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Em entrevista ao Fast News, Silvia Cazenave, coordenadora do grupo técnico de trabalho de toxicologia do CRF-SP, alertou que os sintomas da intoxicação por metanol são "semelhantes aos da embriaguez". O alerta é crucial, já que o metanol já causou duas mortes em São Paulo e 14 casos confirmados.

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Transcrição
00:00E a gente continua falando sobre esse assunto, inclusive a gente destaca essa segunda morte que a Camila acabou de citar de novo que foi confirmada
00:09e novos números que foram trazidos aqui pela Secretaria Estadual de Saúde que apontam então que a gente tem também 14 casos confirmados
00:18que essas duas mortes são de homens de 46 e 54 anos aqui da capital paulista.
00:25Nós temos ainda outros 148 casos em investigação e desses sete são óbitos também que estão sendo investigados aí não só na capital
00:33mas também em outras cidades como São Bernardo do Campo e também Cajuru, por exemplo, investigam óbitos nesse sentido todos de homens.
00:42E o Ministério da Saúde confirmou então também neste sábado a aquisição de um reforço no estoque de antídotos
00:48utilizado no tratamento de intoxicação por metanol no Brasil.
00:52A medida visa garantir a disponibilidade imediata de recursos para os centros de referência em toxicologia espalhados pelo país.
01:01Sobre o assunto a gente já falava aqui então nós vamos conversar agora com a coordenadora do Grupo Técnico de Trabalho de Toxicologia
01:09do Conselho Regional de Farmácia aqui do Estado de São Paulo, Silvia Cazenave.
01:15Boa tarde, Silvia. Muito obrigada por nos atender aqui no sábado.
01:18Boa tarde, é um prazer estar aqui com vocês, podendo esclarecer algumas coisas que a população ainda desconhece.
01:26Silvia, eu queria, claro, começar essa entrevista, infelizmente a gente confirmando essa segunda morte aqui em São Paulo pela intoxicação
01:33e falar um pouco do que as pessoas podem fazer, tem uma situação de risco agora aqui em todo o estado e no Brasil,
01:41as pessoas se sentem medo, é fim de semana, se a gente puder dizer, dar uma orientação mesmo melhor
01:47para a gente começar essa entrevista do que fazer, quais são os sintomas, o que procurar
01:51e o que fazer a partir do momento que sentir algum tipo de sintoma.
01:54Infelizmente, os sintomas da intoxicação por metanol, eles são muito semelhantes a um sintoma de embriaguez
02:02por álcool convencional, por etanol, né, das bebidas que as pessoas estão acostumadas a ingerir.
02:09Então, é muito importante que se levante a possibilidade de intoxicações,
02:15porque como esses efeitos iniciais principalmente são muito parecidos,
02:19as pessoas acabam subestimando a possibilidade da intoxicação.
02:24Uma outra questão é que o tempo de atendimento, ele também tem uma diferença.
02:30No caso da intoxicação por etanol, por álcool, né, das bebidas convencionais,
02:36uma intoxicação, ela precisa de um tratamento simples, sintomático, né,
02:42só para amenizar os sintomas da embriaguez e aguardar um tempo que o próprio organismo
02:48ele acaba eliminando esse álcool.
02:51No caso do metanol, não.
02:53Os sintomas, quando eles começam a aparecer, é importantíssimo que as pessoas se dirijam
02:59a um setor de saúde especializado, um hospital especializado,
03:05para fazer o atendimento e para receber o antídoto.
03:09A facilidade de obtenção do antídoto e a aplicação desse antídoto,
03:14ele é fundamental no tratamento e na recuperação desse paciente.
03:18Então, a gente, a primeira coisa que tem que fazer é não subestimar.
03:23O que nós estamos presenciando nesse momento é um número enorme de casos,
03:30não é usual.
03:31Isso, embora falsificação de bebidas, adulteração de bebidas,
03:38contrabando, sejam coisas que acontecem há muito tempo,
03:42elas fazem parte aí do nosso dia a dia,
03:46nunca foi tão frequente, nunca foi tão intenso o número de casos,
03:51tão numeroso e nem com tantas consequências fatais.
03:56Então, eu acho que a gente não pode subestimar nesse momento,
03:59enquanto população e enquanto equipes de saúde, tampouco.
04:04As equipes de saúde têm que estar atentas,
04:06porque elas não podem achar ou receber um paciente
04:09como se ele estivesse apenas embriagado com o etanol.
04:13A gente tem que levantar a suspeita,
04:14por isso também que o número de casos vai aumentar mais,
04:18porque à medida que a população for conhecendo esses sintomas
04:24e for pensando que pode ter acontecido uma intoxicação por uma bebida contaminada,
04:29então, essa própria pessoa que vai perceber nela
04:35efeitos mais intensos, mais exacerbados,
04:38também já vai sofrer um alerta nela,
04:41ela também vai ter medo e vai querer se dirigir a um hospital,
04:45um pronto-socorro, enfim, a uma unidade básica de saúde
04:49para poder ser atendido e verificar se existe ou não a contaminação por metanol.
04:54E isso só pode ser feito com análise clínica e com análise toxicológica.
05:01Então, exames de sangue e urina têm que ser feitos
05:03para detectar a presença de metanol ou não.
05:07Fora isso, observar a bebida, as garrafas,
05:11eu acho que é uma coisa que a gente tem que fazer,
05:14que as pessoas têm que fazer, mas que é muito difícil,
05:17porque essa observação, para verificar se aquela garrafa
05:23é original, se o rótulo é original ou se o lacre está bem colocado,
05:29isso é uma perícia criminal, inclusive.
05:31O Instituto de Criminalística com certeza está fazendo
05:34essas perícias nas garrafas que estão sendo apreendidas.
05:37Então, para a população leiga, isso é mais difícil de fazer.
05:42Por isso, algumas pessoas estão aconselhando a cuidar
05:46para não ingerir bebidas durante esse período
05:50em que as pessoas estão investigando de onde veio essa contaminação.
05:54Realmente, ela é uma contaminação que não é usual,
05:59dado o número de pessoas nesse curto espaço de tempo.
06:03Então, é importante que as pessoas, nesse momento,
06:06tenham mais atenção e, se possível,
06:08não ingiram bebidas destiladas,
06:11porque elas estão sujeitas à contaminação
06:14que a gente, infelizmente, não sabe a origem ainda.
06:19Então, até que se investigue,
06:21até que se consiga detectar qual é a fonte,
06:25qual é o caminho dessa contaminação.
06:29Então, é importante que as pessoas prestem atenção nisso.
06:31Silvia, e o Conselho de Farmácia aqui de São Paulo
06:36tem entrado em contato com conselhos de outros estados?
06:39Há uma conversa?
06:40Porque, pelo que eu entendi,
06:40você imagina que o número de casos vai aumentar
06:42e, com isso, pode ser que a gente tenha um aumento ainda
06:45de número de mortes?
06:48É possível.
06:49É possível.
06:49Porque se a contaminação estiver em concentrações muito elevadas
06:56e as pessoas continuarem fazendo ingestão das bebidas
06:59como estão acostumadas,
07:02então é possível que tenha morte.
07:04E essas mortes,
07:06porque a morte é o desfecho pior e o último,
07:10mas a gente tem dados,
07:13tem sequelas importantes
07:15nesse processo de intoxicação,
07:17como, por exemplo, a questão da visão, né?
07:21Então, como o produto de biotransformação do álcool,
07:24que é o ácido fórmico,
07:26ele vai atingir justamente o nervo óptico,
07:29então, nesse processo de intoxicação,
07:32você pode ter pessoas que tenham
07:33esse tipo de efeito manifesto também, né?
07:37Ou antes, inclusive, de outros efeitos.
07:40Mas que são vários efeitos que são nocivos.
07:42Então, o que está sendo feito?
07:45Primeiro, existe a necessidade de que as pessoas
07:49sejam encaminhadas para unidades especializadas.
07:53Existe a necessidade da análise toxicológica em sangue e urina
07:57para detectar e a aplicação do antídoto,
08:00que tem que ser de forma especializada também, né?
08:03Nós temos dois tipos de antídoto.
08:05O governo federal está fazendo a aquisição do antídoto,
08:08que é referência internacional.
08:11Então, é super importante.
08:12no número de casos que nós tínhamos antes.
08:16Muitas vezes, o antídoto que a gente tem aqui,
08:18que é o etanol absoluto,
08:20ele era suficiente para a maioria dos casos,
08:24que era um número pequeno,
08:25mas nessa situação atual agora,
08:29é importante que o governo adquira
08:31o Fomebizol, que é o de referência principal, né?
08:40Então, as farmácias, principalmente as farmácias de manipulação,
08:46elas podem fornecer os medicamentos que são mais convencionais,
08:52que é o caso do álcool do etanol absoluto, né?
08:55E a recomendação é o encaminhamento para o hospital, né?
08:59Que as pessoas tomem cuidado com aquilo que elas estão ingerindo.
09:03E a investigação, ela precisa acontecer
09:06através da identificação do caminho
09:09que essa bebida está fazendo,
09:11essa contaminação está fazendo.
09:13Então, o estado de São Paulo é o maior, né?
09:16A gente já tinha mencionado isso desde 2003,
09:20que nós estávamos notando um aumento
09:22das intoxicações fatais entre pessoas em situação de rua
09:26por causa do metanol.
09:28Então, isso é uma coisa que já estava acontecendo.
09:31Infelizmente, não houve investigação,
09:34ou não houve atenção para essa situação.
09:39E a gente agora está sentindo,
09:41vendo que realmente as fiscalizações
09:44que estão sendo feitas agora,
09:47estão mostrando o número de lugares
09:49que você encontra bebidas falsificadas,
09:52que você encontra laboratórios.
09:54Então, isso aumentou bastante a investigação,
09:57a fiscalização pela vigilância,
10:00e é nesse cenário que a gente vai ter que tomar cuidado agora.
10:04Perfeito.
10:05Silvia, muito obrigada pelo seu tempo aqui.
10:07A gente conversou, então, com a Silvia Cazenave,
10:11que faz parte do Conselho Regional de Farmácia
10:13aqui do estado de São Paulo
10:15sobre os casos de metanol.
10:16Silvia, muito obrigada pelo seu tempo.
10:19Eu que agradeço.
10:20Boa tarde para vocês.
10:21Tchau.
10:23Tchau.
10:23Tchau.
10:24Tchau.
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