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  • há 19 horas
Transcrição
00:00Antes, você vem acompanhando a saga do cometa interestelar 3 e Atlas aqui no programa.
00:05Esse viajante roubou a cena na astronomia e semana após semana,
00:10novos estudos tentam entender a sua origem e a sua história com base nos pouquíssimos dados que temos.
00:16E esse é um desafio imenso.
00:18Agora, pesquisadores sugeriram que o 3 e Atlas, assim como outros objetos interestelares,
00:24pode ter nos enganado. Mais ou menos. Vamos entender.
00:30Uma hipótese intrigante acaba de ser apresentada sobre o 3 e Atlas,
00:35o terceiro visitante interestelar já detectado cruzando o sistema solar.
00:40Descoberto em julho de 2025, o cometa teria passado bilhões de anos
00:44sendo bombardeado por raios cósmicos de alta energia,
00:48o que alterou drasticamente sua superfície, apagando muitos traços da composição original do objeto.
00:54Isso significa que a camada externa visível hoje não corresponde mais ao material primordial
01:01de seu sistema estelar de origem, mas a uma crosta totalmente remodelada pela radiação.
01:07Essa visão desmonta a ideia de que objetos interestelares seriam relíquias intocadas
01:13e pode ser um balde de água fria para quem espera encontrar neles respostas sobre regiões desconhecidas da galáxia.
01:20Para a maioria dos astrônomos, o 3 e Atlas é visto como uma cápsula do tempo
01:24capaz de revelar segredos sobre a formação de sistemas planetários e até sobre a origem da vida.
01:31A partir dessa nova abordagem, compreender a história do cometa
01:34vai exigir olhar além da superfície moldada pelo espaço interestelar.
01:40Desde que foi descoberto, o 3 e Atlas tem surpreendido os astrônomos com os dados que revela.
01:45Observações do Telescópio Espacial James Webb da NASA e de outros equipamentos em solo e no espaço
01:51mostraram que a composição do cometa contém muito mais dióxido de carbono do que água.
01:56A proporção é muito diferente da observada em cometas nativos aqui do nosso Sistema Solar.
02:02O novo artigo aponta que as assinaturas observadas fornecem evidências convincentes
02:08de alterações por raios cósmicos.
02:10Segundo Roman Maggiolo, autor principal do estudo e pesquisador do Instituto Real Belga
02:16de Aeronomia Espacial, esse é um processo muito lento, mas ao longo de bilhões de anos
02:22o efeito é muito forte.
02:24Em outras palavras, o que vemos hoje não é o cometa como ele era ao nascer, mas sim
02:28uma versão moldada por uma longa jornada pelo cosmos.
02:32Por essa linha de raciocínio, a verdadeira cápsula do tempo estaria no núcleo do 3 e Atlas,
02:37local mais protegido da radiação.
02:40O problema é que a parte acessível à nossa observação é a superfície.
02:45Mas se esse estudo estiver correto, dá para ver o copo meio cheio.
02:49Compreender as mudanças causadas pela radiação é crucial para entender como o ambiente espacial
02:54transforma os corpos que viajam entre as estrelas.
02:57De toda forma, as investigações continuam.
03:01Telescópios ao redor do mundo, operados por astrônomos profissionais e amadores,
03:05seguem acompanhando o visitante interestelar para descobrir o que ele ainda pode ensinar
03:10sobre tempo e transformação no espaço profundo.
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