O mercado de trabalho dos Estados Unidos demonstrou um enfraquecimento em novembro, com a taxa de desemprego subindo para 4,6%. Este é o nível mais elevado em quatro anos.
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00:00Agora o assunto é a economia, porque o desemprego lá nos Estados Unidos, gente, subiu para 4,6% no mês passado, em novembro.
00:09O nível mais alto desde 2021.
00:13A gente vai conversar com a Denise Campos de Toledo sobre essa alta e ela afeta de alguma maneira também a nossa economia.
00:19Denise, boa tarde, bem-vinda.
00:21Boa tarde, Marcia. Boa tarde, Bruno. Boa tarde a todos que nos acompanham.
00:25Afeta principalmente em termos de expectativas do mercado financeiro e a gente tem um comportamento ruim do mercado hoje.
00:30Dólar sob 0,69, cotação de venda comercial em 5,46 e a bolsa agora caiu 1,62%.
00:37Em relação à alta do desemprego nos Estados Unidos, chegou de fato a 4,6%, maior nível desde 2021.
00:44Só que eles tiveram um atraso na divulgação de indicadores por conta do shutdown, que era a paralisia do governo americano pela não aprovação do orçamento.
00:51Então saíram os dados de dois meses seguidos.
00:54Houve uma retração de 105 mil vagas no mês de outubro, início do shutdown.
01:00Já em novembro houve a criação de 64 mil, o mercado contava com 50 mil.
01:04Então essa piora do desemprego nos Estados Unidos tem mais a ver com o que aconteceu em outubro.
01:09Em novembro o mercado veio melhor do que esperava.
01:11Isso deixa o Federal Reserve numa situação mais confortável em relação à política de juros.
01:17Então talvez não haja um novo corte dos juros na reunião do FED do mês de janeiro.
01:22Então a taxa continuaria lá no nível atual, que já vem de três cortes seguidos, na faixa entre 3,5% e 13,7%.
01:31O mercado sempre torce por mais corte dos juros nos Estados Unidos, que isso pode melhorar o fluxo de investimentos aqui para o Brasil.
01:38Então veio uma certa frustração na análise desses dados, até porque a inflação nos Estados Unidos está acima da meta, que lá é de 2%.
01:46Fiquei a expectativa que Trump fará, porque ele quer ver as taxas em 1% no ano que vem, fará a indicação do novo presidente do Federal Reserve em janeiro.
01:54O Jeremy Powell tem mandato até maio e Trump dá a entender que gostaria de interferir nas decisões do FED.
02:00Mas essa é uma questão para 2026.
02:02E o mercado também reagiu de uma forma meio negativa à ata do Copom que saiu hoje.
02:07Ela veio até num tom mais dovish, mais leve do que o comunicado que saiu na semana passada, logo depois da reunião em que foi mantida a Selic em 15%.
02:15O comitê reconhece a desaceleração da inflação, desaceleração da atividade, fala de uma nova estrutura do mercado de trabalho,
02:25que já dá sinais também de um certo arrefecimento, pelo menos na geração de vagas, na população empregada,
02:32sinais lentos, mas que ajudariam, inclusive, a controlar mais a inflação de serviços.
02:36Agora, apesar dessa mudança de tom de alguns parágrafos, o comitê não deu qualquer indicação quanto ao início do corte dos juros aqui no Brasil.
02:46De início, numa primeira leitura da ata, eu recebi várias análises diferentes do mercado financeiro,
02:53alguns acreditando na possibilidade de um corte já no mês de janeiro,
02:56mas depois a leitura dominante passou a ser de que haverá um corte só na segunda reunião de 2026.
03:04É ver quais os indicadores que sairão até lá.
03:07O fato que a economia está em desaceleração é ver o que acontece com inflação de serviços e, principalmente, mercado de trabalho até lá.
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