- há 1 semana
Desde muito cedo Sarah sabia que seu trabalho seria conversar com pessoas. Telespectadora assídua da MTV, conseguiu emprego da emissora e se tornou uma das principais VJs da casa, à frente do Disk MTV. De lá para cá, firmou a carreira como comunicadora falando sobre música, seu assunto favorito. Hoje, está à frente de diversos projetos, como o Tiny Desk Brasil, o Luau Corona MTV e o programa Minha Canção, da Rádio Eldorado.
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MúsicaTranscrição
00:00Oi, eu sou Isabela Alessa e esse é o A Ideia, podcast do Meio Mensagem, que foi pensado para falar sobre ideias que regem sonhos, trajetórias e carreiras.
00:10A convidada de hoje foi fundamental na história de muita gente que ficava aguardando ansiosamente de segunda a sexta ver o seu clipe favorito na primeira posição do disco MTV.
00:21Mas a relação dela com música foi muito além dos anos como VJ da MTV. Ela continuou e continua trabalhando com música, com comunicação, falando sobre esse que é o assunto favorito dela em muitos projetos.
00:35Um deles é o Minha Canção, da Rádio Eldorado, que já está na 17ª temporada. Ela também está à frente do Tiny Desk, programa de música que desembarcou no Brasil este ano.
00:46E, além disso, ela está revivendo os anos como apresentadora do Luau em um projeto que é capitaneado pela Cerveja Corona.
00:54Sara Oliveira, seja muito bem-vinda!
00:57Ai, você é muito fofa com essa abertura linda! Ela fez uma abertura aqui linda, da cabeça dela, sem TP, sem ler nada, num take só.
01:06Que arraso!
01:07Eu dei uma colada!
01:09Maravilhosa, maravilhosa!
01:16Bom, Sara, olha, a gente estava aqui um pouco antes falando de shows, né, do Massive Tech, do Marcelo D2.
01:24E eu sei, porque eu já vi algumas entrevistas suas, que você está ouvindo música o tempo todo.
01:29Todo o tempo.
01:30Você veio ouvindo o que hoje, vindo pra cá?
01:32Gente, não deu tempo de ouvir nada. Olha que ótima essa pergunta.
01:35Porque eu moro aqui do lado, eu estava atrasada, porque vocês gravam de manhã.
01:38Veja bem, eu sou uma notívaga, eu sou super da noite.
01:41E, inclusive, esses últimos dias tiveram muitos shows, eu trabalhei muito tarde, até tarde e tal.
01:47Então, eu estou aqui, ó, me arrumando ao vivo, né, tá vendo?
01:51Assim, a minha cara, eu sem make aqui.
01:56Não deu tempo, porque eu vim no carro passando um blushzinho, um rimeuzinho.
02:00Mas eu vou te falar um negócio, estou brincando.
02:02No carro eu não ouvi, não deu tempo mesmo, mas de manhã eu ouvi.
02:08E o que você ouviu?
02:09Não, e eu acordei ouvindo o D'Angelo, porque eu fiz um especial sobre ele recentemente.
02:14E daí, uma amiga minha me mandou uma mensagem de manhã e falou assim pra mim,
02:19Sá, eu achei tão interessante essa analogia que você fez do D'Angelo com o Prince.
02:25Porque eu pensava no D'Angelo, eu lembrava do Walgreen e tal, não sei o que eu falo.
02:29Minhas amigas, que não são da área, elas gostam de música e eu adoro falar sobre música, né?
02:35Então, elas me deixam umas mensagens, meu, me deixou essa mensagem, eu até atraso pra vir gravar com você.
02:39E daí, eu fico tão feliz, porque eu falo assim, não, é porque essa canção especificamente que eu estava ouvindo, que é Untitled,
02:48eu ouvi por causa dela, porque ela estava ouvindo e me mandou essa mensagem.
02:52Ela é o Mosteopata, é minha melhor amiga, é madrinha da minha filha, e a gente é amiga desde que eu tinha oito anos, é a Rosana.
02:59E daí ela me mandou essa mensagem pra falar dessa canção, que ela não conhecia, enfim.
03:03Na verdade, ela conhecia, mas ela não tinha se ligado.
03:06Aí eu falei pra ela, eu falei, eu acho linda, porque essa canção, além de ser uma homenagem ao Prince,
03:12Untitled, né, How Does It Feel, essa canção do D'Angelo,
03:15ela é uma homenagem ao prazer feminino, porque, na verdade, se você parar pra prestar atenção na letra,
03:21que é isso que me encanta quando eu estou ouvindo uma música, não é só a melodia, é a letra também.
03:26Às vezes é a melodia, às vezes é o riff, às vezes é o, sei lá,
03:30você tem uma Liz Fraser da vida, você vai ficar encantado com aquela coisa angelical, né,
03:36aquele timbre que te leva pra um outro lugar, uma coisa meio etérea, tal, da Elizabeth Fraser.
03:44Mas no caso aqui do D'Angelo, é a letra.
03:47E se você parar pra pensar, é realmente uma reverência ao desejo feminino.
03:52Ele quer saber o que a mulher gosta, o que ela quer, se tá bom, se não tá.
03:56E eu achei isso tão bonito, eu acho isso tão bonito, e eu falo isso no programa.
04:01E chamou a atenção dessa minha amiga, e ela me mandou essa mensagem.
04:04Hoje, antes da vir pra cá, eu ouvi um pouquinho, enquanto eu tava me arrumando.
04:09Mas música é sempre o tempo todo pra você?
04:11O tempo todo.
04:12Assim, academia, música, sempre tá com você?
04:15O tempo todo.
04:16E você sabe que os meus filhos, outro dia, eles estavam fazendo lição de casa, ouvindo,
04:18eles são bem roqueirinhos, né, eles têm uma banda, eles fazem School of Rock,
04:22então eles têm uma banda de rock e tal.
04:23Juntos?
04:25Não é juntos, são bandas diferentes.
04:28Porque são fáceis e fáceis.
04:28Isso, porque o Martim tem nove, a Chloe tem doze, a Chloe toca teclado e canta,
04:33e o Martim toca bateria.
04:35Mas naquele dia, eles estavam fazendo lição os dois, juntos,
04:38e estavam ouvindo Ozzy, o trabalho solo, eu acho que era aquela...
04:44Groan?
04:45Enfim, que eu achei até que era do sábado, e eles ficaram falando, não é.
04:48E daí ela falou, essa entrada do teclado é do Ozzy.
04:51E ele falava, não, ele não toca teclado, aí ficou uma discussão, eu falei, escuta,
04:53vocês não estão fazendo lição de casa?
04:56Uma estava fazendo lição de história, outra fazendo lição de matemática,
04:59eu falei, o que vocês estão ouvindo Ozzy?
05:00Aí eles, mãe, o que você está falando?
05:03É, você não pode falar nada.
05:05Você lê livro ouvindo música?
05:07Aí eu fiquei, tô sem graça, Isa, juro pra você.
05:09Eu falei, é verdade.
05:10Falei, mas tem que fazer lição de casa sem ouvir música.
05:12Música vai distrair.
05:14Distrair.
05:14Uma música clássica, um jazz, né?
05:17Um jazz.
05:17É, quando eu preciso me concentrar, eu coloco uma música pelo menos sem vocal,
05:20que daí já dá uma...
05:22Mas, Sara, e você tem essa relação com música também, de tocar instrumento?
05:28Você foi bailarina?
05:30Não, a minha relação com...
05:31Ó, o balé me trouxe muita disciplina, e me trouxe musicalidade,
05:34porque eu fazia o Cisne Negro, e era pianista ao vivo.
05:38Hum, que lindo.
05:39E na Royal Academy of Dancing também, lá em Londres, é pianista ao vivo.
05:41Então, não tinha música executada, era ao vivo.
05:46E isso, pra mim, foi muito lindo, porque você tinha que entrar no Tchaikovsky,
05:50você tinha que entrar na música clássica, mas no tempo certo pra fazer aquele jump,
05:55aquele pulo, ou aquela pirueta, ou dar aquele...
05:58E era sempre no piano.
06:00Então, isso aguçou a minha musicalidade.
06:02Mas eu não toco nenhum instrumento.
06:04Eu arranhei violão na pandemia, mas não deu certo.
06:09Guitarra, até o Andréas ficou me mandando umas mensagens, Andréas Kisser,
06:13que é meu grande amigo.
06:14Ele falava assim, mas olha, você sabe que guitarra é mais fácil que violão.
06:18Aí eu falo, como assim, Andréas?
06:20E ele aprendeu, você sabe que ele aprendeu a tocar violão,
06:23de dez cordas e de sete cordas, pra gravar o disco da Céu,
06:27quando ela convidou na pandemia?
06:28Não.
06:29Ele aprendeu, porque ele...
06:32Maior guitarrista do mundo, olha que louco, essa história é legal, né?
06:34E ele aprendeu pra tocar as faixas desse disco dela,
06:37que é Um Gosto de Sol.
06:39Que é...
06:40De covers.
06:41É de covers, esse mesmo.
06:43Esse mesmo.
06:43E daí, como ele tinha que fazer versão de Milton Nascimento, né?
06:47O disco leva o nome de uma música do Milton,
06:51de Beast Boy, de Fiona Apple, de Antônio Carlos de Jocaf,
06:55e ele aprendeu.
06:56Alcione, assim, ele aprendeu no violão.
06:59Mas a sua relação, então, é mais como amante, ouvinte.
07:02Apaixonada.
07:03E você se recorda quando é que a música entrou na sua vida?
07:07Quais são as suas primeiras memórias com música?
07:10Seus pais ouviam bastante música?
07:12Muito.
07:12Meus pais não são da área, minha mãe é psicanalista, meu pai é empresário,
07:16mas eles ouviam muita música, eu ia muito em show.
07:19Eu ia em show do Neymato Grosso, menina, no Canecão.
07:21Eu era uma menina.
07:23Eu ficava fascinada pelo Neymato Grosso.
07:25No Canecão, sabe?
07:26O Canecão lá no Rio de Janeiro, a gente passava férias no Rio,
07:29meus pais tinham apartamento lá.
07:30Eu tenho uma relação com o Rio bem de segunda casa, sabe?
07:33Assim, Búzios e tal.
07:34Minha mãe mora lá, inclusive.
07:36E a gente...
07:39Eu ia no show da Barra Malha,
07:41eu fui ver Paulinho da Viola em Ipanema.
07:44Nas férias, todas as férias, a gente ia em show.
07:47E o Canecão é uma casa de show que era muito clássica,
07:49muito fundamento lá no Rio.
07:52E tinham shows maravilhosos, assim.
07:53Minha mãe sempre me levava.
07:56E, cara, cresci ouvindo muito Beatles, né?
07:59Como muita gente, porque é a base de muita coisa para o rock, né?
08:03Assim, que popularizou, na verdade, né?
08:06Mas daí, nessa fase ainda, infância,
08:09você já se imaginava trabalhando com comunicação?
08:13Sempre.
08:13Já se imaginava falando sobre música?
08:17Eu não sei se falando sobre música,
08:19mas eu já me imaginava me comunicando.
08:21Eu tinha aquele...
08:24Eu tinha um negócio dos anos 90,
08:27que era um radinho que vinha com o microfone da Gradiente.
08:31Da Gradiente.
08:32E eu ficava entrevistando as amigas da minha mãe.
08:35Então, já tinha isso, assim.
08:37Eu tinha isso.
08:37Eu queria sempre...
08:38Ah, mergulhar no universo alheio.
08:40Sempre me foi muito...
08:44Ah, eu tinha muita curiosidade.
08:45E, além da curiosidade, eu gostava de me comunicar.
08:49De ouvir você.
08:50De conversar com as pessoas.
08:51De entender o que elas fazem,
08:53do que elas gostam.
08:54Então, eu tinha certeza que eu ia...
08:58Eu não sabia que eu ia ser comunicadora, essa palavra.
09:01Mas eu tinha certeza que eu ia falar com o outro.
09:04Que eu ia passar mensagens e ia absorver mensagens.
09:07Eu tinha certeza.
09:08Tanto que eu acho muito cruel, com 17 anos,
09:11o adolescente já ter que saber o que vai fazer na faculdade.
09:14Aqui no Brasil, eu acho o método muito obsoleto.
09:16Eu acho absurdo, assim.
09:18Mas eu não tive essa dificuldade.
09:20Porque eu estudei num colégio super rígido,
09:21que é o Colégio São Luís, aqui de São Paulo, na Paulista.
09:25Era na Paulista, né?
09:27E eu lembro que os professores falavam assim...
09:28Quando eu descobri que tinha o curso de rádio e TV...
09:31Porque eu não queria fazer jornalismo.
09:32Eu não queria fazer nada de escrita.
09:34Eu queria falar.
09:35Eu queria falar.
09:37E daí eu descobri que tinha esse curso de rádio e TV.
09:40E tinha em poucas faculdades.
09:43Eu até brinco que eu popularizei o rádio e TV.
09:45Porque eu ficava falando no disco, né?
09:46Tô indo pra faculdade, tô indo lá, não sei o quê.
09:48E aí eu lembro que a Metodista, uma vez, falaram...
09:52A Metodista deu uma declaração dizendo que...
09:54Eu nem lembro como é que foi isso.
09:57Mas que eles abriram mais turmas de rádio e TV por causa da MTV.
10:03Olha...
10:03Porque eu falava muito do curso de rádio e TV no ar.
10:05Eu falava, assim.
10:06A MTV tinha essa liberdade de você poder falar as coisas.
10:08E aí eu falava...
10:09Vou arrumar meu cabelo aqui.
10:11Eu falava do curso de rádio e TV muito no ar.
10:13Enfim, descobri que tinha esse curso.
10:17O colégio falava assim...
10:18Mas, gente, você vai fazer rádio e TV?
10:20Porque as minhas amigas todas estavam prestando direito, medicina, administração, engenharia.
10:26A maioria virou advogada, né?
10:30E algumas publicidade.
10:32Publicidade, tudo bem.
10:34Fazer publicidade.
10:35Agora, rádio e TV...
10:37E daí eu...
10:40O que você vai fazer com isso?
10:41É, mas eu tinha certeza que é o que eu queria cursar na faculdade.
10:44E ainda, enquanto você estava cursando, que surgiu o emprego na MTV?
10:49Ou você já tinha se formado?
10:51Não.
10:52Porque eu lembro dessa...
10:52Eu era muito nova quando eu comecei.
10:54Você tinha uns 20 anos?
10:55É, 20.
10:55Eu comecei...
10:57Meu primeiro emprego foi na Rádio 89.
10:59Eu tinha acabado de entrar na faculdade.
11:00Eu tinha 17 pra 18 anos.
11:02E eu fui fazer um trabalho de faculdade no primeiro mês de faculdade.
11:05E eu entrei naquele ambiente, assim, da Rádio 89.
11:08Eu fiquei fascinada.
11:09Eu falei, gente, que coisa linda.
11:13Era um estúdio igual aqui, assim.
11:16E eles estavam implantando FM...
11:18Desculpa, implantando jornalismo na FM.
11:20Jornalismo cultural, né?
11:21E daí eu falava inglês.
11:25Eu tinha morado fora.
11:27E daí eles me chamaram pra fazer as entrevistas.
11:30Porque eu cheguei lá pra fazer o trabalho de faculdade e perguntei se eu queria trabalhar aqui.
11:35Aí, na semana seguinte, me chamaram.
11:36Fui bem cara de pau.
11:37Novinha de tudo, assim.
11:39Como eu falei, 17 pra 18 anos.
11:41Aí eu falei, eu quero trabalhar aqui.
11:42Aí eles me chamaram.
11:43E assim, tipo...
11:44Meu, no primeiro mês já entrevistei o Tony Iommi do Black Sabbath.
11:47Já tive que entender o que era o Black Sabbath.
11:49Porque eu não era roqueira.
11:50Eu gostava...
11:51Aí eu fiquei roqueira por causa do 89, né?
11:53Olha...
11:54É...
11:54Daí comecei a entender a importância do David Bowie, do Bob Dylan e...
11:59Enfim...
12:00Você era mais da MPB até então.
12:02É, assim, Beatles era o...
12:04Era o máximo.
12:05Dylan também.
12:05Dylan e Beatles era assim, né?
12:07Juan Baez e tal, mas...
12:09Mas...
12:10Era mais da MPB.
12:11Meus pais ouviam muito Roberto Carlos, Paulinho da Viola, Caetano, Gil.
12:15E aí você trabalhou no 89 e aí anos depois...
12:19Então, anos não.
12:20Dois anos depois.
12:21Com 20 anos eu entrei na MTV porque...
12:25Eles estavam precisando de repórter.
12:27E daí o meu chefe...
12:28Porque o meu intuito era trabalhar na MTV.
12:30Meu intuito...
12:31Assim, eu era telespectadora assídua da MTV.
12:33Eu achava a MTV o máximo.
12:35Então eu falei, vou fazer rádio e TV porque eu quero me comunicar e porque existe a MTV.
12:40Que é a coisa que eu mais assisto.
12:41E isso é muito legal porque MTV, todo mundo que fazia MTV...
12:44Que estava por trás das câmeras, eram pessoas que assistiam a MTV.
12:49Então era muito bonito você poder falar com o teu telespectador e ser telespectador do seu próprio trabalho, sabe?
12:57Então, putz...
12:58Aí eu fui cobrir um festival chamado Planeta Atlântida no Sul.
13:05Para a MTV, assim.
13:07Porque ele me indicou, esse meu chefe da 89, né?
13:09Que é esse que eu estava contando.
13:11Ele falou, olha, estamos precisando de repórter.
13:12E eu te indiquei.
13:14Imagina que chefe legal, né?
13:15O Leandro.
13:16Demais.
13:17E o Leandro Fortino.
13:18E daí...
13:19Falei com a Cris Lobo, ela que me entrevistou, que era diretora-geral da MTV.
13:24E daí ela me...
13:26Aí eu entrei como júnior.
13:27Porque o que acontece?
13:28Como eu ainda era estudante, eu não podia...
13:31Não era formada, né?
13:33Ainda.
13:33Só que daí eu fiquei seis meses apenas como repórter.
13:37Porque logo na sequência eles me chamaram para ser VJ.
13:41E a Sabrina tinha saído, tinha ido para a Band.
13:44E eles estavam fazendo testes.
13:46Eu nem sabia, porque na MTV tudo era muito misterioso.
13:49Você não sabia o que estava acontecendo.
13:50Nossa, a MTV era cheia dos mistérios.
13:52E daí eu fiz no Planeta Atlântida, eu fiz essa passagem on camera, que a gente fala, aparecendo.
13:57Porque na MTV os repórteres, eles só apareciam à mão, sabe?
14:00E daí eu fiz essa passagem na minha cabeça, assim, porque eu falava, gente, na MTV gringa,
14:05os repórteres falam, oi, estou aqui, olha que legal esse show e tal.
14:10Aí eu fiz essa passagem e eles gostaram.
14:15E daí me chamaram na semana seguinte.
14:16Mas também teve uma coisa muito legal que eu nunca falo.
14:19E eu falei outro dia no meu Instagram.
14:22E falei com a Marisa Monte quando ela esteve no meu programa.
14:24E ela sabe, porque a gente sempre falou isso nos bastidores.
14:27Quando ela estava lançando Memórias Crônicas e Declarações de Amor, foi nos anos 2000.
14:33Eu tinha acabado de entrar na MTV e eu a entrevistei.
14:37Como repórter.
14:38E daí a irmã dela, a Letícia Monte, estava junto e falou assim para a Cris, que é a diretora da MTV.
14:44Quem é? A nova VJ?
14:46A Marisa adorou ela.
14:48Aí sabe quando cai?
14:49Era tudo para o universo conspira, né?
14:50Conspirando a favor.
14:51Aí eu tinha feito aquela passagem que eu te contei agora, falando, aparecendo.
14:56Aí tinha entregado lá para eles, aí a direção tinha visto.
14:59Aí a irmã da Marisa Monte fez isso.
15:01Aí eu estreei em duas semanas.
15:02Essa loucura de MTV que te coloca na fogueira, assim.
15:06Em duas semanas.
15:07E o que eu tinha?
15:08Uma experiência de balé clássico que não podia errar no palco.
15:12Muita vontade, muito desejo de me comunicar.
15:15E uma experiência da Rádio Adorado de entrevistar as pessoas.
15:17Mas câmera, assim, foi intuitivo, assim, de olhar para a câmera e falar, eu vou falar
15:22como se eu estivesse falando com o meu amigo.
15:24Ou, no caso, eram adolescentes, com os meus irmãos, que são mais novos, né?
15:28O Esmir e o Henrique.
15:30Aí foi.
15:31Aí estou aqui até hoje.
15:33É, quando viu, estava lá apresentando o disco, que era essa loucura.
15:38Que eu assistia tanto.
15:39Olha que louco, mano.
15:40Que era essa grande audiência, na verdade.
15:41Mas aí você falou que pensou em uma conversa com o seu amigo, com os seus irmãos.
15:49Mas tinha um roteirinho, assim, que você tinha que seguir?
15:51Sim, não, tinha.
15:52Tinha tudo.
15:53Tinha todo o disco, né?
15:54Tinha um TP ali, né?
15:55Tinha, não, tinha.
15:56A gente tinha que colocar um programa diário ao vivo no ar.
15:59Que era um Spotify da vida.
16:04Que era, tipo, o que é a curadoria musical dos jovens, dos adolescentes.
16:09A gente pegou várias gerações, né?
16:10A gente pegou...
16:12Eu peguei criança, porque naquela época, inclusive, tudo era concentrado no MTV.
16:16Não tinha, né?
16:17Não tinha rede social, não tinha YouTube.
16:19O YouTube estava surgindo muito pequeno no Brasil, assim.
16:23As pessoas ainda conheciam.
16:24Todo mundo assistia MTV para saber não só de música, mas para saber sobre comportamento,
16:29sobre cidadania.
16:31A MTV era bem ampla nesse sentido.
16:33Então, a comunidade LGBTQIA+, estava muito abraçada por nós também ali.
16:37E a gente tinha essa responsabilidade, por isso que seguia o roteiro, obviamente.
16:44Estava todo mundo assistindo a gente ali.
16:45E o disco tinha esse papel de mostrar as novidades na música.
16:50Então, você ia me assistir para poder saber o que a Britney Spears lançou, o que o The
16:552 está lançando, o que aconteceu com...
16:59E era, assim, no disco novo dos...
17:04Quem é tribalistas?
17:05De onde surgiu tribalistas?
17:06Já que a gente estava falando da Marisa, porque foi bem nessa época, né?
17:09Los Hermanos, enfim.
17:12O Rapa, Chalibral Jr.
17:15E o disco tinha isso.
17:16As pessoas votavam e tinha na parada Sepultura e Britney Spears.
17:23E assim, sabe, assim, eu adorava isso, porque isso é muito o adolescente que atira para
17:27todos os lados para poder entender e formar o caráter dele musical, ou até comportamental,
17:33ou são os gostos.
17:34A gente está se formando ali, né?
17:36Então, ele tinha esse papel muito bonito, que eu valorizo muito e que eu sempre encarei
17:39com muita responsabilidade, mesmo sendo muito novinha.
17:42E aí, você trabalhou na 89 e aí hoje trabalha de novo em rádio, na Rádio Eldorado.
17:48Como é que você vê essa...
17:49Eu nunca deixei de fazer rádio, sabia, Isa?
17:50Foi constante.
17:52Foi só um período, assim, que eu deixei.
17:54Porque mesmo na MTV, ou no GNT, ou no video show, eu sempre fazia rádio.
17:58Eu adoro rádio, é a minha paixão.
18:00É, então, isso que eu ia te perguntar, né?
18:02Porque o rádio, ele cria essa relação...
18:03Porque eu voltei para 89 algumas vezes depois.
18:05Entendi.
18:06Daí eu fiz também uma outra, que é a Metropolitana.
18:09Tem essa relação muito íntima.
18:11Às vezes, até mais do que com a televisão, né?
18:14Como que você diferencia?
18:15Tem alguma dinâmica que é diferente entre fazer TV e fazer rádio?
18:21É muito interessante essa sua pergunta.
18:23Vou te falar por quê.
18:25Eu não consigo gravar sem ter uma câmera.
18:28Eu não consigo.
18:29Então, hoje em dia, tem vários videocasts.
18:31A gente está aqui num videocast, né?
18:33Tem câmera, esse estúdio, essas luzes ótimas, tal, não sei o quê.
18:37Mas eu, quando eu comecei...
18:38Quando eu fui para Eldorado, que foi em 2017, eu já estou...
18:41São 17 temporadas, né?
18:43Porque são duas por ano, eu estou indo para a 18ª temporada.
18:46Eu adoro a rádio...
18:47Adorado, adoro.
18:48Adoro a curadoria musical, amo.
18:50Mas por quê que eu estou falando isso?
18:52Porque quando eu comecei, eu pedi...
18:54Eles não tinham isso.
18:55Eu falei, eu posso trazer minha equipe?
18:57Eu posso filmar, gravar?
18:59Porque eu não consigo não olhar para a câmera.
19:01Claro!
19:02Aí, nem tinha esse nome videocast.
19:04Então, existe no YouTube.
19:06Minha canção está no YouTube desde 2017.
19:09Hoje em dia, tem vários videocasts.
19:10Todo mundo grava...
19:11Inclusive, na época, eu não tinha nem esse nome podcast, né?
19:14Assim, em 2017.
19:15E era programa de rádio que começou o Spotify aqui no Brasil.
19:19E daí, eu já pedi para a direção, cheguei, porque eu sou muito aquariana, né?
19:23Aí, eu já comecei.
19:24Olha só, vamos colocar em formato de podcast?
19:28Ó, já tem no YouTube.
19:30Eu não lembro nem se eu falei podcast, porque eu não sabia nem se era esse nome.
19:33Mas, assim, vamos colocar o programa Enxuto no Spotify, sabe assim?
19:38Aí, começou.
19:39Então, a minha canção, ele está aí.
19:41Há 17 temporadas.
19:42Tanto no YouTube, quanto no podcast e na Rádio Dourado.
19:47E eu faço olhando para a câmera.
19:49Obviamente, eu estou entrevistando a pessoa, estou olhando para ali.
19:52Eu falo com o Fê, que é o Felipe de Paula, que é meu grande parceiro na minha canção,
19:56no roteiro e na produção.
19:58Mas eu tenho essa coisa...
19:59A câmera me deixa muito à vontade.
20:02Você liga a luzinha vermelha ali, me aquece o coração, sabe?
20:06Eu não sei te explicar.
20:06Que legal, porque muita gente é o contrário, né?
20:10Liga a câmera, dá uma travada.
20:12E você já tinha essa coisa desde cedo.
20:14Você sabia que você queria falar com pessoas.
20:17Você era do palco, né?
20:18No balé também.
20:20Então, tinha essa vontade de estar à frente das câmeras.
20:23Tinha.
20:23E eu acho que a rádio tem essa intimidade.
20:26Tinha isso.
20:27Isso me dá esse conforto para eu poder mostrar essa intimidade que você falou na sua pergunta
20:33na rádio, porque você está ali, ó, falando no ouvido da pessoa, né?
20:37Não dá para gritar.
20:39Você não está num show.
20:39Você não está numa...
20:41É uma coisa...
20:41Às vezes eu me empolgo, lógico, né?
20:43Mas assim...
20:44Faz parte.
20:46Eu sou muito empolgada.
20:48E daí...
20:48Mas você está lá.
20:49Você está ouvindo.
20:50Você está entrando no carro da pessoa.
20:53Se a pessoa não está assistindo no YouTube ou não está ouvindo no podcast, ela está
20:56ouvindo na rádio.
20:57E é uma surpresa a rádio.
20:58Eu adoro isso.
20:59Porque não é você que está comandando.
21:01Você não está dando play no que você quer ouvir, saca?
21:03É tipo, de repente, vem uma música.
21:06De repente, vem uma história por trás daquela música ou uma entrevista.
21:09Eu acho isso tão fascinante.
21:11Eu adoro rádio.
21:12Eu ia te perguntar, justamente, você falou, é uma pessoa empolgada.
21:16Você se entusiasma sobre o que você está falando sempre.
21:22E parece que você é uma pessoa que sempre se entusiasma com novas descobertas na música.
21:26Enfim, como manter esse entusiasmo?
21:29Uma coisa natural para você é sempre se manter empolgada com novidades.
21:37Não me parece que você é aquela pessoa que se acostumou e caiu numa rotina, sabe?
21:42Nossa, eu tenho pavor de rotina.
21:43E que cansou, assim, que está só tocando aquilo por tocar.
21:48Olha só...
21:49Eu vou te falar uma coisa que pode parecer piegas, mas é a pura verdade.
21:52O que mais me encanta é o brilho no olhar do outro.
21:56Então, eu cheguei aqui e você sorriu para mim.
22:00E eu olhei no teu olho um brilho que estou vendo até agora.
22:02Eu estou super feliz de estar aqui por causa disso.
22:05Então, daqui a pouco, quando acabar a entrevista, eu já quero saber tudo o que você fez, estudou.
22:09Eu sei que você fez jornalismo, já perguntei.
22:12Eu já fico encantada.
22:14Então, o que me encanta é a troca.
22:20Eu falo, estou aqui falando porque você está me entrevistando,
22:23mas eu adoro ouvir também.
22:24E comunicação é isso, né?
22:26É isso, gente.
22:27Igual um abraço.
22:28Você abraça, mas você também é abraçado, né?
22:32Então, é isso que me encanta.
22:33Não necessariamente a novidade na música.
22:35Mesmo porque eu não falo só de música, né?
22:38Então, assim, eu tenho outros projetos no GNT que eram super comportamentais.
22:41O Calar da Noite, por exemplo, que é um projeto muito especial.
22:44O que me foi muito caro, assim, no sentido de eu valorizo muito, sabe?
22:48Eu conheci pessoas muito especiais que têm essa relação com a noite, porque eu sou muito notívaga.
22:54Então, eu queria falar sobre isso de uma maneira poética e pop.
22:57Então, eu estou dando esse exemplo porque o Calar da Noite, eu gravava de madrugada e ele me encantava,
23:05porque eu falava, gente, olha essas pessoas.
23:08Aí a gente entrou, assim, em universos muito malucos, de mais de 200 profissões.
23:13Porque não era só o Caetano Veloso ou o Wagner Moura ou o Jô Soares,
23:17que foi uma pessoa que me inspirou para o Calar da Noite, porque ele era muito notívago também.
23:21E ele adorava o programa, muito bonitinho.
23:23Sempre me ligava, eu assisti a esse episódio.
23:25Ele encerrou a temporada comigo, né? Maravilhoso.
23:28E não é só essa coisa do artista.
23:31Eram profissões diferentes de pessoas que conseguem funcionar à noite.
23:37E como elas funcionam?
23:38Então, eu estou dando esse exemplo só porque eu ficava muito encantada em entender o mecanismo do outro, sabe?
23:45Então, o que mais me deixa entusiasmada, e essa palavra é bonita,
23:49porque é isso, eu acho que a vida, a gente precisa de entusiasmo,
23:55a gente precisa de alumbramento.
23:56E não é deslumbre, sabe, Isa?
23:58É um alumbramento, é você ver beleza nas coisas, assim.
24:02E eu estou falando dessa forma porque, às vezes, a vida é muito dura.
24:07E é óbvio que, muitas vezes, eu sou muito sensível.
24:11Então, óbvio que, muitas vezes, eu caio e caio mesmo, assim.
24:13Só que, na frente das câmeras, eu não vou falar sobre isso, né?
24:18Eu faço análise.
24:21Eu tenho as minhas melhores amigas.
24:23Mas é só para também não ficar essa coisa meio fake.
24:26Eu acho que a gente precisa abraçar as novidades e esse brilho no olhar,
24:33porque não é fácil a vida mesmo, não é.
24:36Eu lembro que uma pessoa que eu gosto muito, uma vez, me falou assim...
24:40Viver não é fácil, viver bem é mais difícil ainda.
24:42E, às vezes, eu lembro disso em entrevistas, porque não é fácil mesmo.
24:46Não quero que fique achando que é uma ilusão, a gente ficar sempre muito feliz, muito empolgado.
24:50Mas, quando a gente tem essa possibilidade, puxa, é tão bom.
24:55Eu lembro até de uma entrevista que a Fernanda Young deu,
24:59falando sobre como ela começou a gostar de você,
25:01que foi quando ela viu a sua sombra, assim, e falou...
25:04Ah, não, acho que eu posso ser amiga dela.
25:05Ela não é tão solar assim quanto parece.
25:08É, não, eu tenho uma imagem realmente de muito solar, né?
25:13E eu sou, eu adoro tomar sol, por exemplo, mas eu sou uma notívaga que toma sol.
25:17Mas eu lembro, você é ótima de lembrar dessa entrevista.
25:20A Fernanda Young era muito diferente de mim.
25:22Eu sou muito amiga da Renata Young, a irmã dela.
25:24Ela tinha ciúme até, né?
25:26Taurina.
25:26Você é muito amiga da minha irmã, não sei o que, mas eu amo a Renata.
25:29Só que a Fernanda tinha isso, que era...
25:32Como é que você pode sorrir dessa forma?
25:36Aí eu falo, Fernanda, eu tô sorrindo porque eu tô vendo você e eu te adoro, pô.
25:40Sabe, assim...
25:41Aí, uma vez, ela falou pra mim, mas o que você não gosta?
25:44Eu falei, eu não gosto de Natal.
25:45Meu, ela adorou que eu falei isso.
25:46Como assim?
25:48Eu falei, não, eu não gosto de Natal, não gosto, nunca gostei.
25:51Eu não gosto de...
25:54Aí tem umas coisas também...
25:56Olha, Isa, aí a gente vai pra um outro papo, né?
25:59Eu sou assim, mas eu também não sou boba.
26:02Se a pessoa não é de verdade, eu saio andando.
26:05Eu nunca vou falar mal de ninguém.
26:07Mas nunca.
26:08Você nunca vai me ouvir falando nada.
26:10Porque eu não falo.
26:12Mas, assim, eu congelo.
26:13A pessoa não existe pra mim.
26:14Eu saio andando.
26:15Sabe por quê?
26:16Porque tem coisas na vida que eu não vou perder meu tempo.
26:20Então, assim, eu acho que a Fernanda viu isso, sabe?
26:22E é o meu jeito, assim.
26:23Eu não vou brigar, não vou falar.
26:25Mas, assim, cara, se não me interessa, se eu me conecto, eu não recebo nem no meu programa.
26:30Ou eu não vou...
26:32Às vezes tem projetos que as pessoas me chamam, me convidam pra fazer.
26:34Eu adoro ser convidada.
26:35Porque tem uma imagem de que eu só faço as coisas que eu crio.
26:39Eu também gosto quando me convidam.
26:40O Tiny Desk é um exemplo disso.
26:41Fiquei super feliz, porque eu era muito fã do projeto.
26:44Então, pra mim, é, tipo, muito maravilhoso.
26:46Muito.
26:47Eu fico muito encantada.
26:48Aí eu abraço mesmo.
26:50Você vê?
26:50Eu falo do Tiny Desk.
26:51Quando você vê...
26:52Não sei se você já viu alguma entrevista falando do Tiny Desk.
26:53Eu, assim, tipo, nossa, eu amo.
26:56O próprio Luau agora me chamaram pra fazer essa homenagem à Cacela,
26:59que você falou no começo do programa.
27:00Mas, assim, eu preciso amar muito pra fazer.
27:03Porque se não tem isso, eu já começo a me sentir meio...
27:08Olha, isso não tá legal.
27:09Essa pessoa não é legal.
27:11E, meu Deus, eu vou ter que conviver com aquela pessoa ali.
27:13Não tô afim.
27:14E não gosto de competição.
27:16Essa coisa de gente muito competitiva.
27:17Eu fico muito desesperada com competição, sabe?
27:19E falando um pouco sobre o que você falou um pouco antes,
27:27que é como a MTV tinha esse papel de ser meio que um Spotify,
27:31de uma fonte de cultura, de educação também.
27:34Hoje é totalmente diferente, né?
27:37O mundo hoje...
27:38Não dá pra imaginar quem veio de gerações mais jovens,
27:43assim, como era essa luta pra gente descobrir uma música,
27:47ficar esperando horas, né?
27:49Pra ver se o seu clipe favorito ia passar no programa,
27:52ouvir a música, tocar no rádio.
27:55E daí você falou da Cell, né?
27:56Até ouvi uma entrevista recente dela,
27:58falando que ela ia, pegava ônibus pra ir em loja tal,
28:01pra ler a ficha técnica do disco.
28:03É muito bom.
28:04Hoje é muito fácil a gente ter acesso a tudo.
28:08Você não precisa fazer muito esforço pra ouvir a música.
28:11Tá tudo muito dado ali, né?
28:13Como que isso te transformou, né?
28:18Enquanto uma pessoa que gosta muito de música.
28:21Como que você faz pra hoje ter esse sabor, assim, da descoberta?
28:26Ou isso se perdeu, na sua opinião?
28:30Não, eu acho que, assim, era mais difícil.
28:35Agora tá mais democrático.
28:37Mas, assim, teve um período que não tinha nem ficha técnica.
28:40Isso eu achava um absurdo.
28:42Aí tinha que ir lá pesquisar.
28:44Não tinha. Agora tem, né?
28:46No Spotify, por exemplo, agora vem.
28:49Mas é recente.
28:50Eu fazia vários tweets falando disso, porque falava, gente...
28:54E daí as pessoas precisam...
29:00Não podem se acostumar.
29:01Esse verbo não é bom.
29:04A gente não pode se acostumar com nada, eu acho.
29:08A gente se adapta, mas não se acostuma.
29:10Então, é pra tudo na vida, né?
29:12Mas pra isso de você ir atrás, tem que ir.
29:17Você precisa pesquisar, né?
29:19Porque senão fica muito fácil.
29:20Eu falo isso muito pros meus filhos, né?
29:22Senão fica tudo muito fácil.
29:25Aí você perde essa...
29:26A curiosidade.
29:28Mata a tua curiosidade.
29:29A curiosidade é o que move a gente, assim, né?
29:31Pra gente conseguir as coisas.
29:34E isso não só pra você ir atrás de uma ficha técnica ou de um disco,
29:39mas pra tudo.
29:42As coisas não têm que estar fáceis, assim, na nossa cara.
29:45É interessante ter a informação ali,
29:47mas a gente precisa entender melhor.
29:49Não é só a chamada, né?
29:51Porque você vai ficar se informando pelo Instagram,
29:53as chamadas do Instagram, assim, sabe?
29:55Você tem que entender a notícia.
29:57E eu acho perigoso isso.
29:59Eu acho perigoso quando a pessoa só lê a chamada,
30:03porque muitas vezes são click bites, né?
30:05Que eles falam.
30:06Sim.
30:06E são chamadas pra poder polemizar alguma coisa,
30:13e você vai ver a matéria não é sobre isso, sabe?
30:16De vários setores.
30:17De economia, de sociedade, cultura, enfim.
30:23Você vê o legado da MTV?
30:25Porque vocês criaram uma linguagem ali.
30:28Isso existe, sobrevive de alguma maneira nas redes sociais?
30:33Você acha que é um legado que tá vivo ainda?
30:37Sim, eu acho.
30:39Eu acho, vejo pelos youtubers, né?
30:41Mas você vê que só sobrevive quem também tem conteúdo, né?
30:45Porque hoje em dia eu vejo que as marcas,
30:47vocês fazem aqui o e-mail e mensagem.
30:49Você conviveu com muitos publicitários.
30:52Eu faço bastante publicidade também,
30:54mas eu vejo que eles estão cada vez mais ligados,
30:58que não é sobre números, é sobre engajamento.
31:01É sobre quem tá ali falando.
31:02É sobre ter uma imagem idônea.
31:05É sobre saber se comunicar.
31:06Não adianta ter milhões de likes, milhões de curtidas,
31:09e a pessoa não saber o que ela tá falando.
31:11Ou a pessoa fazer, tentar vender aquele produto,
31:15ou falar de uma maneira roteirizada,
31:19e na verdade não tá acreditando naquilo, assim, sabe?
31:24E como que é o seu trabalho com marcas?
31:26Você ajuda a dar as ideias?
31:29Você é brifada?
31:30Tem uma frase do Esmir Filho, meu irmão,
31:33que eu acho muito maravilhosa.
31:34O Esmir é cineasta,
31:37ele fez Homem com H, esse filme lindo.
31:40Fez vários, mas é porque Homem com H...
31:42E você faz uma pontinha.
31:43Ah, eu faço, mas aquilo é uma brincadeira.
31:45Na verdade, a minha participação com a...
31:46É legal, é legal.
31:48Ele escreveu aquela personagem pra mim,
31:51que é a Fátima, que eu tenho o nome da nossa mãe, inclusive,
31:52que era uma mulher que defendia...
31:55Uma mulher da música que defendia o Neymato Grosso.
31:58E eu faria isso.
31:59Eu defendo o Neymato Grosso, assim, sempre.
32:02Mas por que a gente tá falando isso?
32:03Ah, porque o Esmir tem uma frase muito boa,
32:06que é o seguinte.
32:07Não é o quê, é como.
32:10Então, toda vez que chega lá no escritório da Fetompson
32:12algum orçamento, algum pedido de trabalho,
32:15eu sempre penso.
32:16Não é o quê que eu vou fazer, é como eu vou fazer.
32:19Então, não dá pra falar de tudo.
32:21Tem coisa que eu recuso, porque não tem a ver com o meu perfil.
32:25Tem outras pessoas que fazem muito melhor do que eu.
32:27Mas tem muita coisa que chega que eu até falo,
32:30olha, eu nunca tinha pensado que eu posso falar sobre isso.
32:32Que interessante.
32:34Porque dentro da minha área da cultura,
32:36música, comunicação, comportamento, tá tudo bem.
32:41Mas, às vezes, outro dia veio uma coisa de beleza.
32:44De skincare.
32:45E a minha filha de 12 anos sabe tudo.
32:46E eu comecei, eu falei, gente, esse produto é muito bom.
32:50Mas por que eles querem que eu faça?
32:52Aí eu lembrei dessa frase do Esmir.
32:53Não é o quê, é como.
32:55Eu não vou falar a palavra rejuvenescimento.
32:57Eu não vou falar.
32:58Porque se eles querem atingir o público 30 a mais,
33:00que é o meu público mais, assim, né?
33:03Também tem...
33:04Engraçado que, por conta do YouTube,
33:06tem gente de muitas idades, né?
33:08Eu tô fazendo assim na minha perna,
33:10peraí, abre aqui a câmera.
33:12Só pra falar um negócio.
33:12Mas eu estou com uma sandália, tá?
33:14Não tô descalça aqui, não.
33:16A louca.
33:17Mas, assim, o meu público.
33:19Eu penso assim, o que eu vou falar pra uma...
33:21Qual é a sua idade?
33:2337.
33:23Linda.
33:24Você se interessa, Isa, por rejuvenescimento?
33:27Eu não me interesso.
33:28Não.
33:29Eu me interesso por o quê?
33:30Por a gente estar bem.
33:32Por a gente estar, assim, de verdade, assim.
33:33A gente estar com um cara...
33:35Aí eu pensei, eu falei, essa palavra eu não vou falar.
33:39Mas eu posso falar sobre esse produto.
33:41Porque esse produto é bom.
33:42E essa marca é ótima.
33:44Aí eu conversei com eles.
33:49Aí a gente fez uma reunião.
33:49Eu falei, olha, gente, eu não vou falar rejuvenescimento.
33:52Eu não acho que isso vai atrair o meu público.
33:54Eu vou falar do meu jeito.
33:57Tudo bem pra vocês?
33:58Eles falaram, claro.
33:59Esse é um exemplo que eu nunca falei.
34:01Mas é porque como tem a ver com...
34:02Tem a ver com a minha mensagem.
34:03É uma mensagem, podcast aqui.
34:05Eu tô falando.
34:06E foi super legal.
34:07É, tem que ser uma coisa genuína.
34:09Senão vai soar fake, né?
34:12Claro.
34:13Então não tem como.
34:14Ô, Sarah, e falando assim...
34:16A gente sempre tem um trocadilho com o nome do programa, né?
34:20Que é melhor ideia, pior ideia.
34:22Mas eu vou adaptar no seu caso.
34:24Que é...
34:24Você entrevistou muita gente da música.
34:27Desde o começo da sua carreira.
34:29E aí eu queria que você contasse qual foi uma das...
34:32Porque eu imagino que não tem uma só, né?
34:34A melhor entrevista que você já fez.
34:36Nossa!
34:37E a pior.
34:37Gente...
34:42Ah, não.
34:42Mas é difícil falar isso.
34:44Porque a melhor entrevista sempre é a última, eu acho.
34:48Então é lógico que veio o Michael Stipe na minha cabeça.
34:50Porque eu sou muito fã de RM.
34:51E eu lembro que era pra ser uma entrevista rápida.
34:53E virou um especial.
34:54E foi...
34:55E a gente falou...
34:57Ah, de tantas coisas bonitas.
34:58O Bush tava implementando educação...
34:59Tava tirando educação sexual das escolas.
35:03E a gente falou sobre isso.
35:04Aí ele falou sobre a homossexualidade dele.
35:06Sem eu perguntar.
35:07E foi a primeira vez que ele falou de uma maneira muito aberta sobre a orientação sexual dele.
35:11E sobre...
35:12E como isso...
35:14A educação sexual afetava...
35:17A importância da educação sexual para os adolescentes.
35:20Então foi além.
35:21Então eu sempre lembro dessa entrevista.
35:23Eu sempre lembro do Luau com a Cássia Ehler.
35:24Que agora a gente tá fazendo 23 anos depois.
35:27Essa homenagem.
35:28Eu e o Nando Reis.
35:28Tá lindo.
35:29A gente vai ao ar em dezembro no YouTube.
35:31E na MTV.
35:32A MTV vai acabar no mundo.
35:33Mas a marca continua.
35:35E tem...
35:36E o Luau é uma marca muito forte, né?
35:38Muito.
35:39E eu tenho esse Luau emblemático que eu apresentei com 21 aninhos.
35:45Foi a última gravação da Cássia em vida.
35:48Ela faleceu...
35:48Dez dias depois.
35:49A gente gravou dia 19 de dezembro de 2001.
35:51E ela faleceu dia 29 de dezembro de 2001.
35:54Então foi a última vez que o Nando viu a Cássia.
35:55Foi a última vez que eu vi a Cássia.
35:57E eu tinha uma amizade com ela também.
35:59Então foi muito especial pra mim isso.
36:01Porque ela tava muito feliz na gravação do Luau.
36:03E a gente reviveu isso agora.
36:04A gente filmou em Maresias recentemente.
36:07Como eu falei, vai ao ar agora em dezembro.
36:09Coisa mais linda.
36:10Foi muito especial.
36:11Eu assisti.
36:12Eu nunca tinha assistido inteiro.
36:14Então eu tenho esses...
36:16Essas lembranças, né?
36:18Mas agora no Tiny Desk eu tenho várias entrevistas.
36:21Que mesmo que são mais rapidinhas.
36:22Tem 10, 15 minutos.
36:25Mas eles vêm tão felizes da gravação.
36:30Porque é um desafio.
36:30O Tiny Desk, o maior diferencial do Tiny Desk...
36:34Tô fugindo um pouco da sua pergunta, né?
36:35Não.
36:36Pode fugir.
36:36Tranquilo.
36:38Mas assim, o maior desafio do Tiny Desk.
36:40Que o que diferencia dos outros projetos.
36:43Que as pessoas me perguntam muito.
36:44Ah, é do acústico.
36:45Do Luau.
36:46Eu tava falando com a Marina Persson outro dia sobre isso.
36:48Eu falei.
36:49Mas, Ma...
36:50Ela falou pra mim...
36:52Mas, Sá, não tem nada a ver.
36:54Eu falei.
36:54Pois é.
36:54Mas acho que as pessoas pensam porque é desplugado.
36:58Só que eram grandes produções.
36:59O Tiny Desk, o desafio dele é porque não tem...
37:02Tem várias restrições técnicas.
37:06Então, quando ele surgiu lá atrás, em 2008...
37:09Dezoito anos atrás, o Bob, né?
37:14Que é o cara lá da NPR, ele...
37:17A ideia dele era porque ele foi num show e ele não conseguiu ouvir a voz da cantora.
37:21E daí ele chamou ela.
37:22Ah, toca lá na minha mesinha.
37:24Então, era uma coisa muito tiny.
37:25Toca lá em casa.
37:25Sabe assim?
37:26E daí ela foi lá sem...
37:29Então, o Tiny Desk não tem ear, não tem retorno.
37:32A banda ali não se ouve com retorno.
37:34Então, eles têm que harmonizar.
37:36Têm que tocar baixinho pra harmonizar.
37:37É uma experiência muito encantadora.
37:42Muito, muito assim...
37:44Eu olho e falo...
37:44Gente, eu nunca tinha passado por isso, sabe?
37:47Eu nunca tinha visto.
37:48Então, por conta disso, a gente fica tudo numa intimidade ali.
37:52E daí até o Ney Mato Grosso falou isso na minha entrevista.
37:54Ele falou...
37:55No ensaio, eu fiquei muito nervoso.
37:57Mas depois, na hora, porque ficavam os funcionários, alguns convidados...
38:00É pouquinho a gente, né?
38:02A minha voz foi e o paredão das pessoas me fazia um retorno.
38:06Eu conseguia me ouvir.
38:07Cara, um homem de 84 anos, que já vivenciou tanta coisa na vida, passar por essa experiência
38:14pela primeira vez.
38:14Ele tá...
38:15Aquilo que você falou na pergunta atrás, você falou pra mim, como é que a gente consegue
38:20não se acostumar?
38:21Ele é esse cara.
38:22Esse cara que vai falando sim pra vida.
38:24É tão bonito isso, não é?
38:25E que vai experienciando coisas e sem medo.
38:28Porque dá medo às vezes, né?
38:30A gente tem medo também.
38:31A gente tem receio.
38:32A gente não quer se envolver.
38:34A gente fala...
38:34Ai, meu Deus, eu gostei.
38:35Por exemplo, pra relacionamento.
38:37Ai, me apaixonei.
38:38E agora?
38:38Socorro.
38:39Socorro.
38:39Dá um medo, né?
38:40Dá um medo.
38:41Aí você quer, mas você sai.
38:42Aí você recua.
38:43Enfim.
38:43E daí o Ney, ele foi e cantou, assim, eu acho a melhor versão de Sangue Latino.
38:50Ele se jogou de uma forma, porque ele ainda brincou comigo.
38:53Eu não tive outra alternativa.
38:56A minha alternativa era cantar com fúria, assim.
38:59Então, isso traz os convidados, pra finalizar a tua pergunta, e me faz a melhor entrevista.
39:07Sabe assim?
39:08Ai, eu falo, meu Deus, essa foi a melhor entrevista.
39:10Essa foi a melhor entrevista.
39:11É muito bonito isso, assim.
39:13É muito legal.
39:14E você vê que...
39:17Eu falei da Cassia Heller, e lá no Tiny Desk Grinco, por exemplo, o Mac Miller,
39:21que era um cara que também se desafiou muito pra cantar, porque é um cara do rap, do trap, assim.
39:26E ele foi lá e cantou a Vera, né?
39:28E tinha as mulheres no violino ali, fazendo versões da música dele.
39:31E é isso que eu falei, sem o retorno, assim.
39:33Ele também faleceu uma semana depois de filmar o Tiny Desk.
39:36Por isso que o Tiny Desk dele, esse episódio, é tão emblemático também, sabe?
39:40E vê um cara...
39:41Esses caras estão cantando sem autotune e tal.
39:44Então, e é todo tipo de artista, né?
39:48Tem os undergrounds, os alternativos, mas também tem os mainstream.
39:51Nossa, total.
39:52Imagina, tem o Sting, né, gente?
39:53Tem o Sting.
39:54Tem o Bono, né?
39:55O Bono e o The Edge tem também.
39:57Tem a Taylor Swift, a Billie Eilish.
40:02A Doit.
40:03A Doit.
40:04E você fala, mas agora é recente.
40:05Meu, tem a Alicia Keys há anos.
40:07Há anos.
40:07A Dele fez lá atrás.
40:08E anos atrás.
40:10É que, como o Bob fala, não é que a gente tava aqui lançando novas tendências.
40:15A gente, na verdade, era uma proposta singular.
40:17E ele até brinca.
40:18Ele fala, é o acústico MTV da geração YouTube.
40:22E é sem os recursos da MTV, entendeu?
40:24Ele mesmo falava.
40:24Acho que é por isso que as pessoas perguntam muito pra mim.
40:26Guardadas as devidas proporções, é isso.
40:28Era isso, mas tem essas restrições que diferenciam.
40:32E daí era quem podia ir pro Washington.
40:33Aí virou um hit logo na sequência.
40:36E daí todo mundo quer ir, né?
40:37E a pior entrevista.
40:39Ai, meu Deus.
40:39Então, eu tô fugindo dessa pergunta.
40:42Eu acho que...
40:42Eu tenho uma clássica que é do John Bon Jovi, né?
40:44Que ele ficou bravo que eu fiz uma pergunta pra ele.
40:46Eu também muito...
40:47Aff, viajei.
40:48Eu não ia fazer essa pergunta.
40:49Hoje em dia eu não faria essa pergunta.
40:51Como é que eu perguntei?
40:52Quando tava surgindo o The Hives e o Strokes.
40:57Eu falei, ah, eles fazem um rock menos pretencioso que o seu.
41:01Aí ele fez assim, fuck you.
41:02They are so pretentious.
41:05E daí o João Gordo, porque tem essa coisa.
41:07As pessoas não gostam do Bon Jovi.
41:08Mas você sabe que depois eu peguei bem com o John Bon Jovi.
41:11Assim, ele era difícil.
41:12Mas depois eu vi que ele fez uns projetos beneficentes, bonitos, tal.
41:15Não sei o que.
41:15Sim.
41:16Mas assim, enfim.
41:17Tá louca.
41:18Enfim.
41:18Aí o João ficava rodando, fuck you, fuck you, fuck you, no programa dele.
41:22Fez um.
41:23Aí a MTV sempre tirava sarro de tudo, né?
41:26Mas tem várias, assim.
41:27Tem essa coisa de não conhecer seus ídolos, assim?
41:31É, tem.
41:31Tem isso, né?
41:33Que daí...
41:34Às vezes a pessoa também não tá no dia bom, né?
41:36Tem várias variáveis.
41:36A gente tem que ter a maturidade de entender que, como a gente tá falando aqui,
41:41há esse brilho e essa troca, esse abraço que a gente dá e também recebe.
41:47Nem sempre a pessoa tá com condição interna pra isso.
41:50E não é você.
41:52Não é a tua entrevista.
41:53É a pessoa.
41:54Somos seres humanos.
41:55E tá tudo bem.
41:56E qual que é o grande barato pra você de entrevistar um artista?
42:03Eu acho que é entrar no universo dele.
42:06E sempre buscar coisas diferentes.
42:09Eu agora tenho um projeto que vai lançar o ano que vem,
42:13eu não sei se você sabe, a minha série,
42:15em comemoração aos 25 anos de carreira,
42:16que é o Atenção para o Refrão.
42:19E eu adoro esses nomes que eu crio.
42:20Eu crio o primeiro nome e depois eu penso, sabe?
42:23Igual o Cala da Noite,
42:25ou Nosso Amor a Gente Inventa,
42:26que eu fiz com a Varegito, minha diretora,
42:28que dirige muitos meus projetos.
42:30Mas o Atenção para o Refrão, eu cheguei,
42:32com essa ideia, eu falei,
42:33eu queria falar sobre refrãos.
42:36Você sabe que eu falava refrões,
42:38mas me explicaram o que é.
42:39Eu achei que era refrões também.
42:40São refrões.
42:43Frãos.
42:43Refrãos.
42:44Tava falando com o Arnaldo Antunes sobre isso,
42:46é refrãos.
42:47Aí, mas tudo bem,
42:48eu acho que a gente pode falar refrões também.
42:49Eu falo bastante na série Refrões.
42:52E daí o Vismini me ajudou a formatar o meu irmão,
42:54eu cheguei pra ele e falei,
42:55olha, eu queria fazer uma série sobre isso.
42:57E ele formatou, e a gente foi atrás,
42:59a gente fez todo o projeto,
43:05são seis episódios,
43:06e a gente vendeu pra Globoplay,
43:08vai ser exibido no Canal BIS e na Globoplay.
43:14A partir de quando?
43:15Eu acho, eu não sei,
43:17é 2026, eu não sei a data,
43:19eu acho que é março de 2026.
43:20E eu tô muito feliz desse retorno também pra Globoplay,
43:23assim, porque quando eu fiz o GNT,
43:25eu fiz muitos programas lá, né?
43:27O Viva Voz, que eu criei pro GNT,
43:29o Na Trilha da Canção,
43:31que foi um documentário que eu criei pro GNT,
43:33foi a primeira vez que eles falaram de música,
43:34porque tem o Multishow, né?
43:37O Cala da Noite, que a gente falou aqui.
43:38Então, assim, eu tenho uma relação com,
43:40ah, que era Globosat, agora Globoplay,
43:42de muito afeto, assim.
43:44Eu adoro, eu adoro a equipe,
43:45eu adoro a equipe deles.
43:46Então, foi muito legal poder apresentar esse projeto pra eles,
43:49e eles abraçarem o Atenção para o Refrão.
43:51E eu tô te falando isso porque você me perguntou o que que eu...
43:55Eu perguntei...
43:57Ah, agora eu me perdi também.
43:59Por que que eu gosto de entrevistar?
44:00Então, eu gosto dessas novidades,
44:02porque como é que eu vou entrevistar o Neymato Grosso
44:03pela milésima vez?
44:05Sempre tem alguma coisa nova.
44:07Ah, eu vou falar de refrões ali, né?
44:10Eu vou entrevistar o Gil.
44:13São mais de 35 artistas nessa minha série.
44:17Então, eu sempre procuro ir pro específico.
44:20A especificidade, ela ajuda muito a você ampliar.
44:24Aí, você vai no micro pra ampliar, sabe?
44:27E o Tiny Desk também é isso.
44:28Então, as pessoas falam,
44:29nossa, você vai entrevistar essa pessoa, sei lá, o João Gomes.
44:34O João Gomes, eu tinha feito ele pro Atenção para o Refrão.
44:36Acho que nem podia ter falado isso, mas tudo bem.
44:38Porque eu não revelei todo mundo que tá no Atenção para o Refrão.
44:40Mas tudo bem.
44:41E daí, quando eu fui falar,
44:43era de uma coisa específica, de uma canção dele.
44:45No Tiny Desk, era sobre aquela apresentação.
44:47Porque ele é, tipo, muito fã do Tiny Desk.
44:49E ele era a nossa estreia.
44:51E ele era muito fã.
44:52Ele conhece, ele assiste todos, assim.
44:54E daí, é muito bonitinho.
44:55Porque ele falou assim pra mim,
44:56ah, eu tô tão feliz de estar aqui com você,
44:57porque eu assisti ao Luau do Charlie Brown Jr.
45:00Porque ele tem 23 anos.
45:01Aí, você fala, como é que eu não peguei essa geração?
45:03Mas você vê, o YouTube, ele vai, né?
45:06É.
45:06É muito legal.
45:08É um acesso ali, né?
45:09É, é muito legal.
45:10E como que você...
45:12Onde que você busca inspiração pra criar, né?
45:14Você falou dos títulos, dos programas.
45:18Imagino que a música deva te inspirar muito.
45:21Muito, muito.
45:21O Atenção para o Refrão veio da música Divino Maravilhoso do Caetano.
45:24Exato.
45:24E onde que...
45:25Arrasou, você.
45:26E que outros jeitos, né?
45:28Quais são suas outras fontes de inspiração no dia a dia?
45:32Isa, eu criei um projeto,
45:36esse ano de 2025,
45:37chamado Essa Tal Liberdade.
45:40Então, o nome, ele vem da canção
45:43O que a gente vai fazer com essa Tal Liberdade?
45:46Que é um projeto que não é de música,
45:48mas veio o nome por causa da música.
45:50É um projeto que fala sobre a liberdade feminina.
45:52E é uma parceria minha com a Marie Claire.
45:55E a gente fez...
45:56Foi um especial pro Mês da Mulher, esse ano, de março de 2025.
46:01E foi muito bonito.
46:01A gente fez com a Camila Pitanga.
46:03E eu entrevistei uma agente penitenciária.
46:07E a gente falou sobre liberdade feminina em realidades diferentes.
46:17Aí eu criei essa Tal Liberdade
46:20porque eu tinha ido ver a peça da Cláudia Abreu.
46:25É o monólogo dela sobre a Virginia Woolf,
46:27que ela escreveu, é texto da Cláudia Abreu.
46:29E eu saí de lá...
46:33Eu tinha acabado de ler um clássico da Virginia Woolf,
46:35que é o Teto...
46:37Como é que chama?
46:38Me deu branco agora.
46:42Que eu não tinha lido até então.
46:44E eu tinha acabado de ler.
46:46E ver a Cláudia no palco, assim,
46:49falando de liberdade feminina,
46:51porque é um assunto recorrente a algumas escritoras.
46:53Clarice Lispector também,
46:56agora está fazendo sucesso lá fora
46:58e fala muito sobre isso também.
47:00Eu saí de lá falando
47:01que eu quero falar sobre liberdade feminina.
47:04E daí, de novo, o que eu fui?
47:05Eu criei o nome, eu pensei,
47:08liguei para o meu irmão,
47:08que é um cara que tem esse raciocínio de formatação.
47:12Liguei para a Vera Egito,
47:14porque é mulher, o Smith só me ajudou a formatar.
47:16Liguei para a Vera e falei
47:18vamos fazer? Vamos.
47:20Vamos fazer para o YouTube.
47:21Isso que é muito legal hoje em dia.
47:22Quando a gente já tem uma história,
47:24já dá para fazer e colocar no ar.
47:26Mas aí eu consegui essa parceria com a Marie Claire,
47:29a Maria Rita Alonso,
47:30que é diretora de redação da Marie Claire,
47:31que eu adoro, uma pessoa que eu adoro.
47:33Eu e a Vera fomos lá falar com ela
47:35e ela falou vamos fazer um especial para a mulher,
47:37para o mês da mulher.
47:39Então é isso.
47:40Eu acho que eu respondi a sua pergunta.
47:41É isso.
47:42Nesse caso foi vendo uma peça.
47:44Às vezes é lendo um livro.
47:45Às vezes é ouvindo uma...
47:46Mas sempre tem a ver com o nome,
47:47porque vem da música.
47:48Vem a música.
47:49Às vezes é numa conversa com uma amiga.
47:51E daí eu vou...
47:53E eu tenho uns tempos, né?
47:54Como uma boa aquariana.
47:55Eu paro um pouco.
47:56Aí eu tenho uma...
47:57Eu nunca paro com a minha canção.
47:59Eu vou continuando.
48:00É o meu projeto xodozinho ali da rádio.
48:02Mas eu paro um pouco, aí eu volto.
48:04Então esse ano eu vim com essa tal liberdade.
48:07No primeiro semestre.
48:08Aí o segundo semestre, o Tiny Desk.
48:10Aí o ano que vem tem a atenção para o refrão.
48:11Eu vou me dividindo assim,
48:13até para eu poder, dentro do meu caos...
48:17Conseguir se organizar dentro do caos.
48:19Você também estava com um projeto de um livro.
48:24Em que pé que está?
48:25Esse eu parei um pouco.
48:27Um pouco.
48:27As pessoas me pedem muito um livro de memórias.
48:29Aí eu falei, cara, ainda falta o Paulinho da Viola.
48:32Porque eu entrevistei o Paulinho da Viola para o video show,
48:34você acredita?
48:35Porque eu tinha um quadro no video show
48:37que falava de trilha sonora de novela.
48:42E eu que batalhei por esse quadro lá.
48:44Falei, vamos fazer um quadro de trilha sonora de novela.
48:46Aí o meu diretor na época, o Máriozinho Vaz, muito fofo,
48:48falou, vamos lá.
48:49E daí foi a única vez que eu tinha entrevistado
48:51a Betânia e o Paulinho da Viola.
48:53Aí agora eu fiz a Betânia,
48:54ela me chamou para fazer a...
48:56Foi muito...
48:57Ah, esse convite eu quase morri, já.
48:58Eu imagino, né?
48:59Deixa eu contar aqui para a sua...
49:00Betânia, né?
49:01Gente, quando chegou a ligação,
49:03me convidando,
49:05a Betânia não vai dar entrevista,
49:07vai fazer só acho que o Fantástico e o Globo,
49:10sei lá, o Impresso, Folha, sabe?
49:12E vai fazer alguma coisa para o Fantástico.
49:13Mas a gente está querendo alguém para entrevistá-la.
49:18A gente está querendo...
49:18Olha isso.
49:19Para falar sobre a estreia dessa nova turnê,
49:22comemoração dos 60 anos da carreira dela.
49:24E a gente queria que fosse você.
49:25Você pode vir aqui para o Rio
49:26fazer essa entrevista com a Betânia?
49:27Vai ser para ela, para o canal dela.
49:29Ela vai estrear um canal no YouTube
49:32com essa entrevista.
49:33Aí eu assim...
49:34Gente, foi muito legal.
49:37Foi muito bonito, assim.
49:38Foi muito, assim, eu fiquei...
49:40Tem umas coisas da vida
49:42que a gente tem que agradecer mesmo, né?
49:44Nossa, imagina.
49:45Nossa, eu falei, Betânia, que coisa linda.
49:47E você ficou nervosa?
49:48Você fica nervosa às vezes
49:50antes de entrevistar alguém?
49:50Eu fico emocionada, Isa.
49:52Emocionada?
49:53Eu fico emocionada.
49:54Eu falo, que lindo que eu estou aqui.
49:55Obrigada.
49:57Eu agradeço ao Universo,
50:00Oxum, Anjinhos da Guarda.
50:06Eu agradeço.
50:07Eu olho para a pessoa e falo,
50:09vamos lá, respiro fundo.
50:10Eu fico nessa vibe, assim.
50:14Se está acontecendo alguma coisa
50:16e eu percebo de ruim, assim,
50:19uma energia estranha,
50:20aí eu fico nervosa.
50:21Tá.
50:23Entendi.
50:23Aí eu falo, nossa, deixa...
50:26Mas é que eu falo,
50:27liga a luzinha vermelha,
50:27eu já me sinto assim.
50:29Estou com o meu melhor amigo aqui, assim, tá?
50:31Tudo bem.
50:31Entendi.
50:32Vamos me proteger.
50:34E qual que é o seu jeito favorito
50:35de ouvir música?
50:37É quietinha em casa?
50:39É fazendo alguma coisa?
50:41É em show?
50:43Quando é só para se divertir, digo.
50:46Eu adoro em show.
50:47Eu adoro em show.
50:49Eu gravo uma ou outra música,
50:51sempre para mostrar para os meus filhos.
50:54Sempre.
50:55Porque quando eles não estão comigo,
50:56eles vão muito em shows comigo.
50:57Mas quando eles não estão,
50:57esse do Massivatec
50:59que a gente começou a entrevista falando,
51:00eu gravei Unfinished Sympathy
51:01e Teardrop.
51:03Porque eu queria que a Chloe visse.
51:04Porque ela ouve muito comigo.
51:06E ela faz aquela parte do...
51:08Ela é muito engraçada.
51:09Ela e o Martinho.
51:09O Martinho também fica...
51:10Really hurt me, baby.
51:12Aí é muito bonitinho.
51:13Aí eu tenho que mostrar
51:14que não está ali a Chara Nelson,
51:16mas está a Débora...
51:17Acho que era a Débora Miller, né?
51:18Débora Miller, acho que é.
51:20Enfim.
51:21Aí eu faço isso, assim.
51:22Eu adoro ouvir em show,
51:24adoro versão ao vivo.
51:24É, meu.
51:27Mas eu adoro vinil, né?
51:28Eu tenho a minha vitrola ali
51:29que eu restaurei da minha avó.
51:31Coleção de vinil.
51:32Eu tenho coleção de vinil.
51:34Qual foi o último vinil que você comprou?
51:37É...
51:38Ou ganhou, não sei.
51:40É, não, não.
51:41Sim, é...
51:43Eu ganhei os 40 anos de Nalata,
51:48da Fernanda Abreu, maravilhosa.
51:50Fiquei muito feliz.
51:51Adoro esse disco, os anos 90.
51:53Ganhei agora essa semana.
51:55Adoro Fernanda Abreu, maravilhosa.
51:59Comprei nessa última viagem
52:01um Tapestreet novo, da Carole King,
52:04porque o meu tinha arriscado.
52:05A louca.
52:11Comprei Beyoncé para a molecadinha,
52:13o novo dela.
52:16O Cowboy Carter.
52:17Cowboy Carter.
52:22Comprei...
52:22Ai, estava na Bela outro dia,
52:28tinha o Refazenda do Gil,
52:29aí fui atrás para comprar, não achei.
52:31Falei, como é que ela...
52:33Eu ganhei, mas ela é muito desligada, né?
52:35Eu já mandei mensagem.
52:36Mas, Bela, me fala de onde é.
52:38Vê atrás.
52:38Aí eu vou falando, Bela,
52:39vê atrás.
52:40O que que tá isso aqui?
52:41Ficha técnica, né?
52:42Ficha técnica.
52:42Vê atrás.
52:43Quem é que tá lançando o Refazenda?
52:44Pelo amor, eu preciso do Refazenda.
52:45Então, aí, se vocês souberem
52:46onde eu compro esse do Refazenda,
52:49que é um...
52:50Nossa, uma relíquia, né?
52:51Pra ter...
52:52É.
52:52É uma relíquia.
52:54E dá uma dica...
52:55Coisa de rosa e carvão da Marisa Monte.
52:56Esse é lindíssimo.
52:57Ai, aquela capa rosa linda.
52:58Eu só tenho o CD.
53:00Esse eu não tenho o vinil.
53:00E dá uma dica pra quem quer voltar a descobrir músicas.
53:08O que que essa pessoa tem que fazer?
53:11Isa.
53:12Tá fácil, né?
53:13Tá fácil, assim.
53:14Eu não sou essa pessoa que vai ficar falando
53:16vá na loja de vinil, só.
53:19Só com a Ariana.
53:21Eu acho que a gente tem que aproveitar
53:23todas as tecnologias que estão aí.
53:24Quando eu fico me perguntando
53:26ah, porque agora é streaming, não é TV.
53:28Gente, meio de comunicação.
53:30Estamos aqui.
53:31O importante é a mensagem que a gente tá passando.
53:33Eu não tenho essa coisa
53:35esse apego com o meio de comunicação.
53:36O que eu quero é uma câmera.
53:38Olha pra câmera, mas assim
53:39se é no streaming, se é no YouTube
53:41se é na emissora de TV
53:43se é na rádio
53:45eu acho tudo muito valioso.
53:47Então, pra ouvir música é isso.
53:49Tem o gostinho de comprar de...
53:50Eu amo.
53:51Eu não sei se a pessoa que tá assistindo a gente
53:53gosta disso.
53:54Mas eu amo.
53:55Eu amo ir nos cebos.
53:57Quando viajo lá fora
53:58tem muito cebo.
53:59Aqui também tem...
54:00Em São Paulo tem bastante.
54:01No Rio também tem.
54:02É Salvador.
54:04Tem um cebo em Salvador que eu adoro.
54:06Tem um em Recife.
54:07Ou seja, eu vou nas cidades
54:08eu gosto de saber se tem os cebos de Vinídez.
54:09Entendeu?
54:10Ainda mais cidades bem musicais.
54:11Recife, então, é uma loucura.
54:13A água lá tem alguma coisa diferente.
54:15Nossa, que coisa linda.
54:17Aquele lugar.
54:18Pernambuco é...
54:19Pernambuco é o máximo.
54:20Não tô falando só de Recife.
54:22Em Pernambuco, no geral.
54:23Mas voltando.
54:24Acho isso lindo.
54:25Mas também acho que tem muita coisa aqui.
54:27Pega teu celular e...
54:28E vai em frente.
54:30O algoritmo ajuda também.
54:31O algoritmo ajuda, mas também não atrapalha.
54:34Eu acho legal quando o algoritmo ajuda.
54:36Porque a pessoa começa a perceber
54:37que o teu gosto...
54:39Vai atrás...
54:40É o teu gosto ali.
54:41E aí você fala...
54:42Ah, eu gosto de blues.
54:43Ah, eu ouvi D'Angelo.
54:44Porque a Sarah falou, sei lá, algo do tipo.
54:46Aí vai pra Prince, vai pra Algreen.
54:47Eu gosto dessas coisas, né?
54:49Outro dia eu fui entrevistar a Aline.
54:50Eu brinquei com ela que eu tava ouvindo.
54:51Como ela fez Caju e tinha Pagode.
54:54E daí eu tava ouvindo...
54:54Eu amo Pericão.
54:55A gente tava ouvindo...
54:56Não sei o que.
54:56De repente eu tava ouvindo Pixote.
54:58Eu não ouvia Grupo Pixote há muito tempo.
55:00Ela até deu risada ali.
55:01E daí de repente eu tava lá com aquela música lá.
55:04Cessa a boca não beija tão bem.
55:07Eu ria.
55:08Eu falava, gente, essa música é muito boa.
55:09Então é isso.
55:10Se você se permitir descobrir.
55:12Isso se você souber usar o algoritmo, é muito massa.
55:16Usar pra te ajudar a descobrir.
55:18E não ficar refém dele.
55:19E daí depois ir atrás de outras coisas.
55:21Meu filho falou...
55:21Tem um vídeo dele.
55:22Depois eu vou te mostrar.
55:23Ele falou assim pra mim, meu menino.
55:25Você tá sem cultura.
55:26Eu?
55:27Por que ele?
55:28Você não tá ouvindo metal.
55:30Faz tempo que você não ouve metal.
55:31Não ouve metal?
55:33Fica aí ouvindo Pagode Samba.
55:36E sertanejo.
55:36Eu comecei a rir.
55:37Eu falei, eu?
55:38Qual é o problema disso?
55:40Gravando, né?
55:41E ele ri.
55:41Ele fala assim...
55:42Mamãe, eu também gosto.
55:43Porque ele ama o Péricles.
55:44Eu também gosto.
55:44Mas assim...
55:46Você não sabia que essa música era do trabalho solo do Ozzy.
55:49Não era do Black Sabbath.
55:49Eles ficam fazendo isso pra me provocar, entendeu?
55:51É, você é filhinho de peixe, né?
55:54Gente, eles fazem isso pra me provocar.
55:56É muito engraçado.
55:58É muito engraçado.
55:59Deve ser muito divertida essa troca.
56:01Eu amo.
56:01Levei eles agora pra ver Planet Ramp.
56:03Ele lá do palco.
56:05Ficaram lá no palco.
56:06Porque o The 2 é meu grande amigo.
56:07Meu amor de muitos anos.
56:09Ele e a mulher dele, a Luísa.
56:10E daí eu levei e eles estavam lá.
56:14Tem uma parte que eu não deixo eles cantarem, né?
56:16Da música ainda.
56:17Mas eles sabem direitinho.
56:19Eles só mandam, mantém o respeito.
56:22Porque é show, né?
56:23Aquela coisa da presença que é inigualável.
56:26Gente, é muito maravilhoso.
56:27É histórico.
56:28É histórico.
56:29É uma banda que não é...
56:30É mais do que uma banda.
56:31É um manifesto cultural, né?
56:32É muito importante pro hip-hop brasileiro.
56:34É muito importante pra essa fusão do hip-hop com hardcore, com jazz, com rock.
56:39E abriu caminho pra muita banda.
56:42E pra muita gente entender o que é o hip-hop no Brasil.
56:45Popularizou muito isso, né?
56:47E assim como os Racionais com rap.
56:49E assim como o Edson Gomes com reggae.
56:53Enfim.
56:54É, total.
56:55Sarah, eu ficaria horas aqui falando sobre música.
56:59Que lindo.
57:00Adorei.
57:00Obrigada.
57:00Você terminou essa pergunta dando a mão pra pessoa?
57:02Fiz isso com você espontaneamente.
57:06É, então.
57:07Eu sempre via você na MTV super dando a mão.
57:09Eu falei, é super física, né?
57:11Eu sou muito física.
57:12Eu sou muito física.
57:12Afetuosa.
57:13Mas eu sei que tem gente que não gosta.
57:14Então, às vezes, eu dou só a mão.
57:16Daí, se a pessoa gosta, eu já abraço.
57:19Eu tô com a minha costela que eu quebrei.
57:21Então, eu não posso...
57:22Eu fiz o Luau com a costela meio quebrada.
57:23Eu não posso abraçar tanto.
57:24Então, eu fico de ladinho, assim.
57:26Muito obrigada, Sarah.
57:27Foi um prazer.
57:28Prazer o meu.
57:30Obrigada.
57:30Pra toda a equipe.
57:31Continue acompanhando a ideia nos canais de e-mail e mensagem, no streaming de sua preferência
57:36ou na nossa página no YouTube.
57:38Os episódios são gravados no Content Club em São Paulo.
57:41Até a próxima.
57:42Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
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