramelizada
20:21e coberta com chocolate meio amargo.
20:24Olha que delícia.
20:25Pode começar a comer já?
20:27Eu tô precisando muito provar esses negócios aí.
20:30Minha sugestão começa pela barrinha 70%.
20:34Essa daqui?
20:35Essa daqui?
20:36Isso. Eu vou pegar uma aqui na outra.
20:38Sem o nibs?
20:39Sem o nibs.
20:40Sem o nibs. Então, vamos lá.
20:41Vamos aprender a comer chocolate com o Manuel,
20:43que é expert.
20:45Ele é quase filho do Willy Wonka,
20:47mas é a mãe dele.
20:51O que eu acho que é interessante
20:53quando a gente vai degustar um chocolate,
20:54primeiro, é que a gente deve comer o chocolate
20:58com todos os nossos sentidos.
20:59Tá bom. Fecha até o olho.
21:01Então, acho que olhar pro produto que a gente vai consumir,
21:04observar o aspecto desse chocolate,
21:08um bom chocolate,
21:10deve estar brilhante.
21:16Não deve ter nenhum tipo de aparência estranha.
21:22Depois, a gente deve sentir o aroma do produto.
21:27A gente já saiu comendo aqui.
21:28Que absurdo.
21:29Você vê que aqui tem uma outra barrinha,
21:31se quiser seguir.
21:33Só pega a barrinha aqui.
21:34Calgab? Não fica essa.
21:36Não, eu tô aqui ainda.
21:37Eu preciso sentir o aroma.
21:39Eu acho que sentir o aroma,
21:41você não percebe aqui nem o aroma da baunilha.
21:44É verdade.
21:45É chocolate.
21:47Sim.
21:48Depois, a gente deve quebrar o chocolate
21:52e escutar esse claque.
21:54Escutar o chocolate falando com a gente.
21:57A Garole falou disso, que tem que ter o...
21:59Ela deu algum nome pra isso.
22:01É o Snap.
22:02É isso aí. Ela falou muito do Snap.
22:07Isso mostra se o chocolate foi bem temperado ou não.
22:09É isso.
22:11E como ele foi conservado na cadeia.
22:15Tá bom.
22:16Porque eu posso fazer um chocolate fantástico.
22:18Mas tá cansado.
22:20E depois ele se perdeu no caminho.
22:23Bom.
22:24Então, no nosso caso, a gente tem o cuidado
22:26de ter toda uma cadeia logística climatizada.
22:31As lojas são climatizadas 24 horas.
22:33O carro que transporta o chocolate
22:35é climatizado.
22:36Os estoques na fábrica são climatizados.
22:40Inclusive, a gente tá mostrando aqui
22:43que são obras de arte também.
22:45A gente tem aqui...
22:47Teve o Match do Sabor
22:49lá na Chocolate do Ju.
22:52E mostramos um pouquinho também
22:54como é que ia ser a Páscoa.
22:56Então, vocês criaram com as esculturas de chocolate.
22:59Manoel?
23:01Isso é uma técnica que
23:07um grande amigo nosso,
23:09o chefe catalão Oriol Balaguer,
23:13que colabora conosco faz 14 anos,
23:17nos ensinou.
23:20O Oriol, uma vez por ano,
23:21ele vem para o Brasil,
23:23para a minha imersão, junto comigo.
23:25A imersão é 50% do tempo na fábrica,
23:2850% do tempo na fazenda.
23:30Que legal!
23:31Então, a gente faz uma troca.
23:33Ele traz os conhecimentos de chocolatier
23:36e eu levo os conhecimentos de chocolate maker
23:40e de produtor de cacau.
23:42Então, ele...
23:43Que legal!
23:44Ele cresce o conhecimento dele numa ponta,
23:46eu cresço o meu conhecimento na outra
23:48e assim a gente vai crescendo junto.
23:50Ele falou um ponto muito legal
23:53que a gente quase não vê no mundo da gastronomia.
23:58De colaborações,
23:59depois que você já realmente chegou ali.
24:02Então, você pensar que a chocolate do Juro,
24:04hoje, quer reaprender e aprender,
24:07é algo diferente do que
24:08se você estivesse começando querendo aprender.
24:11E acho que, cada vez mais,
24:13tem que ter essa troca, tem que...
24:15Para evoluir.
24:17Eu acho que foi uma oportunidade
24:19que abriu para a gente
24:22e que é fantástica.
24:23Você ter a oportunidade
24:25de colaborar com os melhores.
24:27É isso.
24:28Porque colaborar, a gente aprende também.
24:31Então, é isso, é uma troca sempre...
24:33E todos os livros que a gente lê,
24:36todos os grandes líderes que a gente escuta,
24:39você sempre fala,
24:40escuta, trabalhe com gente melhor do que você.
24:42É isso.
24:43Esteja numa sala em que você esteja o mais burro,
24:47de uma forma...
24:48É o jeito de você...
24:51crescer.
24:53Você está sendo desafiado ali.
24:56Muito legal.
24:57Então, ele traz técnicas,
24:59ele traz provocações.
25:03A gente faz provocações,
25:05a gente leva ideias.
25:07Tem um produto nosso,
25:08que é o Chocopane,
25:09que eu acho que...
25:10Eu amo.
25:11Você conhece?
25:12Você mencionou antes para mim.
25:13Passo mal.
25:15Que é um panetone que a gente
25:16desconstruiu e cobriu em chocolate.
25:19Quer guardar aqui, mano?
25:21Como é que nasceu esse produto?
25:22Vou pegar mais um.
25:23Os nossos clientes nos desafiavam e...
25:28Fez errado, Gabi.
25:31Os nossos clientes queriam panetone.
25:34E a gente falou,
25:35poxa, tem tanta gente que faz bem panetone.
25:37Não é a minha praia, panetone.
25:40E ficamos nessa.
25:41Entrava ano e saía ano
25:43e os nossos clientes desafiando.
25:44Aí, um dia, eu falei,
25:46eu peguei um panetone,
25:48recortei o panetone,
25:49meio que desconstruí ele,
25:51cobri o panetone com chocolate,
25:53experimentei e falei,
25:54nossa, isso aqui fica muito bom.
25:55Que embalagem?
25:56Como que faz?
25:57Como que não faz?
25:59E aí, conversando um dia com o Oriol,
26:00porque o Oriol não é só chocolatier.
26:02Ele é pâtissier, chocolatier e é...
26:05E faz pães também e panetone.
26:07E um dia, conversando com ele,
26:08eu mostrei esse produto para ele.
26:10Ele falou, poxa, interessante.
26:13Deu match.
26:14Deu match total.
26:16Um ano depois, eu estava na Espanha
26:17e estava ele lá com os rocatones,
26:19que foi o nome que ele deu
26:20para o chocopane dele.
26:22Então, a coisa vai e volta.
26:25E é legal isso.
26:26É um pouco parecido?
26:27Esse daqui é um case de sucesso também, né?
26:30Nossa.
26:31Que é o Chocopop.
26:33Que são, na verdade, pipocas.
26:36Eu não aguentei.
26:37Enquanto vocês estavam no papo aí,
26:38eu já roubei mais duas aqui.
26:39Eu vou também.
26:40É maravilhoso.
26:41Vocês acham que eu não como chocolate?
26:44Não.
26:45Ele tem o melhor emprego do mundo.
26:46Não, ele cresceu na fábrica de chocolate.
26:48Imagina.
26:50Isso daqui é um absurdo.
26:52Maravilhoso.
26:53E é um produto...
26:54Esse fala a minha língua.
26:55Fala a sua.
26:56Total.
26:57Total.
26:58E é um produto que aconteceu
27:00quase que por acaso dentro da Chocolate Júlia.
27:03Como?
27:07Muito bom isso daqui.
27:10A Chocolate Júlia,
27:11isso a gente está falando em 2002,
27:142001, 2002.
27:16Tá.
27:17A gente tinha, na época, duas lojas.
27:21A gente tinha um fornecedor de latas,
27:23que era Tapão Corona,
27:24uma empresa gigantesca.
27:28E que atendia a gente
27:30por carinho pela Chocolate Júlia.
27:34E um belo dia,
27:35chegou lá um carregamento de lata no tamanho errado.
27:40O que eu faço com essa lata?
27:41O que vai e sai ajusta.
27:43O que eu faço?
27:44Se eu devolver a lata,
27:45eu arrisco perder o fornecedor.
27:46Se eu perder o fornecedor,
27:47eu não tenho mais lata.
27:49Ele já fazia um monte de concessões pra gente
27:52pra fornecer pra gente.
27:54E a gente ficou lá.
27:55Poxa, o que a gente faz?
27:57Tem lata aqui pra um ano de produto.
28:00Não, tinha...
28:01Talvez mais.
28:02Talvez mais.
28:04E minha mãe, minha irmã, eu,
28:06a gente ali,
28:07o que a gente pode usar?
28:08E aí começamos a testar um monte de produtos diferentes
28:11e a gente...
28:12Chegou na Chocopop.
28:15E a gente começou a oferecer ela
28:17pra algumas pessoas experimentarem.
28:20E primeiro família.
28:21E a família olhava e falava,
28:22mas o que esse produto tem a ver com a Chocolate Júlia?
28:27Não tem a ver.
28:28Isso não é sofisticado.
28:29É um produto...
28:31Pensando, parece diferente.
28:33É uma pipoca, mas Nutella.
28:36Bem Nutella.
28:37Exatamente.
28:38Mas o que era a Chocolate Júlia?
28:40Exatamente.
28:41Mas o que era a Chocolate Júlia naquela época?
28:43Era trufa.
28:45Eram frutas cobertas ou semi-cobertas de chocolate.
28:50Era aquela chocolateria estilo europeia,
28:55mas quadrada.
28:59E a gente ali, com a Chocopop,
29:01todo dia, quando eu chegava no escritório,
29:04eu levava uma pra minha mesa
29:05e antes de sair do almoço já tinha acabado com a lata.
29:08Isso durante um mês ou mais de mês.
29:12Aí um dia a gente olhou um para a cara do outro e falou,
29:13escuta, vamos colocar na loja e ver o que acontece?
29:18E foi...
29:19Instantâneo.
29:20Instantâneo.
29:21E ele é hoje um dos principais produtos?
29:23É um dos principais produtos da Chocolate Júlia.
29:26Tem algum produto que você fale,
29:28cara, esse é o nosso hero, não pode faltar nunca?
29:30Esse é um deles.
29:32A trufa.
29:34Esse é o nosso produto assinatura.
29:38Depois vem a Chocopop,
29:40vem os nuts,
29:43então a gente tem a...
29:44A amêndoa.
29:45A macadâmia, não sei se vocês já experimentaram.
29:49Gabi, esse programa tá demais, né?
29:50Tá maravilhoso, adeus dieta.
29:52Vou engordar assim com o rio.
29:53A gente tem a macadâmia,
29:55a gente tem a amêndoa, tem pistache,
29:57tem a verão,
29:59todos esses nuts.
30:00Que isso?
30:03Nossa.
30:05Maravilhoso, né?
30:08E é isso, são produtos que não podem não ter na loja.
30:11Esses são os...
30:12Esse é o combinado com as lojas,
30:15com a logística, com a produção,
30:17esses produtos não podem faltar.
30:20Um chocolate ou outro, eventualmente, ok,
30:22faz parte, até porque vocês tem um produto muito fresco,
30:24então é natural.
30:25Sim, mas a gente tem o hábito de visitar muito as lojas também.
30:28Tá bom.
30:29Então visitando as lojas,
30:30a gente quer saber se esses produtos estão aí.
30:32Perfeito.
30:33E se não tiver,
30:35aí precisa ter uma explicação que é assim,
30:37tipo, não, passou a Manu aqui...
30:39E levou o estoque inteiro.
30:40E levou o estoque todo.
30:42E aí a resposta é, tá bom,
30:44e cadê o pedido da Chocopop?
30:47Porque ela tem que estar na loja no dia seguinte
30:49ou no mesmo dia.
30:50Esse é o deal que a gente tem interno para esses produtos.
30:53Muito legal.
30:54Manuel, antes da gente ir para o retrato do chefe,
30:57eu tenho uma pergunta que é,
30:59quantos, por exemplo,
31:00Chocopops vocês vendem mensalmente?
31:03Você tem esse número?
31:05Lata de Chocopop...
31:08Ou trufas?
31:11Trufas no ano são em torno de 300 mil.
31:14Ah, já trufa, hein?
31:16Chocopop no mês, em torno de 5 mil latas.
31:21Cara, é muita lata de Chocopop.
31:23É muita lata.
31:24Haja pipoca.
31:26Haja pipoca.
31:27Ótimo.
31:28Ótimo.
31:29Vamos conhecer um pouquinho mais do Manuel agora, Manu?
31:31Vamos.
31:32Manuel...
31:33Agora que a gente está de sugar high, né?
31:35Sugar high, pilhado.
31:36Agora acelerou, acelerou, acelerou.
31:37Vamos perguntar.
31:39Você.
31:40Qual a melhor experiência gastronômica que você já teve?
31:45São tantas, tantas memórias.
31:52É tão difícil de falar,
31:54porque acho que depende tanto da companhia,
31:56do ambiente...
31:58Concordo.
31:59Experiência gastronômica nunca é uma coisa só.
32:02Então, se a gente está falando em casa,
32:06se a gente está falando fora de casa,
32:09se a gente está falando com um grupo de amigos, a dois,
32:14não sei.
32:16E depende muito da fase da vida também, né?
32:18Então, falar qual a melhor experiência gastronômica...
32:21Difícil.
32:22Não sei dar uma resposta...
32:24Você é gemiliano?
32:25Não, sou ariano, mas não sei.
32:27Então, acabou de fazer aniversário.
32:29Dia 30.
32:30Boa.
32:32Qual profissional da gastronomia te inspira?
32:35Acho que o Oriol é um cara que é muito amigo.
32:40Eu olho para a simplicidade dele.
32:42Pelo que eu entendi, são 14 anos trocando conhecimento.
32:46Mas eu acho que é um gênio da gastronomia.
32:51Ele trabalhou sete anos no El Bulli.
32:54Sim.
32:57E é uma pessoa muito carinhosa e muito disposta a ensinar
33:05e compartilhar o conhecimento.
33:08E acho que é fantástico essa simplicidade dele,
33:12essa vontade dele de...
33:14De dividir o que ele sabe.
33:15De dividir.
33:16Muito legal.
33:17Se você tivesse seguido outra profissão, qual seria?
33:22Outra profissão?
33:23Bom, eu sou fazendeiro.
33:27Sou chocolateiro.
33:30Eu tive a oportunidade de trabalhar no mercado cervejeiro.
33:34Ainda sou sócio de uma empresa que fornece insumos para o mercado cervejeiro.
33:41Enfim, eu gosto de desafios.
33:44Eu gosto de estar em movimento.
33:48Mas o mundo do chocolate me fascina.
33:51Eu gosto do produto.
33:53Estaria no meio do chocolate de alguma forma?
33:55Possivelmente.
33:56Difícil tirar?
33:57Difícil.
33:58Legal.
33:59Qual ingrediente não pode faltar na cozinha para você, Manoel?
34:02Amor.
34:04Boa resposta.
34:05Perfeito.
34:07Se fosse a sua última refeição, o que você pediria, Manoel?
34:14Que difícil de novo, hein?
34:17A moleza não.
34:18Vai acabar o mundo. O que você vai pedir?
34:21Um chocolate.
34:23Você vê, né? Branding, marketing, é tudo.
34:28Eu não falei o meu chocolate.
34:30Eu falei um chocolate.
34:31Porque você não me falou onde eu vou estar nessa hora.
34:34Uma pergunta, Manoel.
34:35Se você pudesse escolher um chocolate no mundo inteiro, além do seu,
34:39qual seria?
34:40Um lugar que você fala, esse lugar eu preciso comer chocolate.
34:42Eu acho que a gente tem algumas empresas que nos inspiram,
34:47tem algumas pessoas que nos inspiram,
34:52tanto aqui como fora.
34:58Falando das pessoas fora, você tem aí o Patrick Roger,
35:02você tem o Pierre Marcolini, você tem o Pierre Hermé,
35:05você tem os Irmãos Roca,
35:09você tem a Dandelion nos Estados Unidos.
35:11Todos na linha de chocolate.
35:13Dandelion Chocolate Maker.
35:15Chocolate Maker.
35:16O Pierre Marcolini está ali...
35:19Como vocês, jogando nos dois.
35:20Jogando nos dois como nós.
35:22Os Irmãos Roca também jogando um pouco como nós dois.
35:29A diferença é que a gente está na ponta produzindo cacau.
35:32Então, tem o Bean to Bar e tem o Farm to Store.
35:39A gente está numa coisa que é mais complexa do que a maioria.
35:47Com certeza.
35:49Agora o quê?
35:50Só vale nome de restaurante.
35:53Favoritos, na sua opinião.
35:54Melhor italiano.
35:56Dona, gosto muito.
35:58Aí é...
36:00Mamelada, não pode.
36:03Mais clássico, Gero.
36:06Gosto muito do Gero.
36:09Ah...
36:12O Moma, acho que é gostoso.
36:15Teve aqui recentemente, né, Paulo Bar.
36:17Paulo Bar, você veio aqui.
36:19Manuel, a melhor pizza.
36:21Carlos.
36:22Sempre ganha.
36:23Essa aí.
36:24Eles acham que é patrocinado.
36:25Agora, por afetivo, Cristal.
36:30Cristal aparece bastante aqui já.
36:31Adoro, me lembra da minha infância,
36:34me lembra de estar lá com o meu avô,
36:36com os meus tios, meu pai, minha mãe,
36:38meus primos, correndo no jardim, lá atrás, né.
36:43Memória afetiva total.
36:45Melhor hambúrguer.
36:47Holy Burger e Zedeli.
36:52Dois que ganham bastante.
36:53Dois que aparecem muito.
36:54O melhor árabe.
36:57Aí eu vou pra memória afetiva de novo,
36:59Almanara.
37:00Ganha bastante também.
37:02Melhor restaurante japonês.
37:05Aí eu vou pro meu vizinho.
37:07Que não deve aparecer com muita constância.
37:11Sushi Papaya.
37:13Já apareceu aqui uma vez, tá?
37:15Tem bastante tempo que aparece a Sushi Papaya.
37:17Hospitalidade na veia.
37:21É surreal o que eles fazem na parte de hospitalidade.
37:24Preciso ir.
37:27Melhor culinária brasileira.
37:31Adoro a preta.
37:33Nunca fui, você já?
37:34Adoro.
37:35Precisamos ir.
37:36Mais um pra nossa mesa.
37:37É baiana.
37:38Baiana.
37:39Bom saber, porque eu adoro comida baiana.
37:40Bom, sou casado com uma baiana.
37:42Não é a comida baiana tradicional, mas...
37:46Mas tem uma carajézinha e tem uma buqueca.
37:48Tem, tem.
37:49Então já tô feliz, já vou ser feliz.
37:52Melhor sobremesa.
37:54Não como sobremesa.
37:55Não como doce.
37:56Só come chocolate?
37:57Só chocolate.
37:58Chocolate não é doce.
37:59Chocolate é uma categoria de alimento.
38:01Ah, entendi, ó.
38:02Você vê, né?
38:03Aula com o Manuel.
38:04Pra mim é uma categoria de alimento.
38:06Chocolate é outro compartimento.
38:09Não come nada de doce?
38:11Chocada.
38:12Bom, também se eu tivesse chocolate pra dar e vender,
38:14eu acho que eu também não comeria, né?
38:16O Ilionka brasileiro não come doce.
38:18É uma coisa meio confusa, mas ok.
38:20É, ele come chocolate, que não é doce.
38:23Tem outra categoria.
38:24Gente, experimento...
38:26Lógico, mas não é uma coisa que te agrade.
38:28Mas não é uma coisa que...
38:29Você busca.
38:30Sei lá, um petit gâteau.
38:31Não vai nem...
38:32Ah, oportunamente vai.
38:34Agora, se você quiser ir em um lugar
38:35pra comer uma sobremesa fantástica fora do Brasil,
38:37vai em Barcelona, L'Atelier.
38:39Tá bom.
38:40Você vai comer a sobremesa.
38:43E qual que é a sobremesa, exatamente?
38:45O que estiver aí no balcão, você escolhe,
38:48que você vai ficar...
38:50Vai estar feliz.
38:51Vai.
38:52Manuel, a sua comida favorita?
38:55Minha comida favorita?
38:56Minha comida favorita?
39:02Tem tantas, mas eu como simples.
39:05Eu como...
39:07Em casa, cabelo de anjo com molho pomodoro.
39:11Quando eu tô na fazenda sozinho, eu faço hot dog.
39:15Amo.
39:16Eu sou desse estilo de comida.
39:18Então, gosto do arroz com feijão,
39:21bife e batata frita.
39:23Me ganha 100%.
39:25Eu sou do pão com manteiga.
39:26Então, fica tranquilo também, menina.
39:28Tem jeito.
39:29Essas coisas levam.
39:30Ele vai pro Peru comer bem,
39:32mas é do pão com manteiga.
39:34É o high-low do mundo da gastronomia.
39:37E, por último, o que você não come de jeito nenhum?
39:42Eu como tudo.
39:46Mas depende do nome.
39:48Eu acho que se me apresentarem lá
39:51uma buchada de bode,
39:53falando que é uma buchada de bode,
39:54a chance de eu experimentar vai ser menor
39:56do que se derem outro nome pra buchada de bode.
39:58Buche de bode.
40:00Aí, vamos tomar.
40:03Esse daqui é a especialidade do chefe.
40:06De bode.
40:08De bode, ele vai.
40:10Ou só coloca na frente e fala experimenta.
40:12Experimenta.
40:14Não pode contar pro Manuel que ele tá comendo.
40:17Eu aprendi em casa que você deve experimentar tudo.
40:21Tem que experimentar antes de dizer que gosta ou não gosta.
40:25E também aprendi que quando você tá na casa de alguém
40:27ou quando você tá com alguém,
40:28o que servia é o que você vai comer.
40:30E é isso aí.
40:31E é o que é.
40:32É o que é.
40:33Boa.
40:34Olha, Manuel, eu queria saber
40:36um momento que foi muito desafiador pra você.
40:39É o momento panela de pressão aqui no Mestre Gastronômico.
40:42Então, chegou algum momento que você falou
40:44e agora o que eu vou fazer?
40:46E como é que você passou por isso?
40:48Páscoa de 2020 na pandemia.
40:52Mandaram fechar tudo a...
40:54Dois meses antes?
40:55Não, duas semanas.
40:56Três semanas antes da Páscoa.
40:58Três semanas.
41:00Que loucura.
41:02É verdade, né?
41:03Ali a gente achou que...
41:07Ou eu achei que não ia dar pra voltar.
41:11E ali vocês continuaram vendendo?
41:14Como é que você se saiu dessa?
41:18Aquilo foi, eu acho que,
41:20um ponto de inflexão muito importante pra Chocolato Juro,
41:23porque mudou muita coisa dentro da Chocolato Juro
41:25a partir daquele momento.
41:30A gente...
41:31Primeira coisa,
41:34fui pras lojas
41:36dois dias antes de mandarem fechar tudo.
41:38Já estavam fechando em outros lugares do mundo.
41:41E entendi já os shoppings com as pessoas muito...
41:45Eufóricas.
41:46Eufóricas, pra não usar nenhuma outra palavra.
41:49E na hora que mandaram fechar,
41:51eu falei com a pessoa que cuida de logística lá comigo,
41:53eu falei, olha,
41:55eram poucas lojas, ok,
41:57mas você tem três dias pra voltar tudo aqui pra dentro.
42:01Mas tudo o quê?
42:02Falei, tudo. Tudo que tiver em todas as lojas...
42:04Traz pro shopping.
42:05Tem que trazer.
42:06Mas tudo o quê?
42:07Tudo.
42:08Computador, cadeira, mesa,
42:10tudo que tiver na loja que foi móvel...
42:13Quantas lojas eram na época?
42:15Eram quatro ou cinco.
42:18Mas a gente vai perder aí um pouco do controle do estoque.
42:21Eu falei, não, tudo bem.
42:22Traz tudo, depois a gente conta.
42:26Então a gente trouxe tudo de volta,
42:28a gente parou a produção ali dois, três dias,
42:31vamos organizar isso.
42:35Aí ficamos ali pensando eu, minha irmã,
42:38a gente tinha um diretor que trabalhava com a gente,
42:40o que vai ser, o que não vai ser.
42:42Aí eu me lembrei da Páscoa do Congelamento,
42:45que aí deve ter sido uma panela de pressão pra minha mãe,
42:48mas não era pra mim, que eu era criança.
42:52E apesar de ninguém ter dinheiro na Páscoa do Congelamento,
42:55a Páscoa aconteceu, o Coelhinho da Páscoa apareceu.
42:58Então eu falei, bom, sei lá, apareceu.
43:01Deve aparecer aqui de novo.
43:02Deve aparecer também.
43:04A gente que tem que entender e pensar como que a gente faz.
43:07Como chega, como o coelhinho chega.
43:09E aí eu comecei a fazer conta e falei,
43:10escuta, se for pra acontecer,
43:13quantas entregas a gente tem que fazer?
43:15Sim.
43:16E a gente tinha que fazer
43:18cerca de 10, 15 mil entregas em uma semana.
43:23Só que a gente estava acostumado a fazer 50 entregas por dia.
43:26Que loucura.
43:29E aí foi uma coisa levando à outra,
43:33e no fim a gente teve essas 10, 15 mil entregas naquela semana.
43:3750 vezes o que você estava acostumado.
43:39E a gente teve duas semanas pra se preparar pra aquilo ali.
43:4130 vezes.
43:42Deu um monte de coisa errada.
43:44Um monte de coisa errada.
43:46Erro até aquele momento na Chocolate do Juro
43:48era uma palavra muito pouco aceita.
43:55Cultura da sua mãe.
43:57Sim.
43:59Que é uma perfeccionista.
44:01Não que eu não seja.
44:04Mas...
44:05Você aprendeu a lidar com erro.
44:06Naquele momento admitir erro era assim, normal.
44:09A gente tinha que admitir o erro.
44:10Não tinha como.
44:12E aí, logo depois da Páscoa, logo depois de ter feito isso,
44:15como todas as vendas foram feitas online,
44:21a gente tinha o registro de todas as vendas pra quem tinha sido.
44:24Entendi.
44:25Então a gente fez uma pesquisa com todas as pessoas,
44:27agradecendo a elas, pedindo desculpas
44:30por eventuais erros, etc.
44:33Avaliamos todas as pesquisas que foram respondidas.
44:38Entramos em contato com as pessoas mais críticas
44:42pra resolver ali os problemas.
44:44Porque, ok, você me prestigiou.
44:46Você tá me dando aqui uma chance
44:48porque você respondeu a pesquisa
44:50e eu pequei em algum lugar.
44:53E a gente aprendeu muito naquele momento,
44:56com aquela experiência.
44:57E aquilo, acho que...
45:00Elevou o nível da Chocolate.
45:01Elevou o nível da Chocolate do Juro,
45:03no sentido de abrir a porta pra gente falar,
45:07ok, dá pra crescer.
45:08Dá pra crescer.
45:10Dá pra aceitar um erro ou outro.
45:11Um erro ou outro.
45:12Vão acontecer,
45:14mas a gente precisa cuidar desses erros.
45:17A gente tem que reconhecer esses erros.
45:18A gente precisa cuidar dos nossos clientes.
45:20A gente, de lá pra cá,
45:24evoluiu de uma forma nessa parte online,
45:27que é incrível.
45:28Sim.
45:30E lá a gente cunhou também
45:33o que a gente queria de experiência
45:35pros nossos clientes,
45:36de uma forma bem simples.
45:37A gente falou pra toda a nossa equipe.
45:38Falou, gente, o negócio é o seguinte.
45:39A gente quer dar pro nosso cliente
45:40uma experiência uau.
45:42Sim.
45:43Com os nossos produtos e com os nossos serviços.
45:45Esse é o nosso objetivo.
45:46Se a gente atinge ele todas as vezes ou não,
45:49é outra coisa.
45:50Sim.
45:51Mas a meta é essa.
45:52Mas a meta é essa.
45:54E acho que esse
45:56é o maior legado que tenho da minha mãe.
46:00A minha mãe olhava pra chocolate do Júri
46:02e falava, eu quero fazer um produto
46:05que esteja à altura dos melhores do mundo,
46:07que seja fantástico, isso e aquilo.
46:10Ela nunca colocou o lucro,
46:13o resultado como objetivo dela.
46:16E a gente também não coloca.
46:18Eu coloco a experiência do cliente como objetivo.
46:21É consequência.
46:22E o lucro é consequência.
46:24Precisa existir.
46:25É o nosso oxigênio.
46:26Se ele não existir, você não vai.
46:29Mas a gente não está ali mirando
46:31essa última linha.
46:33Eu sempre falo isso também, Manoel.
46:34O propósito de dinheiro é um propósito muito raso.
46:37E quando as coisas ficam difíceis,
46:39é muito fácil você abandonar o projeto.
46:41E, puta, está difícil.
46:42Acho que não vai dar pra tirar dinheiro mesmo.
46:44Esquece.
46:45Agora, quando o propósito é construir um negócio maior...
46:47É isso.
46:48Quando está difícil, você continua.
46:49E luta.
46:50A minha irmã e eu passamos dois anos ali
46:52na época da pandemia com zero remuneração.
46:54É.
46:55Você sabe que hoje...
46:56Se fosse o propósito de dinheiro,
46:58você tinha voltado para o mercado corporativo.
47:01Sua irmã tinha voltado para a publicidade.
47:03Por aí vai.
47:04Exatamente.
47:05Hoje eu estava, inclusive,
47:06escutando um podcast que falava sobre propósito.
47:08E propósito é a união de paixão com trabalho.
47:11Então, quando você tem algo que você ama,
47:14você não vai deixar de fazer.
47:16Então, eu acho que, normalmente,
47:17quando visa apenas o lucro,
47:19não é algo que você ama, talvez.
47:21Manoel, muito obrigada por essa aula.
47:24Conhecemos hoje a história do nosso
47:26Willy Wonka brasileiro, da Chocolat do Juro.
47:29Manoel, muito obrigada.
47:30Eu que agradeço.
47:31Obrigado pela presença.
47:32Prazer.
47:33E, pessoal, se você gostou do episódio de hoje,
47:35não deixa de seguir a gente e o Manoel
47:37nas redes sociais dele.
47:38A nossa é
47:42Correto. Obrigado.
47:43Acompanha tudo lá.
47:44E todos os links estão aqui na descrição.
47:46Até a próxima semana com mais histórias
47:48e sabores inspiradoras para vocês.
47:51Um beijo.
47:52Obrigado.
48:04A opinião dos nossos comentaristas
48:06não reflete necessariamente
48:08a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
48:15Realização Jovem Pan News.

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