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  • 3 weeks ago

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00:00In recent decades, the food is ultra-processed
00:02invaded the routine of the people who have a corrida life,
00:05or, the life of everyone.
00:07Do you eat bread in the morning in the morning?
00:09Well, know that this is an ultra-processed food.
00:12Do your children take chocolate for the school lunch?
00:15Or do your lunch at work is a congelation of those that sell to the market?
00:20Barbara Bloom reports.
00:21I'm going to inform you, but without noticing,
00:23maybe you're consuming high quantities of sodium and conservators.
00:28Embalagens com aviso de alto teor de sódio e gordura.
00:30O pacote colorido e as fotos de cereais e frutas
00:33muitas vezes nos enganam sobre a real composição daquele produto.
00:37Uma pesquisa do IDEC de 2015 mostrou que 32% das marcas de sucos
00:42tinham menos frutas do que o indicado nas embalagens.
00:45Em muitos casos, a composição desses alimentos
00:48é encabeçada por altas quantidades de açúcar,
00:51além de ter sal, conservantes e gordura.
00:53Acontece que eles são rápidos de preparar e de consumir,
00:57são práticos para carregar e às vezes são até gostosos.
01:00Mas o que de fato a gente está comendo quando a gente escolhe esses alimentos?
01:04Será que a gente está comendo comida de verdade?
01:07Prateleiras de supermercado, fatias de bacon na frigideira.
01:10Folha explica. Na fábrica, esteiras carregam latas de coca.
01:13Maria Alvin, nutricionista.
01:15Exatamente 2008, 2009, os pesquisadores estavam avaliando
01:19dados de consumo da população brasileira
01:21e observavam que os brasileiros estavam consumindo e comprando cada vez menos arroz, feijão, óleo, sal e açúcar.
01:31Naquela época a gente entendia já que açúcar, sal e gordura e óleos em geral faziam mal para a saúde
01:36e era o que a ciência da nutrição falava para a gente evitar.
01:39Se as pessoas estão consumindo menos esses produtos, o que que explica que os níveis de obesidade têm crescido no Brasil,
01:46que as doenças crônicas também estão no mesmo caminho, na mesma curva de crescimento, né?
01:50Foi aí que houve um clique e os pesquisadores perceberam algo que a gente já compreende
01:55de maneira um tanto quanto intuitiva hoje em dia, que é a gente não compra mais os ingredientes,
01:59mas a gente não deixou de consumir esses ingredientes porque eles estão embutidos nos produtos industrializados.
02:04Prateleiras de cereais matinais, biscoitos recheados e torradas.
02:07A forma de identificar se um alimento é ou não é ultraprocessado é olhando a lista de ingredientes no rótulo.
02:14Ela é sempre organizada do ingrediente que está mais presente até o que está menos presente.
02:18Bárbara.
02:19Quando identificamos nessa lista produtos químicos, cosméticos ou outras coisas produzidas somente pela indústria,
02:25é um indicador claro de que aquele alimento é ultraprocessado.
02:29Exibe uma caixa amarela.
02:30Vamos olhar o rótulo desse suco.
02:32Na embalagem dá para ver uma foto de um maracujá e está escrito que é cheio de vida.
02:37Mas, na informação nutricional, que é controlada por uma regulação bem mais rigorosa,
02:42a gente vê um cenário totalmente diferente.
02:45O primeiro é água, depois é açúcar, depois vem suco concentrado de maracujá,
02:50seguido por fósforo, vitamina C, aromatizante, regulador de acidez ácido cítrico e estabilizante goma xantana.
02:58Se todas essas informações estivessem bem na frente da embalagem, grande e de forma clara, será que você compraria esse produto?
03:05Fransia Testa, prateleiras de suco.
03:08João Pérez, diretor do portal Joio e Trigo.
03:10O que a indústria de interprocessados foi percebendo ao longo das décadas?
03:13Que trocando ingredientes integrais, ou seja, inteiros, por fragmentos de ingredientes,
03:18ela podia baratear muito esse processo.
03:20Baratear muito o custo quando você troca o leite por fragmentos de leite, por soro de leite, por coisas que imitam o leite.
03:26Ou quando você substitui massivamente vários ingredientes por farinha de trigo, açúcar, coisas que são obtidas de maneira muito barata.
03:34E na outra ponta, você vai poder cobrar um preço muito alto, porque são produtos que são únicos num certo aspecto.
03:41Então, sei lá, o miojo da Turma da Mônica, ele vai ser único para uma criança, ela não vai querer outro miojo.
03:46Então, a margem que você pode cobrar em cima dele é muito maior.
03:49Prateleiras com embalagens vermelhas de miojo da Turma da Mônica.
03:52E esse acho que é o segredo pelo qual os ultraprocessados se tornaram tão onipresentes,
03:57que também leva a gente para um caminho de difícil solução, né?
04:00Porque, por que a indústria vai voltar a usar ingredientes integrais?
04:06E por que ela vai abrir mão de fazer produtos que são muito subjetivos e que acabam criando uma relação de afeto com as pessoas,
04:13por produtos que sejam, digamos assim, mais comuns, né?
04:16Que tem mais a ver com a nossa cozinha de casa, coisas que a gente consegue fazer na nossa rotina e tal,
04:22e que, portanto, tem uma margem menor de lucro, né?
04:26Então, não faz sentido mais eu falar em fonte de carboidrato, fonte de proteína e fonte de lipídios,
04:31mas sim eu começar a olhar para os alimentos de acordo com o grau e o propósito de processamento industrial.
04:37E daí surge a classificação nova, que divide os alimentos em quatro grupos,
04:41sendo que o primeiro grupo é composto pelos alimentos menos processados
04:44e o quarto grupo pelos alimentos mais processados, que são os ultraprocessados.
04:47Tela dividida em quatro com desenhos de alimentos.
04:49O primeiro grupo são os alimentos in natura, ou minimamente processados.
04:54Eles são extraídos da natureza e consumidos na sua integridade.
04:58A gente tá falando de frutas, carnes, legumes, verduras e por aí vai.
05:02O segundo grupo traz os ingredientes culinários processados.
05:06Eles são extraídos da natureza, mas sofrem um refinamento.
05:09Manteiga, óleo, sal.
05:11Eles são usados para preparar os alimentos do primeiro grupo.
05:14A partir do terceiro grupo, a história muda.
05:17Aqui, os alimentos começam a ser, de fato, processados.
05:21Os alimentos processados, eles já sofreram alguma interferência
05:26de uma indústria de alimentos ou de um produtor de alimentos.
05:30Mas é importante perceber que, nos processados,
05:32eu só encontro ingredientes dos dois grupos que eu já mencionei.
05:36E, por fim, a gente chega aos alimentos ultraprocessados,
05:39que o próprio nome diz, né?
05:41Sofreram um processamento industrial de alta intensidade.
05:44Esses alimentos, eles têm pouco ou nenhum alimento natural,
05:48um alimento de verdade na sua composição.
05:51Se a gente pensa, por exemplo, um exemplo clássico de alimento ultraprocessado,
05:54é o salgadinho de milho.
05:56Que tem... Cadê o milho ali, né?
05:58Então, tem pouco ou nenhum milho na sua composição.
06:00Prateleira com doces, Pringles e balas Fini.
06:03Esses alimentos do quarto grupo têm saborizantes, texturizantes,
06:06coisas colocadas para dar mais crocância na hora de mastigar.
06:10Muitos também têm aromatizantes, corantes,
06:13um monte de maquiagens que não existiam antigamente,
06:16mas que tornam mais atrativa uma comida que não teria tanto apelo
06:20sem esse processamento.
06:21João.
06:22Quando a gente pensa na composição dos ultraprocessados,
06:25a gente está falando justamente sobre a autorização
06:29que a indústria ganhou ao longo do tempo,
06:32primeiro nos Estados Unidos e depois no mundo inteiro,
06:34de produzir produtos que possam ludibriar as pessoas.
06:39Então, você tem um iogurte que fala que é de morango e não tem morango.
06:42E também não tem leite.
06:43Um macarrão que diz que é macarrão,
06:46mas na verdade ele é um produto bem distante do macarrão,
06:50como a gente está acostumado.
06:51Você chega na prateleira do supermercado,
06:53vai ter lá mussarela e do lado o produto tipo mussarela.
06:58Qual a condição que a gente tem de ficar atento a esse tipo de enganação no dia a dia?
07:03Se a gente tinha um padrão de aceleração lá atrás,
07:06quando esses produtos começaram a entrar na vida das pessoas,
07:09nos anos 70, 80, isso fica muito mais dramático nos nossos tempos.
07:13A gente está muito mais acelerado, muito mais atarefado,
07:17muito mais precarizado nas nossas relações cotidianas.
07:20Então, acaba que o ultraprocessado se encaixa com perfeição.
07:23A promessa de um macarrão em três minutos não surgiu por acaso.
07:28Uma água fervente despejada sobre um miojo cru num prato.
07:30A gente tem hoje muita evidência produzida que mostra a relação
07:34do consumo exagerado de alimentos ultraprocessados
07:37e vários desfechos negativos em saúde.
07:39Que é o guia de associação já muito bem estabelecida
07:42entre o consumo desses produtos e ganho de peso.
07:45Diabetes, hipertensão, diversos tipos de câncer,
07:48transtornos mentais, como depressão.
07:51Que há mais de 32 desfechos negativos em saúde
07:55associados ao consumo exagerado de ultraprocessados.
07:58E o Guia Alimentar para a População Brasileira
08:01deixa bem clara que a recomendação é
08:03evite alimentos ultraprocessados.
08:05Ele não fala pode comer até dois por dia.
08:08Imagem do Guia destaca a frase evite alimentos ultraprocessados.
08:10Bárbara.
08:11O Guia Alimentar é um documento elaborado
08:13pelo Ministério da Saúde desde 2006.
08:15Ele traz um outro alerta relacionado
08:17ao consumo dos alimentos ultraprocessados.
08:19É uma espécie de efeito dominó.
08:22O alimento ultraprocessado, um puxa o outro.
08:24Quem come um lanche pronto de esquentar no microondas,
08:27geralmente toma junto um refrigerante
08:30e come de sobremesa, uma sobremesa pronta industrializada.
08:33Um homem com sobrepeso joga mostarda no prato.
08:35Na mesa, um hambúrguer e um copo de refrigerante.
08:36Eu acho que a gente tem um ambiente muito permissivo.
08:38A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Agricultura,
08:42que deveriam atuar, um no caso dos alimentos de base vegetal
08:45e outro no caso dos alimentos de base animal,
08:47atuando muito pouco.
08:48E aceitando que diante de uma situação social dramática
08:52que a gente tem vivido,
08:54que surjam produtos que aumentam esse grau de enganação.
09:00Se você começa a regulamentar esses aditivos,
09:03você começa a empurrar a indústria de volta para os processados,
09:06de volta para um lugar que seja seguro para consumo humano.
09:09Não tem nenhuma dúvida de que seria benéfico restringir a publicidade
09:14desses produtos em geral e especialmente voltadas ao público infantil.
09:18Tudo aquilo que possa ludibriar a criança,
09:21a gente tem muita evidência de que dos 0 aos 6 anos de uma maneira
09:25e dos 6 aos 12 anos de outra maneira,
09:27essa criança não tem ainda a condição completa
09:29de interpretar o que essa mensagem publicitária está querendo dizer para ela.
09:34Então, está lá a turma da Mônica no pacotinho,
09:37passando para ela uma mensagem de que aquele produto é bom para ela.
09:40A Mônica vai enganar? Não vai.
09:42E esse descompasso é gerado por quê?
09:44É gerado por uma situação de lobby,
09:46de controle dos espaços institucionais em que se vai discutir a política pública,
09:50para não haver, digamos assim, uma mobilização tão incisiva
09:55em favor da regulação dos ultraprocessados.
09:57Esse contexto social favorável é uma desregulação,
10:00que a gente não caminha em termos de políticas públicas.
10:03Na fábrica, latas de refrigerante deslizam sobre a esteira.
10:06Na tela, os créditos da reportagem.
10:08Audiodescrição, Melina Cardoso.
10:10Revisão, Felipe Oliveira.
10:11Edição de acessibilidade, Gabriel Moreno.
10:14Na hora de comprar um alimento, revise sempre o rótulo na parte de trás
10:18e veja qual que é o ingrediente mais presente naquele produto.
10:21Quanto mais estranho for o nome, maior a chance de ser industrializado.
10:25Pensa bem sobre quais são os riscos desse consumo
10:28e se você ainda tiver com dúvidas, pode consultar o Guia de Alimentação,
10:31que a gente deixou no link aqui embaixo na descrição do vídeo.
10:34Mais informações visuais na descrição deste vídeo.
10:37TV Folha.
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