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À frente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul faz um balanço do primeiro mandato e destaca o salto histórico na estrutura do futebol estadual, em entrevista ao Grupo Liberal. Sob sua gestão, o número de competições passou de cinco para 37, com previsão de ultrapassar 40 em 2026. Em entrevista, o dirigente fala sobre os avanços nas categorias de base, a reestruturação da arbitragem e do futebol feminino, e o desafio de consolidar um modelo sustentável para os clubes. Já em nível nacional, como vice-presidente da CBF, ele revela que coordena o grupo que vai apresentar as novas regras do Fair Play Financeiro e o Comitê de Sustentabilidade da entidade, responsável por lançar os Objetivos do Futebol Sustentável (ODFs) durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém.
Repórter: Gabi Gutierrez
Imagens: Natália Bemmuyal
Repórter: Gabi Gutierrez
Imagens: Natália Bemmuyal
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, seguidores e internautas. Meu nome é Gabi Gutierrez, sou repórter do Grupo Liberal
00:04e hoje a gente recebe aqui Ricardo Gluckpo, que é presidente da Federação Paraense de Futebol.
00:10Seja bem-vindo, presidente. Muito obrigada por estar aqui com a gente hoje.
00:14E eu queria que o senhor começasse dando um balanço e uma análise da sua passagem pela Federação até aqui,
00:21que já está indo no seu segundo mandato, né?
00:24Bem, olá Gabi. É um privilégio também estar aqui, vamos falar de futebol, sempre bom.
00:31A Federação, na realidade, esse primeiro mandato encerra 29 de junho de 2026.
00:39Então ainda tem oito meses, mais ou menos, para fechar esse primeiro ciclo.
00:43Já houve a reeleição, porque o Estatuto também tem umas datas específicas para fazer a eleição.
00:49Então a gente também está sendo reconduzido para mais de quatro anos para encerrar o mandato já em 2030.
00:55Mas dá para fazer um balanço já...
00:57Assim, é um balanço bem positivo na minha visão, né?
00:59A gente quando entrou na Federação tinha uma clara necessidade de fazer o futebol acontecer na base, principalmente.
01:10Então, ou seja, a gente tinha uma... eram cinco competições por ano só.
01:14Você tinha um profissional masculino ou feminino.
01:18Aí você tinha um sub-20, um sub-17.
01:22E qual era a quinta competição?
01:23Eram cinco competições por ano.
01:25A segundinha, a famosa segundinha, que a gente já remodelou, né?
01:29E isso...
01:32Então, ou seja, quando você pegava num ranking de federações, por exemplo, se for um estudo que eu fiz na época,
01:40o Pará era o último lugar no Brasil no ranking de competições.
01:44Ou seja, era o estado que menos proporcionava competições.
01:49Você tem uma ideia empatada com Acre e Rondônia.
01:52Se pegar, por exemplo, o estado de São Paulo faz 30, 35 competições por ano.
01:58O Rio de Janeiro faz, sei lá, 70 competições por ano.
02:01E você não podia conceber que o Pará, com o tamanho da importância, não só na região, mas nacionalmente,
02:08está estacionado.
02:09E isso trazia uma série de prejuízos para o futebol.
02:11Principalmente, a base, ela depende muito do atleta, da minutagem do seu atleta.
02:17Sim.
02:17Então, eu quando fui presidente do Pai Sandu, eu respondia muito essas perguntas.
02:21Falei assim, cara, por que ele não usa os atletas da base?
02:26E aí, o torcedor tem aquelas fantasias.
02:29Ah, esse é esquema para o empresário.
02:31O técnico tem preconceito, não gosta de atleta paraense e não sei o quê.
02:35Na realidade, aí é muito dura essa resposta.
02:39É porque eu sabia a base que eu tinha.
02:40Ou seja, uma base que não tinha minutagem.
02:44Em que sentido eu estou dizendo isso?
02:45Por exemplo, um atleta, ele chegava aí aos seus 18, 19 anos,
02:48que é mais ou menos a ideia, quando você faz a transição do amador para o profissional,
02:52com 15, 20 jogos na carreira, Gabi.
02:56Inteira, é muito pouco.
02:58Para você ter uma ideia, mas qual é o número mais?
02:59Olha, menos de 100 não é.
03:02Então, às vezes a gente trazia atleta de base de outros clubes, né?
03:06Uma vez a gente trouxe um atleta, que eu lembro que era da base do Palmeiras.
03:10Aí, foi um questionamento interno.
03:12Por que vai trazer atletas de base de outro local se tem atletas da base do Pará?
03:17Porque esse atleta da base do Palmeiras estava com 200 jogos na carreira.
03:21E o nosso com 15, 20.
03:23Então, isso trazia um prejuízo muito grande para o futebol paraense.
03:26Então, acho que o nosso maior foco era esse.
03:29E a gente também imaginava e focava muito na recuperação da credibilidade do Pará,
03:35na CBF e como uma interrupção nacional, que não era.
03:40Nós éramos realmente muito invisíveis, vamos dizer assim, para as questões nacionais.
03:46Então, o trabalho foi feito.
03:49A gente chegou ano passado numa marca de mais de mil jogos realizados na base.
03:55Hoje o Pará tem 35 competições.
03:58Na verdade, 37 competições.
04:00Esse ano, a gente deve ultrapassar as 40 competições.
04:03Você imagina, sai de 5 para 40 competições.
04:05É muita coisa.
04:07E a gente fez uma reestruturação em todas as áreas.
04:10Então, assim, o futebol, pelo menos no Pará,
04:14porque tem uma questão muito específica no Pará, que são as ligas municipais.
04:18Mas a gente tem que enxergar assim.
04:19Você tem o futebol feminino, você tem o futebol de base, o futebol profissional,
04:24o futebol municipal, que são as ligas municipais.
04:29Colocaria uma outra caixinha aqui, que seria a arbitragem.
04:31Então, o trabalho todo foi feito em cima desses eixos.
04:35Na arbitragem, uma renovação sem precedência.
04:41Você tem uma ideia, a gente renovou 80% do quadro.
04:43Um vento muito corajoso, porque, obviamente, quando você traz árbitros novos,
04:48você tem uma ideia, no nosso Campo do Paranense de 2023,
04:52a gente teve árbitros que apetaram pela primeira vez no profissional.
04:55Já vinham de outros trabalhos, mas nunca tinham apetado no profissional.
04:57Mas foi uma aposta nossa de renovação e de treinamento, etc.
05:01E os resultados começaram a aparecer.
05:03Então, três anos depois, a gente tem já hoje a árbitro nosso fazendo Série A
05:07do Campo do Brasil do futebol, Série B, C, fazendo finais.
05:12Por exemplo, o Fernando Tor fez a final da Série D, esse ano, por exemplo.
05:17A Gleica fez Corinthians e Flamengo, numa Série A feminina e várias outras.
05:24Então, esse trabalho da arbitragem foi muito interessante.
05:25Investimento em tecnologia, trouxemos o VAR próprio, uma das poucas federações
05:29que tem o próprio VAR do Brasil.
05:31Acho que, se não me engano, são seis ou sete.
05:33Então, o Pará está muito bem posicionado aí.
05:35No futebol profissional, criamos mais competições.
05:38Então, a gente tem hoje a Supercopa Grão-Pará, a Copa Grão-Pará,
05:42a Série A1, a 2 e a 3, a Copa Oeste.
05:45Vamos lançar agora a Copa Sul e a Copa do Nordeste.
05:49Profissional.
05:50Sim.
05:52E é importante falar disso, porque no cenário de cinco competições por ano,
05:58você pegava a taça, o campeonato do Paranense de Futebol,
06:0293% foi vencido por Paixão do Remo.
06:06Então, o que acontecia?
06:07O troféu não chegava nos clubes nossos filiados.
06:11E nas outras regiões do estado também.
06:13E nas outras regiões do estado, exatamente.
06:14E clube vive de troféu.
06:16Então, a ideia de você criar mais competições,
06:19por exemplo, a Copa Grão-Pará é muito legal,
06:21porque é como se o estadual se dividisse no meio,
06:26em determinado momento, o clube que vai parando de jogar.
06:28Ele continua tendo o calendário,
06:30porque ele passa para a Copa Grão-Pará,
06:32e aí democratiza as taças.
06:34Então, você vê...
06:36Na minha gestão mesmo, a gente teve já Águia campeão,
06:39Paissandu, Remo, Tuna.
06:41Então, você vê essas taças saindo de uma pequena elite e sendo distribuída.
06:47Você tem que ver alegria.
06:48Lá em Marabá, por exemplo, o Águia foi o primeiro clube a unificar as três competições.
06:53Ele tem o estadual, tem a Copa Grão-Pará e a Supercopa Grão-Pará.
06:57Então, isso é muito importante.
06:58E essa reestruturação da série A1, A12 e A3, Gabi,
07:02ela é a maior revolução da nossa gestão.
07:05Ela é difícil de explicar assim rapidamente,
07:08mas é importante que as pessoas acompanhem as consequências dessa transformação.
07:13Você tem uma ideia?
07:15A segundinha, a extinta segundinha,
07:17ela contava às vezes com 25 clubes, 26 clubes,
07:21como era uma competição muito grande, largada,
07:24e uma competição, como ela é muito grande,
07:27ela era impatrocinável, intransmissível.
07:30Hoje, quando a gente faz essa reestruturação,
07:3312 clubes em cada série, A1, A12 e A3,
07:36você consegue agora levar a transmissão para essas competições,
07:39elas são mais enxutas.
07:40Os clubes gastam menos porque é uma competição com 10, 11 datas
07:44e você consegue botar patrocínio.
07:47Então, pela primeira vez na história,
07:49você teve agora os clubes com uma competição A12 e A3
07:52totalmente pagam pela federação e receberam cota de participação.
07:56Cada clube recebeu 50 mil reais, isso tem que melhorar,
07:58vai melhorar muito, mas é o primeiro ano.
08:00Então, assim, é uma revolução.
08:01Por quê?
08:02Quando você pega, no modelo antigo,
08:06uma competição dessa de 26 clubes, por exemplo,
08:09você pega a série A1,
08:11ela tem uma logística de 12 clubes,
08:13custa mais ou menos 1 milhão e meio de reais.
08:15Se você projetar isso para 26 clubes, 3 milhões de reais.
08:17Pega os últimos 10 anos, 30 milhões de reais.
08:19Gastos pelos clubes.
08:20Porque a federação não tinha patrocínio,
08:23não pagava a competição.
08:24Então, imagina o que é.
08:26Um clube...
08:27Isso explica até porque alguns clubes grandes,
08:30tradicionais do Pará, sucumbiram.
08:33E sumiram.
08:34Porque eles foram indo a boca a outra.
08:36Essa que é a grande verdade.
08:36Então, eles saem agora de uma curva de descendente de gastos e prejuízo
08:44para começar a, pelo menos, não gastar mais dinheiro com a competição
08:47e receber e começa um movimento de sustentabilidade.
08:53Então, esse é o grande...
08:55Na série, no futebol feminino, tinha uma competição.
08:59Hoje tem oito.
09:00Na verdade, você não vai fechar com dez competições.
09:02A base...
09:02Então, a gente tem hoje sub-15 jogando, sub-17 jogando, sub-20 jogando.
09:07É uma competição muito mais abrangente, muito mais inclusiva.
09:11No futebol municipal, esse ano a gente está começando com a Superliga.
09:16Então, a federação hoje, ela banca 80 competições nos municípios do estado do Pará.
09:21E depois, no primeiro semestre.
09:23E no segundo semestre, ela banca um grande intermunicipal
09:26que começou, inclusive, nesse final de semana,
09:29no extremo sul e no oeste do Pará,
09:31com mais de 100 seleções, envolve mais de 20 mil atletas.
09:35É uma competição gigantesca.
09:39E ela, com um conceito interessante,
09:41porque ela é a primeira competição que está sendo paga
09:45com o dinheiro privado, perfeito, de grandes empresas como a Google.
09:48Você consegue imaginar?
09:49A Google tem três ou quatro projetos no Brasil de futebol.
09:53E esse é um deles.
09:54Então, a gente conseguiu levar para a Google também
09:56um discurso de sustentabilidade, de futebol comunitário,
09:59de um futebol mais inclusivo.
10:03E a Google está estampando, virou parceira da federação.
10:07Então, eu achei isso realmente muito relevante.
10:09Então, na realidade, são essas as revoluções
10:13e os próximos passos, naturalmente,
10:15são agora você cuidar dessas caixinhas.
10:19Então, você já tem uma caixinha da base.
10:21Consolidada, né?
10:21Tem mais 30 competições de base.
10:23Então, agora, o que tem que fazer?
10:24Melhorar os jogos, melhorar as competições, modernizar.
10:26Mas ela está lá, está criada a estrutura.
10:29As competições profissionais estão lá.
10:30Seria 1 a 2 a 3, Supercopa Grão-Pará, Copa Grão-Pará.
10:33Por exemplo, a Supercopa Grão-Pará pode melhorar muito.
10:35Ela pode pagar uma premissão maior.
10:36Ela pode ser um programa de TV.
10:39Na verdade, a gente imaginou ela para que fosse um programa de televisão,
10:43para que fosse um jogo mais festivo,
10:45porque é o início da temporada.
10:47Então, a gente também vai melhorar isso.
10:49Para dar uma movimentada também.
10:51Então, assim, as caixinhas estão criadas.
10:53Agora, cuidar para que elas se solidifiquem.
11:01Se desenvolvam.
11:02E se desenvolvam melhor.
11:03Legal.
11:03Então, é um balanço bastante positivo, claro, com algumas reflexões,
11:06alguns problemas que nós tivemos de competições que foram paralisadas
11:10pelo Tribunal de Justiça Desportiva,
11:14em razão de algumas situações que não poderiam acontecer.
11:18Como é que o senhor observa essas paralisações?
11:21Porque isso...
11:22Me corrija se eu estiver errada.
11:23É uma coisa que eu observo que acontece,
11:26tem acontecido com a gente aqui no Pará,
11:28com uma certa frequência.
11:29se a gente sempre tem alguma questão de algum time que tem um jogador ali
11:34que está irregular ou que tem alguma questão de transferência, às vezes,
11:38de jogador de um time para outro.
11:40Como é que o senhor observa isso?
11:42É uma coisa que demanda mais da postura dos clubes
11:46ou a federação tem trabalhado para mitigar essas situações?
11:49A gente vai, a partir dessa temporada, entrar mais duro nesse assunto.
11:54Porque, na realidade, os clubes têm liberdade de denunciar os outros clubes ao tribunal.
12:00Está aí tudo bem.
12:01O tribunal, obviamente, tem que ter celeridade para julgar a tempo hábil,
12:05de não ter que parar uma competição por conta disso.
12:08Mas o que a gente vem observando, que já vem acontecendo nos últimos anos,
12:10alguns clubes iam deixando, iam represando algumas denúncias,
12:16porque os clubes erram.
12:18Às vezes, tu escreve um jogador irregular ou coloca alguém que não pudesse.
12:21São muitos jogadores também, né?
12:22E aí, o que acontece?
12:24Deixava para, na última rodada de classificação, fazer a denúncia,
12:28porque daí, por exemplo, se poderia salvar,
12:31eventualmente, um clube que estava rebaixado, alguma coisa assim.
12:34E quando acontece isso, tem um problema,
12:35porque aí é o que vai ter que parar.
12:37Por quê?
12:38Porque se algo for feito, se a decisão influenciar, por exemplo,
12:44ela pode influenciar a tabela com mudança de pontos.
12:46Sim.
12:47Daí ela muda o cruzamento das quartas de final, semifinal,
12:50então tem que parar, enquanto julgar.
12:53Isso é um problema.
12:54Então, ou seja, o que a gente vai fazer daqui para frente para resolver isso?
12:58A federação vai começar a denunciar.
13:00É um papel triste, a gente não queria ter que fazer isso,
13:02mas, por exemplo, na hora que a gente vê um clube que cometeu uma irregularidade
13:05na segunda rodada, vai ser denunciado na segunda rodada.
13:08E nós vamos denunciar.
13:10Porque, eu digo assim, os clubes vêm e ficam represando.
13:13Não, não está na hora de denunciar.
13:15Vamos ver como é que a tabela vai ficar e a gente denuncia lá na frente.
13:18É como se a federação fosse um conselho.
13:23Isso, é, um promotor de justiça, pronto.
13:26Para verificar o que é, o que vale ser levado adiante ou não.
13:30Então, a gente vai começar a cumprir esse papel para, enfim,
13:33para evitar que haja de novo esse tipo de paralisação.
13:37Essas paralisações que acabam comprometendo outros clubes também, né?
13:42E agora, saindo um pouco daqui da nossa região,
13:46o senhor está desempenhando um papel agora à frente da CBF também,
13:50que eu acredito que seja bastante diferente, um novo desafio.
13:54O senhor falou ainda agora.
13:55Conte aí um pouco dessa missão agora nacional, né?
13:59Nacional, é uma...
14:02Bem, primeiro houve um movimento na CBF, né?
14:05Que resultou do afastamento do atual, do ex-presidente, né?
14:10Edinaldo Rodrigues.
14:11E ali a gente tinha uma, vamos dizer assim, um grupo de novos líderes, né?
14:19Estaduais, né?
14:20Nacionais, que tinham algumas afinidades, seja de idade,
14:25seja de crença no futebol.
14:28E essa história é muito longa, mas basicamente esse grupo que reage
14:34e propõe uma candidatura, né?
14:40Então, eu fiz parte direto dessa articulação,
14:43onde a gente escolheu o nome do Samir, né?
14:46Que é o nosso presidente atual,
14:48que na época reunia todos os predicados que eram importantes,
14:51que a gente julgava para aquele desafio,
14:53principalmente também a própria disponibilidade.
14:58Enfim, tinha todas as características para isso.
15:01E a gente vence a eleição.
15:03Então, é uma data que começa agora, começou em maio, né?
15:06Onde eu sou um dos vice-presidentes da CBF.
15:08Então, isso é muito importante para o Pará.
15:11A gente tem hoje uma...
15:13Primeiro, porque a relação com o Samir é muito estreita, né?
15:16O Samir é um amigo pessoal, já era antes da eleição.
15:19É nortista, afinal de contas ele é de Roraima.
15:24Já morou no Pará, inclusive.
15:26Já fez residência médica no Pará.
15:29E ele tem uma história desse carinho pelo Norte.
15:33Então, isso eu acho muito bacana,
15:35porque criou-se uma onda positiva.
15:39Que eu tenho dito muito que esses próximos quatro anos
15:41têm que ser os melhores quatro anos do futebol paraense.
15:44Em razão de toda essa conjuntura, né?
15:46Da gente ter uma cadeira na vice-presidência,
15:48mas mais do que uma cadeira.
15:50Uma relação muito estreita com a presidência, né?
15:54E a liderança nacional.
15:57E eu fiquei agora com a incumbência.
16:00Primeiro, o GT do Fair Play, né?
16:04Que foi um presente, na realidade.
16:06Que era um assunto que, realmente, sempre eu tive muito interesse.
16:10Então, estou presidindo esse grupo de trabalho
16:11que vai apresentar já em novembro as regras do Fair Play, né?
16:16Que é o sistema de sustentabilidade financeira.
16:18Basicamente, a responsabilidade fiscal do futebol,
16:21ou seja, você gastar só o que você arrecada.
16:25E aí, as sanções.
16:26E tem uma série de situações bem interessantes.
16:29O projeto está ficando muito, muito importante.
16:31E agora é a implementação da sustentabilidade na CBF.
16:37Então, eu vou presidir agora um comitê,
16:40que é o Comitê de Sustentabilidade,
16:43onde a gente está desenhando ações estruturantes
16:49para cada um dos três eixos importantes da sustentabilidade,
16:52que seria o meio ambiente, o eixo de governança e o eixo social.
16:59Sim.
17:00Então, para cada uma área dessa,
17:01a gente vai ter duas ou três ações estruturantes,
17:04além de uma série de outras ações complementares.
17:07E estamos criando também a ODF.
17:09Baseado e inspirado nas ODSs da ONU, né?
17:12Que são os Objetivos da Sustentabilidade.
17:14A gente criou os Objetivos do Futebol,
17:16que, na realidade, é um compromisso.
17:18São valores, é uma espécie de bússola de decisão
17:21para as ações sustentáveis da CBF,
17:24em cima de 15 ODFs,
17:26que vamos lançar, inclusive, aqui na COP,
17:28no dia 12 de novembro,
17:33no pavilhão do Pará.
17:35Portanto, terá ali uma ação da CBF,
17:38lançando as ODFs do futebol e a nossa agenda sustentável.
17:42Ah, legal.
17:43E agora, você falou que a expectativa é
17:46que os próximos anos sejam bastante prósperos
17:49aqui para o futebol paraense.
17:51E a gente não pode deixar de comentar
17:52o que tem, o cenário hoje,
17:55que a gente vê aí o Remo já praticamente encaminhado
17:59lá em cima na tabela,
18:01o Paissandu encaminhado também para uma outra série,
18:03mas não tão positivo, né?
18:05Para a torcida bicolor.
18:07Então, como é que você observa hoje
18:08os principais representantes aí do futebol paraense?
18:13E essa situação que a gente encontra aí,
18:14um que já está ali com a sua Série A,
18:18já é bastante ali na mira,
18:21e o Paissandu, que o senhor também já presidiu
18:23em algum momento e hoje está ali retornando.
18:27O senhor espera que, nos próximos anos,
18:29a gente possa talvez ter os dois aí competindo
18:32uma Série A ou talvez, sei lá,
18:34se encontrando de novo na B.
18:35como é que o senhor observa o futebol
18:37de Remo e Paissandu hoje aqui no estado?
18:40Olha, primeiro, acho que é importante a gente falar um pouco também
18:44do calendário brasileiro,
18:46que trouxe para o Pará mais uma vaga da Copa do Brasil,
18:50por exemplo.
18:51Então, isso é muito importante.
18:51Vai ter mais um clube paraense
18:53disputando competição nacional.
18:55Antes de falar de Paissandu e Remo,
18:58também é muito importante a gente falar um pouco
19:01da Tuna, do Águia,
19:03que são clubes que disputaram a Série D,
19:04vão disputar esse ano.
19:07E a gente tem também muita esperança
19:08que esse ano bateu muito na trave
19:11uma situação da Tuna.
19:13O Águia acabou também tropeçando na rodada final.
19:16Mas eu acho que eles têm muito potencial
19:18para chegar a uma Série C.
19:20Então, eu acho que isso é muito importante,
19:21porque você abre mais uma vaga para a Série D.
19:23Eu imagino que em dois, três anos
19:27nós tenhamos essa condição já
19:28de ter mais um clube ascendendo da D para a C.
19:35Paissandu e Remo vivem momentos opostos.
19:37O Remo fez um trabalho brilhante.
19:40É importante destacar a gestão do futebol do Remo,
19:44que realmente esse ano foi extraordinária.
19:47Eu acho que o Tonião está de parabéns,
19:49porque também passou por momentos difíceis
19:52já no passado, e foi resiliente.
19:55E futebol, realmente, às vezes,
19:57a gente cobra muito curto prazo.
19:58Curto prazo, você também tem que ter essa...
20:01Essa paciência.
20:02Essa resiliência para levar, para entender.
20:05Você sabe o que está...
20:06Eu sempre falo assim,
20:07que futebol é quarto de casal,
20:09porque só sabe quem está lá dentro
20:10o que acontece, dentro do vestalho.
20:12Então, a gente que está fora tem várias ideias,
20:15várias soluções, várias críticas.
20:17E essa pressão, às vezes, atrapalha muito.
20:19Então, você tem que ter muita resiliência
20:20para poder saber conduzir.
20:21Porque você que está lá dentro,
20:22você sabe o que está acontecendo.
20:23Então, o Tonião está de parabéns.
20:25O Paissandu passa por um momento
20:26realmente muito delicado.
20:29Vai jogar uma Série C novamente, em 2026.
20:32E a gente espera que...
20:33Acho que potencial,
20:35os dois têm para estar na Série A.
20:37O Remo vai confirmar,
20:38se Deus quiser, o Remo sobe esse ano também.
20:41E tem que subir para ficar.
20:42Eu acho que, sabe,
20:43você pega o estádio que a gente tem,
20:46o Mangueirão,
20:47a paixão dessa torcida,
20:50a frequência dessa torcida.
20:52Então, eu acho que tem tudo para chegar e ficar.
20:55E o Paissandu tem o seu caminho também
20:56para se recuperar
20:58e morder de novo uma Série B
21:01para chegar na Série A.
21:02Acho que os dois têm que querer ficar na Série A,
21:04que eu acho que é o tamanho
21:05que os dois clubes merecem,
21:07o espaço que eles merecem.
21:08Pensa alto, né?
21:09E agora, a gente...
21:11Falando sobre o brasileiro,
21:13a gente ouve por aqui
21:15que agora
21:16alguns clubes no Brasil
21:18estão tendo aí títulos
21:19que estão sendo reconhecidos agora.
21:22O Remo é um desses times que está...
21:24O Remo e a Tuna, né?
21:26O Remo também.
21:26Está passando por esse processo aí.
21:29E o que pode ser, de fato,
21:31nomeado ao clube do Remo,
21:32à Tuna?
21:33E a fofoca aí
21:36entre as torcidas é que, talvez,
21:39o Remo até passaria,
21:40o Paissandu aí
21:41em títulos na questão nacional, né?
21:44Fora estadual.
21:46E é verdade?
21:48Pode passar?
21:48Como é que é?
21:49Como é que vai funcionar essa...
21:51Eu parei de fazer essas contas de título
21:52enquanto eu saí do Paissandu, né?
21:54Eu te confesso que eu não sei
21:55como é que está.
21:57Mas o Remo, ele montou uma comissão, né?
22:01Que é uma comissão de pesquisadores,
22:04perfeito?
22:05Eu fui atrás de alguns campeonatos
22:06que o Remo jogou na década de 60 e 70,
22:09se não me engano, mais de 70.
22:13Apresentou essas competições
22:14para que a CBF as reconheça.
22:18Então, por exemplo,
22:18uma que eu sei, com certeza,
22:20é de 71, por exemplo,
22:21onde o Remo foi campeão
22:22de um norte-nordeste.
22:24Então, lá tem toda a competição,
22:25tem a tabela, tem as súmulas,
22:27tem toda a documentação
22:29para que a CBF
22:31faça esse reconhecimento.
22:34Então, tem aí umas três ou quatro competições
22:36onde o Remo juntou
22:36e já apresentou a federação
22:40e a federação já encaminhou para a CBF.
22:44Mas eu, por exemplo,
22:44nessa semana,
22:46eu já estarei na CBF
22:47cuidando pessoalmente disso.
22:48Então, eu acho que o que é do Pará
22:50tem que ficar no Pará,
22:51tem que trazer essas competições
22:52para serem, sim, reconhecidas.
22:54E tem a Taça de Prata
22:55da Tuna Luso Brasileira também,
22:57onde a gente está fazendo um trabalho
22:58muito parecido com o do Curitiba,
23:00que também teve uma competição nacional.
23:03A Taça de Prata, ela equivale à Série B,
23:06do Curitiba Brasileiro.
23:07Então, também se pleiteia
23:10que a Tuna receba esse reconhecimento.
23:14Então, a gente vai lutar.
23:15Eu tenho certeza que isso vai virar.
23:19Está tudo muito bem documentado,
23:20então não tem porquê a CBF
23:22não reconhecer.
23:25E isso vai ser muito legal para o Pará,
23:26com certeza.
23:27Legal.
23:27E agora, falando do futebol feminino,
23:29fugindo um pouco dessa pauta do masculino
23:33e do profissional que a gente acompanha,
23:35mas, na grande mídia,
23:37mas o futebol feminino também.
23:38O senhor falou sobre o aumento
23:40das competições que as meninas
23:43têm prestado aqui no Estado.
23:46E o que mudou hoje no futebol feminino
23:49e o que o senhor ainda acha
23:50que precisa se aperfeiçoar
23:52para que a gente consiga ter daqui
23:54grandes talentos até para uma seleção?
23:57O futebol feminino, ele realmente
23:59é um desafio, sabe?
24:01A gente criou umas competições,
24:05que eu acho que essa é a principal,
24:08na realidade, na época,
24:09era o principal pleito,
24:11que era a principal necessidade,
24:13que era criar competições
24:15para a gente poder se movimentar.
24:16Só que fazer futebol é caro.
24:19Então, ou seja,
24:20o que a gente tem refletido hoje,
24:21pensado,
24:22e eu acho que esse é o atual
24:23grande desafio do futebol feminino no Pará,
24:25é de encontrar o financiamento
24:28para manter essas atividades.
24:30Seja através de lei de incentivo,
24:32seja através de patrocínio direto,
24:33seja através de fomento da federação.
24:36É importante destacar que essas competições todas,
24:39elas são pagas pela federação.
24:41A federação paga do delegado,
24:43ao árbitro,
24:43toda a estrutura,
24:45mas manter o projeto é caro.
24:47Então, assim,
24:50eu conheço todos os presidentes
24:52dos clubes menores,
24:54principalmente,
24:54que jogam essas competições
24:55e é muito desafiante.
24:57Por exemplo,
24:58você tem o Cabanos,
24:59que é o Marco,
25:00que é um grande guerreiro do futebol.
25:04Cara, ele leva isso no braço, sabe?
25:06Então, assim,
25:07é caro fazer futebol,
25:08é caro manter essa estrutura.
25:10Então, acho que o nosso maior desafio é esse,
25:12é tentar fazer, por exemplo,
25:13que a competição profissional
25:15também venha a ter cota de participação,
25:20para eles poderem receber valores
25:22para jogar a competição.
25:24Mas, sobretudo, isso,
25:24da gente criar um mecanismo
25:26de sustentabilidade para a atividade.
25:30E eu acho que, superando isso,
25:32a gente consegue pensar um pouco mais alto,
25:37porque aí as competições nós já temos,
25:39a estrutura de campo,
25:40bem ou mal,
25:41se tem aí o Souza,
25:43o Baenão,
25:44a Coruzu,
25:44o próprio Mangueirão,
25:46eu acho que isso não tem sido
25:48o maior problema.
25:50Hoje é encontrar meios
25:51para que haja uma sustentabilidade
25:53dos projetos.
25:54Legal.
25:55Agora, lembrei,
25:56presidente,
25:56a gente estava já
25:57no outro rumo da conversa,
25:58mas lembrei que agora
26:00está rolando também
26:01uma possibilidade
26:02de que Belém receba
26:04um jogo da Libertadores,
26:05a final, por sinal.
26:07E aí,
26:08o Belém tem recebido
26:09alguns jogos,
26:10recebeu já a seleção
26:12no ano passado?
26:13Foi?
26:14Acredito que...
26:14Não, 23, né?
26:162023 recebeu a seleção,
26:18recebeu esse ano
26:19a Flamengo e Botafogo,
26:22também um clássico
26:23aqui em Belém,
26:24no Mangueirão,
26:25e agora a possibilidade
26:26desse jogo da Libertadores.
26:27O senhor avalia
26:28que essa é uma possibilidade
26:30bem possível?
26:34E o que o senhor acha
26:34de receber esses jogos
26:35aqui em Belém?
26:36o que o senhor vê
26:37de mais importante
26:38em ter Belém
26:39como um polo,
26:40embora não tenha,
26:42por exemplo,
26:43na Libertadores
26:43não tenha nenhum
26:44competidor paraense
26:46nesse campeonato?
26:48É, competição,
26:49a Libertadores...
26:49Bem, primeiro,
26:50isso é uma política
26:50nossa, né?
26:51A gente tem que sempre
26:52oferecer Belém
26:52para grandes eventos,
26:53então, realmente,
26:54você citou aí,
26:55ainda teve também
26:56um jogo
26:57do Campeonato Carioca,
26:58Flamengo e São Paulo.
26:59Ah, foi, isso.
27:02E a gente tem aí
27:03outros eventos engatados
27:05também já,
27:06que a gente vem conversando
27:07para serem realizados
27:08em Belém.
27:09A Libertadores
27:10está tendo um problema
27:11em Peru, né?
27:13Em Lima,
27:13onde é a final,
27:15e a Comebol
27:17já deu a entender
27:20em alguns momentos
27:21que ela pode tirar
27:21o jogo de lá.
27:22Sim.
27:23A gente torce
27:23para que as coisas
27:25se resolvam lá, né?
27:26Afinal de contas,
27:26não é um problema
27:27só do futebol,
27:28é um problema público,
27:29do futebol social.
27:30Mas em não
27:31havendo condições
27:34de fazer,
27:34Belém já foi
27:36por nós oferecida também
27:37a Comebol
27:38e a CBF.
27:40E a gente usa
27:40um argumento
27:41muito forte, né?
27:42Que seja também
27:43da Comebol
27:45uma ação
27:46para homenagear
27:47também a Cop 30, né?
27:49Ou seja,
27:50esse jogo
27:50é uma semana
27:51depois do encerramento
27:51da Cop.
27:53Eu acho que
27:53fazer o jogo
27:54na Amazônia
27:55seria representativo,
27:56afinal de contas,
27:57o Peru também é amazônico,
27:58então você está saindo
27:59de um bioma amazônico
28:02para outro, né?
28:03Tirar dessa estrutura,
28:04eu acho que...
28:05Então, agora,
28:06temos competidores
28:07fortes também, né?
28:08Brasília se candidatou,
28:10Brasília tem um trunfo, né?
28:11Que é mais central,
28:13Brasília tem
28:13um estádio
28:15com mais,
28:15se não me engano,
28:16são 12 ou 13 mil
28:17pessoas a mais
28:19para você poder
28:20vender ingresso.
28:21Então, cada um
28:21tem as suas armas,
28:22a gente tem a nossa aqui,
28:23bora ver.
28:24Bora ver como é que...
28:25Até quando deve ter
28:26essa resposta?
28:28Olha, eu acho que tem
28:29que ser logo, né?
28:29Porque...
28:30A Cop já está na porta, né?
28:32É, esse jogo,
28:33se não me engano,
28:33é 28 de novembro,
28:35ou 27.
28:35É, até organizar
28:36logística e tudo mais.
28:37Então, tem que...
28:38A Comebol tem que
28:38bater o martelo,
28:39urgente para...
28:41E essas outras competições
28:43que a gente já recebeu aqui,
28:45o senhor acha
28:45o que tem de mais importante
28:47de Belém?
28:48Receber esses eventos
28:50como esse jogo
28:52do Flamengo
28:53aí contra o São Paulo?
28:54Olha, primeiro é o seguinte,
28:55um percentual da renda
28:56fica com a gente,
28:57é 5%.
28:58Então, é um jogo
28:59desse de 12 milhões,
29:01um jogo foram
29:0112 milhões
29:02de arrecadação.
29:05Então, você tem
29:05uma receita
29:06bastante considerada
29:07e a gente tem
29:08uma política
29:09de investir
29:10integralmente
29:11no fomento
29:12da base.
29:13Então, por si só,
29:14já é um jogo
29:15que traz
29:16esse tipo
29:17de contrapartida.
29:21Você, cara, assim,
29:22você bota Belém
29:23no mapa, né?
29:24Por exemplo,
29:24Botafogo e Flamengo,
29:26você ficou com Belém
29:28em todos os programas
29:30esportivos
29:30durante uma semana inteira.
29:32As pessoas fazendo
29:33de Belém,
29:35inclusive,
29:35os programas.
29:36Ao vivo, né?
29:37Você traz toda
29:38a mídia esportiva
29:39para Belém, né?
29:40Então, isso também
29:41nos proporciona
29:42a troca de experiências,
29:44intercâmbios.
29:45Então, assim,
29:45eu acho que é um evento
29:46e, assim,
29:48movimenta a cidade,
29:49movimenta o turismo.
29:50Então, é muito importante.
29:51O futebol, ele tem
29:52essa força, né?
29:54E a gente vai estar sempre...
29:56Porque a gente hoje
29:56tem um trunfo muito grande
29:57que é o Mangueirão, né?
29:58O Mangueirão é um estádio
29:59hoje extremamente moderno,
30:01dotado de tudo
30:02que a FIFA exige,
30:03como é bola.
30:04Então, a gente tem que estar
30:05nessa política
30:06de trazer esses grandes eventos
30:08para o Pará.
30:08Excelente.
30:09Você acha que a gente tem
30:10mais alguma coisa
30:10para destacar?
30:12Não sei.
30:13Acho que a gente...
30:14Futebol é uma resenha
30:15que se deixar...
30:16É verdade.
30:17É verdade.
30:17É porque já está acabando
30:18o nosso tempo
30:18e eu queria lhe agradecer
30:20a sua presença.
30:20Eu agradeço.
30:21Agradecer aqui
30:22o nosso bate-papo
30:22e agradecer também
30:23que acompanhou a gente
30:24até aqui
30:24para ler essa nossa
30:25entrevista na íntegra.
30:27É só acessar
30:28oliberal.com
30:29e também nos nossos
30:30jornais impresso.
30:31O Liberal e Amazônia.
30:33Até a próxima.
30:33Agradecer aqui.
30:36Agradecer aqui.
30:37Agradecer aqui.
30:37Agradecer aqui.
30:38Agradecer aqui.
30:38Agradecer aqui.
30:39Agradecer aqui.
30:39Agradecer aqui.
30:40Agradecer aqui.
30:40Agradecer aqui.
30:40Agradecer aqui.
30:40Agradecer aqui.
30:41Agradecer aqui.
30:41Agradecer aqui.
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30:42Agradecer aqui.
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