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Uma pesquisa que revela a força empreendedora do Brasil: 70% dos moradores de favelas querem empreender ou já o fazem. No Entrevista com D'Avila, o CEO do Instituto Millenium, Wagner Lenhart, analisa como as pessoas "reagem a incentivos" e como a dinâmica do mercado impulsiona essa busca por prosperidade, mesmo em um cenário desafiador.
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Transcrição
00:00Um Instituto Locomotivo fez uma pesquisa justamente nas favelas brasileiras
00:05e mostra que 70% das pessoas morando nas favelas querem empreender, já empreenderam ou vão empreender.
00:12Ou seja, essa veia empreendedora que você colocou.
00:17Você acha que isso é uma questão de sobrevivência?
00:21Ou é por meio desta luta pela sobrevivência que se descobre a natureza da competição no mercado
00:29e o que eu tenho que fazer para se tornar mais criativo, eficiente e prestar serviço de qualidade?
00:36Acho que no final do dia, a gente fala muito nisso, em economia as pessoas reagem a incentivos.
00:43E muitas vezes no público se ignora isso.
00:48Mesmo, a gente falava antes de entrar no ar um pouquinho sobre reforma administrativa,
00:51eu atuei bastante com a área de gestão de pessoas em governo municipal, federal.
00:57E o problema que a gente tem, o maior deles, é o sistema de incentivos que é torto, é ruim.
01:05As pessoas são boas, você tem pessoas bem intencionadas, bem formadas.
01:09Mas como o sistema de incentivos é ruim, o resultado é ruim.
01:12Na dinâmica de mercado, e a Ada Smith fala isso desde a riqueza das nações,
01:17você tem um ambiente, que é o mercado, que ele converge as pessoas e os incentivos
01:24para o caminho da prosperidade, para o caminho da geração de riqueza,
01:28para o caminho da criação de novos empreendimentos, de novas ideias, de novos produtos.
01:33Então, o sistema de incentivos na economia de mercado, e por isso que ela é tão potente,
01:37ela é tão capaz de gerar prosperidade, crescimento,
01:41ele é convergente, ele consegue fazer com que os agentes,
01:45e aí agentes a gente, muitas vezes, acaba pensando que são só os grandes empresários,
01:51ou as grandes lideranças.
01:53Não, os agentes econômicos são todos, né?
01:55Cada pessoa, ao comprar, vender, fazer suas decisões no dia a dia,
02:00ela é um agente econômico, ela está dando sinais para o mercado.
02:03E esses sinais fazem com que a economia vá crescendo, vá gerando novas opções.
02:08E a tarefa do empreendedor de gerar ali um atendimento,
02:13de uma demanda, de uma necessidade, faz com que toda essa roda gire.
02:19E você tem, então, esse sistema de incentivos que funciona.
02:22Eu acho que tem uma parte que é da necessidade, né?
02:26As pessoas, muitas vezes, não encontrando um caminho melhor,
02:30falam, vou buscar o meu negócio e aí vou criar.
02:35E tem uma outra de a dinâmica do mercado funcionando,
02:38as pessoas vão se dando conta que, se eu trabalhar duro,
02:41se eu atender bem o meu cliente, se eu fizer um bom trabalho,
02:47eu vou conseguir ter uma chance de prosperar, né?
02:49De conseguir dar uma condição de vida melhor para a minha família.
02:52Agora, tratando essa questão econômica que você acabou de trazer,
02:56nós vivemos numa fase antiliberal no mundo hoje.
03:00Aliás, todos os incentivos hoje é para voltar ao protecionismo.
03:03próprios Estados Unidos, que era, assim, a grande referência do liberalismo,
03:06agora voltando com políticas de aumento de tarifas,
03:10história de produção nacional.
03:14Nossa, voltamos...
03:15Ou seja, parece que o mundo está se aproximando mais do nacional desenvolvimentismo do Brasil
03:20do que o Brasil da ideia liberal, que sempre prosperou nas democracias avançadas.
03:25Como é que você vê esse recuo das ideias liberais
03:31e a volta de um conceito de economia nacionalista,
03:38protecionista, com esses aumentos de tarifas?
03:41A gente tem na história movimentos de pêndulo, né?
03:45Às vezes você vai mais para uma abertura maior
03:48ou uma maior liberalização da economia, dos mercados.
03:55E você tem momentos que isso se retrai,
03:57algum problema, muitas vezes, que não é nem de ordem econômica,
04:00influencia.
04:01Então, um problema geopolítico, por exemplo,
04:04uma disputa que ultrapassa a questão da disputa comercial,
04:08aí entra na disputa da hegemonia cultural,
04:11na hegemonia política.
04:13Eu acho que aqui, nesse cenário que os Estados Unidos
04:15têm muito esse componente, uma disputa aí entre China e Estados Unidos
04:21por quem vai ser, nos próximas décadas, a potência hegemônica.
04:25Os Estados Unidos, por muito tempo,
04:27ficou nessa posição de maneira confortável.
04:30A China, com o crescimento das últimas décadas,
04:32chegou numa posição de desafiar essa posição de liderança dos Estados Unidos.
04:36Então, eu acho que tem ali uma preocupação em relação a isso.
04:41Não significa, eu estou dizendo que é o melhor caminho fazer o fechamento.
04:44Eu, como liberal clássico, acredito que o melhor caminho é a abertura,
04:49é maior comércio, não menos comércio.
04:52Mas a gente tem que saber que tem outras variáveis
04:56e outras questões que são levadas em consideração
04:58em movimentos como esse que estão acontecendo.
05:01Mas eu concordo com você.
05:01Eu acho que o momento é desafiador para a democracia liberal.
05:04Você vê diversos países com movimentos,
05:11se não num autoritarismo pleno,
05:14mas que uma democracia que se fragiliza do ponto de vista das liberdades individuais
05:19ou mesmo do respeito ao voto e aos grupos políticos.
05:23E você vê também esse movimento no comércio internacional,
05:27na liberdade econômica, de maiores tarifas,
05:32de maiores barreiras de entrada,
05:34de países preocupados com a indústria nacional,
05:37de não perder em alguns setores estratégicos em especial.
05:42Então, eu acho que o momento é delicado em função disso,
05:45tem desafios grandes.
05:46Mas, de novo, eu acredito muito na força dos conceitos,
05:54das ideias de liberdade,
05:56de como ela é capaz de promover não só o desenvolvimento econômico,
06:01mas também o florescimento humano,
06:02as pessoas terem uma vida digna de ser vivida.
06:09Tem um ideal quase voltando à Grécia antiga aqui,
06:13mas eu acredito que a pessoa só consegue atingir o máximo dentro da sua vida
06:22e cada um tem os seus parâmetros, os seus objetivos
06:26quando você está num ambiente de liberdade.
06:29Então, por isso que eu também acredito que seja algo inato ao homem.
06:33E, no final do dia, apesar dos movimentos autoritários
06:37ou das dificuldades, dos empecilhos,
06:40a força dessa natureza humana que busca e clama por liberdade,
06:46ela acaba se impondo.
06:47Então, eu sou um eterno otimista.
06:49Eu acho que a gente está passando por um momento desafiador,
06:51mas, no futuro, a gente encontra o caminho de novo.
06:54Agora, curioso que o Prêmio Nobel da Economia,
06:58que foi anunciado há pouco por um trio de professores de economia,
07:02vai justamente na direção ao contrário.
07:04Aliás, o Nobel da Economia foi para a teoria da criação destrutiva
07:10e do crescimento econômico.
07:13Ou seja, a essência do pensamento schumpteriano,
07:17mas agora voltado para o Prêmio Nobel desses três,
07:20que mostra, olha, a economia precisa inovar,
07:23precisa destruir indústrias velhas
07:25para renascer com indústrias de nova tecnologia na área de serviços.
07:30Então, é muito interessante que o Prêmio Nobel é agraciado a um trio
07:34que vai na contramão justamente disso que nós estamos falando.
07:38Porque a ciência econômica chegou a alguns consensos.
07:44Relembro que há algum tempo atrás se falava muito de negacionismo científico
07:48em relação a outra temática que não é economia,
07:51mas aqui no Brasil a gente tem muito do negacionismo econômico.
07:53Porque a economia ao redor do mundo encontrou alguns consensos.
07:59É evidente que tem diversos pontos de debate, de divergência,
08:05mas tem alguns consensos.
08:07Então, acho que o Prêmio Nobel de Economia vai até nessa linha
08:11de reconhecer algo que a maior parte dos economistas entendem.
08:16tem esse princípio chupiteriano de que você tem a destituição criativa.
08:24Então, as novas tecnologias, as novas ideias, os novos produtos,
08:28eles acabam gerando, sim, um atrito com aquilo que já existia,
08:33com aquilo que estava posto,
08:35mas, ao mesmo tempo, eles geram oportunidades fantásticas
08:39e a prosperidade, de modo geral.
08:41Então, tem os exemplos clássicos,
08:44que nem os produtores de vela ficaram muito preocupados
08:47quando surgiu a energia elétrica.
08:49Falaram, o que eu vou fazer agora que tem um competidor aí
08:53que não precisa acender, enfim,
08:55que vem direto para a casa das pessoas.
08:57Mas a gente sabe a vantagem que se teve.
09:00A mesma coisa dos fabricantes de carroças quando veio o carro.
09:05Enfim, você tem esses movimentos, tem esses momentos na história.
09:09Eles são desafiadores por uma série de pessoas,
09:10não só para os empreendedores,
09:12mas para as pessoas que trabalham nessas áreas.
09:15Mas a grande verdade é que, ao longo de todo esse período,
09:18e retomando lá a Revolução Industrial,
09:20quando se começou a dizer
09:21não vai ter emprego para todo mundo,
09:23as máquinas vão substituir as pessoas,
09:25a grande verdade é que a gente sempre criou muito mais empregos,
09:28novos empregos,
09:29empregos que a gente nem imaginava,
09:31do que os empregos que foram destruídos.
09:35A gente está aqui num programa de televisão
09:37sendo transmitido para a casa das pessoas.
09:41Se a gente voltar 60 anos atrás,
09:42isso não era uma realidade, não era uma indústria.
09:44E quantas pessoas hoje são empregadas
09:46nessa indústria do entretenimento,
09:48da televisão,
09:50da produção de mídias digitais.
09:53É um volume enorme de pessoas.
09:55E a gente não tem ideia do que vai surgir daqui para frente.
09:58Aí vem toda a questão de inteligência artificial,
10:00que é um caso à parte.
10:03Mas aqui também eu sou um otimista.
10:04Eu acho que a tecnologia,
10:06a gente acaba entendendo como utilizá-la da melhor forma
10:10e usando ela para gerar mais prosperidade para a população.
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