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Uma escola cívico-militar do Paraná expôs fuzis da Polícia Militar para os estudantes, causando uma grande polêmica nas redes. O debate se acirra com a exibição de um hino que faz apologia à violência e a bancada do Morning Show entra em confronto: essa exposição é educativa, faz parte da realidade policial, ou reforça uma violência simbólica perigosa para jovens?


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Transcrição
00:00Em relação a uma exposição numa escola estadual cívico-militar
00:03em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná,
00:08porque foi feita uma amostra ali pra adolescentes
00:11expondo o armamento da PM.
00:13E dessa forma, então, os policiais militares estiveram presentes,
00:18mas foi exposto esse armamento.
00:20De que forma que a gente pode analisar isso, doutor Mesquita?
00:24Bom, vamos lá. Primeiro, ao contrário do esperado,
00:27todos esperam que eu vou, de alguma maneira, ideologizar esse debate,
00:31trazer pra um campo da defesa do armamentismo,
00:33que, na minha opinião, não tem nada a ver com isso.
00:35Eu enxergo essa situação de uma maneira muito tranquila.
00:38De fato, eu não entendo por que tanta polêmica envolvendo uma exposição de fuzis.
00:44Só um minutinho, só vou recepcionar o pessoal que nos acompanha pelo rádio.
00:47A gente está contextualizando aqui uma exposição de armamento da Polícia Militar
00:51com fuzis e tudo mais, que foi feita numa escola cívico-militar do Paraná e Colombo,
00:57na região metropolitana ali de Curitiba.
00:59E dessa maneira, então, está gerando bastante polêmica,
01:02algumas pessoas favoráveis, outras contra.
01:04Quero até saber qual a opinião do nosso chat,
01:07porque eu sei a opinião do Mano sobre as escolas cívico-militares,
01:11sei a opinião do doutor Mesquita que vai ser favorável.
01:13Inclusive, vou retomar a palavra aqui com você,
01:15pra te dar o direito a realmente fazer a sua análise completa,
01:18porque recepcionamos de novo o pessoal do rádio.
01:21E eu tenho certeza que pessoas vão divergir e o debate vai ser bom.
01:25Agora, continuo, por favor.
01:26Então, eu dizia que justamente eu não entendo o porquê de tanta polêmica
01:29envolvendo a exposição de fuzis numa escola, ou seja, em qualquer lugar.
01:33O fuzil, assim como uma arma de fogo, é um objeto inanimado.
01:37É um instrumento que depende de quem está por trás utilizando ele.
01:41No caso, se for utilizado por policiais,
01:44e assim se espera que fuzis sejam utilizados, estejam na mão de policiais,
01:49ele pode, deve ser utilizado, inclusive, pra defender e proteger vidas.
01:53E ele está sendo ali exposto em um ambiente controlado,
01:56sem qualquer viés de incentivo aos jovens,
02:01pra que esses jovens apenas tenham contato,
02:02tenham conhecimento que é algo que é da realidade,
02:05que é algo que é, inclusive, da realidade de boa parte dos jovens de periferia,
02:10que convivem com essa situação de assistir fuzis na mão de criminoso na porta de casa.
02:15Agora, pra parcela dessas pessoas, aí está tudo bem.
02:18Eu vejo pessoas que se incomodam com o fato de ter uma exposição de fuzis numa escola,
02:24como talvez se incomodariam.
02:25Será que se incomodariam se tivesse uma exposição de estetoscópio,
02:29sob uma feira médica, ou de aparelhos de dentista,
02:32de esquadro, pra uma feira de arquitetos?
02:34O fuzil, que é um instrumento de trabalho policial.
02:37Mas essas pessoas, talvez, não se incomodam com o fato, hoje,
02:40de que tem traficante vendendo droga na porta da maioria,
02:43de boa parte, se não da maioria das escolas.
02:45Não se incomodam, talvez, com shows de funk,
02:49com gente rebolando bunda na escola, pra aluno, pra criança,
02:53ao som de música funk pornográfica, de apologia das drogas, como já assistimos.
02:57Não se incomodam com alunos intimidando professores,
03:00mas se incomodam porque tem uma exposição de fuzil dentro da escola,
03:05de uma arma, de instrumentos de trabalho de policiais.
03:07Se incomodam, porventura, aí, muitas vezes,
03:09com o fato de se cantar hinos nacionais,
03:11se cantar o hino nacional, o hino da cidade,
03:14do aluno respeitar a disciplina, jurar a bandeira,
03:17que é algo que acontece nas escolas cívico-militares.
03:19Então, essas pessoas acham isso tudo um descalabro,
03:22ficam indignadas, mas não ficam indignadas com situações muito mais graves,
03:25drogas sendo verdidas nas portas das escolas,
03:27como se fosse carrinho de pipoca.
03:29Então, é essa verdadeira face da hipocrisia.
03:33Na verdade, pra mim, não tem polêmica, não precisaria ter polêmica,
03:36é muita ladainha pra pouco motivo.
03:39Bom, a gente, claro, daqui a pouquinho vai trazer a informação
03:41que a Dias Peixoto tá apurando,
03:43do Supremo Tribunal Federal, que aconteceu agora há pouco.
03:46O doutor Gustavo construiu a fala dele falando
03:48tem gente que concorda, tem gente que não concorda,
03:51tem gente que não concorda,
03:52e eu só percebendo a expressão da Isadora Brizola,
03:55que, pelo jeito, não concorda com ele.
03:56Eu já tô aqui com a sobrancelha no meio da testa, já.
04:00Vamos lá, qual que é o seu ponto?
04:02São muitas camadas aqui nesse debate,
04:04então vamos construir um raciocínio.
04:07Primeiro, a gente tem que pensar que o dever da escola
04:09é promover cidadania e educação,
04:11e não uma violência simbólica.
04:13Então, vamos começar pelo fato de que
04:15não somente foi uma exibição de fuzis,
04:18como foi uma exibição onde foi cantado o hino
04:21Homem de Preto, qual é a sua missão?
04:22Entrar na favela e deixar corpo no chão.
04:24A gente tá falando de um discurso que naturaliza
04:27e que desenvolve na cabeça do jovem
04:30uma violência simbólica,
04:32uma violência que é voltada pra um discurso
04:35que a gente tá aqui, inclusive,
04:36debatendo o tempo todo,
04:37nas últimas reportagens,
04:39sobre facções criminosas
04:40e sobre colocar essa posição
04:41de narrativa de guerra ao crime,
04:44que é o que isso perpetua,
04:45essa violência,
04:46que não é real,
04:46porque a gente tá vendo o crime em outros espaços.
04:48E é muito fácil,
04:50eu acho que um ponto muito importante
04:51de colocar aqui é
04:52que isso aconteceu no Paraná.
04:53Isso não aconteceu em outro lugar
04:55onde a percepção de uma escola civil militar
04:59no Paraná,
05:00ela é muito diferente da percepção
05:01de uma escola civil do Rio de Janeiro.
05:04É mais fácil você naturalizar esse discurso
05:06quando ele é abstrato.
05:08Quando você vive uma violência diária,
05:10constante,
05:10numa cidade que realmente
05:11enfrenta ali o crime organizado,
05:13com fuzis na porta de escolas,
05:15diferentemente do Paraná,
05:16porque aconteceu isso numa escola ali
05:17da região de Curitiba,
05:18uma escola muito boa,
05:19uma região muito boa, inclusive,
05:20que vive uma realidade completamente diferente.
05:23Então, esse discurso ser naturalizado,
05:24que reproduz uma violência simbólica
05:26no espaço onde ela é abstrata,
05:28beleza,
05:28essa é a primeira camada.
05:29Falei que eu vou por partes.
05:31A segunda camada é,
05:32esse é um discurso que também reforça
05:34uma visão higienista.
05:36A gente tá falando de que
05:37essa guerra do crime,
05:38ela é reproduzida exclusivamente
05:40por uma limpeza social,
05:41porque a gente sabe exatamente
05:42de que crime a gente tá falando aqui.
05:44A gente sabe pra onde esse fuzil
05:46está apontado.
05:47O discurso ali,
05:49que é um discurso que reproduz
05:50um autoritarismo,
05:51que reproduz até a arma mesmo
05:52numa posição de poder, né?
05:54Porque a arma pro jovem,
05:55pro adolescente que tá se desenvolvendo,
05:57ela é um sinônimo de poder,
05:58ela é um sinônimo de autoridade.
05:59Então, eu coloco esse espaço ali
06:01que reproduz essa violência
06:02em diversos aspectos diferentes,
06:04mas principalmente um discurso higienista.
06:06Um discurso que fala,
06:07olha, não,
06:07vamos entrar na favela
06:09e deixar corpo no chão.
06:10Vamos limpar essa guerra ao crime
06:13que tamo aqui reforçando
06:14desde o início dessa edição,
06:15falando que esse crime,
06:15ele está na máquina pública,
06:17ele está no sistema,
06:18ele está na política,
06:19ele está no financeiro.
06:20Então,
06:21essa percepção,
06:22ela vem de aspectos preconceituosos também,
06:26sabe?
06:26Também tem uma estrutura ali
06:29que eu acho que
06:29quando a gente tá falando
06:30de jovens e adolescentes,
06:31você reproduzir essa violência simbólica,
06:34perpetua-se um discurso de ódio
06:35e não é isso pra se promover
06:36dentro de uma escola principalmente.
06:39Jess,
06:39você levantou a mãozinha,
06:41é sobre esse tema ou não?
06:42Sim, sim,
06:42discordo drasticamente.
06:43Primeiro,
06:44uma confusão.
06:45O homem de preto
06:46não foi no mesmo lugar
06:47da exposição de armas,
06:48isso aconteceu em Curitiba,
06:50que a gente tá falando...
06:50Só pra eu explicar
06:51pra nossa audiência,
06:52foram duas situações diferentes.
06:53Uma foi a exposição
06:54com armamento da polícia
06:55com fuzis.
06:57Aí,
06:57numa outra escola também,
06:59no Paraná,
07:00houve a situação
07:01onde eles cantaram ali
07:03junto com os policiais de elite,
07:04né?
07:05E aí,
07:05teve essa situação
07:06de homens de preto,
07:08tal,
07:08que é o jargão
07:10que eles utilizam.
07:11Jess,
07:11eu acho que é uma situação
07:12muito diferente,
07:13assim,
07:13das crianças cantarem
07:15ativamente.
07:16Eu acho que existe
07:17uma romantização
07:18da figura
07:19em relação a um discurso
07:21no Brasil muito forte,
07:22bandido bom é bandido morto,
07:23discurso esse que eu não concordo
07:24por ser cristã.
07:26Então, assim,
07:26eu acho que a gente
07:28precisa separar.
07:29Aqui,
07:29era uma exposição,
07:30é uma exposição
07:31em relação ao dia a dia
07:33de profissionais,
07:34como os policiais,
07:35os bombeiros
07:35e tantos outros.
07:37Então,
07:37não é...
07:38Eles não levaram
07:39os fuzis lá
07:40e falaram,
07:41vamos atirar a galera.
07:42Não era cena de filme.
07:43Então, assim,
07:44eu acho que existe também
07:45uma visão da arma
07:47como um agente,
07:48e está presente na sua fala,
07:50um agente de maldade,
07:52de vil,
07:53de vários aspectos
07:55que ignora
07:56que museus conceituados
07:58do mundo inteiro
07:59têm exposições de armas.
08:00Recentemente,
08:00eu estive em Castelo Sant'Angelo,
08:02um dos melhores espaços de Roma,
08:04e lá tem.
08:05Todo armamento
08:06tem exposição.
08:07Então,
08:08eu acho que a gente
08:08precisa também entender
08:10o que é a arma
08:11e a que ela serve.
08:12E ela serve
08:12como instrumento de trabalho,
08:14ela é um material de defesa.
08:15Não acho que a gente
08:16tem que romantizar,
08:17imaginar cenas de assassinato
08:19ou qualquer coisa
08:20referente a isso.
08:21Mas ali era um cenário
08:22de mostrar o cotidiano.
08:24Não era só a arma,
08:26a exposição do carro
08:27de bombeiro,
08:28a exposição dos materiais.
08:30E dentro disso,
08:31pasmem,
08:32policiais usam armas.
08:34E que bom
08:34que eles usam armas.
08:35Porque isso torna possível
08:37a nossa defesa.
08:38Então, eu vejo
08:39um enquadramento,
08:40e eu concordo 100%
08:41aqui com o delegado Mesquita,
08:42em que a gente
08:43está falando
08:44sobre a desumanização,
08:46quando eu acho
08:47que faz parte
08:48da humanização,
08:48você também entender
08:49a ferramenta,
08:50você entender o risco,
08:52você entender
08:52que muitas vezes
08:53o fuzil não está
08:54na mão do policial,
08:55está na mão
08:55de quem vai te atacar.
08:57Então, eu não vejo
08:58assim, o sindicato
08:59achou ruim.
09:00Claro, eles acham
09:00tudo ruim,
09:01mas quando teve
09:02a exposição
09:02lá no Maranhão
09:04em relação
09:05a um motel
09:06como aspecto
09:08de identidade
09:10dentro de uma...
09:11Era uma exposição.
09:12E essa gente
09:12acha bonito.
09:13Aí acha legal.
09:14Ué, e um festival
09:15de arte é uma exposição,
09:17pô.
09:17Aí você está indo
09:18na loja
09:19que eu só olhando
09:19para a palavra.
09:21Mas era numa escola.
09:23E era uma escola.
09:24Adultização.
09:25Deixa eu só interromper vocês.
09:27Mas peraí,
09:27falar de adultização
09:28mostrando armas
09:30para a criança
09:30é muita ingenuidade
09:31não ter a concepção
09:32do que está intrínseco
09:33nesse discurso.
09:34Deixa eu te falar,
09:35criança pode atirar.
09:37Você tem clube de tiro
09:38que às vezes
09:39a criança vai com o pai
09:40e vai ver isso.
09:42Agora, no motel
09:43criança não pode entrar.
09:44Espera só um pouquinho.
09:44Na bancada aqui
09:45eu estou vendo
09:46dois contra dois.
09:47Pelo jeito,
09:48a Jess combina
09:48com o doutor Mesquita
09:49e o Mano
09:50acho que vai concordar
09:51com a Isadora.
09:51Bora.
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