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O pesadelo é real e tem nome! Rafael Zimerman, o sobrevivente do massacre de 7 de Outubro em Israel, está no Pânico para dar o depoimento mais forte sobre o terror que sofreu no atentado. Ele detalhou os momentos de agonia no bunker: gás, granadas e cheiro de corpos queimados. Rafael não aliviou a crítica e desabafou sobre a falta de acolhimento do governo brasileiro a ele e aos familiares das vítimas. O brasileiro que "morreu e voltou" expôs a hipocrisia de quem defende o ódio em nome da política. É guerra, ignorância ou guerra da ignorância? O programa tá tão sério que deixou de ser Todo Mundo em Pânico para virar Pânico?

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#JovemPan
#Pânico

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00O programa de hoje, o homem que renasceu, o cara que viveu o terror de perto e hoje luta contra o antissemitismo.
00:09Tentenas de vezes a tribuna do congresso foi usada para demonizar Israel e os judeus.
00:14Palmas para o embaixador do movimento, Pin for Peace, Rafael Zimmermann.
00:21Olha o Zimmermann, o Zimmermann já conversou com a gente aqui na época, né?
00:26Tensa.
00:27Há dois anos atrás, foi aquela época tensa e agora vivendo esse momento que é o momento que está todo mundo celebrando e comemorando, né?
00:36Parece que vamos ter finalmente um pouco de paz ali.
00:40Finalmente, demorou, né?
00:42Sim, demorou, mas...
00:43Dois anos de...
00:44Dois anos...
00:45De angústia.
00:46É.
00:47É o que eu falo, eu vivi aquele trauma naquele dia, mas enquanto não acabasse a guerra,
00:51parece que eu continuo...
00:53Estava vivendo aquilo ainda.
00:55Então, é muita felicidade.
00:58Eu estou muito, muito feliz mesmo com a volta dos reféns, principalmente, que vai dar esse alívio
01:04e também que a gente consiga realmente ter paz no Oriente Médio.
01:09Não é sobre conflito, política, é sobre paz.
01:12Sim, exatamente.
01:13É o desejo.
01:14E você, para a gente relembrar, você estava lá na rave, né?
01:17Na rave.
01:18Você estava naquela balada.
01:19A história, ele estava num bunker, né?
01:22Era muito legal.
01:22Conta aí a história para quem...
01:24Para a gente reviver esse momento.
01:27Vamos lá.
01:27Porque muito pouco se falou disso, né?
01:30Parece que as pessoas esqueceram que aconteceu aquele 7 de outubro, há dois anos atrás,
01:35aquele massacre, né?
01:36É, na verdade, as pessoas esqueceram que até o dia 7 de outubro não tinha uma guerra,
01:40né?
01:40A guerra se iniciou quando terroristas do Hamas, eles entraram em Israel e fizeram o que fizeram.
01:46Na verdade, eu fui para uma rave que aqui no Brasil se chama Universo Paralelo e então...
01:54Que é na Bahia, que é do pai do Alok, né?
01:56Que é na Bahia, já tinha ido algumas vezes, que é do pai do Alok, exatamente.
01:59E aí, eu fui nessa rave em Israel, eu morava lá já há 5 meses, mas eu fui porque era
02:04uma rave brasileira.
02:06Inclusive, o pai do Alok foi lá tocar.
02:07E tinham 13 mil pessoas do mundo inteiro, era uma...
02:12Curiosamente, uma rave que falava muito sobre coexistência e paz.
02:15E a gente estava muito próximo da faixa de Gaza.
02:20E tudo começou às 6h29 da manhã, exatamente esse horário de sábado, 7 de outubro de 2023.
02:27Quando eu estava sozinho, eu tinha ido com dois amigos, o Hanani Glaser e a Rafaela Trezma,
02:34um casal de amigos meus.
02:35E eu estava sozinho, na frente do palco, até que do nada eu comecei a ouvir um barulho
02:41muito forte, como se fossem fogos de artifício.
02:43Muito forte.
02:45Pá, pá, pá, pra todo lado.
02:47E aí, eu olhei pra cima e eu vi uma quantidade surreal de foguetes passando pela nossa cabeça.
02:53Era, assim, incontável a quantidade.
02:56Pararam a festa na hora.
02:58Eu lembro que o DJ pegou o microfone e ele falou em hebraico,
03:01Tsevadom, Tsevadom, que significa código vermelho, código vermelho.
03:05Mas, assim, você, brasileiro, não fez exército, nunca presenciou isso.
03:11O que você faz, né?
03:12E você acha que é uma coisa que faz parte da rave, né, no começo?
03:15Cara, eu achava que era fogo de artifício.
03:17Eu achava que era fogo de artifício, eu não tinha ideia do que era.
03:20E aí, quando aconteceu isso, eu me agachei.
03:24Eu fiz uma posição de defesa, assim.
03:27E eu fiquei um minuto agachado, mas esse um minuto eu vi várias reações.
03:30Eu vi muita gente correndo.
03:31Eu lembro muito bem de uma menina chorando do meu lado, também agachada.
03:37E aí eu fiquei um minuto agachado e eu resolvi correr em direção a uma barraca,
03:41que era o nosso ponto de encontro.
03:43A festa durava 16 horas.
03:44Então, a gente ia uma barraca pra dormir, descansar, comida, troca de roupa.
03:49E aí, nessa barraca, eu encontro o Hanani e a Rafaela.
03:53E o Hanani fala pra gente ir até um abrigo, um bunker.
03:56E aí, a gente pega uma carona e vai até esse abrigo.
04:01Era muito próximo da festa, menos de dois minutos da festa.
04:04As pessoas primeiras a entrar nesse abrigo.
04:08Até que começou a entrar muita gente.
04:10Muita gente da festa.
04:12Um lugar que cabia 15 pessoas, no final tinham 40.
04:15Já não dava pra respirar.
04:16E olha que louco, os israelenses, moleques, 19, 20, 21 anos,
04:22falando assim, vamos dividir o ar.
04:24O que significa isso?
04:25Metade fica em pé e metade fica sentado.
04:29No bunker.
04:30No bunker.
04:30Porque é um lugar apertado, então você consegue respirar melhor.
04:34Coisa que um brasileiro nunca vai ouvir.
04:36Algo de sobrevivência, né?
04:38E aí, eu tava bem encostado na parede.
04:41Já tava mais agachado.
04:43Do nada, eu senti um primeiro impacto nas minhas costas.
04:45Pá!
04:46Depois, um segundo impacto.
04:47Pá!
04:48Depois, aquele barulho de filme.
04:50Piii!
04:52O que significava isso?
04:53Veio o primeiro tiro nas minhas costas, um segundo, mas não passou a parede do bunker.
04:58E aí, esse barulho de granada.
05:01Sabe que você vê em filme, que você...
05:02Quando...
05:03Aquele piii!
05:04O impacto.
05:04O impacto da granada.
05:07Loucura, né?
05:08Tá louco.
05:08Não, mas...
05:09E tinha muita gente nesse bunker, né?
05:11Com você, então...
05:12Se a gente tiver imagens aí, por favor.
05:14Aliás, né?
05:14Tem várias imagens.
05:16Você deve ter colocado aqui com a produção.
05:18É, eu mandei a imagem do bunker.
05:19É, mas eu não sei porque...
05:20Como ilustrar, Emílio, porque essa parte...
05:22Que é importante isso, né?
05:24A parte que ele tá contando, né?
05:25É esse bunker.
05:26Como ele sobreviveu.
05:27Esse é o bunker.
05:27Esse é o bunker.
05:28Tem um vídeo, né?
05:29Também.
05:29Só pra vocês terem uma ideia.
05:30Não tem porta, então...
05:32É num ponto de ônibus.
05:33Não é aquela coisa de filme que é totalmente blindado, que é difícil acesso.
05:38E aí começou um tiroteio.
05:39Eu não sabia, mas tinham dois policiais.
05:41Um homem e uma mulher que estavam defendendo o nosso bunker.
05:44Eles estavam lutando contra os terroristas.
05:47E aí, nessa hora, eu comecei...
05:49Eu coloquei a mão em cima da Rafa e do Hanani, da cabeça dos dois, e comecei a rezar.
05:54Falava, por favor, Deus, por favor, Deus, por favor, Deus, sem parar.
05:57Eu digo que até o ateu, nessa hora, virou mais religioso.
06:01Com certeza.
06:01Não tem como.
06:02Não tem como.
06:02Mas as pessoas que estavam nesse bunker, obviamente, todas desesperadas, e com esse ataque,
06:10e você teve uma estratégia pra...
06:13Porque os caras estavam...
06:14Eles entraram no bunker e começaram a atirar nas pessoas em algum determinado momento, né?
06:17O que que acontece?
06:18Nessa troca de tiroteio, a gente lá dentro, a gente tava desesperado, não tinha pra onde ir.
06:23Então, nessa troca de tiros, a gente só tava esperando.
06:26E eu tava rezando.
06:28Quando eu tava ouvindo a voz da policial, eu não via ela.
06:31Imagina que ela tava encostada comigo, só que do lado de fora.
06:34Eu ouvi ela falando no rádio, ela falou código vermelho, de novo, tsevador, em hebraico.
06:39E ela falou, eles são muitos, eu não vou aguentar.
06:41Até que eu ouço muito tiro, eles matando ela.
06:45E eles gritando em árabe, sem parar.
06:47Alawakba, alawakba, alawakba.
06:50E assim, eu sabia o que significava alawakba.
06:53Que em árabe significa Deus é grande.
06:55E eu tinha o conhecimento de que quando terroristas faziam atentados, eles gritavam isso.
07:00Quando eu ouvi isso, eu entendi que era o meu fim.
07:04O bunker virou um caos.
07:06As pessoas da frente tentando ir pra trás, as pessoas de trás tentando se defender.
07:10Uma menina, ela entrou em desespero, em colapso mesmo, na minha frente.
07:14E ela me mordeu, na minha costela.
07:17Ela me mordeu com tanta força que ela arrancou minha carne.
07:20Meu Deus.
07:20Inclusive, até mandei essa imagem, não sei se vocês conseguem colocar.
07:24Dá pra ver a mordida, a boca inteira dela na minha costela.
07:27Caramba, meu.
07:28Essa mordida aí.
07:29Nossa.
07:31Dá pra ver a boca inteira dela.
07:33E aí, a primeira coisa que os terroristas fazem é jogar um gás.
07:36Um gás que em 30 segundos eu tentava puxar o ar, eu não conseguia.
07:41O meu corpo inteiro queimava.
07:44E olha isso.
07:45Nessa loucura toda, a única cena que veio na minha cabeça foi de um judeu esquelético indo pra câmera de gás.
07:54Que recordou o holocausto.
07:55Parecia que eu tava vivendo o holocausto.
07:57Eu tava morrendo com gás.
07:59Essa era...
07:59Eles jogaram gás pra as pessoas morrerem asfixiadas.
08:03E a menina que me mordeu caiu em cima da Rafa.
08:07O Hanani tentando...
08:09Eu e o Hanani tentando tirar a menina em cima da Rafa desesperados.
08:12A gente não conseguiu.
08:13Imagina a força que ela fez.
08:14Dois homens tentando tirar e não consegui.
08:17E aí eu olho pra cara do Hanani e ele faz uma cara de desespero.
08:21De eu preciso fazer algo.
08:24E ele começa a passar um monte de gente.
08:27E ele vai mais próximo da entrada.
08:29E aí os terroristas começam a atacar mais forte.
08:33Granadas.
08:33Olha lá, isso é você.
08:35É, a gente...
08:35Isso daí é dentro do bunker.
08:37Um pouquinho antes do estiroteio.
08:40A gente não tinha ideia que os terroristas tinham entrado em Israel.
08:42Até então a gente achava que era só foguetes.
08:44E a gente tava feliz.
08:47A gente tava numa festa, né?
08:48Então o Hanani me tranquilizava bastante.
08:51Falando que quando acabasse os foguetes a gente ia embora.
08:55Foi a primeira vez que aconteceu de terroristas entrarem em Israel da forma que entraram.
08:59E eles começaram a atacar mais forte.
09:01Com granadas, tiros, coquetel molotov.
09:03Eu vi as pessoas rezando.
09:07Morrendo.
09:09Eu vi um menino pegando granada e jogando pra fora de volta.
09:13Coisa de filme.
09:14Eu não tinha muita coragem de olhar.
09:17Eu ficava de olho fechado esperando morrer.
09:20E a minha ideia é que eu fale isso.
09:21Mas eu rezei muito pra morrer.
09:23Eu pedi muito pra Deus pra morrer.
09:26Porque...
09:28Você não ter saída é...
09:31É, é uma experiência...
09:32Desesperadora.
09:34Desesperadora.
09:35Desesperadora.
09:35E aí até que um dos momentos que eu olhei pro lado eu vi o Hanani sendo atingido.
09:40Eu não sei se foi uma granada ou um tiro.
09:43Eu não sabia, mas naquele momento o meu amigo morreu.
09:47Você chegou a ver as cenas que foram liberadas agora?
09:50Que o Netanyahu liberou agora?
09:51O QR Code, né?
09:52O QR Code, né?
09:53Eu vi pouco.
09:55Eu não tenho muita coragem.
09:57O que eu vi lá já é suficiente, né?
10:00O que que acontece?
10:01Eu fiquei...
10:02Depois disso tudo eu desmaiei.
10:04E quando eu acordei eu já tava embaixo de vários corpos.
10:06Fingindo de morto.
10:08Eu acordei automaticamente fingindo de morto.
10:11Eu rastejei pra cima dos corpos.
10:12Comecei em direção à entrada porque eu precisava respirar.
10:16Era insuportável o cheiro lá dentro.
10:18Eu não conseguia respirar.
10:20E eu nunca vou esquecer que quando eu rastejava, do nada, eu comecei a ver um brilho de um celular tocando.
10:27E eu ouvia ele vibrar.
10:28E eu de olho fechado.
10:30Eu peguei esse celular e joguei na parede.
10:32Porque eu tinha muito medo que eles vissem o celular e vissem que eu tava vivo.
10:36E hoje eu sei que era um pai ou uma mãe de um dos jovens que tava do meu lado.
10:40Ligando, tentando ver como eles estavam.
10:43E eles estavam mortos do meu lado.
10:45E aí eu continuo a rastejar e quando eu chego perto da entrada.
10:48Quando eu puxo o ar.
10:51Quando eu solto, eu faço xixi.
10:54Xixi de alívio.
10:55Por tá respirando.
10:58E por que que eu falo isso?
10:58Porque às vezes a gente reclama muito da vida, né?
11:03Mas a gente esquece de valorizar o básico.
11:06Pra tá vivo.
11:07Nossa senhora.
11:07E Rafael, só tava você vivo ali no banco?
11:11Eu achava que tava praticamente todo mundo morto.
11:14Eu ouvia muitos gemidos de dor.
11:17Mas o que que acontece?
11:19Pra mim, eu não sabia como que eu tava lá vivo.
11:22Era uma questão de tempo pra eu morrer, na verdade.
11:24Eu sabia que eu não ia sair de lá vivo.
11:26Eu não tinha essa certeza.
11:28Até que, do nada, entrou um menino.
11:31Ele começa a gritar algo.
11:32Eu não sabia se era um terrorista, quem que era.
11:34Eu abri o olho.
11:36Ele tava vestido normal, de civil.
11:38E aí eu falei, bom, é um terrorista.
11:40Ele me viu.
11:41Eu me levanto, com muita dor na perna.
11:43Porque eu fiquei prensado entre os corpos durante horas.
11:46E quando eu tô saindo do bunker, pra mim vem a pior cena de todas.
11:49Eu dou de cara com uma pilha de corpos pegando fogo.
11:53Eles pegaram os jovens que estavam comigo e colocaram fogo neles.
11:57Muitos deles, ainda vivos, colocaram fogo neles.
12:00Imagina então que além do gás, granada, tiros, a fumaça desses corpos entrava dentro do bunker.
12:08Ou seja, cheiro de carne humana queimando lá dentro.
12:11E a crueldade do terrorista, né?
12:14Total.
12:15E eles riam.
12:16Você não tá entendendo.
12:17Eu ouvi eles rindo, tendo prazer naquilo.
12:21Por isso que quando eu falo que essa guerra, as pessoas não entendem.
12:25Porque, obviamente, elas não conhecem um israelense, um palestino.
12:28Elas não sabem muito sobre essa guerra.
12:30Mas o que eu vivi é terrorismo.
12:34Não é causa.
12:34Eu imagino.
12:35Não é causa.
12:36Não é causa.
12:37E como é que você tá vendo esse movimento que a gente tem aqui de amigos do Hamas?
12:42Que o Hamas é...
12:43O Hamas tem toda razão.
12:45Que negam que isso aconteça.
12:46Exatamente.
12:47Que é um movimento político.
12:48É, se tornou política.
12:50Me incomoda muito quando eu vejo direita e esquerda tomando um lado como se fosse algo político.
12:56Não é.
12:57Terrorismo é contra a vida e acabou.
12:58Eu sou a favor da vida.
12:59Então quem é a favor da vida tem que ser contra o terrorismo.
13:03O Hamas é um grupo terrorista.
13:04O que eles fizeram de estuprar as meninas, esquartejar todas as estruturas, tudo que eu vivi,
13:11isso não é causa.
13:12De novo, não é política.
13:14É terrorismo.
13:14E aí, eu como brasileiro, que vivi a vida inteira aqui no Brasil, me machuca muito.
13:22Me machuca muito quando eu vejo o presidente pedir pra mim, como judeu, enviar uma carta
13:28ao Netanyahu.
13:29O Netanyahu não é meu presidente.
13:30Meu presidente tá aqui no Brasil.
13:32Ele tem que cuidar de mim.
13:34Então quando teve os voos da FAB, que eu peguei o último voo, o quinto, eu percebi uma diferença.
13:42É assim, foi um mês depois do atentado.
13:44Os aviões que vieram dos palestinos, ele foi receber.
13:48O que eu acho justo.
13:49São brasileiros e palestinos.
13:51Eu acho que ele tem que receber.
13:52Mas por que que o dos brasileiros e israelenses não foi recebido?
13:56Eu senti como se fosse um tapa na cara.
13:59Eu sou brasileiro.
14:01Eu sofri o que eu sofri.
14:02Eu não recebi uma mensagem, um e-mail, perguntando como eu tô, se eu preciso de algo.
14:07Virou política.
14:08E não é política.
14:09Não teve uma manifestação política do Brasil, né?
14:13Em relação a isso.
14:14O presidente, o que ele tá falando.
14:15Quando eles receberam, os palestinos que deveriam ser recebidos, não tem nenhuma carta.
14:20Não teve nada?
14:21Não mandaram nada pra você?
14:22Nada.
14:23Oferecendo ajuda pra minha mãe, tadinha.
14:25Pra os familiares do Hanani, da Bruna Baleano.
14:28De brasileiros que estavam nessa situação.
14:30E que faleceram.
14:31Gente, os brasileiros que faleceram lá não tiveram o devido respeito que deveriam ter tido.
14:41Eles são brasileiros.
14:42Ô, Rafa, eu tenho uma questão pra você.
14:43Que a gente teve Yom Kippur agora e teve atentados, né?
14:46Teve atentado lá na Inglaterra, né?
14:49E você sabe que, pô, você vai no Yom Kippur, a gente tá no Brasil, eu acho que eu nunca
14:52senti isso de ter medo de colocar uma kippah e sair na rua.
14:56E eu fui na sinagoga, tava com meu filho, foi a primeira vez que eu fiquei receoso, cara,
15:00de usar uma kippah sem estar dentro de uma sinagoga.
15:03Você tá sentindo no Brasil o crescimento também de antissemitismo por causa dessa situação?
15:09Com certeza.
15:11E isso, assim, é devido à questão política.
15:14E que não deveria ser.
15:16Porque eu, como judeu brasileiro, tô sofrendo ataque por uma guerra no Oriente Médio.
15:20O que que tem a ver as minhas atitudes?
15:22Eu comparo muito assim, a guerra da Rússia com a Ucrânia.
15:25A Rússia é um país cristão.
15:26Você vê os cristãos sendo atacados pelo mundo, pela guerra?
15:30Não.
15:31Por que que eu, como judeu, tô sendo atacado por uma guerra no Oriente Médio?
15:35Não faz sentido nenhum.
15:36Por que o cara culpa um presidente e tá culpando um povo?
15:39Exatamente.
15:40E, assim, Dani, a gente tem que colocar a nossa cara a tapa.
15:46Sim.
15:46A gente não pode ter medo do que a gente é.
15:49Exato.
15:51A gente é brasileiro, judeu e quer viver em paz.
15:54Então, assim, com tudo que eu passei eu poderia ter muito medo.
15:58Eu poderia...
15:59Se resguardar.
16:00Se resguardar.
16:01Eu dou palestras, vou em lugares que ninguém vai pra falar minha história.
16:06E sem medo.
16:07Sem medo mesmo.
16:08Porque, assim, eu acredito que se a gente tiver medo, a gente vai sofrer muito.
16:14Eu acho que a gente tem que lutar.
16:15O holocausto foi isso.
16:16Eu acho que os judeus não agiram.
16:19Então, a gente tem que agir.
16:21Tem que lutar.
16:22Porque, assim, o que tá acontecendo hoje no Brasil é surreal.
16:26É surreal.
16:27Eu fico muito chateado com um brasileiro judeu ter medo de viver no Brasil.
16:31Inclusive, a Rafaela, que tava comigo, ela não voltou até agora pro Brasil.
16:35Ela ainda tá lá e ela fala, eu tenho medo de voltar pro Brasil e ser atacada.
16:40Olha isso.
16:40Ela sobreviveu ontem, tava terrorista em Israel.
16:42É o trauma.
16:43E ela tem medo do Brasil.
16:45Que coisa, né?
16:46É porque você vê uma manifestação em rede social, né?
16:48O que a gente tá vendo.
16:49A bandeira do Hamas na rua.
16:50As pessoas não sabem o peso que é o grupo terrorista.
16:53Eu não sei se é verdade, mas eu vi vídeos de pessoas aqui no Brasil, de partidos polícipes
16:57comemorando.
16:58Sim.
16:5933 deputados assinaram uma carta.
17:01É ridículo.
17:02No dia, né?
17:03Dois anos depois, né?
17:04É, 33 deputados assinaram uma carta elogiando e falando que o Hamas estava certo.
17:08Como que eu, brasileiro, olho isso e falo, cara, você não tem ideia do que eu passei, né?
17:13Você não tem ideia do que é terrorismo.
17:15Porque, acho que se você vivesse um pouco do que eu vivi, acho que você iria se sentir
17:20mal.
17:21Porque, assim, eu vi a morte.
17:22Pra mim, eu morri e eu voltei.
17:24Eu morri e eu voltei.
17:26No final, gente, é tudo um só.
17:29O Hanani morreu, ele deixou tudo que ele conquistou, ficou.
17:34Não importa a sua ideologia política, a sua religião, sua cor, não importa.
17:39No final, a gente vai pro mesmo lugar.
17:42E é isso que eu tento passar pras pessoas.
17:45Por que vocês estão brigando enquanto vocês deveriam amar mais?
17:49Eu não tenho ódio, eu não tenho raiva e eu passei por tudo que eu passei.
17:53Eu não quero que os palestinos morram, eu não quero que tenha essa guerra.
17:58E por que você sente tanto ódio?
18:00Então, assim, pô, para pra pensar na vida, sabe?
18:05Reflete.
18:06Eu tava dançando e 40 minutos depois tentaram tirar minha vida da forma mais brutal possível.
18:11Aproveita a vida, perdoa, se perdoa, diga eu te amo.
18:17Porque a vida é uma só.
18:18A gente não sabe dia de amanhã.
18:20E a gente acha que essas coisas que a gente fica lutando são importantes.
18:25Não.
18:26A vida é muito mais importante que isso.
18:28Eu acho que quem sofreu, vocês que sofreram lá esse atentado, né?
18:32Essa coisa horrorosa, foi muito pouco falado, foi muito pouco mostrado no mundo inteiro.
18:39O que aconteceu com os reféns, quem são os reféns.
18:43Essa história que você tá contando, o seu testemunho, é muito importante para as pessoas
18:47saberem realmente o que é o Hamas.
18:49Porque a maioria das pessoas que tá aqui no Ocidente, tá na sua casa, olhando ali,
18:54aí sai como se fosse uma manifestação, como se estivesse fazendo uma coisa boa,
18:59defendendo o grupo terrorista, que só quer a morte.
19:02A base, a base, a base do terrorismo é a morte.
19:07É você...
19:08É não a existência.
19:09Exatamente.
19:09O que você acha de movimento de rede social, por exemplo, Flotilha?
19:14Você viu o que aconteceu da Greta?
19:15Você chegou a ver agora, é recente.
19:17A Greta, né, a turma lá que vai lá, gosta da lacração, ela postou uma foto, Emílio,
19:22falando, defendendo, né, os palestinos, só que era uma foto de um refém israelense.
19:30Ela teve que apagar...
19:31Você vê que o cara nem sabe o que ele tá lutando, ele nem sabe qual o lado que tá acontecendo.
19:35O que você acha desse movimento de rede social, que é onde acontece muito antissemitismo?
19:40Dani, eu vou ser sincero, cara.
19:42Depois do que eu passei, isso daí se torna tão pequeno.
19:47Tipo assim, quando eu vejo isso, eu falo...
19:50A pessoa não tem ideia do que ela tá lutando.
19:52Se ela estivesse em Gaza, ela não teria direito de ser mulher.
19:57Ela não teria direito de andar livre.
20:00Ela não teria uma pessoa...
20:02Sexualidade.
20:02Sexualidade.
20:03Uma pessoa que é homossexual em Gaza é jogada pela janela.
20:05E ela tá defendendo o Hamas que te mataria.
20:10Então assim, eu prefiro acreditar que é ignorância do que maldade.
20:15Porque assim, se não for ignorância...
20:19Ah, mas o trabalho da rede social é muito forte, Rafa.
20:22Pelo amor de Deus.
20:23Os caras conseguem criar as narrativas.
20:25Você vê lá no documentário que tem do dia 7 de outubro, que a gente viu das universidades americanas.
20:29Eles fazem um trabalho muito bom pra criar a tal dessa narrativa.
20:33Inclusive, por rede social, você também é embaixador de um projeto, não é?
20:36Do Pin for Peace.
20:37Ele tem a relação disso, né?
20:39Exato.
20:39Tem gente que fala que eu sou um ator dele.
20:41Que é um ator.
20:42Tem gente que fala que eu criei essa história.
20:44Eu tenho fotos, eu tenho vídeos, eu tenho tudo do que aconteceu comigo.
20:48Os próprios terroristas filmaram, né?
20:50E hoje eu sou embaixador do movimento Pin for Peace.
20:53Inclusive, eu trouxe o Pin pra vocês.
20:55Legal.
20:55Gostei de dar aí pra vocês.
20:59Você, Dani, aqui, ó.
21:00Muito obrigado.
21:01Aqui que eu tô usando, né?
21:02É um movimento...
21:03É, hashtag Pin for Peace.
21:05É um movimento criado pela Nathalie Klein.
21:07Uma ativista sensacional que luta contra o terrorismo e contra o antissemitismo.
21:13E hoje eu também sou palestrante e atuo como educador da organização Stand with Vans Brasil.
21:21Que é uma organização que busca educar.
21:24Porque realmente eu acho que educar é o caminho pra paz.
21:27Eu não acho que é brigar, discutir em rede social.
21:30Eu acho que é...
21:32Pô, eu ir numa escola e mostrar minha vivência, falar sobre trauma, sobre fazer mal pro próximo.
21:37Como isso não acrescenta nada, eu acho que é muito maior do que na Paulista falar...
21:42É...
21:44Vocês estão matando crianças.
21:47É uma guerra, gente.
21:48Eu tô...
21:49Eu vivi essa guerra.
21:50Eu poderia tirar isso e ser uma pessoa pior, mas eu tô tentando ser uma pessoa melhor.
21:54Por que que vocês não fazem isso também?
21:56Então, a minha luta hoje, minha causa é pra que realmente a gente consiga encontrar uma paz.
22:02Não só no Oriente Médio, como uma paz aqui no Brasil.
22:05Não importa se você é direita, esquerda.
22:08Não importa.
22:09No final, todo mundo vai morrer e vai pro mesmo lugar.
22:12Então, pra que brigar?
22:13Pra que esse...
22:15Eu entendo.
22:15Tem que ter essa questão.
22:17A gente tem que discutir política.
22:19Mas se tornar um ódio...
22:21Eu, pra mim...
22:22Eu que vi a morte e que...
22:24E que sei que...
22:25Nada disso vale.
22:26No final, nada disso vale.
22:28Muito bom, meu.
22:28Olha, queria agradecer muito.
22:30Queria agradecer...
22:31É, o depoimento...
22:33Bom, o Rafael...
22:34Eu vou passar tua rede social, se você me permitiu.
22:36O Instagram é arroba...
22:38É...
22:39Rafa Zimmerman.
22:41Rafa Zimmerman.
22:42Tudo junto.
22:43É o...
22:44Isso aí é...
22:47É o Instagram.
22:47É o Instagram, né?
22:48É o Instagram do Rafael que conversou aqui com a gente.
22:52Pô, obrigado, cara.
22:53Boa.
22:53Obrigado.
22:54Obrigado mesmo por ter vindo aqui.
22:56Eu acho importante a gente deixar essa...
22:58Essa mensagem aí pra todo mundo.
23:00Que a gente tá...
23:01A gente tá...
23:02Um momento, né?
23:02De paz, né?
23:03A gente vive esse conflito e sempre aqui o Brasil...
23:06A gente se deu tão bem sempre, né?
23:09Que isso não seja o novo Brasil, né?
23:12O novo Brasil, exato.
23:13Que não seja o novo Brasil.
23:15Muito bom.
23:15Obrigado, cara.
23:16Obrigado pelo espaço, gente.
23:17Valeu.
23:17Valeu.
23:18Obrigado.
23:18Vim for peace também, teu Instagram.
23:19É isso aí.
23:21Obrigado.
23:22Obrigado.
23:23Obrigado.
23:24Obrigado.
23:25Obrigado.
23:26Obrigado.
23:27Obrigado.
23:28Obrigado.
23:29Obrigado.
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