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  • há 21 horas
Conhecida como a cidade das mangueiras, Belém mantém viva uma cena cotidiana que atravessa gerações: a corrida pela manga que acabou de cair das copas das árvores. Nas ruas, praças e, especialmente, na tradicional praça da República, o hábito é tão comum que já se tornou parte da identidade cultural da capital paraense, que é famosa justamente pela abundância de mangueiras que sombreiam suas vias.

REPORTAGEM: DILSON PIMENTEL E VITO GEMAQUE
IMAGENS: CRISTINO MARTINS E ADRIANO NASCIMENTO (ESPECIAL)

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Transcrição
00:00Eu trabalho aqui na Praça da República, é muito comum, tem esse ato, caiu a manga, a pessoa junta a manga.
00:05Com certeza, até turista, eles ficam impressionados, eles pegam, mas é geralmente mais nós mesmo que pegamos os feirantes aqui da praça.
00:13Você falou que é uma disputa.
00:15É uma disputa, caiu, o pessoal corre pra pegar, corre.
00:19Só hoje você já pegou quantas mangas?
00:21Acho que eu já peguei mais de 10, tá tudo ali na sacolinha.
00:24E aí, você consome aqui ou você leva pra sua casa?
00:26Levo pra casa, consumo aqui, aqui não dá pra comer com farinha, mas lá em casa tem todo aquele ritual sagrado com farinha.
00:34Essa época é uma época que cai mais manga?
00:37Sim, sim, sim, mais pra parte da manhã, quando tá bastante vento.
00:41Todo dia, caiu a manga?
00:42Todo dia, todo dia.
00:43E se na hora de cair a manga, estiver atendendo o cliente, o cliente espera?
00:47O outro colega corre na frente pra pegar.
00:51O outro colega corre na frente, ou então a gente grita, pega, pega, pega.
00:54O importante é não perder a manga.
00:55Com certeza, o importante é não perder a manga.
00:58Você sempre tem de lá pra pegar a manga aqui?
00:59É, pega a manga.
01:01E aí, quando o senhor pega, o senhor consome aqui ou leva pra casa?
01:03Não, eu como, levo pra cá também, dou pra minha vizinha lá.
01:07Como é que o senhor consome isso aqui? Como é que o senhor gosta de comer?
01:09Com farinha.
01:10Com farinha?
01:11É, sem farinha.
01:13Essa época aqui, uma época que tá caindo muita manga?
01:15É, cai muita manga.
01:16Dequi a pouquinho, olha, cai, olha.
01:18Quantas mangas você já chegou a pegar por dia, assim?
01:20Eu levo o saco, até pura boca.
01:22Todo dia?
01:23É todo dia, chove, cai manga, eu levo pra cá.
01:26Na chuva também?
01:26É, na chuva também.
01:28É um hábito que o senhor tem desde muito cedo, né?
01:30É.
01:31É porque é um fruto gostoso, né, irmão?
01:33É um fruto gostoso.
01:34Aí eu, como eu disse, eu cheguei agora ali do Rônico, da empresa,
01:38aí eu tirei cinco minutos de ver, elas caem daqui no chão, né, irmão?
01:41Eu já aproveitei esse tempo aqui pra me juntar essas mangas,
01:44pra eu poder levar pra minha esposa, que ela gosta muito, né?
01:47Quem aqui não gosta de uma manga, né, irmão?
01:48Ainda mais quando cai, como muitos países por aí, esse fruto é caro.
01:52Enquanto no nosso Brasil, no nosso Pará, no nosso Belém,
01:56praticamente Deus manda de graça pra gente.
01:58Porque se a gente der uma rua, caiu, o chão todo já tá levando pra desfrutar do bem.
02:02Cuidar delas, né?
02:04Como eu acabei de falar, os órgãos públicos, né, que são responsáveis por elas,
02:08dá mais uma olhada, tem mais cuidado, tem mais carinho,
02:10que também é um ser vivente, né, irmão?
02:12Uma coisa, é uma...
02:14Foi feito por Deus, né?
02:16E pra nós, pros homens, pra nós cultivar, né?
02:18Temos que cultivar, cultivar, é...
02:20Soldar, é ver o que tem que fazer por elas, né?
02:23Tem muitas caindo aí dando prejuízo, como eu disse, né?
02:26Pra alguns, né, irmão?
02:27Então, eu acho que o órgão público tem que mais dar uma olhada pras nelas,
02:31pra algumas que tem muitos anos, centenário, né?
02:35Dá mais uma olhada pra essas alas.
02:37Muitos lugares é caro.
02:38Isso aqui é caro.
02:39Eu tava vindo agora aqui na Sobrendito,
02:41umas três irmãs vinha, dois reais, acho, aqui, olha.
02:43Eu tô levando de graça o tempo de coisa,
02:45eu não vou comprar nada pra elas, né?
02:47Então, é...
02:57Eu tô levando de graça o tempo, né?
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