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  • há 1 semana
Ricardo Ramalho explicou a situação das águas do Açude Engenheiro Avidos, em Cajazeiras, e disse que se não chover o suficiente em 2026, a situação pode piorar

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Transcrição
00:00Você, como presidente do comitê da Bacia Hidrográfica dos rios Piancó, Piranhas, Açú,
00:06nesse nosso sertão paraibano, como é que está vendo esse tensionamento agora,
00:10assim mais intenso, por parte dos ribeirinhos do Açú de Buqueirão de Piranhas,
00:15relacionado à quantidade de água que é liberada de Buqueirão,
00:19mesmo o manancial estando aí dentro do projeto de integração do São Francisco.
00:24Boa tarde, bem-vindo aqui ao Olho Vivo.
00:25Boa tarde a todos os ouvintes do programa Olho Vivo, da TV Diário do Sertão.
00:31Estamos acompanhando, enquanto presidente do comitê da Bacia Hidrográfica,
00:36sempre que existe um conflito pelo uso da água prerrogativa do comitê se fazer presente a essa situação.
00:43Nós estamos vivendo agora com esse protesto, uma situação de conflito que já se arrasta há alguns dias.
00:49Como você bem falou, foram realizadas audiências públicas na cidade de Cajazeiras e de Souza,
00:55para debater essa problemática, que dessa reunião surgiram, saíram alguns ofícios que foram enviados à agência estadual,
01:03e ficou bem claro a competência de cada órgão envolvido nessa operação.
01:08Vale salientar para todos os seus ouvintes que a transposição do Rio de São Francisco,
01:13a liberação dessas águas, exigem obedecer alguns regramentos, algumas regras e resoluções que regulamentam esse processo.
01:22E dentro dessas regras, fica claro que o órgão gestor estadual, no caso aqui da Paraíba, a ESA,
01:29ele deve solicitar a água de acordo com a demanda do sistema, nos portais de entrega da transposição,
01:36com certa antecedência.
01:38Se você vai usar água em 2026, então você pede essa água no plano operativo anual,
01:43que é o nome do documento, que a ESA envia ao operador federal, que é o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional,
01:50e o Ministério envia a ANA para aprovar o que a gente chama de PGA, que é o Plano de Gestão Anual.
01:59E o que nos preocupou e justamente motivou o debate das audiências públicas,
02:04é já a situação para 2026, já que esse ano nós já estamos com os reservatórios muito baixos,
02:11muito abaixo do que o esperado, né?
02:13Infelizmente, as pessoas têm que entender que a gente não tivemos recargas significativas da chuva
02:19nesse período agora de 2025,
02:22isso comprometeu, de certa forma, o planejamento, né?
02:25Mas existem, existe um processo chamado alocação negociada de águas,
02:30que é onde a sociedade se reúne, usuários, ribeirinhos, a Cajepa, o da ESA,
02:37todos os usuários desse sistema se reúnem para definir como é que eles vão utilizar
02:41essa água disponível nos reservatórios.
02:44E aí esse documento norteia os usos ao longo do ano de 2025 até meados de 2026.
02:52Ocorre que, no meio disso tudo, nós temos a transposição do Rio São Francisco
02:57levando água demandada pelo Rio Grande do Norte,
03:00e aí é um direito deles, assim como qualquer Estado receptor,
03:04pode pedir água da transposição, e o único meio deles receber
03:07é passando aqui pelo nosso sistema Engenharia de São Gonçalo.
03:12Nós vamos acompanhando de perto essa transferência de água.
03:17Na semana passada, nós pedimos à Agência Nacional de Águas
03:21que fizessem aferições nas saídas de água,
03:24tanto do Engenheiro Avidres como de São Gonçalo.
03:27Então, o Silício Geológico do Brasil esteve aqui,
03:30realizou as curvas-chave, atualizou as curvas-chave dos dois reservatórios.
03:36Então, nós não estamos nos regendo mais pelos painéis automáticos das compotas,
03:43mas pelas curvas-chave que são mais precisas,
03:46para que a gente possa fazer uma liberação mais exata possível,
03:50até porque nós estamos no seminário nordestino e todo litro de água importa.
03:56E aí, o Serviço Geológico do Brasil fez as curvas-chave,
04:00houveram ajustes para reequilibrar os sistemas.
04:04Na projeção da alocação de águas, que é esse documento que eu falei,
04:07Avidres deveria estar com 58 milhões de metros cúbicos,
04:11ele está com 64, então um pouco acima do projetado, mas ainda baixo.
04:17E aí, eu compreendo demais a inquietude,
04:20o sofrimento de quem está na montante de Engenheiro Avidres,
04:24tendo em vista que esses usuários, eles não conseguem,
04:27muitos deles não conseguem mais captar água,
04:28até para o consumo humano, em razão da distância.
04:31Você precisa colocar mais cano, mais fio, estender sua captação,
04:35enfim, isso dificulta a vida dessas pessoas.
04:38E aí, ficou desse definido, que seria liberado,
04:42nove a partir de agora, a partir de sexta-feira da semana atrasada,
04:47seria liberado nove metros cúbicos saindo da tomada de água de Caixara,
04:53onze metros cúbicos de água saindo de Engenheiro Avidres,
04:58e sete metros cúbicos de água saindo de São Gonçalo.
05:03Então, para você ter uma ideia, as pessoas se perguntam,
05:06por que que entra nove em Avidres e sai onze para São Gonçalo?
05:11Essa diferença de dois metros cúbicos corresponde aos usos da alocação.
05:16É os usos que estão definidos ali ao longo da alocação 2025-2026,
05:21e nesses usos inclui a Cajepa, as captações da Cajepa,
05:25tanto para Nazarezinho, Souza, Marisópolis,
05:28perímetro irrigado de São Gonçalo e os demais usos ajusantes do reservatório de São Gonçalo.
05:34Então, esses dois metros contemplam esses usos.
05:37E o que passa da transposição, que deveria ser,
05:40a gente tem uma contabilidade de perda de um metro cúbico entre Avid e São Gonçalo,
05:46então deveria estar passando oito em São Gonçalo para o Rio Grande do Norte.
05:50Por que que está passando só sete?
05:51Porque ficou acordado com o Ministério da Integração e a Agência Nacional de Águas
05:56que esse um metro iria ficar dentro do sistema para reequilíbrio do sistema.
06:01Então, São Gonçalo, que estava ali, deveria estar com 22 milhões, está com 15,
06:07ele começa a se recuperar gradativamente.
06:10Quando ele chegar ali em meados de 20 milhões, 21 milhões de metros cúbicos,
06:14que ele estiver na curva projetada da alocação,
06:17esse mesmo trabalho será feito com engenhar vírus.
06:20Então, parte dessa água fica ali em engenhar vírus,
06:23a gente diminui a vazão da alocação para que o sistema se reequilibre.
06:28Mas vejam que o cobertor é muito curto.
06:31A gente tem pouca água para atendimento dos usos
06:34e demandaria que a gente tivesse uma porte de água
06:37ou da transposição do Rio de São Francisco ou da chuva,
06:41o que não é o caso ainda, nós não estamos na nossa quadra chuvosa,
06:44e o que nos preocupa é o ano que vem, é 2026,
06:48e, eventualmente, nós não tivermos recarga nos reservatórios,
06:53nós ficaríamos numa situação de atenção e de restrição
06:57à grande maioria dos usos aí nos dois reservatórios.
07:01Ricardo, eu gostaria de fazer ainda um questionamento relacionado a toda essa temática
07:07e envolvendo esses ribeirinhos.
07:09Eu lhe pergunto, você acredita que haverá diálogo com esses ribeirinhos do Distrito de Boqueirão
07:15relacionado justamente a essa liberação das águas de Boqueirão,
07:20já que, por exemplo, eles expuseram a realidade que eles estão vivenciando nos últimos anos
07:25e praticamente, assim, mais intensamente nos últimos meses
07:29nas audiências que nós tivemos em Souza e em Cajazeiras,
07:33mas nós não vimos essa realidade ser modificada,
07:36inclusive com o representante da própria ESA.
07:38É, infelizmente, não depende do comitê,
07:44não depende da Agência Nacional de Águas,
07:46nem do Ministério da Integração,
07:48aportar água dentro do sistema.
07:51Essa, é como eu falei,
07:52existe uma resolução que atribui ao órgão gestor estadual
07:55a competência de fazer esse pedido, né?
07:58Esse ano, nós não tivemos aporte do pedido diretamente do órgão gestor,
08:03mas apenas a título de compensação
08:05de uma água que nós perdemos ali ainda da obra das comportas de engenheiro a vida.
08:10Então, nós não tivemos nenhum aporte ainda oficialmente
08:13no eixo norte aqui
08:14que atendesse às demandas do sistema a vida de São Gonçalo.
08:18Apenas uma vazão mínima que atende ali,
08:20a ESA sempre tem colocado no seu pôr,
08:23uma vazão para atendimento às comunidades rurais de São José de Piranhas,
08:26mais precisamente ali no Tamanduá e DIA de Jacências.
08:31Quanto à questão do diálogo,
08:32eu até enviei um áudio, né?
08:34Procurei entrar em contato com eles,
08:36informando que, do ponto de vista do comitê,
08:38nós estamos à disposição para conversarmos,
08:41para juntos encontrarmos uma solução, né?
08:43O que o comitê pode fazer
08:45é, em parceria com a ESA e a Ana,
08:48o primeiro passo,
08:49regulamentar esses usos,
08:51tendo em vista que esses usuários,
08:53apesar de serem poucos, né?
08:54E da demanda hídrica não ser tão alta ali,
08:57dos usuários amontando de hábitos,
08:59esses usuários, eles não estão otorgados,
09:01não têm otorga.
09:02Isso é ruim para o sistema,
09:03porque eles ficam invisíveis.
09:05A gente não consegue entender
09:07qual a necessidade hídrica deles, né?
09:09E isso precisa ser colocado
09:10no balanço hídrico do sistema.
09:12Então, o primeiro passo,
09:13eu propus que na próxima semana
09:15a gente nos reunisse,
09:16pode ser nas comunidades lá,
09:18pode ser no sindicato rural,
09:19ou qualquer lugar que estiver disponível
09:21para nos atender,
09:22para que a gente possa,
09:23conjuntamente com esses usuários,
09:25buscá-los para regularizar esses usos.
09:28E aí, em um segundo momento,
09:30sentarmos com o governo do Estado,
09:32com a ESA,
09:33com a Agência Nacional de Águas,
09:37com o Ministério da Integração,
09:38para a gente encontrar uma solução,
09:40pensando já no horizonte de 2026.
09:42Eu acho que em 2025,
09:44a gente tem muito pouco a fazer,
09:47já que a demanda hoje
09:48que está sendo colocada,
09:49colocada lá saindo em Caissara,
09:51é a demanda máxima de atendimento do PISF.
09:54Então, o PISF não pode,
09:56se mesmo que eles quisessem,
09:57pelo menos essa informação que nos chegou,
09:59que o PISF não pode aportar
10:00nenhuma água a mais
10:01do que ele já está aportando
10:02ali dentro do sistema.
10:04A gente precisa,
10:05precisa sentar com o governo do Estado,
10:07o governo do Estado precisa entender
10:09a dificuldade que está passando essa região,
10:12a importância que tem a região de Cajazeiras,
10:14de São José de Piranhas,
10:16de Souza e adjacências para a economia
10:18do Estado da Paraíba,
10:20afinal, somos cidadãos paraibanos,
10:22estamos aqui no Estado da Paraíba,
10:24geramos emprego aqui,
10:25geramos renda,
10:26muitos são produtores rurais,
10:28muitos têm seu lote irrigado,
10:30e toda essa cadeia econômica
10:32corre risco se não houver uma definição
10:35que garante a segurança hídrica
10:37aqui para o nosso sistema.
10:38Obrigado.
10:39Obrigado.
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