Hugo Motta rompe relações com líder do PT e Lindbergh Farias chama postura de ‘imatura’

Name: Hugo Motta rompe relações com líder do PT e Lindbergh Farias chama postura de ‘imatura’
Uploaded: 2025-11-25T00:26:07+00:00
Duration: 11 min 10 s
Channel: Jovem Pan News

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Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, classificou a postura do líder petista Lindbergh Farias (PT-RJ) como "imatura" e rompeu relações com líder do PT.

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00:00Voltando a Brasília, o presidente da Câmara, Hugo Mota, avisa que rompeu relações com o líder do PT na casa, Lindbergh Faria.

00:08Repórter Vitória, Bel, com todos os bastidores, é mais um desgaste da base do governo com o legislativo.

00:15E qual foi a resposta do petista? Tudo bem, Vitória? Boa noite pra você. Bem-vinda.

00:21Boa noite, Tiago. Boa noite a todos os ouvintes.

00:24Pois é, essa foi a sinalização dada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota,

00:30em entrevista, em conversa com a Folha de São Paulo, com o jornal Folha de São Paulo,

00:34em que ele disse a seguinte frase, que ele não tem interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias,

00:43que é, portanto, líder do PT na Câmara dos Deputados.

00:46Essa frase foi encarada por Lindbergh Farias, claro, e também por lideranças de centro, por líderes próximos a Hugo Mota,

00:55como uma sinalização de rompimento do presidente da Câmara com o líder do PT,

01:01ou, ao menos, um afastamento do líder do PT.

01:04Vamos lembrar aqui, Lindbergh Farias e Hugo Mota já vêm tendo uma relação estremecida há vários meses,

01:12desde que Hugo Mota decidiu pautar a derrubada daquele decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF.

01:21Lindbergh, então, liderou uma revolta, uma espécie de revolta, de resistência ali na Câmara dos Deputados a essa derrubada de decreto.

01:31E, posteriormente, Lindbergh também liderou protestos contra a proposta de emenda à Constituição,

01:37que era chamada de PEC da blindagem, que pretendia proteger os deputados e senadores de processos judiciais.

01:45O novo embate entre Lindbergh Farias e Hugo Mota, presidente da Câmara, se dá aí no cenário do projeto de lei antifacção.

01:54Para a gente recapitular, na semana passada, a Câmara aprovou o SPL antifacção,

01:58que prevê aumento das penas para presos e condenados,

02:03perdão, para quem integrar organizações criminosas,

02:07aumento de penas que pode chegar a 40 anos de prisão, por exemplo,

02:12para quem cometer homicídio, a 20 anos de prisão para quem cometer sequestro,

02:17aumenta também as penas de roubo, furto,

02:21e também prevê punição para quem fundar ou até mesmo se associar

02:25ou auxiliar integrantes de organizações criminosas.

02:29Esse projeto, que foi relatado na Câmara por Guilherme Derritte,

02:33secretário de Segurança Pública de São Paulo,

02:36que chegou a se licenciar para relatar essa matéria na Câmara dos Deputados,

02:40o que gerou grande revolta no Palácio do Planalto,

02:44na base governista também.

02:46E o governo, mesmo depois de diversas mudanças que Guilherme Derritte fez no texto,

02:51o governo continuou protestando, principalmente,

02:53contra uma mudança que foi feita no direcionamento de recursos

02:59que são obtidos por meio de apreensões nas operações e investigações

03:06envolvendo Polícia Federal e Polícias Estaduais.

03:10Esse direcionamento foi feito por Derritte no último relatório dele.

03:14Foi mantido uma separação, uma espécie de repartição dos recursos

03:19entre Polícias Estaduais e a Polícia Federal.

03:22E o governo não concordou com isso.

03:24Acha que o direcionamento desses recursos tem que sim acontecer apenas para a Polícia Federal.

03:30E depois dessa fala de Hugo Mota, que ele não tem nenhum interesse

03:34em manter relações com o líder Lindbergh Farias,

03:38ele disse que o líder Lindbergh Farias foi, é claro, para as redes sociais

03:41numa briga que ocupou as redes sociais dos dois.

03:46E ele disse o seguinte, que considera imatura a posição

03:50do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota,

03:52que política não se faz como clube de amigos

03:55e que as posições políticas dele são transparentes e previsíveis,

04:01que ele sempre atuou de forma clara e com posições coerentes,

04:05nunca na surdina e erraticamente.

04:09Ele disse o seguinte ainda,

04:10se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara,

04:15isso tem mais a ver com as escolhas do próprio Hugo Mota,

04:19que o próprio Hugo Mota tem feito.

04:21Depois, inclusive, Lindbergh Farias conversou com a imprensa lá na Câmara dos Deputados

04:25e ele ressaltou justamente que ele, como líder do PT,

04:29ele tem o dever de se posicionar em relação a algumas pautas,

04:34que o PT, diferentemente da liderança do governo,

04:37nem sempre está envolvido na articulação de matérias,

04:41mas pode, muitas vezes, ir sim para um confronto em relação a matérias

04:45que a esquerda discorda e que ele disse que isso é muito natural.

04:50Para ele, ele falou que nada muda,

04:51porque ele nunca foi amigo do presidente da Câmara

04:54e que ele sempre manteve, portanto, uma relação institucional com o Hugo Mota

04:59e que, para ele, nada mudava.

05:01Mas é claro que a fala do presidente da Câmara

05:03incomodou e muito a esquerda e também o Palácio do Planalto.

05:07A ver se, nos próximos dias, isso vai ter um reflexo nas negociações

05:13entre o Palácio do Planalto e o líder e o presidente da Câmara dos Deputados,

05:16o Hugo Mota, ou se essa briga vai ficar apenas entre Lindbergh e o presidente Hugo Mota.

05:21Por quê?

05:22Por enquanto, o Hugo Mota mantém uma boa relação com José Guimarães,

05:25que também é do PT, e é o líder do governo na Câmara dos Deputados.

05:30Boa relação também é mantida com Gleisi Hoffmann

05:34e também, indiretamente, com André Siciliano, que é secretário de Gleisi Hoffmann,

05:39secretário das Relações Institucionais do Palácio do Planalto.

05:43Agora, só para a gente pontuar por último,

05:45o PL Antifacção já está no Senado Federal, relatado por Alessandro Vieira.

05:51Deve ter uma audiência pública nesta semana e na semana que vem.

05:55Esse projeto vai ser pautado na CCJ, na Comissão de Constituição e Justiça,

06:00e já deve ser votado também no plenário do Senado.

06:03Tiago.

06:03E a Vitória Bel está nos estúdios da Jovem Pan News em Brasília,

06:08porque daqui a pouquinho tem o Direto ao Ponto,

06:10e hoje o entrevistado é o ministro Guilherme Boulos,

06:13e a Vitória vai participar com toda a nossa equipe,

06:15o comando de Evandro Cine, aqui de São Paulo.

06:17Vou chamar já as nossas comentaristas, Dora Kramer,

06:20Denise Campos de Toledo, Nelson Kobayashi está aqui no nosso telão.

06:24Pode entrar, Denise, pode entrar, Dora.

06:26E eu começo perguntando para você, Dora,

06:28a Vitória traz esse ponto interessante, né?

06:32Porque é um rompimento do presente da Câmara com o líder do PT,

06:37não é o líder do governo.

06:39E o que faz esse caso?

06:41Você troca o líder do PT para a relação ficar um pouco melhor ou menos pior,

06:45ou fica como está?

06:46Olha, eu acho que fica como está,

06:49porque o líder do PT se trocar, o líder do PT,

06:53isso vai ser uma desmoralização total.

06:56Agora, é uma cena que eu nunca vi, tá bom?

06:58Eu acho completamente inusitado,

07:00porque as pessoas têm suas rusgas, têm seus atritos,

07:03as pessoas, que eu digo,

07:05são essas pessoas que estão no comando de uma casa legislativa.

07:10Agora, ninguém faz isso em público.

07:14Quer dizer, ninguém faz, agora faz, né?

07:16Pelo jeito.

07:17E é uma briga realmente, assim, aberta.

07:20E se a gente juntar com o fato de que, na semana passada,

07:24o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,

07:27disse que também não tinha mais nenhum tipo de condição

07:32de ter uma relação razoável com o líder do governo no Senado,

07:37senador Jax Wagner, a gente nota que temos aí um cenário de atrito,

07:44e é porque o líder do governo, Jax Wagner, também é do PT,

07:48um atrito com o PT.

07:51E isso não se dá fazendo uma troca de líderes.

07:56Isso se daria, poderia se dar normalmente,

08:00embora não estejamos em tempos normais,

08:02numa tentativa de se amenizar, de se aplacar os ânimos.

08:07Mas a reação do Lindbergh lá na Câmara foi exatamente o contrário.

08:13Foi para cima, chamou de maturo, de criancice.

08:16Não deixa de ser uma atitude um pouco adulta, digamos assim,

08:20do presidente da Câmara.

08:22Mas o Lindbergh não fez a menor questão de aplacar os ânimos.

08:28Foi para cima, né?

08:30No Senado, o Jax Wagner é outro temperamento, é baiano, entendeu?

08:35O Lindbergh é outra coisa, foi presidente da UNE,

08:39foi líder dos Carapazes, é outra vibe.

08:42Então, isso aí, claro que vai render com votações importantes.

08:47A gente tem o orçamento para ser votado,

08:49orçamento de 2026, ano eleitoral.

08:53Então, o governo não está numa posição confortável.

08:57Acabou de ter uma derrota significativa

09:00num projeto que era de autoria dele.

09:03Então, eu acho que cabe ao Palácio do Planalto,

09:08aos representantes ali, principalmente,

09:10a ministra Gleisi Hoffman,

09:12que é encarregada dessas relações,

09:15de ver como é que vai arrumar essa situação,

09:17uma vez que a situação já não é uma questão de bastidor,

09:21está em cena aberta,

09:24uma briga que eu nunca vi desse jeito.

09:27É, e Denise, daqui a pouco a gente vai falar mais

09:30sobre a escolha de Jorge Messias

09:31e a discussão entre ele e o presidente do Senado,

09:35mas, de qualquer forma, a gente fala sobre a Câmara,

09:37a relação dele com o governo

09:39e também, agora, a relação do presidente do Congresso Nacional,

09:44do Senado, com o próprio governo.

09:46Se tiver uma relação ruim com as duas casas,

09:49aí já era, né?

09:50Exatamente.

09:51É uma crise política

09:52que o governo vai ter que usar toda a capacidade de articulação

09:55para tentar reverter,

09:56porque tem esses embates diretos com lideranças do PT,

09:59mas tem a reação, por exemplo, de Alcolumbre

10:02ao anúncio de Jorge Messias

10:03como o futuro integrante do STF.

10:06Ele, de imediato, já sinaliza a sua possibilidade

10:09de pautar a pauta-bomba,

10:12que traria um custo muito maior para o governo.

10:15E hoje, Dario Düringham,

10:17que é secretário do Ministério da Fazenda,

10:19esteve em São Paulo em um evento.

10:21E ele disse que, no caso de o Congresso aprovar essa pauta

10:25que é relacionada à aposentadoria dos agentes comunitários,

10:28uma questão, inclusive, que preocupa bastante também as prefeituras

10:32e que poderia desequilibrar muito as finanças públicas,

10:35a intenção do governo é recorrer ao STF.

10:38Então, você tem essa outra frente também.

10:40Tem a questão da indicação para o STF,

10:42que foi mal recebida por Alcolumbre,

10:45que defendia a indicação de Rodrigo Pacheco,

10:47que é senador,

10:49tem essa reação também por parte de outros políticos no Congresso.

10:52Eu acho que o governo está num momento bastante delicado,

10:57desculpa,

10:57que talvez exija a presença mesmo do presidente Lula.

11:01Não é que ele está viajando,

11:02ele está falando muito dessas articulações todas,

11:05mas eu acho que precisa ter uma presença mais firme dele,

11:08mais próxima dessas lideranças.

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