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A Polônia registra protestos nesta terça-feira (30), com tratores nas ruas contra o acordo entre Mercosul e União Europeia. Os agricultores temem uma crise econômica em decorrência da parceria comercial. Reportagem: Luca Bassani.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/E1_LS7cAihI

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Transcrição
00:00Mais um país europeu enfrenta uma onda de protestos contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
00:07Nós vamos novamente para a Europa com o Luca Bassani, que tem mais informações a respeito disso.
00:13De que país que estamos falando, hein Luca?
00:17Estamos falando de uma potência europeia que está em crescimento.
00:22A Polônia logo mais baterá um trilhão de dólares de PIB anual.
00:26Um país de quase 40 milhões de habitantes e que teve hoje, apesar do fim do ano, apesar das comemorações da época do Natal, da virada do ano, num país tão católico,
00:38houve muitos protestos em relação ao acordo Mercosul-União Europeia.
00:43Vários agricultores com os famosos tratoraços pedindo para parar de uma vez por todas com essas negociações em várias regiões agrícolas,
00:51também realizando piquetes em grandes cidades, muitos deles com as bandeiras nacionais e demandando que a União Europeia olhe para os próprios agricultores.
01:01O argumento utilizado, neste caso, pelos agricultores poloneses é muito parecido com aquele utilizado pelos franceses.
01:09O caso que costumeiramente tratamos aqui com maior frequência, que os produtos do Mercosul, do Brasil, da Argentina, do Uruguai,
01:18vão representar uma concorrência desleal para a produção agrícola, que é tão severamente fiscalizada e, muitas vezes, colocada com muitos ônus internamente,
01:32o que apenas dificulta esse processo dentro da União Europeia.
01:37Óbvio que a Polônia, sozinha, não consegue decidir tudo isso.
01:41Ela precisa também de outros países.
01:44A França, a Polônia, tem se juntado com a Hungria para tentar barrar este acordo.
01:49A Itália foi o fiel da balança durante os últimos meses,
01:53sendo aquele país que inviabilizou na última hora com que Ursula von der Leyen fosse ao Brasil, inclusive.
02:00Mas tudo indica que esta discussão ficará para 2026, porque países poderosos também querem que o acordo seja aprovado quanto antes.
02:09Seja a Alemanha, seja a Espanha, os países escandinavos têm interesse de escoar a sua produção industrial para o Brasil,
02:18para a Argentina, para mais de 300 milhões de pessoas.
02:21E vai ficar essa queda de braço em Bruxelas para sabermos se a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu
02:27e a posteriori, os parlamentos nacionais conseguirão aprovar esse acordo que tramita há mais de 20 anos
02:34e poderia ou poderá, colocando aí numa maior possibilidade,
02:39criar a maior zona de livre comércio do mundo com 700 milhões de pessoas.
02:43Muito obrigado, Luca Bassani, nosso microfone Jovem Pan na Europa.
02:48A gente se vê na programação da Jovem Pan.
02:51E estamos sabendo aqui que 6 graus em Braga nesse momento, por isso que o Luca Bassani está todo lá agasalhado,
02:57passando um frio, mas menos frio do que estaria passando se estivesse lá na sua residência alemã.
03:02Obrigado, Luca Bassani.
03:03Exatamente.
03:04Até a próxima.
03:05Deixa eu chamar aqui os nossos analistas sobre isso.
03:09Protesto contra o acordo a gente tem já há um bom tempo.
03:13Eu quero saber o seguinte, Sr. Piperno.
03:14Este novo protesto polonês tem potencial de atrasar ainda mais a celebração final do acordo União Europeia e Mercosul?
03:24Então, a oposição da Polônia ao acordo já era algo precificado.
03:29Como muito bem explicou o Luca, fiel na balança é a Itália.
03:32Por quê?
03:34Porque, para que o acordo seja aprovado, é necessário, entre outras cláusulas,
03:42que os membros que estariam favoráveis à aprovação somem 65% da população europeia.
03:53Então, se você juntar França, Polônia, Hungria e Itália, vai dar um pouquinho mais de 35%, o que seria suficiente para dificultar a aprovação.
04:05E por que a Itália é a parte mais complicada nessa história toda?
04:12Porque o governo italiano está pressionado por dois polos antagônicos.
04:19Os agricultores italianos, e a agricultura italiana é forte, há exemplos dos agricultores franceses, belgas, poloneses, espanhóis.
04:31Esses agricultores são contrários ao acordo.
04:34E a Giorgia Belloni estava cedendo a eles nessa queda de braço.
04:39Só que a indústria italiana também é poderosa.
04:43E os industriais italianos levantaram e falaram, opa, pera lá, o acordo é bom para nós.
04:50Nós vamos ter a possibilidade de ampliar os nossos mercados em um momento em que nós estamos pressionados,
04:57inclusive pelo tarifácio e pela ofensiva da China, que é a nossa concorrente.
05:04A forte indústria automobilística da Itália hoje tem, como players e rivais, os produtores chineses, por exemplo.
05:14Só para pegar um setor da economia.
05:18Então, quem vai decidir a parada, na verdade, vai ser a Itália.
05:23Acompanharemos esses detalhes aí.
05:25Para você que está na rádio, um rápido e último intervalo no nosso 3 em 1, a gente já volta.
05:29Por aqui, Alan Gani, o quanto este acordo interessaria ao Brasil e ao presidente Lula neste 2026, hein?
05:38Esse acordo interessa ao Brasil e interessa também aos países europeus.
05:44É uma miopia por parte da França, por parte da Itália, por parte da Polônia e não querer aceitar esse acordo.
05:53Por quê? É claro que no jogo do livre comércio há setores perdedores e há setores vencedores.
06:00Essa é a lógica.
06:02Mas, no agregado, todo mundo acaba saindo ganhando com...
06:06O Gani, pergunta.
06:07No Brasil, qual o setor que mais se beneficiaria? Seria o agro?
06:10O agro, sem sombra de dúvidas.
06:12E agora, se você pegar lá na Itália, França, setor automobilístico iria se beneficiar, sem sombra de dúvidas.
06:18Indústria farmacêutica, francesa, sem sombra de dúvida, alta costura.
06:22E o Brasil iria perder?
06:24O Brasil iria perder.
06:25Só que você perde num primeiro momento.
06:28Depois, abrindo o comércio, você tem a possibilidade da indústria nacional começar a comprar equipamentos mais baratos lá de fora e tecnologia lá de fora
06:37e começar a se desenvolver aqui para concorrer lá fora.
06:42Sabe o que a gente observa, Coba?
06:44A gente tem vários exemplos de países que abriram a sua economia e desenvolveram a indústria nacional.
06:51Agora, países protecionistas com a sua indústria nacional só foram na direção contrária.
06:58Arruinaram a indústria nacional.
07:00Quer um exemplo?
07:01O Brasil da década de 80.
07:02Era mega protegido.
07:04Você não podia importar nada.
07:05O brinquedo aqui era uma porcaria.
07:06Roupa aqui era uma porcaria.
07:08O computador nem se fala.
07:10O que era aquele cobra lá, horroroso.
07:12Horroroso.
07:13O Collor tinha razão nisso.
07:15Carro, horroroso.
07:16A manivelinha ali e tal.
07:18Horroroso.
07:19Quando abriu o mercado, o que aconteceu?
07:21A indústria nacional passou a se desenvolver mais.
07:24A concorrência pressiona, né?
07:26Pressiona, é lógico.
07:27Olha que mundo maluco, né?
07:29Quer dizer, o esquerdista Lula, ele é o grande defensor da assinatura do acordo e dessa abertura.
07:38Os governos mais à direita da Europa, Hungria, nem se fala, Itália e Polônia, eles querem manter tudo fechado.
07:48E você, hein, senhor Luiz Augusto Durso, como vê aí esses passos lentos agora lá em solo europeu para a finalização desse acordo?
07:57Olha, Coba, eu, depois de ouvir as aulas, eu sou totalmente favorável e sempre fui a tratados comerciais que ampliam o mercado.
08:05Abrir o mercado sempre é positivo.
08:07É claro que na hora do início da aplicação, isso assusta o comerciante local, né?
08:15Às vezes o produtor local.
08:16Só que a longo prazo ele consegue exportar, ele tem acesso à nova tecnologia e tem uma questão para o consumidor que é inegável, né?
08:25Quando você tem o livre mercado, você tem mais concorrência, você tem, de fato, um melhor serviço e produto.
08:33Até porque, como bem disse o Alan Ghani, quando você tem o mercado fechado, você coloca quase um monopólio daquele tipo de distribuição
08:42e esses indivíduos ficam mais confortáveis, não evoluem, não investem.
08:46Esses que muitas vezes vão criticar na hora do tratado porque vão precisar se mexer, de alguma forma evoluir.
08:52E outra, Nelson, a gente viu modelos que não são também 100% liberais.
08:58Então você tem modelos que dá para assinar o tratado comercial internacional e você coloca leis dentro do território nacional daquele país
09:06para incentivo do produtor interno, produtor nacional.
09:12Você coloca, por exemplo, isenções tributárias, você tem várias formas de incentivar o mercado local.
09:18Então não é uma catástrofe, muito pelo contrário.
09:21O Alan Ghani falou, tirou a palavra da minha boca.
09:23Se você pegar todos os modelos do mundo, da história, todos que abriram o mercado só tiveram benefício a longo prazo.
09:31Mas a curto prazo assusta um pouco e é normal as manifestações.
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