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00:00Eu, de fato, recebi a segunda dose essa semana, mas pelo menos nesse momento do programa eu não consigo pensar em mais nada a não ser na nova vacina.
00:10Essa nova vacina é a nova manchete, é a grande nova manchete, é um momento especial na nossa luta contra o vírus.
00:19Eu sei, pelo que eu li até agora, que em abril começam os testes humanos, em maio deve começar a produção, em julho já estaremos assistindo aí a aplicação dessa vacina, se tudo der certo.
00:33Aí, na perspectiva, temos 40 milhões de doses aí, já mais ou menos asseguradas.
00:39Eu tenho três perguntinhas elementares, né?
00:43A primeira é o seguinte, esta vacina está nascendo mais segura do que as outras?
00:50Esta vacina está nascendo com potencial maior de imunização?
00:56E, na relação com as variantes, ela leva alguma vantagem também?
01:01São essas três perguntinhas para começar.
01:04Ok, Mitri, um prazer estar aqui com você de novo.
01:06Começando pela primeira, né?
01:12Nós vamos fazer essa vacina numa plataforma, que a gente chama assim, que o Butantan já é extremamente experiente,
01:23que é a plataforma que hoje produz a vacina da gripe.
01:27Quer dizer, o Butantan hoje tem a maior fábrica de vacina da gripe do Hemisfério Sul,
01:33uma fábrica com capacidade de produção de 160 milhões de doses de vacinas por ano.
01:41Uma fábrica supermoderna e que nós só utilizamos.
01:44Essa fábrica parte, nós só produzimos 80 milhões de doses.
01:48Então, nós temos aí, principalmente agora, a partir de maio,
01:53que é quando termina a produção da vacina da gripe,
01:56toda a possibilidade de produzirmos um grande quantitativo da Butantanvac.
02:01Vamos iniciar em maio já uma produção que nós chamamos em risco, de 40 milhões de doses.
02:08Ou seja, vamos produzir e ficar aguardando aí o desenvolvimento,
02:13tanto do estudo clínico, como da autorização da Anvisa.
02:17No mundo ideal, nós poderemos, sem dúvida nenhuma, estar vacinando com esta vacina,
02:23se tudo ocorrer bem, a partir do meio do ano.
02:27A partir de julho, poderemos estar usando essa vacina.
02:29Mas, como eu mencionei, se tudo ocorrer bem, existem aí os estudos clínicos
02:33e existe sempre a interrogação, como é que a Anvisa vai avaliar essa vacina.
02:42É uma vacina, como eu mencionei, muito próxima, do ponto de vista de segurança,
02:48à vacina da gripe.
02:50A vacina da gripe é a vacina mais utilizada no mundo inteiro.
02:53E as tecnologias, a maior parte das tecnologias, são tecnologias tradicionais de cultivo do vírus,
03:01no caso do vírus da gripe, em ovo.
03:03E foi exatamente isso que nós estamos fazendo nessa nova vacina.
03:07Nós adaptamos um vírus para crescer em ovo, em ovo embrionado, que a gente chama assim,
03:13e esse vírus expressa as proteínas do coronavírus.
03:17Então, é uma produção muito mais simples, porque já é uma fábrica tradicional,
03:25uma fábrica com muita competência, e tem essa vantagem.
03:30Já é uma segunda versão.
03:32Quer dizer, nós já incorporamos aí todas as informações,
03:37todo o conhecimento científico, nesse último ano de pandemia,
03:41e estamos incorporando nessa vacina.
03:43Então, já é uma versão 2, uma versão que tem um potencial imunogênico maior do que a primeira geração.
03:50Isso, pelo menos, já está demonstrado nos estudos pré-clínicos em animais.
03:54E, portanto, uma grande esperança de, além da segurança,
03:58também ela seja muito eficaz e eficiente no controle da pandemia.
04:03E a última, Dmitri, com relação às variantes do coronavírus?
04:07Essa é a terceira novidade, porque a vacina que será produzida já será produzida com a variante P1,
04:14aqui, chamada variante de Manaus,
04:17que é a variante, atualmente, que está começando a dominar o panorama epidemiológico do Brasil.
04:24Então, nós já estamos incorporando, inclusive, esse planejamento.
04:28Dr. Dimas, haverá necessidade de duas doses no caso dessa vacina, como acontece com a Coronavac?
04:35Quais as diferenças fundamentais entre as duas vacinas?
04:39Olha, nesse momento, nós vamos depender dos estudos clínicos.
04:42Os estudos clínicos têm exatamente essa função.
04:45O estudo de fase 1, de fase 2, ele vai estudar as doses,
04:50quantas doses serão necessárias, e a concentração da vacina.
04:54É para isso que vão ser realizadas em torno de 1.800 vacinações involuntárias,
05:00para determinar qual que é o melhor esquema vacinal.
05:04Então, no final dessa primeira parte do estudo,
05:07nós vamos saber exatamente qual será aí o resultado,
05:11e aí sim definir qual o futuro, vamos dizer assim, esquema vacinal com essa vacina.
05:17Dr. Dimas, o senhor falou que vai em risco começar...
05:20Dr. Dimas, Dr. Dimas...
05:21Diga, Diga, Diga, Diga, Diga, Diga, Diga, Diga, Diga.
05:25Não, é só para completar aí.
05:27O Dr. Dimas disse que a nova vacina já tem a vantagem de vir já resolvido,
05:32tendo resolvido o problema da variante P1.
05:35Mas aí eu fiquei preocupado, porque a Coronavac, pelo que eu li,
05:40também responde bem à variante P1, ou não?
05:43Exatamente, a Coronavac, ela induz anticorpos neutralizantes contra a P1,
05:50contra a chamada variante inglesa e contra a chamada variante da África do Sul.
05:55Então, a Coronavac é uma excelente vacina.
05:59Os dois projetos caminham, um não vai competir com o outro.
06:02Esse da Butanvac, ele vem suplementar esse desenvolvimento com a Coronavac.
06:08A construção da fábrica da Coronavac está a todo vapor
06:11e nós planejamos iniciar a produção integral aqui no Brasil da Coronavac
06:17a partir de janeiro do ano que vem.
06:20Mas não são concorrentes.
06:21Esses projetos não são concorrentes.
06:23Sobre a produção, o senhor disse que em risco, em maio,
06:26começa a produzir, logo depois de terminar a produção da gripe,
06:29começa a produzir 40 milhões.
06:30Isso.
06:30Mas o senhor disse que tinha uma capacidade de 160.
06:33Ou seja, se for aprovada pela Anvisa em julho,
06:36além das 40 em risco, o Butantan poderia produzir mais
06:40para fornecer mais vacinas ainda esse ano da Butanvac?
06:43Podemos fornecer até 100 milhões de doses.
06:47Quando eu falo em risco, é o seguinte, 40 milhões é para iniciar o processo,
06:51aguardar essas aprovações, aguardar a autorização de uso emergencial,
06:57aí você já tem 40 milhões.
06:58Mas, uma vez aprovado, você inicia aí uma produção de rotina, vamos dizer assim.
07:03Então, nós podemos chegar a 100 milhões de doses ainda esse ano.
07:08Tudo isso, obviamente, que depende desses resultados.
07:10Nós estamos falando aqui, nesse momento, de um desenvolvimento de vacina.
07:14E é importante a gente mencionar.
07:16Muitas vacinas estão nessa fase de desenvolvimento.
07:19Inclusive, aqui no Brasil, existem vacinas que estão em desenvolvimento.
07:22Mas estão na bancada.
07:24Aqui nós não estamos na bancada.
07:25Nós estamos falando já com capacidade produtiva, que é o que importa.
07:29Nós precisamos ter a vacina, mas a vacina que seja produzida.
07:32Não a vacina que está ainda em planos, ainda em fase inicial, em promessa.
07:37Não.
07:37Essa é uma vacina já com uma base produtiva importante, como eu mencionei,
07:42a maior fábrica do hemisfério sul, e que poderá ser usada aí para a produção dessa vacina.
07:48Doutor Gimas, nessa semana aqui, com um anúncio que foi feito pelo Butantan,
07:53enquanto transmitíamos o anúncio na Rádio Band News FM,
07:57a maioria das mensagens dos ouvintes era a seguinte,
07:59como eu faço para me candidatar para ser um voluntário,
08:03um desses 1.800 voluntários dos testes clínicos.
08:06Foram muitas as mensagens nesse sentido.
08:09Então, eu queria que o senhor explicasse como serão esses testes clínicos,
08:12como será escolhida essa população de 1.800 para os testes.
08:17E também queria saber do senhor, como é que será comprovada a eficácia dessa vacina nos idosos?
08:23Porque os idosos já estão sendo imunizados nesse momento.
08:26Eles não poderão passar pelos testes.
08:28E aí ficaremos sem uma resposta sobre essa vacina,
08:31sobre a eficácia dessa vacina em relação à população mais idosa?
08:34Não.
08:35Veja, como nós estamos na segunda geração de vacinas,
08:38nós já temos todo o histórico da primeira geração.
08:40Quer dizer, nós sabemos já como as vacinas se comportam,
08:44qual o tipo de anticorpo e o tipo de resposta imunogênica que essas vacinas apresentam.
08:49Então, daqui para frente, as novas vacinas serão feitas comparativamente.
08:54Quer dizer, já existem vacinas em uso e, portanto, isso já é considerado o padrão desse momento.
08:59Então, nós temos que comparar as novas vacinas com essas vacinas
09:02e saber se elas são melhores, têm um desempenho maior ou menor.
09:05Então, facilita muito, daqui para frente, a aprovação de vacinas contra o Covid.
09:12Exatamente por essa questão.
09:14Então, nós podemos comparar a resposta vacinal com o que já existe em relação às outras vacinas.
09:21E assim vai ser feito com essa vacina.
09:24E em relação aos 1.800 que serão voluntários?
09:26Então, nós dependemos da aprovação da Anvisa para o estudo clínico.
09:30Vamos entrar com a documentação ainda, esperamos hoje, no dia de hoje, dar a entrada ao dossiê.
09:37E aí, é um processo comum.
09:39Quer dizer, nós vamos ter dois centros de vacinação.
09:41Esses centros abrem a inscrição para os voluntários e se procede à vacinação.
09:48Será muito rápido esse período, né?
09:501.800 vacinações, pretendemos fazer em três ou quatro dias.
09:54Doutor Dimas, a Tailândia e o Vietnã estão também nesse projeto, né?
10:06E, pelo que eu li, o Vietnã já está testando em humanos, já saiu antes.
10:13Pela relação de vocês, a experiência do Vietnã já é transferida para o Butantan?
10:20Quer dizer, o Butantan já tem, já terá informações, já tem algum sinal de informação sobre as reações dos testes em humanos no Vietnã?
10:29Essa é a primeira pergunta.
10:31A segunda é a seguinte.
10:33Vamos responder essa e depois eu faço a outra.
10:36Veja, nesse momento o Butantan lidera esse consórcio, o consórcio Brasil, nesse momento Tailândia e Vietnã.
10:44Já se iniciou uma fase 1, mas ainda o número de pessoas foi muito pequeno.
10:49Nós ainda não temos esses dados.
10:52E, veja, o importante aqui, Mít, é que essa vacina é uma vacina já com o compromisso do Butantan
11:00de fornecer para o Brasil, obviamente, mas também de fornecer essa vacina para os países de renda baixa,
11:07os países pobres do mundo.
11:09Daí a importância do projeto.
11:12Como é uma vacina produzida nessa base ovo, é uma vacina que já é mais barata do que as que estão sendo usadas nesse momento.
11:21Importante.
11:22Para o mundo se livrar da epidemia, nós vamos já ter uma vacinação global.
11:27Quer dizer, não basta os países rígicos se vacinarem.
11:29Quando eles se vacinam, eles vão estar protegendo a sua população, mas a epidemia continuará nos países pobres,
11:37porque lá não tem vacina e, portanto, a pandemia pode se tornar circular.
11:43Quer dizer, você protege...
11:44Vem uma variante mais forte.
11:46Exatamente.
11:47E vem uma nova pandemia, a Covid-21.
11:49Não adianta nada.
11:50É claro.
11:51Então, se não tiver um esforço mundial de vacinação, com a vacina só em alguns locais,
11:56nós não vamos vencer a epidemia.
11:58Então, é preciso que se pense em vacinas que tenham essa característica.
12:05E mais, existe a possibilidade dessa epidemia, dessa pandemia, se tornar endêmica.
12:11Ou seja, ela pode voltar a todo ano, mesmo que você controle...
12:14Como a vacina, como a gripe.
12:16A gripe é uma infecção sazonal.
12:18Quer dizer, todo ano, nessa época do ano, já começam a aparecer os casos de gripe.
12:23Por isso que nós temos necessidade da vacinação.
12:24É possível que o coronavírus se torne, de forma assemelhada à gripe, uma infecção sazonal.
12:33E daí a necessidade anual de vacinação.
12:36Então, nós já estamos prevendo também, nesse projeto, a possibilidade de associar essa vacina com a vacina da gripe.
12:42Por isso que ela é feita na mesma plataforma, tá certo?
12:46Então, existe a possibilidade, nós já estamos estudando isso, de ter essa associação, caso seja necessário,
12:52de nós termos uma vacina quadrivalente.
12:55Gripe, três vírus da gripe, mais o coronavírus.
12:58Seria maravilhoso.
12:59O Mitre tinha uma outra pergunta.
13:01Complementa aí, Mitre.
13:02Ele, de certo modo, respondeu a minha segunda pergunta, que eu queria falar exatamente sobre isso.
13:09É uma vacina muito mais barata e duplamente barata, porque se for uma dose só, então aí vai ser uma solução extraordinária.
13:18Eu queria que o senhor colocasse essa produção da Butanvac no quadro geral da vacinação no Brasil.
13:27Nós estamos até agora perto de dois, não chega a dois e meio por cento os que foram vacinados na segunda dose, né?
13:35Eu entre eles.
13:36No Brasil, os que receberam a vacina, mais a primeira dose, não passa de sete por cento.
13:43São Paulo está a oito e meio, quase nove por cento, uma coisa assim.
13:46Mas é, falta muito ainda.
13:49E o vírus está numa velocidade brutal.
13:51Os números aí são acachapantes, né?
13:54O que está acontecendo aí na área dos hospitais e tudo.
13:57Essa velocidade da transmissão.
13:59Quer dizer, o vírus voa e a vacinação ainda caminha lentamente.
14:04Com a Butanvac, essas 40 milhões aí de doses novas, isso dentro do quadro geral da vacinação no Brasil,
14:15o que que muda, na verdade, em termos de buscar a imunização de rebanho?
14:22Estóquia.
14:23Ô, Mitre, você coloca uma questão que não é fácil de responder.
14:29Eu tenho acompanhado o cronograma de vacinação proposto pelo Ministério quase que diariamente.
14:36E os quantitativos de vacinas que são anunciados pelo Ministério, eles mudam.
14:40Quer dizer, agora, nessa semana, já houve uma redução da previsão de vacinas.
14:47Portanto, é difícil você traçar um cenário que seja realista.
14:53Quer dizer, o Ministério fala que já tem adquirido mais de 500 milhões de doses.
14:57Não adianta nada se não chegar.
14:58Mas é essa a história.
15:00Quer dizer, o contrato pode estar assinado, pode ter o acordo, mas e a vacina?
15:04Nós precisamos de vacina.
15:06Quer dizer, a única vacina que está regularmente sendo fornecida é a Coronavaca do Butantan.
15:12E veja, uma vacina que foi combatida.
15:15O presidente disse que não recentemente, mas ela foi combatida.
15:19Quer dizer, nós só conseguimos assinar um contrato de fornecimento com o Ministério agora, no último dia 7 de janeiro.
15:25Primeiro, ficamos o ano passado inteiro na dúvida se a vacina seria absorvida ou não pelo Ministério da Saúde.
15:33Se tivesse feito esse acordo lá em julho, quando foi feita a primeira oferta de vacinas para o Ministério,
15:39nós teríamos começado essa vacinação em dezembro.
15:42Mas isso não aconteceu.
15:43A vacina foi combatida.
15:45Era a vacina da China.
15:47Era uma vacina que causava morte, invalidez.
15:49Quer dizer, um total descalabro, se tratando de uma alta autoridade da República, fazendo essa campanha contra a vacina.
15:59Quer dizer, hoje nós estamos em um ambiente que reflete o que aconteceu lá atrás, no ano passado.
16:04Quer dizer, o nosso Ministério da Saúde não se preparou, não acreditou na necessidade das vacinas.
16:10E agora, que aparentemente houve um despertar, acontece que não existem vacinas no mundo.
16:15Quer dizer, todos os países hoje, aqueles que produzem, aqueles que têm poder aquisitivo, estão tentando comprar grandes quantitativos de vacina.
16:25A Europa está com um problema.
16:26Quer dizer, recentemente ela ameaçou, inclusive, a impedir a exportação de vacinas, enquanto não fosse atendido a sua população.
16:35Então, a demanda é enorme e a produção, nesse momento, ainda é reduzida.
16:41Então, até o meio desse ano, nós vamos ter muita dificuldade em trazer grandes quantitativas de vacina para o Brasil.
16:47Pode ser que, a partir do segundo semestre, esse ambiente melhore.
16:51Mas, até lá, nós vamos ter muita dificuldade.
16:53E eu ainda fico muito temeroso de ficarmos dependentes apenas da vacina Coronavac.
16:59Porque, com isso, nós não vamos conseguir completar o Programa Nacional de Imunização
17:04para quem mais precisa, que é a população com 60 anos ou mais.
17:08Só uma coisa, Sheila, antes.
17:10A questão do IFA, será um problema na nova vacina?
17:15A gente viu um momento muito delicado.
17:17A gente vai mostrar imagens dessa fábrica, onde a Butanvac será fabricada, quando aprovada, obviamente.
17:24Enfim, de qualquer maneira, no começo tivemos problemas por causa da falta de insumos vindos da China.
17:30Depois se resolveu.
17:31A gente está mostrando aí as imagens do momento da construção.
17:34Mas, no caso dessa vacina agora, descoberta pelo Butantan, que está sendo iniciada em estudos,
17:39a gente teria problemas com o IFA ou já teremos a produção aqui e isso já não será mais problema?
17:44Exatamente.
17:45Esse é o anúncio do dia.
17:47Quer dizer, uma vacina que não vai depender...
17:49Zero de nada.
17:50...de insumo de ninguém.
17:52É como acontece com a vacina da gripe.
17:54O Brasil não só não depende, como ele manda vacinas.
17:58O ano passado já mandou vacinas para o mundo.
18:00Então, é uma independência em relação a isso e é o que se procura.
18:05Está certo?
18:06Então, vamos depender de matéria-prima, de outro local para produzir essa vacina.
18:11Cheio.
18:11Doutor Dimas, agora há pouco o Mitri falava sobre a lentidão no processo de vacinação ainda aqui no Brasil.
18:18Será que a gente tem um risco aí de entrar no ano que vem, por exemplo, ainda vacinando pessoas
18:24e, eventualmente, descobrirmos que haverá necessidade de começar tudo de novo?
18:30Ou seja, a gente já sabe a duração, a garantia de imunidade das pessoas, de imunização,
18:37ela talvez seja, como o senhor mesmo citou, seja como o vírus da gripe, que anualmente precisa ser atualizado.
18:42A gente corre esse risco de estar vacinando em 2022 e ter de começar tudo de novo para a atualização?
18:48Olha, nós já estamos vivendo isso.
18:51Quer dizer, a variante chamada sul-africana, ela já é resistente a algumas vacinas.
18:57Não a Coronavac, mas algumas vacinas ela já é resistente.
19:01Quer dizer, um estudo recente dessa variante com relação à vacina da AstraZeneca,
19:06a eficácia caiu para 10%.
19:08Foi publicado recentemente em uma revista científica.
19:11Então, corremos esse risco.
19:12Quer dizer, o aparecimento de novas variantes torna as vacinas anteriores menos eficazes.
19:19E, portanto, você perde um grande esforço ou tem necessidade de uma nova vacina,
19:23uma atualização da vacina.
19:25É isso que está todo mundo preocupado nesse momento.
19:27Quer dizer, e essa geração de variantes aqui no Brasil hoje é de uma rapidez enorme.
19:34Quer dizer, o aparecimento de variantes no Brasil ameaça o Brasil, mas ameaça o mundo.
19:38Quer dizer, o mundo está olhando para o Brasil nesse momento como um celeiro de variantes.
19:42E fica muito preocupado, porque essa P1, por exemplo, já está circulando no mundo.
19:47Então, está todo mundo de olho.
19:49E aqui nós já sabemos que a P1 já está evoluindo.
19:52Já existem dados de que ela já está sofrendo novas mutações.
19:58Então, esse é o jogo.
19:59Quer dizer, quanto menos a gente é efetivo na vacinação,
20:03e quanto menos a pandemia está sob controle, maior o risco do aparecimento de variantes.
20:08E aí fica sempre a dúvida.
20:10Será que a vacina consegue proteger contra essa nova variante?
20:13Ou vou ter que ter uma outra vacina?
20:15A gripe é assim.
20:17Todo ano eu tenho que ter uma nova vacina.
20:19Faço uma nova vacina porque o vírus muta muito rapidamente.
20:23Com o coronavírus, aparentemente, isso pode acontecer, como já vem demonstrado esses dados.
20:28Então, preocupa, preocupa muito.
20:30E, veja, se vamos entrar em 22 vacinando, eu, nesse momento, diria que sim.
20:37Tudo indica que sim, porque é a história, né?
20:40O papel aceita tudo.
20:41Muito bonito o papel.
20:43Mas, na prática, na prática, nós estamos tendo dificuldade em ter volumes de vacina.
20:48Não só a Fiocruz está tendo essas dificuldades.
20:51O Butantan teve, no começo do ano, essas dificuldades.
20:54Mas elas podem aparecer a qualquer momento.
20:56Há uma mudança geopolítica, nesse momento, que os países querem se vacinar para se declararem livre da epidemia.
21:05Então, a corrida, hoje, é China, Estados Unidos, Reino Unido, é no sentido de vacinar mais rapidamente a sua população
21:12para se declarar livre da epidemia.
21:15E, com isso, abrir imediatamente a economia.
21:18Então, já se transformou, além de um problema de saúde pública, em um problema geopolítico.
21:23Geopolítico com notações econômicas.
21:25Os países querem se vacinar, querem se proteger para poder abrir a economia o mais rapidamente possível.
21:31E aí vem o que eu mencionei lá atrás.
21:34Como é que ficam os países pobres?
21:37Os países ricos têm recursos, têm dinheiro, têm as suas fábricas.
21:41Os países pobres não têm.
21:42Então, um projeto como esse, que nós vamos atender, sem dúvida nenhuma, as necessidades do Brasil,
21:47mas nós queremos também atender a necessidade dos países mais pobres do mundo.
21:52Eu acho que isso é o papel fundamental de um instituto público como é o Instituto Butantan.
21:57Mitri.
21:58Dr. Doutor Dimas, na verdade, os países ricos precisam entender, e já devem estar entendendo,
22:07que a situação dos países pobres é problema dos ricos também.
22:11Não há nenhuma dúvida sobre isso.
22:13Então, é possível que haja aí uma consciência até de sobrevivência
22:18que acabe criando essa perspectiva e essa expectativa de ajuda também aos países pobres.
22:26Essa posição do Butantan é absolutamente perfeita nesse sentido.
22:30Mas eu queria falar especificamente aqui da nossa vacina.
22:35Eu ouvi o governador soltar uma frase em uma dessas entrevistas aí,
22:40que não foi desenvolvida depois, mas me chamou a atenção.
22:44Ele deu o número das pessoas que tinham recebido a primeira dose em São Paulo
22:50e falou assim, essas não morrem mais de Covid.
22:53Eu queria que o senhor me explicasse o que significa isso.
22:56Tomou a primeira dose, já está livre do colapso dos hospitais, por exemplo?
23:05Olha, a primeira dose, ela tem uma eficácia,
23:08mas mesmo que seja 60%, 70% a eficácia da primeira dose,
23:13você vai requerer a segunda dose.
23:16Quer dizer, no caso da vacina do Butantan,
23:19nós demonstramos isso através do estudo clínico.
23:22A segunda dose para essa vacina é absolutamente necessária.
23:26Então, o fato da primeira dose ajudar muito a não ter a manifestação grave
23:31não significa que ela vai impedir.
23:33E mesmo a segunda dose, veja, é importante,
23:36ela protege, no caso do estudo clínico,
23:39mais de 78% das pessoas de manifestações graves,
23:44mas a pessoa tem a infecção, ela não evita a infecção.
23:49E veja, tem ainda a situação das pessoas que têm comorbidade,
23:54que a infecção é muito mais agravada quando você adquire o vírus.
24:01Mais recentemente, veio a P1, que é muito mais agressiva,
24:05tanto é que é agressiva que está atingindo uma população mais jovem.
24:08Então, são vários fatores que mostram aí
24:12que a vacina é fundamental para diminuir a gravidade dos casos,
24:16sem dúvida nenhuma,
24:18mas o efeito de médio e longo prazo sobre as curvas epidêmicas,
24:22sobre a curva de mortalidade, nós só vamos saber vacinando.
24:27Daí porque o Butantan começou um programa lá na cidade de Serrana,
24:32no interior do estado de São Paulo, que se chama Projeto Serrana,
24:35que é exatamente isso.
24:36Nós vacinamos lá com a primeira dose 97% da população adulta,
24:42população com mais de 18 anos, nós vacinamos 97,3% da população,
24:47por mais de 27 mil doses aplicadas com a primeira dose.
24:51E já começamos, essa semana passada, a segunda dose.
24:55Então, daqui mais duas semanas, nós já vamos ter vacinado toda a população com duas doses.
25:01Com a primeira dose, já teve algum efeito?
25:04Já tem algum resultado, por exemplo, no hospital, nos leitos, alguma coisa assim?
25:08Estatisticamente, ainda não foram analisados os dados,
25:11mas já ocorreu.
25:12A própria Prefeitura de Serrana divulgou os dados,
25:15de que o número de casos está caindo, o número de internações está caindo,
25:18não teve óbito no mês passado.
25:20Então, são já os indicadores preliminares.
25:22Mas aqui, no município de São Paulo, também foi divulgado
25:25que a mortalidade nos indivíduos acima de 90 anos caiu, caiu acentuadamente.
25:30Então, é o que se espera da ação da vacina.
25:34No caso de Serrana, nós vamos responder a essas questões
25:37num período muito curto.
25:39Enquanto o mundo vai demorar algum tempo aí
25:42para responder em relação às demais vacinas,
25:44A vacina Butantan-Coronavac vai responder isso
25:48nos próximos seis, nas próximas seis a oito semanas.
25:53Então, nós vamos dar exatamente a pergunta que você me fez,
25:57um caráter científico.
25:59Sheila.
26:01Coronavac, nessa semana, que se mostrou,
26:03e houve resultados apresentados oficialmente,
26:06se mostrou eficaz e segura, no caso de crianças e adolescentes também.
26:11Aí, eu queria saber o seguinte, em relação, primeiro, à Coronavac,
26:13ela vai ser aplicada, ou crianças e adolescentes serão incluídos
26:18no programa de vacinação, e no caso da Butantan-Coronavac,
26:22crianças e adolescentes estarão nesses testes clínicos ou não?
26:26Bom, esse teste clínico foi feito na China,
26:29é um teste clínico de segurança e eficiência nesse momento,
26:34e, obviamente, que isso é para aprovar a vacina,
26:37para uso, inclusive, em crianças e adolescentes.
26:40Agora, precisa colocar uma distinção aqui.
26:44Nesse momento, nós precisamos vacinar as pessoas que estão em risco,
26:49em maior risco de ter a doença.
26:52Quer dizer, como eu mencionei,
26:53a vacina não é para proteger contra a infecção,
26:56a vacina é para proteger contra a gravidade da doença.
26:59E nós sabemos aonde é que a gravidade da doença se manifesta.
27:03São nos idosos, acima de 60 anos, acima de 50 anos,
27:08são naquelas pessoas que têm comorbidades,
27:11que têm uma doença subjacente,
27:14e que, quando pega a infecção, ela geralmente é gravíssima.
27:17Então, esse é o grupo prioritário para a vacinação.
27:20Terminado esse grupo, aí nós podemos pensar
27:23nas demais faixas da população
27:25para adquirir a chamada imunidade de rebanho,
27:28se isso se mostrar eficiente.
27:32Se isso se mostrar eficiente na contenção da pandemia.
27:36Então, sim, em um determinado momento,
27:38é possível que a gente tenha que se estender
27:40esse esquema de vacinação
27:42para todas as faixas da população,
27:44e não somente para os idosos e as pessoas da humanidade.
27:47E a Butanvac vai testar?
27:49Como perguntou a Sheila, vai testar em adolescentes, em crianças?
27:53Sempre existe uma prioridade dos testes.
27:55Primeiro, você faz em adultos,
27:57demonstra a segurança, demonstra a eficácia,
27:59e aí, progressivamente, você vai estendendo
28:01para as demais populações.
28:03Então, crianças e adolescentes
28:05são considerados sempre o último grupo a ser testado,
28:07da mesma forma que grávidas,
28:09óbvio, até porque existe o feto,
28:12existe a gestação que precisa ser protegida.
28:15Então, sim, para toda vacina existe
28:17sempre um esquema de testar
28:19nas populações de uma forma geral.
28:21Doutor Dimas, o senhor também falou esses dias
28:23sobre a questão do uso do plasma,
28:25separar o plasma do sangue de pessoas
28:27que tiveram o coronavírus,
28:30ou seja, criar imunidade,
28:31e aí, através do plasma, com essa imunidade,
28:34passar, enfim, de alguma maneira,
28:37transferir para outras pessoas não imunizadas
28:39e, consequentemente, protegê-las também.
28:41Queria que o senhor falasse um pouco isso.
28:43Que tipo de alcance,
28:44qual o tamanho que a gente poderia ter
28:46se isso já está avançando de alguma maneira?
28:48Não, esse foi outro anúncio importante
28:49que o Butantan fez essa semana,
28:51não só em relação ao plasma,
28:52mas em relação ao soro.
28:54Sim.
28:54Quer dizer, o princípio de funcionamento
28:57do plasma e do soro,
28:58ele é muito parecido.
29:00Ou seja, tanto o soro produzido em cavalos
29:03como o plasma,
29:04dos indivíduos que já tiveram a infecção,
29:06eles têm altos títulos de anticorpos.
29:09Eles têm uma imunidade contra o coronavírus.
29:12E, portanto, se você consegue concentrar isso
29:15e transfundir em uma pessoa que está
29:17na fase inicial da infecção,
29:20é como se ela recebesse uma vacina instantânea.
29:24Ela recebe aquele conjunto de anticorpos...
29:26E é instantâneo?
29:27Instantâneo.
29:27Você injetou, os anticorpos já vão ali
29:30combater o vírus.
29:31Você está entendendo?
29:32Então, tanto o plasma de convalescente,
29:34que já está em uso,
29:35não depende da autorização da Anvisa,
29:37isso já é uma terapia tradicional,
29:39a única coisa que nós estamos fazendo
29:41é selecionar melhor esse plasma.
29:43É escolher o plasma que tenha o maior nível de anticorpo
29:45para que ele seja eficaz quando administrado.
29:49Então, isso já está em uso.
29:51Nós mandamos plasma para Manaus, naquela crise.
29:54Recentemente, mandamos para Araquara.
29:56Mandamos para Santos.
29:57Estamos incentivando todos os serviços
30:00de banco de sangue do Estado
30:02a adotar esse procedimento.
30:04Quer dizer, disponibilizarem o plasma
30:05para que ele possa ser usado nos hospitais
30:08nesse momento de gravidade.
30:09O soro, ele foi autorizado essa semana
30:11para início dos estudos clínicos.
30:13Então, autorizou a Anvisa
30:15e nós já estamos iniciando o estudo clínico.
30:18Será feito um estudo clínico também muito concentrado
30:20e aprovando os estudos clínicos,
30:23ele poderá ser utilizado também nessa situação.
30:26Uma vacina imediata, vamos dizer assim,
30:28para as pessoas entenderem claramente o que é,
30:31você administra já para combater o vírus
30:33nas fases iniciais da infecção.
30:35Está certo.
30:37Mitre, sua pergunta.
30:41Doutor Dimas, uma pergunta que diz respeito
30:45especificamente a quem já foi vacinado,
30:47já recebeu a segunda dose,
30:49mas também diz respeito às famílias
30:52e às pessoas com quem,
30:54com as quais esse vacinado convive.
30:56O que é que muda aí?
30:59Um vacinado tomou a segunda dose,
31:02ele continua acessível ao vírus normalmente?
31:08Se ele pegar esse vírus,
31:10a carga viral dele,
31:11por ter sido vacinado,
31:12segunda dose, é menor?
31:15Se for menor,
31:16isso significa que a transmissão também
31:18tem menores possibilidades?
31:20O vacinado, ele tem que continuar
31:23com os mesmos cuidados
31:24na relação com os outros?
31:27Ou ele pode tomar algumas liberdades?
31:29Não com o vírus,
31:30mas com os amigos.
31:32Ele pode partir do princípio
31:35de que ele não é tão acessível mais ao vírus?
31:40Quer dizer, ele pegando o vírus,
31:41a carga viral menor
31:42significa menor possibilidade de transmissão?
31:45Ou é a mesma coisa?
31:46Vacinado por duas doses,
31:48essa resposta é fundamental.
31:50O Mitre vai anotar todas as suas respostas.
31:53Vamos lá, doutor.
31:53Então, é fato.
31:56E para o Rodolfo também,
31:57para o Rodolfo também,
31:58essa resposta é importante.
31:59Porque eu convivo com o Mitre, entendeu?
32:01Sim, claro.
32:02A pessoa vacinada,
32:03ela tem a imunidade contra o vírus.
32:07Só que essa imunidade,
32:08ela não é esterilizante.
32:10Quer dizer,
32:10ela não impede o indivíduo se infectar.
32:13Mesmo que seja com uma carga viral menor,
32:16ele se infecta
32:17e tem a possibilidade de transmitir.
32:20Então, o fato dele ter sido vacinado,
32:21não significa que ele vai poder adotar as medidas aí
32:24sem restrição.
32:27Ele vai ter que continuar usando a máscara,
32:29vai ter que continuar se protegendo,
32:31a higiene pessoal.
32:32Tem que continuar como se não tivesse recebido a vacina.
32:38Essa é a forma de proteção
32:40e que é a forma de agir
32:42enquanto durar a epidemia.
32:44Enquanto durar a epidemia.
32:45Na minha opinião,
32:47até além da epidemia.
32:48Porque, vejam,
32:49o efeito colateral do uso de máscaras,
32:52que ninguém percebeu ainda,
32:54foi a queda abrupta
32:56das infecções respiratórias.
33:00Então, você usando a máscara,
33:02você não impede só o coronavírus.
33:05Você impede os outros vírus
33:06que são de transmissão respiratória.
33:09Então, existem países
33:10que têm tradição de usar a máscara
33:13em certas épocas do ano.
33:14O Japão, por exemplo,
33:16a gente vê muito isso.
33:17Os países asiáticos, de uma forma geral.
33:19Então, a pessoa vacinada,
33:20sem dúvida nenhuma,
33:21se protege contra a doença,
33:23mas não se protege contra a infecção.
33:25E pode transmitir, sem dúvida nenhuma,
33:27o vírus, se ela for infectada novamente.
33:31O Canal Livre vai para um rápido intervalo.
33:33A gente volta já já
33:35com o diretor do Instituto Butantan,
33:37Dimas Covas.
33:38Fique por aí.
33:39Rapidinho o intervalo.
33:40A gente já volta.
33:43Vai começar a Fórmula 1 na Band.
33:49Isso a Band mostra e a Fórmula 1 2021
33:52a Golby e Max Verstappen.
33:53Foram mais de 48 horas
33:55de automobilismo para você.
33:58Band.
33:58Verstappen espetacular.
34:01Band esportes.
34:02Belas ultrapassagens.
34:04Band News FM.
34:05Essa é a expectativa.
34:06A corrida está em aberto.
34:08Band Play.
34:09Todo o grupo bandeirantes
34:11integrado para fazer uma transmissão.
34:14Bola e position.
34:15Os dois lá para o lado de novo.
34:16Revitou o retoma.
34:18Os treinos.
34:19Nós acompanhamos tudo
34:20para levar cada detalhe para você.
34:23O paddock.
34:24What a race.
34:25A corrida.
34:25As ultrapassagens foram de tirar o fôlego.
34:28A vitória.
34:29Vem para vencer na tela da Band.
34:31No capricho.
34:32Lewis Revitou no capricho para vencer.
34:37Vem aí muito mais.
34:39Dia 18 de abril.
34:41GP de Emília România, na Itália.
34:44Todas as provas da Fórmula 1 você assiste ao vivo.
34:48E com exclusividade, aqui.
34:52Automobilismo é band.
34:56Você sabia que o banco mais sustentável do mundo
35:00é aquele que você conhece pelo amarelo e azul?
35:04Ou o Banco do Brasil Verde.
35:06Vemos esperando dias melhores.
35:09Para nós, sustentabilidade é um compromisso permanente.
35:13Porque o nosso propósito é cuidar das pessoas e do planeta.
35:18Vem ser cliente.
35:23Banco do Brasil.
35:24Para tudo o que você imaginar.
35:26Você tem que levar os clássicos.
35:29Por quê?
35:30Porque são os clássicos, olha.
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35:38Na compra de um clássico de 280 ou 360 gramas,
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35:45Isso mesmo, 20% de desconto no segundo ovo.
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35:54Garanta já seus ovos e aproveite.
35:57Prepare-se para sentir a bramosidade.
36:01Olha só essa brama.
36:04Muito cremosa.
36:05Lindo em câmera lenta, de trás para frente, de frente para trás.
36:13Agora mais devagar.
36:15Isso.
36:19Bramosidade.
36:20A cremosidade que só a brama tem.
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37:59Oferecimento Lacta.
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38:05Olá, meus amigos.
38:06Todo sábado, às 8h30 da manhã, você fica ligado aqui no programa Matsuri na Band.
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38:18Todo sábado, 8h30 da manhã, nós temos um encontro marcado aqui na TV Tarobá Band.
38:23Oferecimento Serra do Cadeado Resort.
38:25Está chegando a hora de você comprar sua casa de férias.
38:29Informações 4499183770.
38:39É Ricardo Bloch, presidente da Lenovo aqui no Brasil.
38:43É uma marca chinesa que, inclusive, comprou a IBM.
38:46Ela é gigante.
38:48Daqui a pouco, não perca.
38:50Show Business.
38:53Voltamos com o Canal Livre, que esta noite recebe o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
39:01E a gente vai começar com o registro.
39:03Agora há pouco, no primeiro bloco, o doutor Dimas Covas falava da situação do mundo,
39:07a preocupação do mundo, a Europa, inclusive discutindo se não ia exportar para lugar algum
39:11enquanto não vacinasse todo mundo dentro do continente.
39:15E a gente tem de lá, com Felipe Killing, informações sobre a situação na Europa.
39:19Killing?
39:19Um lockdown que está em vigor desde 6 de janeiro e uma agressiva campanha de vacinação derrubaram os números aqui no Reino Unido.
39:28A média de mortos e de novos infectados é a mais baixa em cinco meses.
39:33Mais de 40% da população britânica recebeu ao menos a primeira dose.
39:37Já do outro lado do Canal da Mancha, na Europa continental, a situação é diferente.
39:43Cerca de 10% apenas da população foi vacinada.
39:46Políticos europeus acusam farmacêuticas de não entregarem o que haviam prometido.
39:51O principal alvo é a AstraZeneca, que prometeu entregar 90 milhões de doses no primeiro trimestre,
39:57mas vai conseguir entregar menos de 30 milhões.
39:59Existe ainda uma terceira onda, disparada de casos.
40:03E a Alemanha, por exemplo, precisou estender o lockdown, que já está em vigor,
40:07desde dezembro até pelo menos 18 de abril.
40:10O quanto essa terceira onda, sobre a qual o Felipe Killing também deve servir de alerta para os brasileiros,
40:19doutor Dimas, e eu queria saber do senhor, nesse cenário brasileiro,
40:23de vacinação ainda num processo muito lento, de hospitais muito cheios,
40:28de ocupação de leitos, de UTI, recordes em vários estados, em várias cidades,
40:33e a dificuldade, inclusive, de parte da população em aderir a medidas restritivas.
40:38Nesse cenário, o que mais preocupa o senhor e assusta?
40:41Olha, a curva epidêmica do Brasil, ela é diferente da curva epidêmica observada na Europa.
40:49Quer dizer, na Europa, as medidas de contenção funcionaram.
40:52Quer dizer, esses sucessivos movimentos de lockdown,
40:57eles têm a vantagem de você rapidamente diminuir a circulação do risco.
41:02Então, por isso que aquelas curvas têm a forma de picos epidêmicos.
41:06No Brasil, nós não tivemos nenhum pico epidêmico pronunciado, como na Europa.
41:11Nós tivemos um platô elevado durante muito tempo.
41:16Ele começou a cair no fim do ano e, já em novembro, ele começou a retomada de novo.
41:21Então, agora, nós podemos dizer que nós temos, de fato, um segundo pico,
41:25porque ele está sendo explosivo, maior do que o primeiro platô.
41:28Se nós olhamos as curvas epidêmicas, elas estão explodindo.
41:33E aí, veja, por que nós estamos batendo recordes diários de morte, de casos de UTI, de utilização de UTI?
41:40Exatamente por isso.
41:41Porque, nesse momento, a epidemia, ela tem uma velocidade de transmissão muito alta.
41:45Tanto pela falta de medidas efetivas de controle de circulação, como da própria variante.
41:53Essa variante, ela tem essa característica.
41:56Ela se transmite mais, de forma mais rápida, e tem uma carga viral maior.
42:01Ou seja, a concentração de vírus no ambiente é maior.
42:06Por isso que está assustando a todo mundo.
42:08Saiu o número da prefeitura, se eu não estou equivocado, de São Paulo,
42:11dizendo que, no caso de São Paulo, hoje, atualmente, mais de 60% dos casos
42:16vem exatamente dessa variante.
42:1864%
42:19Ela está se tornando a variante dominante.
42:21Então, nós estamos vivendo, agora, de fato, um pico,
42:24que ele só vai ser amainado se essas medidas de afastamento social
42:30forem, de fato, implementadas.
42:32Quer dizer, as pessoas ainda estão naquela discussão, né?
42:38Economia, saúde.
42:40Olha, gente, nesse momento, não tem outra medida.
42:43Se você não colocar as pessoas em casa, e junto com as pessoas está o vírus,
42:48você não diminui a transmissão.
42:50Se você não diminui a transmissão, você não diminui o número de casos,
42:53não diminui o número de óbitos.
42:55Então, todo esse esforço que está sendo feito por muitos municípios aqui no estado de São Paulo,
42:59que estão decretando medidas mais austeras, né, de restrição de movimentação,
43:05estão sendo efetivas, né?
43:06A Araraquara demonstrou isso muito claramente, né?
43:09Que ela teve um pico muito explosivo, né?
43:13Várias vezes maior do que a primeira, chamada a primeira onda,
43:16e ela decretou o lockdown e isso caiu, vem caindo progressivamente, né?
43:21Ainda hoje, eu tive acesso aos dados, caiu, né, muito.
43:26Mas por quê?
43:26Porque a população entendeu que naquele momento era necessário e aderiu às medidas, né?
43:33Então, também não adianta você decretar medidas se a população não tem adesão.
43:38Ignora, né?
43:38Mitri.
43:42Doutor Dimas, o senhor disse no primeiro bloco que a variante P1 já pode estar produzindo a sua própria variante,
43:51já está saindo uma variante da variante P1, e assim sucessivamente.
43:55E isso, com esse celeiro a céu aberto que nós vivemos aqui, certamente vai, pode tornar mais explosiva ainda a situação.
44:06E essa pressão da realidade acabou provocando também mobilização de lideranças aí,
44:12antes afastadas das verdadeiras iniciativas e tal.
44:16Hoje nós temos aí um comitê nacional falando em coordenação nacional,
44:22que é uma necessidade que, pelo que o bom senso diz, já devia estar atendida desde o primeiro dia da pandemia.
44:29Uma coordenação nacional é o que o bom senso mínimo exige.
44:34Agora estão falando na coordenação nacional.
44:35Tem esse comitê com algumas lideranças, de maneira bem efetiva, enfrentando a situação, pelo menos retoricamente por enquanto.
44:47Os governadores estão sendo convocados.
44:50Na sexta-feira teve a reunião com os governadores de manhã.
44:53O presidente do Congresso está assumindo isso.
44:55Há mudanças até de atitudes assim na área do Planalto.
45:01Isso tem também algumas mudanças ali.
45:03Eu queria a avaliação que o senhor possa fazer de tudo isso.
45:08O senhor está acreditando numa mudança de atitude em termos nacionais
45:12e acredita numa coordenação nacional e na sua efetividade?
45:16Ô, Mito, eu quero acreditar.
45:18Eu sou um crente, antes de mais nada.
45:20Essas mudanças que ocorreram agora no Ministério da Saúde criam um ambiente favorável à implementação dessas mudanças.
45:29A coordenação nacional foi a primeira recomendação da Organização Mundial de Saúde no combate a essa epidemia.
45:36Nós voltarmos lá no ano passado, nas primeiras declarações da Organização Mundial,
45:40nas primeiras recomendações, está lá a existência de uma autoridade de saúde nacional
45:46que coordene os esforços do país no combate.
45:49Isso nós não tivemos até a semana passada.
45:53Ainda continuamos não tendo.
45:55Mas agora eu espero, sinceramente, que haja uma mudança efetiva de pensamento,
46:01que, de fato, a nova administração do Ministério da Saúde seja capaz de implantar essa coordenação.
46:08E a sociedade está clamando.
46:11A sociedade organizada, a sociedade civil, o parlamento, enfim, estão clamando por essas medidas.
46:17O empresariado está clamando por essas medidas.
46:20Ou seja, está na hora de nós negarmos, como o país, né?
46:25Está na hora do país negar a epidemia e assumir o combate a essa epidemia, de fato, e não apenas na retórica.
46:32Falando da Coronavac, que é a que está aí agora sendo aplicada, quanto já foi entregue pelo Instituto Butantan?
46:38No contrato de 46 milhões, o primeiro contrato, 46 milhões de doses, quando que vocês terminam de entregar tudo?
46:44E qual é a perspectiva para frente?
46:46Se hoje a gente está, de a cada 10 doses, 9 são da Coronavac, é fundamental que a gente olhe para essa produção com atenção agora do que vem pela frente nesse ano de 2021.
46:54O Butantan já entregou 27 milhões e 800 mil doses.
46:59Na última quarta-feira, integralizou isso.
47:01Na próxima semana, entrega mais 8 milhões e 400 mil doses.
47:05Ou seja, vamos bater na casa dos 36 milhões.
47:08E em abril, a gente termina o primeiro contrato de 46 milhões de doses que foi contratado pelo Ministério.
47:15Vamos iniciar o segundo contrato.
47:17De quanto?
47:17De 54 milhões.
47:18Mas esse segundo contrato ainda depende de chegada de matéria-prima.
47:22Como ele foi assinado tardiamente pelo Ministério, o nosso acordo com a Sinovac também foi tardio.
47:29Então, nós ainda não temos a matéria-prima para iniciar a produção desses 54 milhões.
47:33Esperamos receber essa matéria-prima agora ainda em abril, para iniciar isso já em maio, na nossa plena capacidade.
47:42Chega.
47:42O financiamento dessa nova vacina é 100% de São Paulo.
47:47Não há nada que tenha entrado do Ministério da Saúde.
47:50E o projeto de Serrana, que o senhor citou, se não me engano, é inédito no mundo o projeto de Serrana.
47:55Também 100% com dinheiro de São Paulo?
47:59Não há investimento ali do Ministério da Saúde, do governo federal?
48:02Nenhum.
48:03Os investimentos que são, são de agências de fomento, como a FAPESP, que ajuda muito,
48:07e do próprio Butantan, do governo do estado e do próprio Butantan.
48:10Essa vacina Butanvac, até esse momento, era uma iniciativa total do Butantan com o governo do estado.
48:18Sequer ainda foi conversado, dialogado, em relação a essa vacina com o Ministério da Saúde.
48:24O senhor não conversou com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, até agora?
48:28Nem o ministro ligou para o senhor para falar sobre a nova vacina?
48:32Eu conversei duas vezes com o ministro e, obviamente, que eu não dei a notícia como vocês estão dando hoje,
48:39como saiu na imprensa.
48:41Disse que teríamos novidades em relação à vacina e combinamos de ter conversas na próxima semana
48:47em relação não só às vacinas que estão sendo produzidas, porque não é só a Coronavac.
48:54Como eu disse, o Butantan também é responsável pela vacinação da gripe.
48:58Já começou, inclusive, a entregar as vacinas.
49:01Nessa semana, nós entregamos hoje 7 milhões e 300 mil doses da vacina da gripe,
49:06porque a campanha começa agora, em meados de abril.
49:09Então, nós ficamos de voltar a conversar no contexto de vacinas que o Butantan entrega
49:14e nós sabemos, o Butantan é o responsável pela maior parte, em termos de volume,
49:19das vacinas usadas no nosso programa nacional.
49:22Mitri.
49:26Doutor Dimas, o senhor tocou nisso também no primeiro bloco e é preocupante, né?
49:32Quando olhamos para trás, de vez em quando é bom olhar para trás para não cometermos os mesmos erros, né?
49:38E vimos ali aqueles anúncios permanentes de números que eram depois revistos e reduzidos.
49:45E numa dessas entrevistas, o nosso ex-ministro Pazuello,
49:50anunciando a redução de mais tantos milhões de doses,
49:54ele chegou a dizer, o Brasil, nesse momento, depende da produção própria.
49:59Ele depende da Fiocruz e do Butantan.
50:01Ele falou isso uma vez.
50:02E a gente avaliando a realidade e as dificuldades todas na relação com produção de vacina pelo mundo,
50:11essa é uma possibilidade que soa como real.
50:14E eu perguntaria ao senhor, o senhor considera essa hipótese de ficar tudo para o Butantan e para a Fiocruz?
50:20No caso de ficar, qual é a melhor resposta que pode ser dada com a nossa competência?
50:26Olha, Mitra, eu posso responder pelo Butantan.
50:30O Butantan está se esforçando ao máximo para produzir a maior quantitativa de vacinas possível.
50:38Nós estamos trabalhando sete dias por semana.
50:41Já implantamos um quarto turno nas nossas fábricas.
50:44Então, no que diz respeito ao Butantan, nós vamos fazer o maior esforço para entregar essas vacinas.
50:49Nesse momento, nós temos o controle da produção.
50:52Ou seja, dependemos da matéria-prima, mas chegando à matéria-prima, a gente processa essa matéria-prima muito rapidamente.
51:00A Butantan vem somar a esse cenário.
51:04Agora, com relação à Fiocruz, eu particularmente não me sinto à vontade de comentar,
51:09porque eu sei que já tiveram lá dificuldades, já tinha um cronograma a ser cumprido anteriormente e que não foi cumprido.
51:17Eu só espero que ela consiga cumprir o cronograma, porque o Brasil contratou o maior volume de vacinas da Fiocruz-Astazene.
51:27E essas vacinas são profundamente necessárias nesse momento.
51:31Então, eu espero que eles resolvam lá os problemas que estão tendo de produção e que essas vacinas sejam entregues,
51:37porque nós vamos precisar dessas vacinas, vamos precisar de mais vacinas ainda,
51:42para cumprir o objetivo de vacinar o mais rapidamente a população de risco do Brasil.
51:47Doutor Dimes, o senhor falou de 46 milhões de doses da Coronavac entregues até abril.
51:5254 o novo contrato depende de matéria-prima.
51:55Se tiver matéria-prima, a velocidade de entrega dessas 54 milhões de doses é a mesma velocidade que a gente tem agora?
52:04Ou como o senhor falou, agora o ritmo já foi e aí entregaria até quando?
52:07Tendo matéria-prima essas 56 milhões de doses.
52:10Olha, a nossa previsão para o Ministério, nós entregamos até final de agosto.
52:15Essa é a nossa previsão.
52:17Obviamente que isso depende da chegada dessa matéria-prima, o que está contratado com a China, com a Sinovac,
52:23é fornecer até final de agosto.
52:26Isso nós vamos cumprir.
52:27E a princípio, chega matéria-prima?
52:30O senhor tem recebido informações de lá?
52:32É claro que a gente depende dela chegar aqui na prática,
52:35mas a princípio, em termos de negociação de conversa, não tem problema.
52:38Nesse momento, não.
52:39Não.
52:40Mesmo tendo uma grande demanda do governo chinês pelas vacinas,
52:44e aqui existe uma diferença.
52:45Como nós trazemos a matéria-prima, nós não dependemos da vacina pronta,
52:51isso é um pouco diferente.
52:52O governo chinês está comprando toda a vacina disponível, pronta, para uso na população chinesa.
52:58Então, isso não vai ter grande interferência no fluxo de matéria-prima.
53:01Felizmente.
53:02Sheila.
53:02Queria voltar, nós estamos falando bastante sobre as vacinas,
53:06mas eu queria voltar, porque a gente falou muito rapidamente,
53:08sobre o soro anti-COVID, desenvolvido, anti-coronavírus,
53:12desenvolvido pelo Instituto Butantan.
53:14Nessa semana aqui, a Anvisa autorizou os testes clínicos.
53:17Eu queria entender melhor,
53:19não só o que é esse soro,
53:20mas a que se destina exatamente?
53:22Porque há uma certa confusão em relação ao que é soro e o que é vacina exatamente,
53:27e a que casos vai se destinar esse soro, doutor?
53:31Bom, o Butantan é o tradicional produtor de soro.
53:35Na realidade, nesse momento, ele é o único produtor de soros no Brasil.
53:39Ele produz soro contra veneno de cobra, contra veneno de escorpião, contra toxinas.
53:44Então, foi o que deu origem ao Butantan.
53:48O Butantan foi criado para a produção de um soro antipestoso.
53:51Então, é a nossa, vamos dizer assim, a nossa praia mais antiga.
53:56E desde o ano passado, nós começamos esse desenvolvimento.
53:59A nossa produção de soro é baseada na produção em cavalos.
54:04Então, nós isolamos o vírus, o coronavírus.
54:07Esse vírus foi inativado, foi aplicado nos cavalos.
54:10Os cavalos responderam bem,
54:12produziram bastante anticorpos contra esse coronavírus.
54:15E aí, nós fizemos o soro.
54:17Testamos em animais, foi excelente a resposta.
54:20Ou seja, chegou num ponto, nós temos um soro, ele é bom, apresenta eficiência,
54:28e agora nós precisamos levar para uso nas pessoas.
54:31Daí a necessidade do estudo clínico.
54:34Que pessoas?
54:35Diferente da vacina.
54:36A vacina é preventiva.
54:38O soro é para tratar.
54:40É um tratamento.
54:41Para aquelas pessoas que receberam o vírus, que se infectaram e que estão tendo as primeiras manifestações da doença.
54:50Principalmente aqueles que têm chance de ter a doença mais grave.
54:54O idoso, a pessoa que tem uma comorbidade, a pessoa que está tomando um remédio imunossupressor,
55:00está fazendo um tratamento oncológico.
55:01Então, essas pessoas, para que elas não progridam, elas podem receber o soro.
55:06No estágio inicial, portanto.
55:07No estágio inicial da doença.
55:09Ou seja, é uma vacina instantânea.
55:12Tá certo?
55:12É como se esse indivíduo, na hora que ele recebe o soro, ele não foi vacinado ainda.
55:16Mas na hora que ele recebe o soro, é como se ele tivesse sido vacinado lá atrás.
55:19Ou seja, ele tem uma imunidade.
55:21E essa imunidade é que vai combater de forma imediata o vírus.
55:26Basicamente é essa a diferença.
55:28Fernando Mitre tem uma pergunta.
55:29Diga, Mitre.
55:32Doutor Dimas, eu queria voltar à questão da imunidade de rebanho,
55:36porque quando a gente discute o número, fica ali nos 70%, 75%.
55:42Mas isso é um momento ideal.
55:45Chegou nos 75%.
55:47A minha pergunta é, deve haver um caminho em que, aos poucos,
55:53aos poucos, a imunidade vai começando a interferir na vida da sociedade.
55:59Eu estou pensando, inclusive, na economia.
56:01Nós sabemos hoje, não há nenhuma dúvida,
56:03de que a vacinação é o único caminho seguro para a volta ao trabalho.
56:06Para a volta segura ao trabalho.
56:08O que é fundamental para a reativação da economia.
56:11Sabemos que essa discussão economia, pandemia, não deu certo no Brasil até agora.
56:17Não se entenderam muito bem sobre isso as autoridades.
56:20Mas a minha pergunta é, 70% fica fora.
56:24Quando é que essa vacinação começa a produzir algum resultado?
56:29Não é a imunidade total de rebanho.
56:32É algum resultado.
56:33Ela vai transformando a vida em alguma coisa mais normal.
56:36Por exemplo, 30% vacinados.
56:39Muda em que a sociedade, o movimento da sociedade?
56:42Olha, o Lamita, o primeiro efeito da vacinação, e que nós esperamos,
56:48é a diminuição da mortalidade.
56:51Ou seja, nós já estamos observando isso.
56:54Quando fala, olha, a mortalidade nas pessoas com mais de 90 anos diminuiu.
56:59A mortalidade lá em Serrana, que está sendo feita uma vacinação, diminuiu.
57:03Quer dizer, num primeiro momento, nós vamos ter diminuição da mortalidade.
57:08Não sabemos se terá diminuição do número de casos.
57:12Pode ser que o número de casos não caia com a vacinação.
57:15Nós precisamos ter esses resultados para poder afirmar isso.
57:18Mas a primeira coisa que nós temos que saber é que vai reduzir a mortalidade,
57:23vai reduzir a procura pelos hospitais.
57:25Ou seja, os hospitais poderão começar a ter uma vida normal.
57:28Porque hoje acontece isso também.
57:31Quando você tem uma grande ocupação hospitalar, seja UTI, seja de leitos,
57:37você deixa, ao mesmo tempo, de atender as outras doenças.
57:41Você deixa de fazer as cirurgias eletivas, você adia tratamentos.
57:46Ou seja, o sistema hospitalar, nesse momento, ele está girando em função da Covid.
57:51Então, nós precisamos ter, progressivamente, o retorno dessas atividades que são essenciais,
57:59incluindo, inclusive, a vida dos hospitais.
58:02Isso vai acontecer progressivamente, à medida que nós vamos progredindo na vacinação dos grupos de risco.
58:09Quer dizer, chegando lá, terminando, tendo aí 80 milhões de vacinações,
58:14que corresponderia à vacinação dos indivíduos com mais de 60 anos,
58:18nós já poderíamos esperar uma grande redução da mortalidade.
58:22Mais de 70% da mortalidade já estaria reduzida.
58:26E aí já permite você antever uma convivência mais harmoniosa com o vírus.
58:34Quer dizer, não vamos ter a ilusão de que vamos liquidar, eliminar esse vírus.
58:38Não, nós vamos ter que conviver com esse vírus de uma forma mais harmoniosa,
58:43que seja menos dramática para nós, humanos.
58:45Porque o vírus, enfim, ele não vai sofrer muito a eficiência dessas vacinas,
58:55enquanto ele não for definitivamente erradicado.
58:58Então, só reforçar esse número, espera-se que, a partir da vacinação de 60 ou mais pessoas com comorbidades,
59:05possa se reduzir em 70% da mortalidade.
59:08Esse é um número significativo que é importante a gente deixar claro.
59:11Doutor Dimas, vocês continuam fazendo estudos.
59:13Por exemplo, o estudo que colocou a Coronavac aí, aprovada pela Anvisa,
59:19foi um estudo que diz que a primeira dose tem que ser tomada e até 28 dias depois a segunda dose.
59:25Mas eu lembro da última vez que o senhor veio ao Canal Livre,
59:27que o senhor disse, olha, a gente vai continuar estudando.
59:30O senhor acha que pra frente vai continuar dessa maneira?
59:32O momento ideal é três semanas depois ou quatro semanas depois no máximo?
59:37Ou outros estudos podem apontar pra uma eficácia ou pra um desenvolvimento melhor em cada ser humano,
59:42diferente do que é hoje?
59:44Sim, isso é importante.
59:45No momento, o esquema vacinal melhor é 28 dias após a primeira dose.
59:50Agora, esses estudos que eu chamo de estudos de vida real,
59:53você observa...
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