A alimentação com preços abusivos, como empada a R$ 40 e água a R$ 25, chamou a atenção durante a COP30. Em paralelo, o presidente Lula (PT) pediu o fim do uso de petróleo na Cúpula dos Líderes. A fala do líder brasileiro ocorre enquanto o governo federal defende a exploração na Foz do Amazonas. Reportagem: Bruno Pinheiro.
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NotíciasTranscrição
00:00Eu quero conversar agora com o Bruno Pinheiro, que tá já na COP lá em Belém do Pará e vai trazer mais informações pra gente a partir de agora.
00:06Seja muito bem-vindo, meu amigo. O que você conta aqui hoje no nosso 3 em 1?
00:13Oi, Vandero. Ótima tarde a você. Que bom conversarmos, né?
00:16Hoje um local um pouco diferente, esse ambiente onde os jornalistas se reúnem.
00:20Uma ala, na verdade, é muito grande essa estrutura aqui da COP, onde as reuniões estão acontecendo.
00:26A gente espera, inclusive, daqui a alguns minutos, uma entrevista com o ministro Celso Sabino, ministro do Turismo, que está aqui já.
00:34E já já ele conversa conosco também aqui ao vivo.
00:36Mas ainda olhando para o discurso do presidente Lula.
00:40Foram duas oportunidades. Ele recebeu, na parte da manhã, os chefes de Estado, cerca de 50 líderes.
00:48Logo na sequência teve também reuniões, como as que aconteceram no dia de ontem.
00:53Foram nove reuniões e hoje Lula fez um forte discurso.
00:57Discurso com vários recados. Alguns indiretos e outros diretos.
01:01Na verdade, recados chamando a atenção.
01:05Antes ele já alertava para esse investimento, para esse fundo que o governo brasileiro anunciou no dia de hoje.
01:12E a gente viu, inclusive, numa entrevista coletiva do ministro Fernando Haddad.
01:16Mas Lula fez um discurso muito forte, muito duro, dizendo sobre os combustíveis.
01:22A gente vai, inclusive, rever agora essa fala do presidente Lula, hoje um pouco mais cedo.
01:27Evandro.
01:28Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições,
01:34precisamos de mapas do caminho para planejar, de forma planejada e justa, reverter o desmatamento.
01:43Superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos.
01:52Evandro, esse foi o discurso do presidente Lula.
01:56Hoje, um pouco mais cedo, depois teve o lançamento, na hora do almoço, teve um discurso.
02:01A gente viu aqui a fala do ministro Fernando Haddad, inclusive, dizendo que já alcançaram cerca de 50% dos investimentos do que era esperado para a COP30.
02:12E aí, agora, no finalzinho, teve um questionamento internacional, da imprensa internacional, a ministra do meio ambiente, Marina Silva, justamente sobre o risco desse investimento.
02:23E eu fiz um recorte aqui do que a ministra respondeu, dizendo que os apotes foram uma surpresa, o que foi anunciado já hoje,
02:30que eles não esperavam que esse valor fosse anunciado já nesta quinta-feira, e disse que quanto risco, é muito pouco.
02:38Disse que vai ter um ganho muito alto, que vai ter uma garantia de retorno.
02:44Ela foi até redundante, dizendo duas vezes sobre a garantia de retorno, e que o sistema operacional desse investimento é muito seguro.
02:54E que, além do retorno, de ter a segurança do retorno, existe também uma garantia à vantagem do ponto de vista ambiental.
03:05O ministro Fernando Haddad foi até um pouco mais otimista sobre esse fundo, sobre esse investimento, né?
03:11Que chega a falar, tipo, o que seria uma espécie de uma renda fixa, dizendo que eles conseguem receber, esses que vão investir, até duas vezes mais.
03:21Ou seja, muito mais do que o dobro desse investimento, e reforçando também o sistema operacional.
03:27Então, a ideia é que a Alemanha amanhã faça um anúncio também de quanto vai investir nesse fundo.
03:33O governo brasileiro segue muito confiante nessas reuniões que estão acontecendo ainda nesta quinta-feira.
03:40Evandro, a gente volta logo mais com outras entrevistas e a repercussão.
03:45Ontem eu te disse, né, sobre a dificuldade das hospedagens, mas hoje ainda a gente conseguiu ver uma outra realidade,
03:52sobre o alto custo, inclusive de alimentação, não só de hospedagem, e muita coisa está em obra aqui.
03:58Muita coisa está acontecendo, não somente a reunião, mas a estrutura em si da COP30 ainda está sendo finalizada.
04:05A gente segue acompanhando essas repercussões e esses anúncios que serão feitos ainda hoje, logo mais após a última reunião do expediente.
04:13Evandro.
04:14Bruno Musa, peraí que eu quero conversar um pouquinho contigo, só quero trazer o cardápio, o preço dos cardápios que foram enviados pelo Bruno Musa,
04:20pelo Bruno Pinheiro, que Bruno Musa, pelo Bruno Pinheiro no nosso grupo.
04:26Pode jogar aqui no telão, por favor, eu já já vou conversar com o Bruno.
04:29E aí eu consegui entender por que o Bruno está fazendo só uma refeição por dia.
04:33Ontem ele reclamou aqui que só tinha tomado um café da manhã e depois ia almoçar quase quatro horas da tarde,
04:37mas também, gente, olha isso.
04:38O café late, R$30.
04:41O caputino, R$30.
04:43Água mineral de 350 ml lá na COP, R$25.
04:48O refrigerante de 350 ml, latinha, R$25.
04:51O expresso de 60 ml, aquele que você faz, que você não paga nem R$11 aqui na Paulista porque você fica revoltado.
04:58Lá está custando R$25.
05:01Agora, se você quiser comer a coxinha de carne, ela está mais em conta, R$30.
05:05Se você quiser algo mais específico da região, como a coxinha de tacacá, aí você vai pagar R$40.
05:12Assim como se você quiser um croissant, assim como a empada e um pão de queijo, está custando R$30 lá na COP30.
05:21Diante disso, Bruno Pinheiro, qual foi a sua escolha aqui nesse cardápio assim, tão acessível da COP, digamos assim, hein, meu amigo?
05:29A gente escolheu, já antes do jornal, do Tempo Real, que começa às duas, a gente escolheu um almoço ali para tentar comer rápido.
05:40Eu fui até um restaurante para pegar um caldo de abóbora.
05:44Na verdade, o que tinha era uma opção, mas eu fui informado que logo pela manhã teve uma falta de energia por cerca de quatro horas.
05:52E aí o restaurante não conseguiu servir nenhuma refeição dessa que você leu aí, dos que seria o executivo.
05:58Então, tinha só um salgado.
06:00Eu escolhi uma coxinha de carne.
06:03E aí a sobremesa também ficou salgada, porque chega a quase R$40 para comer um chocolate ou algo semelhante.
06:11E aí só tem um Evandro no local que está atendendo.
06:14Não sei se a gente consegue fazer um giro.
06:16Dá para fazer um giro?
06:17Eu não sei se dá para fazer, Evandro.
06:18A imagem é ao vivo.
06:19Se der para chacoalhar a imagem, não tem problema se não for achar ruim, Evandro.
06:24É o ao vivo nosso cinegrafista.
06:26Não acha ruim nada aqui, não.
06:27Me ajudando aqui, me auxiliando.
06:29Mas, ó, lá na frente, Evandro, é a lanchonete ali.
06:32Somente esse tipo de quiosque, né?
06:34Então, existe um aqui, onde estão os jornalistas, e tem outro na área externa.
06:39Acontece que os outros não estão funcionando, não foram liberados ainda.
06:43Ou seja, estão em obra.
06:44Então, esse ali é o local que está funcionando.
06:46Mas, houve uma falta de energia por quase quatro horas hoje, o que dificultou servir uma refeição normalmente.
06:53Então, quem chega ali vai comprar ali uma água por valor de vinte e cinco reais.
06:57Tem uma coxinha chegando quase o valor de quarenta reais.
07:01É o que tem aqui na parte de dentro.
07:03Ah, e se for lá fora?
07:05Se for lá fora, também tem como ir lá fora.
07:07Acontece que é muito longe, é muito distante, porque a segurança está totalmente reforçada aqui no entorno onde o evento acontece.
07:14Agora, aqui no interior, aqui dentro, tem uma lata de água, que é a mesma quantidade de água que está sendo comercializada a vinte e cinco reais,
07:23que é oferecida sem custo para os jornalistas.
07:27Então, pelo menos a água é de graça aqui durante o dia.
07:30Mas, quem for comprar uma outra água, essa sim está saindo vinte e cinco reais.
07:35E aí é um valor que acaba também refletindo em outros locais.
07:39Ontem fomos jantar, né?
07:40O nosso almojanta ontem e um executivo, que seria, ficou algo em torno de oitenta e nove e noventa.
07:47Mais ou menos isso só para ter uma noção dos valores que estão sendo comercializados, aplicados.
07:52A expectativa é que amanhã outros restaurantes começam a funcionar.
07:56Mas ainda estão organizando, realmente colocando ali os últimos detalhes, porque, de fato, muita coisa ainda não foi liberada para o evento que já está acontecendo, Evandro.
08:08Exatamente, Bruno Pinheiro.
08:09É o verdadeiro perrengue chique, né?
08:10Se a gente olhar pelo preço das coisas ali.
08:13Bruno, já já converso contigo, meu amigo.
08:15Obrigado por trazer as impressões, as falas das autoridades, mas também os bastidores, essas curiosidades que a gente gosta de acompanhar.
08:22Vamos trazer novamente aqui o nosso cardápio especial do pessoal da Copa, que deve ter sido baseado em quem pode pagar por euro, libra, esterlina, dólar, né?
08:33Provavelmente não em reais.
08:34Mas o pessoal está falando, mesmo assim, café aos cinco euros, o pessoal está revoltado ali no switcher, entendeu?
08:40E aí eles falam aqui comigo.
08:42Do meu lado do agro, só um pequeno parênteses, se o governo brasileiro quisesse promover a cafeicultura nacional,
08:49estava aqui um bom momento para ter essa valorização da cafeicultura, mas enfim, só um pequeno comentário aqui.
08:59Mas a Mari já participou de outras Copas e ela disse que pode ser pior, né Mari?
09:03Ai, pode ser pior, gente, porque olha, só para vocês terem uma noção, na Copa 28, que foi em Dubai,
09:07vamos lembrar que a gente está falando do deserto, então, eu me lembro de que não tinha distribuição de água.
09:12Então, essa distribuição que o Bruno falou, para a gente é meio que, né, assim, a gente não percebe o quão valioso é isso,
09:20mas lá na Copa 28, em Dubai, realmente era só água à venda, latinhas, essas geladeiras, né?
09:28E, de fato, a gente precisa pensar que tem delegações, por exemplo, de países mais pobres e que não tem como arcar com esse tipo de custo.
09:36Então, isso também é uma coisa interessante, porque a gente está falando aqui, brinca, mas, de fato,
09:42para quem pode pagar em euro, em dólar, não sente tanto.
09:45Mas e para quem está numa moeda, às vezes, mais desvalorizada do que a brasileira, né?
09:50Então, vale entender também isso ao longo da Copa, porque ela nem começou, né?
09:55É, está só começando.
09:56Ô, Piperno, você pagaria 40 reais numa coxinha de Itacacá?
09:59Não, mas eu vou te falar uma coisa, até fazendo aí, enfim, um paralelo, lá no Vaticano,
10:08enfim, naquele momento lá da cobertura dos funerais do Papa,
10:13então a avenida lá, né, que dá na Praça de São Pedro, ela tem uns cafés, uns pequenos restaurantes e tal, né?
10:20E eu tomo mil cafés por dia, toda hora ia lá bater o ponto e gastar em euro.
10:24Olha, era mais barato que esse, e tem um detalhe, é porque pagava 4, bom, tudo bem,
10:33cheguei a tomar café de 5, mas um café maior.
10:35Mais 60 ml, né?
10:37Aí vem assim o café, né?
10:38É, não, mas então, é, não, é pequeno, Bruno, mas também tinha, é, de tamanhos diferentes, né?
10:43Sim, sim.
10:43Aí tem um café que fica praticamente na cafeteria, meio que de esquina, assim,
10:50porque a praça é assim, depois, né, fica mais redondo, né?
10:53Então, quando termina a parte lá da linha reta, tem um café à esquerda,
10:58que me informaram que era o café onde o Papa Francisco ia lá.
11:02Falaram, quantas papas também bebem café, né?
11:05E aí, eram mais ou menos esses preços.
11:07Pois é.
11:08Por isso que eu tô achando...
11:09Então a gente tá bebendo o café do Papa lá na COP.
11:11É?
11:12Com esse preço, provavelmente sim.
11:14E aí, só também algo que eu lembrei, ano passado eu participei da COP16,
11:18que é a COP da biodiversidade.
11:20Tem várias COPs, né, no ano passado, e foi na Colômbia.
11:24E tinha café de graça.
11:26Olha só.
11:27Juan Valdez, né?
11:28Porque é isso, colombiano se vende, né?
11:31Colombiano, ele nem sabe vender o café.
11:33Aqui a gente, acho que perdeu um pouquinho essa oportunidade.
11:36Zé Maria Trindade, você que é mineiro, dá pra pagar 30 no pão de queijo lá na COP,
11:39meu amigo, se desse muita vontade?
11:42Eu não vi o preço do shopping, não, mas imagina.
11:45Deve ser, né?
11:46Mas, olha, parece aeroporto, né?
11:49Deixa eu ver ele.
11:52Escapelado no aeroporto, eu não sei o que passa.
11:55Já me avisaram os empresários que é o aluguel ali da área e que é muito caro.
11:59Pode ser também que o aluguel desta área ali tenha sido colocado de uma forma muito cara,
12:04mas é incrível como existem alguns tipos de empresários de ocasião.
12:12Isso não é normal, né?
12:14Isso é uma coisa de ocasião.
12:16E é um retrato claro do que faz o monopólio de qualquer setor na economia.
12:22Se houvessem ali vários quiosques e tal, não seria desse preço,
12:27porque evidentemente outro abriria em frente pela metade do preço ou menos de metade.
12:31Então, Zé, só para te dar uma informação, já que você citou o preço do shopping,
12:37então, lá na Praça de São Pedro também vende cerveja, né?
12:42E aí você toma uma cerveja de 6 a 8 euros e tal, porque eu fiz isso.
12:46Eu pedi para o Bruno Pinheiro depois consultar o preço do shopping,
12:49porque eu também me interessaria por tomar um shopping gelado,
12:51numa terra quente, igual Belém do Alzerino, igual Belém do Pará.
12:55Mas eu vou trazer informação para você já já, Zé.
12:58Porque nós dois, por exemplo, faríamos isso se estivéssemos lá.
13:01Bruno Musa, além de toda essa situação, tem a hospedagem também,
13:05que não foi nem um pouco barata.
13:06Se ficar em hotel, né? Porque senão fica em container lá, que estavam montando, né?
13:10Mas o Zé tirou da minha boca o que eu ia falar.
13:13Essa situação de monopólio, que muitas vezes são barreiras impostas
13:17pela própria burocracia em volta.
13:19Ele citou, por exemplo, do aeroporto.
13:21Hoje eu estava discutindo, justamente hoje,
13:23veio a calhar com um cliente meu, da parte de investimentos, do meu dia a dia,
13:26e a gente estava falando, olha, no Brasil você sai de casa preparado
13:30para saber por onde vão te enganar.
13:32É o tempo todo assim.
13:33Só que aqui fica muito mais fácil culpar o dono da cafeteria, né?
13:36Pô, o cara quer cobrar 30 reais um café, 40 reais um pão de queijo.
13:41Mas é isso.
13:42A situação é de monopólio.
13:44Não permitem que novos entrantes entrem no mercado como um todo.
13:49Eu fui esse ano que eu estava indo, inclusive para a Itália,
13:51de manhã, no começo do ano com a minha família,
13:53e eu fui tomar uma cerveja no aeroporto, estava 37 reais.
13:56Eu peguei e devolvi, porque era uma long neck, 37 reais.
13:59Ou seja, eu me nego a fazer isso,
14:02porque lá você tem todas as barreiras,
14:03é uma dificuldade muito grande,
14:05impostos, aluguel muito alto,
14:07é infra-ero que dificulta tudo.
14:09No Brasil é assim.
14:10Então nós temos uma situação cultural no Brasil,
14:14que é onde se pode,
14:16você cobre e extrai o máximo possível.
14:19É cultural de todas as partes.
14:20Enquanto isso, as barreiras estatais continuam massacrando
14:23grande parte do empresariado.
14:25Agora, saindo um pouquinho dessa perfumaria da COP,
14:27dessas questões de bastidores, das curiosidades,
14:31eu quero voltar a falar sobre a maneira como a Europa se comporta,
14:35e ela veio em peso na COP.
14:36Dentre as nações que podiam mandar as suas lideranças,
14:40a Europa, sim, está participando, de fato,
14:42com as suas principais lideranças.
14:44China mandou o segundo escalão,
14:46Estados Unidos sequer querem participar.
14:49E como que nós acompanhamos esse debate
14:53em que há uma vontade de investimento da Europa,
14:57que ao mesmo tempo, digamos,
14:59exige bastante do Brasil em termos de conservação,
15:02inclusive para fechar outros tratados
15:04que já estamos acompanhando historicamente,
15:07mas que não cumpriu e não cumpre a sua parte
15:10em seu território, digamos assim, Mari.
15:12Pois é, é uma trama bem curiosa da gente reparar, né?
15:17Nesse ambiente de COP, mas inclusive depois disso.
15:20Porque vamos lembrar que, primeiro que Noruega, Alemanha,
15:24já vem aportando ali recursos para o fundo clima.
15:28Isso se fala há anos.
15:30E até hoje fica aquela dúvida, né?
15:33Foi usado? Não foi usado?
15:34Onde que está esse dinheiro do fundo Amazônia?
15:37De que forma ele foi utilizado, se de fato foi?
15:41E aí a gente olha então para o TFFF.
15:43Um novo fundo, um novo recurso,
15:46digno o objetivo de preservar, recuperar as florestas nativas.
15:51E então, com essa sinalização de Noruega,
15:54de Alemanha, aportando mais recursos agora no TFFF.
15:57No TFFF.
15:58Mas, olhando pela perspectiva global e colocando o agro nessa receita,
16:06a gente precisa olhar para dois temas, né?
16:08Então, primeiro, e já foi falado aqui,
16:10União Europeia e Mercosul, se esse acordo sai ou não.
16:15E se sair, vai sair pela lei anti-desmatamento da União Europeia?
16:20Porque vamos lembrar que tem a UDR,
16:22que é essa lei anti-desmatamento da União Europeia,
16:24em que os países da União Europeia concordaram em fechar o cerco para o desmatamento
16:30e exigir comprovações, a gente volta na questão da rastreadibilidade,
16:35exigir comprovações de que nenhuma matéria-prima das sete cadeias que eles elencaram,
16:40então a gente está falando de soja, pecuária, madeira, enfim, tem algumas outras,
16:46mas a gente está olhando ali, então, para uma demanda da Europa de não desmatamento 0, 0, 0.
16:54Mesmo que a gente possa, aqui no Brasil, por conta do Código Florestal,
16:58para a União Europeia é zero desmatamento.
17:01E aí, eles querem que o Brasil e outros países, né,
17:05obedeçam a essa demanda, obedeçam aos critórios que eles estão impondo,
17:10a gente precisa atender da forma como eles querem,
17:14então, assim, não é bem assim, né, então vamos olhar os dois pesos e duas medidas, né,
17:20porque se, por um lado, eles estão aportando esses recursos no TFFF
17:24e a gente precisa entender muito bem a governança desse dinheiro,
17:29se esse dinheiro vai, de fato, chegar lá nas comunidades extrativistas quilombolas
17:33que vivem da floresta, né, porque existe um grande caminho para se percorrer esse dinheiro
17:38e, ao mesmo tempo, é a mesma União Europeia, são os mesmos países
17:42que estão exigindo lei anti-desmatamento.
17:46Então, assim, é importante a gente colocá-los no lugar deles,
17:50de que, se for para aportar recursos, que ótimo que seja,
17:54e que isso tenha uma governança e uma clareza,
17:57e que, se for para cobrar o anti-desmatamento, o zero desmatamento,
18:01que haja também transparência e que haja, inclusive,
18:05um comportamento dos países europeus de estar abertos a ouvir a realidade brasileira,
18:10que é uma realidade dos trópicos, que é uma realidade de agricultura de baixo carbono.
18:15Então, é importante a gente acompanhar esses dois temas,
18:18porque eles se complementam e a COP30, sem dúvida, é o momento para falar sobre isso.
18:22Mari, obrigado pela tua participação.
18:24Hoje a gente vai fazendo essa cobertura juntos aqui.
18:26Um abraço para você, viu?
18:27Agora, às 5h24, quem nos acompanha pela rádio, um rápido intervalo.
18:31Daqui a pouco espero vocês.
18:32Nas outras plataformas seguimos.
18:34E eu quero agora estabelecer um debate político também sobre a COP,
18:37sobre as manifestações das nossas autoridades
18:40e a maneira como elas têm se posicionado diante dos países que participam
18:47e que vieram os seus grupos para a COP30 em Belém do Pará.
18:51Por isso, vamos retomar aqui a fala do presidente da República
18:54nesse discurso que ele fez nesta quinta-feira.
18:57E eu quero, depois, jogar para os nossos amigos comentaristas.
19:00Vamos lá.
19:01Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições,
19:07precisamos de mapas do caminho para planejar,
19:12de forma planejada e justa, reverter o desmatamento,
19:16superar a dependência dos combustíveis fósseis
19:18e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos.
19:22Você acha que o presidente da República está falando
19:25o que a comunidade internacional quer ouvir
19:28ou o que o Brasil já faz, já pratica e dá como exemplo
19:32para a comunidade internacional?
19:34Não, veja, eu acho que são coisas complementares, Evandro,
19:37porque o Brasil, de fato, faz muita coisa.
19:39A gente acabou de falar aqui de boas práticas, por exemplo,
19:43do agronegócio, da maior parte do agronegócio.
19:46Eu me lembro que eu fiz muitos jogos de futebol do time lá do Cuiabá.
19:53Enfim, o Cuiabá jogou Série A até o ano passado e tal,
19:57joga num belo estádio lá, que foi o estado de Copa do Mundo,
20:00e lá no estádio tinha uma placa lá.
20:03Enfim, Cuiabá, capital do agro, não sei o quê,
20:06do agro sustentável que preserva 90% das áreas.
20:11Então, veja, usavam o futebol para divulgar uma boa prática do estado.
20:17E o Mato Grosso se tornou um dos celeiros, enfim, do país,
20:23e um estado grande exportador com boas práticas.
20:30Existe desmatamento? Claro.
20:32Mas isso não é dos produtores que estão realmente compromissados
20:37com essas boas práticas.
20:39Então, eu acho que é muito fácil também apedrejar o Brasil
20:44e é sempre muito necessário que o Brasil faça a sua defesa,
20:50que o Brasil exponha aquilo que ele faz de correto,
20:53principalmente em um encontro de abrangência mundial como é esse.
20:58Ô, Bruno Musa, eu repito a pergunta para você.
21:00O presidente Lula está falando sobre algo que o Brasil,
21:03ou do qual o Brasil é exemplo,
21:05ou ele só está dizendo que a comunidade internacional quer ouvir?
21:07como já vimos e acompanhamos em outras COPs.
21:10Veja, voltamos na frase que eu mencionei anteriormente
21:13do Milton Friedman.
21:13A gente tem que analisar, não pelas intenções,
21:16mas sim pelos fatos em si, pelos números.
21:19Ou seja, temos fatos aqui no país?
21:20Eu acho que sim.
21:21Eu acho que o Piperno trouxe um ponto interessante.
21:23Se nós olharmos, por exemplo, as fontes alternativas de energia no Brasil,
21:26e o Brasil hoje é um país que produz energia limpa,
21:29considerando hidrelétrica, que se não me engano são 75% da fonte
21:32que vende hidrelétrica.
21:34A gente tem, obviamente, todos os problemas de corrupção envolvendo o Angra,
21:37que seria a fonte nuclear, é uma importantíssima,
21:41que durante o tal do Politicamente Correto,
21:42muitos países voltaram atrás durante a pandemia,
21:44agora já estão reabrindo, reativando as suas usinas nucleares,
21:47que é uma das mais limpas e mais estáveis fontes de energia do mundo.
21:51Mas acho que sim, o Brasil é um dos países que mais produz fonte de energia limpa.
21:56Então, algo concreto tem.
21:59E algo foi sendo feito ao longo do tempo com relação a isso.
22:04Mas uma coisa que eu chamo a atenção e não tem a ver com o Brasil,
22:06tem muito a ver também com a imagem que a gente vê,
22:09que eu volto na intenção e olhar os fatos.
22:11Por exemplo, quando a gente fala assim,
22:13olha, a China, por exemplo, produz muito carro elétrico.
22:17Será então que só porque tem muito carro elétrico aqui no Brasil
22:20cresceu o número de carro elétrico, então agora eu sou limpo?
22:23Cuidado, como é que você...
22:25Quando você liga o carro na tomada,
22:27dá um dia a fonte alternativa daquele país.
22:29Muitas vezes é queimando carvão.
22:30Então, tem que tomar cuidado com isso
22:32para olhar nas entrelinhas e volta o tema.
22:35Não politizar, porque parece que se defende energia limpa,
22:38é só de esquerda.
22:39Se é contra, virou direita.
22:41É muito raso esse discurso.
22:43Então, eu acho que os combustíveis fósseis serão necessários por muito tempo,
22:46mas o Brasil, obviamente, teve avanços importantes ao longo dos últimos tempos.
22:50Fala, Zé Maria Trindade.
22:52Olha, o Brasil está no topo da transição.
22:55Eu conversei muito com o deputado Arnaldo Jardim,
22:57que foi o relator do combustível do futuro,
23:00ele explicando detalhadamente o que é o biocombustível, a biomassa
23:05e a possibilidade do Brasil produzir vários tipos de energia,
23:10além da hidrelétrica, que é uma energia considerada limpa.
23:13Existem outras e outras, como a eólica, como a solar, que cresce muito,
23:19chegou ao ponto de sobrar energia em determinados horários.
23:23Já provocou um problema de transmissão.
23:26Então, o Brasil está no topo desta transição de produção de energia elétrica.
23:30E o Brasil tem que falar isso para o mundo,
23:32porque outros países não terão essa possibilidade.
23:35Tem tantas possibilidades.
23:37O nosso carro a álcool aqui, que veio lá de trás do regime militar ainda,
23:43é uma vitória e é um grande projeto até hoje,
23:47no mundo inteiro.
23:49Nenhum país tem um projeto tão bom e essa possibilidade,
23:53a distribuição de álcool pelo Brasil inteiro e bicombustível,
23:57uma qualidade excelente dos carros bicombustíveis.
24:00Então, sim, o presidente Lula está falando o que eles querem ouvir.
24:05Isso é evidente.
24:07Mas tem o que entregar, tem as tais garrafas para entregar.
24:10Agora, um detalhe que a gente aqui no Congresso,
24:15a gente tem a possibilidade de ter contato com vários debates.
24:18E, às vezes, nos surpreendemos, como eu fiquei muito surpreso,
24:23ao entender que a energia nuclear é a grande novidade do momento.
24:27É a vedete do momento.
24:29Construção de pequenas e médias usinas nucleares, sim,
24:33nada gigantesca como Angra 1, Angra 2, aquelas coisas gigantes, né?
24:37Mas coisas menores, umas usinas menores, isto é tendência.
24:41E é a energia mais limpa do mundo, por incrível que pareça.
24:46Com a possibilidade, inclusive, de enriquecimento das pastilhas,
24:49que são rejeitos atuais que ninguém sabe o que fazer.
24:52Mas, enfim, o Brasil está mesmo no topo dessa possibilidade
24:56de produção de energia limpa e transição energética.
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