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Conheça a história dos descendentes de indígenas e africanos de Cachoeira dos Índios no programa Diversidade em Foco
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Categoria

Pessoas
Transcrição
00:00Com relação à origem da família, a sua família, ela tem sangue de pessoas descendentes da África?
00:10Não sei falar, porque nunca eu fui informado.
00:16Então, eu não vou dizer, se eu nunca fui informado.
00:21Sim.
00:22Pode dizer.
00:23Talvez, por conta da pele, pode ser que haja essa relação, né?
00:28Sim.
00:28Muito bem.
00:29Mas aí, Sr. José Belém, tenha-se imaginou a ideia, há quanto tempo vocês moram nessa localidade?
00:40Porque quem veio pra cá mesmo foi justamente o seu avô.
00:44Como é o nome do seu avô?
00:46Antônio José de Belém.
00:48Antônio José de Belém, que veio pra cá, vinha do sítio, vinha de que localidade?
00:54Vinha do Pajão das Flores.
00:56Vinha do Pajão das Flores e fechava Pernambuco, não é isso?
01:00Aí, a gente disse, Pernambuco e Bahia, e paraíba, eu não sei nem dizer, dizer também, vocês tinham passeado em Pernambuco?
01:11Sim.
01:12Sim.
01:12Sim.
01:13Sim, veio para cá, não é?
01:15E aqui, ele começou a...
01:18Pode dizer.
01:19Sim.
01:20Pode dizer.
01:21Paraíba, ele comprou uma área de terra, por dois berréis, a José Nunes e a esposa.
01:38E aqui, ele se aceitou a palavra de Mário.
01:45Ele era professor, morava ali em cidade de Cagazes.
01:53Ele constituiu uma família, um dos poderes de Cagazes.
02:01Trabalhava aqui, em cidade de Cagazes, e assim, tocou a vida para a frente, até chegar ao fim, me dava a ver.
02:13Isso, o seu avô?
02:16Meu avô.
02:16Foi o pai de meu pai.
02:18Henrique.
02:19Henrique.
02:20Você poderia falar um pouquinho sobre o mestre Henrique, seu pai?
02:25Uhum.
02:26Seu pai era um homem que, para criar a família, até eu se encontrei a ele, que ele era um homem que fazia a frente,
02:44tudo era esse, o trabalho, a roça, como renunciar, comprar coisinhas, vender ali, tudo para ajudar o meio de sobreviver com a família.
03:02E assim, Cagazes, constituiu uma família, a ele, o avô, morreu, também, a gente, e, enquanto, ele, o conhecimento da sua família, desde aqui, dez filhos, o primeiro encriado, e ele, a gente, ficou até os eitês.
03:26Seu, oitenta e três anos.
03:34Seu José Belen, o seu pai, o mestre Henrique Belen, ele tinha chamado mestre Henrique, porque, na verdade, ele foi um professor, um mentor da educação, aqui no município de Castilha dos Índios, né?
03:48A gente sabe na história que ele difundiu a educação, indo para a casa das famílias,
03:54porque na época os professores iam para a casa das famílias,
03:57aquelas famílias convidavam, pagavam, para que ele ensinasse, orientasse
04:04e semeasse a semente do saber nas famílias.
04:09E o mestre Henrique Belém, ele foi um grande ícone da educação cachoeirense.
04:18Naqueles anos, acho que anos 20, anos 30, não é por aí assim, não é?
04:25Vai ser mais...
04:27Exatamente, que a educação era tão difícil e que precisava dos professores
04:33ir para a casa das famílias para trabalhar ensinando.
04:37E o mestre Henrique, ele colaborou nesse crescimento da difusão da educação
04:47no município de Cachoeira do Zinho.
04:51E aí, agora, falando de seu Zé Belém, nós estamos aqui em frente,
04:56seu Zé Belém também colaborou também no município de Cachoeira do Zinho,
05:00e nós conversamos antes, nos bastidores, que o senhor exerceu um trabalho no município de Cachoeira do Zinho.
05:08O senhor lembra que trabalho o senhor realizou?
05:10Eu lembro, eu sei o que eu fiz, se fosse necessário variar.
05:19Outra vez, eu sei que o que eu fiz, eu era o fiscal da prefeitura de Cachoeira do Zinho,
05:30desde a primeira realidade, até o final do município, era até comigo.
05:40Era, tratava-se de como é o imposto dos comerciantes,
05:47tratava-se de uma descrição de animais na roça de outras pessoas,
05:57em vez de levar para a frente.
06:00Acabava o primeiro Zé Belém.
06:03Zé Belém ia, lá via o Zé Belém, conversava com o dono lá,
06:11com o nosso imposto dos animais, pediam o prejuízo.
06:17Aí, a gente fazia uma coisa.
06:21Às vezes, não estava diferente,
06:24mas a gente chamava,
06:26quando voltinha a conversar,
06:28ele estava, fazia igual,
06:30para não haver problema.
06:33E isso aí, Zé Belém fez muito.
06:37E se fosse capaz de fazer, ele fazia de novo.
06:40Não esqueceu dessa função,
06:43pareia da mesma forma.
06:44Eu faço hoje.
06:46Que bom, né?
06:47É.
06:47Mesmo que eu não estou fechando,
06:49não peço nada fácil, nem mesmo.
06:55O senhor também,
06:58segundo o que eu conversei com a sua filha,
07:01o senhor também era com uma espécie também
07:03de juiz de paz da família,
07:05da família Belém,
07:06no tempo de aconselhar,
07:08de dar uma força de semente de paz, sim.
07:16É.
07:18Sempre, quando alguém precisa,
07:24e se for possível a gente conversar,
07:26eu sempre estou à disposição.
07:30Agora, quando ele quer,
07:33procura o seu VI.
07:35Exato.
07:35Né?
07:36Claro.
07:36Porque eu não vou ficar com raiva vício,
07:38eu não vou me ligar de nada.
07:40Então,
07:41eu não vou deixar isso aí só.
07:43Bom, Zé Zé Belém,
07:44mesmo não se ter uma certeza
07:47que tem raízes genéticas africanas.
07:53Mas, nessa condição,
07:55como o senhor vê atualmente
07:59a questão dos valores,
08:02o senhor se respeita
08:03às pessoas de pele preta?
08:06que tem raízes genéticas africanas.
08:08Ah,
08:09essa aí,
08:11é a seguinte,
08:12essa palavra,
08:13negro,
08:15ela nunca saiu,
08:18sempre do pessoal mesmo.
08:21Ah,
08:22olha,
08:23quem usa essa palavra?
08:26não saiu,
08:29não saiu,
08:30não.
08:31Nem,
08:32tô com papel.
08:34Agora,
08:35é de férias do sistema,
08:37de roto,
08:37é,
08:38mas,
08:39mas,
08:42continua certo.
08:44Aí,
08:46o pessoal,
08:49no pé de preto,
08:51caprichado mais,
08:53são mais caprichosos,
08:54a vida,
08:56o tempo é o outro,
08:58um diferente,
08:59né?
09:00Quando vai passar nos tempos,
09:02vai ficar diferente de um tempo,
09:04o tempo tem.
09:05E é isso,
09:06vai só esperar quando a vida.
09:07Mas,
09:08assim,
09:09eu acredito que o senhor vê
09:11que,
09:13uma coragem,
09:14uma resistência muito grande
09:15das pessoas,
09:17de pele negra,
09:18que enfrentam,
09:19e ainda hoje,
09:20há porém,
09:21por mais,
09:22assim,
09:22uma visão mais abrangente,
09:24porque hoje,
09:25já se trata de uma maneira diferente.
09:27Hoje,
09:27já se ignora quem trata as pessoas
09:30de pele preta,
09:31ou de discriminação.
09:32Já tem as pessoas também
09:33que ignoram essa forma de tratamento.
09:35É,
09:36e é pouco,
09:37são poucos que,
09:41que,
09:42o bicho,
09:43o negro,
09:44e tal,
09:44são poucos,
09:46são poucas,
09:47já estão mais,
09:49acostumadas.
09:51o senhor acha que,
09:52as pessoas de pele negra,
09:54apesar do que enfrentaram,
09:55uma pele horrível,
09:57eles são pessoas fortes,
09:59pessoas,
10:00que não baixaram a cabeça,
10:02que hoje vive,
10:03digamos assim,
10:05conquistando,
10:06e cada vez mais,
10:07resgatando,
10:08seus valores.
10:09Aí,
10:09as vezes,
10:11esse pessoal,
10:12ele,
10:12tinha mais,
10:14era mais,
10:15era mais,
10:15era mais pedagoneiro,
10:16mas hoje,
10:19é bom,
10:20se orar,
10:21e levar o nome de negro,
10:23e tal,
10:24está quase comum,
10:26para as pessoas,
10:28mas hoje,
10:29é quase a menor,
10:30coisa,
10:31da sua pele,
10:33para mim,
10:34não há diferença,
10:36não há diferença,
10:37não há diferença,
10:39não há diferença,
10:40não há diferença,
10:41não há diferença,
10:42se vai para a festa,
10:45e eu vou também,
10:46minha filha,
10:47vão,
10:48as capacidades,
10:49são as mesmas,
10:50as competências,
10:51são as mesmas,
10:52não é?
10:54Enfim,
10:55mas,
10:55senhor Zé,
10:56nós já estamos,
10:56já terminando,
10:57voltando um pouco,
10:59ao mestre Henrique,
11:01eu gostaria que o senhor,
11:02falasse um pouco assim,
11:03foi o mestre Henrique,
11:05que colaborou,
11:06ou foi o seu avô,
11:08que colaborou também,
11:09com o padre Rolim,
11:10na questão,
11:12de missas,
11:13o senhor lembra?
11:14Foi meu avô,
11:15seu avô,
11:16foi,
11:17meu avô,
11:19quando o padre Rolim,
11:23ele tinha dois lugares,
11:27no domingo,
11:29ele ia celebrar,
11:31era ensinando,
11:32com o presidente do peixe,
11:34isso eu estou dizendo,
11:37o que eu ouvi,
11:38não dá,
11:39e eu só contei,
11:42de peixe,
11:42e vou editar,
11:43eu não dá,
11:43não,
11:44aí,
11:47meu avô,
11:48e com isso,
11:50é o avô,
11:51eu não me vi,
11:54muito menos,
11:55com o lado,
11:56do Danilo,
11:57sim,
11:58agora,
11:58o mestre Henrique,
12:02seu pai,
12:03também,
12:03colaborou também,
12:04em Cachoeira dos Índios,
12:06nas missas,
12:07com o padre,
12:08padre Américo,
12:10foi isso,
12:10o senhor lembra disso?
12:11É,
12:11é,
12:11o padre Américo,
12:12o pai,
12:16o pai,
12:16o pai,
12:17o pai,
12:17o pai,
12:17o pai,
12:18o pai,
12:18o pai,
12:20se tornou,
12:21se você não,
12:22o pai,
12:22que o pai,
12:23disse o pai,
12:24ele é parida,
12:25talvez,
12:26senhor Zé Belém,
12:29agora,
12:30eu deixo esses finais,
12:32para o senhor,
12:33dizer,
12:34ficar à vontade,
12:35para falar alguma coisa mais,
12:37se o senhor tem algum agradecimento a fazer,
12:40a alguma situação,
12:42do seu trabalho,
12:44em Cachoeira dos Índios,
12:45enfim,
12:46para o senhor fazer suas despedidas.
12:50É,
12:50Cachoeira dos Índios,
12:51eu só tenho muito,
12:55é que agradecer,
12:57a Cachoeira dos Índios,
12:59não só a cidade,
13:02como o município de todos,
13:04eu tenho esse pessoal,
13:07que,
13:08por muito amigo,
13:10ninguém gostava do meu trabalho,
13:14ninguém gostava de mim,
13:16eu sempre fui bem tratado,
13:18bem recebido,
13:19nos Cachoeira dos Índios.
13:22Com respeito,
13:23com respeito,
13:24com dignidade,
13:27não tenho,
13:28nada mal,
13:30a de Cachoeira dos Índios.
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