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Atxu Marimã sobreviveu à gripe que matou sua família depois que um ataque de onça os obrigou a fugir de seu grupo indígena na Amazônia — mas ele não pode voltar por medo de colocar seu povo em perigo. Em vez disso, ele se dedicou a fazer campanha para que as comunidades isoladas do Brasil sejam deixadas em paz.

Imagens: AFP

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#amazônia #sobrevivente #povos isolados

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Transcrição
00:01Atshu Marimã, Romerito e Arthur.
00:03Esses são os três nomes que este indígena já foi chamado ao longo de seus 40 anos.
00:09Nascido Atshu entre os Imerimãs, um grupo nômade do sul do estado do Amazonas,
00:13tornou-se Romerito quando foi submetido a trabalho infantil após fugir da floresta.
00:17Mas agora, para sua esposa e três filhos, ele é Arthur.
00:21Sua infância na floresta amazônica, como parte de uma das comunidades indígenas isoladas,
00:25oficialmente reconhecidas do Brasil, era de brincadeiras com os irmãos,
00:29danças com familiares, mas um episódio mudou tudo.
00:32Um dia uma onça atacou seu pai, que sobreviveu ao ataque,
00:35mas sofreu um ferimento grave na cabeça e começou a ter alucinações de que seus filhos eram presas,
00:41antas e porcos para caçar com flechas.
00:43Sua mãe fugiu com as crianças, deixando o companheiro morrendo em sua rede,
00:47acima de uma cova que haviam preparado para ele.
00:50A tragédia foi ainda maior depois que mãe, tia e vários irmãos sucumbiram ao que ele chamou de gripe.
00:56A minha família, a minha mãe, resolveu entrar em contato com o civilizado.
01:05E por fim, a gente saiu, saiu em contato com o civilizado e a gente ficamos nessas casas civilizadas.
01:24Passamos alguns meses dentro da casa civilizada, depois todo mundo adoeceu e por fim foi morrendo.
01:42Pegou uma grande gripe e depois morreram.
01:46Maria e mãe e quatro irmãos foram os únicos sobreviventes, espalhados entre famílias locais.
01:51Rebatizado como Romerito, sua família adotiva o obrigou a trabalhar em condições análogas à escravidão,
01:57até que ele partiu por volta dos 15 anos.
01:59Sua história se desenrolou de uma maneira que o afastou de sua família, lar, língua e cultura.
02:05Ele gostaria de voltar, mas teme colocar seu povo em perigo.
02:08Eu sou uma pessoa civilizada, eu me acho civilizada, não sou uma pessoa mais aquela pessoa do mato da selva.
02:18Isso aí, para mim, não vale a pena de eu entrar em contato com o meu povo.
02:25Porque se eu entrar em contato com o meu povo lá, para mim, eu acho que eu vou passar doença para eles.
02:32Então, eu acho que eu preferia não voltar para a mata.
02:39Hoje, Marimã se dedica a fazer campanha para que as comunidades isoladas do Brasil sejam deixadas em paz.
02:45O país abriga mais desses grupos do que qualquer outro,
02:48com 114 oficialmente reconhecidos como vivendo com pouco ou nenhum contato com o mundo exterior.
02:54Durante décadas, o Brasil incentivou o contato com essas comunidades,
02:57antes de reverter essa política em 1987, ao reconhecer a devastação que ela causava.
03:04Os marimães, antes disso, os marimães queriam entrar em contato.
03:14Mas, para hoje em dia, eles não querem mais entrar em contato,
03:18porque eles têm medo de ser massacrados, matados, principalmente assim.
03:25Como dizer, ser matados.
03:26Eles têm medo de ser atirados, porque os civilizados têm armas de fogo que matam.
03:35Atualmente, Marimã trabalha na Fundação Nacional dos Povos Indígenas,
03:39monitorando o território Imerimã, que o governo reconheceu legalmente em 2005.
03:44Ele fala com orgulho sobre seu trabalho de prevenção da pesca ilegal,
03:47dizendo que os responsáveis tentam invadir e não mostram respeito pela área.
03:51Apesar de diversas ameaças, os Imerimãs parecem ter crescido nos últimos 20 anos,
03:57desde que as incursões em seu território se tornaram ilegais.
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