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O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que terá uma reunião com Luiz Inácio Lula na próxima semana. O encontro deve tratar das retaliações impostas ao Brasil e reforça a importância do diálogo entre os dois líderes. Marcus Vinicius De Freitas, professor de relações internacionais, participou do Morning Show e falou sobre o assunto.
Entrevistado: Marcus Vinicius De Freitas

Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/VX_onZZpf6w

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00:00Meus amigos, eu não poderia deixar de iniciar o programa de hoje,
00:03a não ser repercutir a possível início, por que não, de uma nova amizade?
00:09Ou será apenas uma armadilha que foi posta?
00:12Claro que eu me refiro ao presidente americano Donald Trump e o presidente brasileiro Lula,
00:17quem, será que teve ironia nas falas do presidente americano?
00:21Será que realmente foi um gesto ali de um trevo de paz,
00:24uma possibilidade de iniciar uma relação de fato?
00:26Ao citar no plenário das Nações Unidas, o presidente americano citou ali o abraço,
00:31uma química, até pintou um clima, pelo ver, tá aí?
00:34Entre os dois, quem sabe até um encontro de ambos os chefes de Estado,
00:40americano e brasileiro, na semana que vem, a ver.
00:43Mas há quem acredite que essa pode ser apenas uma aproximação genuína
00:47e que poderia colocar em xeque o esforço de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos,
00:53até então, sempre se apresentando como o único interlocutor com a Casa Branca e o Departamento de Estado, né?
00:59Mas pode ser também uma armadilha no estilo Zelensky, no estilo Ramaposa da África do Sul,
01:04com o Trump dando um belo chega-palar no presidente Lula, a ver.
01:08O que a gente pode esperar, afinal de contas?
01:09Será que o fim do tarifácio se aproxima?
01:11Ou será que é uma estratégia de Trump para seguir minando Lula em ano pré-eleitoral aqui no Brasil?
01:15Claro que eu estou ansioso aqui para ouvir a nossa bancada.
01:19Vamos começar com Mano Ferreira.
01:20Marinho, eu diria que quem disser que sabe, está mentindo.
01:24Total.
01:24Porque se tem algo que a gente pode ter certeza sobre o presidente Donald Trump é que ele é imprevisível.
01:32A única coisa previsível sobre ele é a imprevisibilidade.
01:35Exatamente.
01:36Por um lado, é fato que ele já armou arapucas para chefes de Estado, como você já citou.
01:43Por outro lado, também é fato que ele sempre valorizou a sua, digamos assim, o seu instinto.
01:51Então, quando ele fala que teve uma intuição, a sua intuição é a melhor palavra.
01:57Quando ele fala que teve uma excelente química com o presidente Lula e que ele só faz negócio com quem ele gosta,
02:05porque quem ele não gosta, ele não gosta, isso pode significar, sim, uma abertura.
02:12A gente só vai saber com as cenas dos próximos capítulos.
02:16Aí, depois, os engenheiros de obra pronta vão dizer,
02:20ah, eu sempre disse que era isso ou sempre disse que era aquilo.
02:24Mas a verdade é que Donald Trump é imprevisível e isso, por si, gera todo esse caos que a gente tem assistido na política internacional.
02:34Então, não dá para saber o que vai acontecer.
02:37Dá para saber que, do lado brasileiro, todos os esforços serão para tentar evitar que o presidente Lula seja colocado numa saia justa.
02:45E isso ficou flagrante, escancarado com a entrevista que o chanceler Mauro Vieira deu à já famosa,
02:52aclamada jornalista americana Christine Amanpour,
02:55onde ele basicamente disse, não, pode ser uma ligação, pode ser uma videoconferência,
02:59e olhe lá, para mitigar qualquer chance de tomar um passa-fora em cadeia internacional.
03:06Jesse Peixoto, agora, o Trump dizer que em meros 20 segundos pintou já um clima,
03:11uma química foi criada entre os dois, acho que nem no Tinder o match é tão rápido assim.
03:16De qualquer forma, foi o que ele disse.
03:18De novo, se tem uma coisa previsível sobre o presidente Trump, é a sua imprevisibilidade.
03:23O que você acha?
03:23E os discursos ruins também.
03:26São duas coisas previsíveis.
03:27Yes!
03:28Total loser.
03:29She's a loser.
03:30Então, mas eu acho que se ele me contrasse, ele ia gostar de mim em 20 segundos também.
03:33Ele ia ter uma química.
03:3425!
03:3525!
03:3625!
03:37Mas aqui, a gente também precisa ver que teve uma consequência muito grande, assim, no escopo político.
03:43Porque toda a construção narrativa da oposição nos últimos tempos,
03:46principalmente aí do Eduardo Bolsonaro,
03:48tem sido em torno da figura ali do Donald Trump como um forte apoiador.
03:52E, de repente, ele encontra o dito algoz do ex-presidente Bolsonaro e chama ele de um ótimo cara,
04:00diz que vai encontrar, diz também que ele só conversa com pessoas que ele gosta e ele gostou do Lula.
04:06Então, assim, foram várias situações ali que geram um certo desconforto,
04:11que está tendo até uma tentativa de dizer que foi estratégico, que é isso, que é aquilo,
04:15mas que, no geral, passa uma imagem de não tão força assim,
04:18em relação à questão política do Brasil e a visão do Lula como um inimigo.
04:23O Trump não tratou o Lula como um inimigo.
04:25E, diferente até de arapucas, como Zelensky,
04:29eu não acho que foi necessariamente uma arapuca,
04:31mas eu acho que ali os Estados Unidos entregam cheques, assim,
04:34não acho que tem que defender a Ucrânia, mas cheques gordos, assim.
04:39Já no nosso caso, se a gente for olhar,
04:41a gente tem uma relação comercial em que eles ganham até mais do que nós,
04:44nessa lógica, as exceções foram grandes.
04:47Então, a gente viu a laranja saindo, a gente viu vários produtos saindo.
04:50Agora, o fato é, o ministro Mauro falou sobre isso,
04:54falou, como você bem disse, sobre encontrar, sobre esse encontro,
04:57e que vai existir alguma coisa.
04:59E eu acho que isso é um grande avanço em relação a uma necessidade do Brasil,
05:03que é acabar com o tarifácio ou diminuir o tarifácio,
05:06que me parece muito mais provável.
05:08Então, assim, não sei o que foram esses 20 segundos.
05:11Eu fiquei com um pouco de dúvida se o Donald Trump escutou o conteúdo
05:15do discurso do presidente Lula,
05:17porque se ele estava na salinha ali, talvez não tivesse tradução.
05:21Talvez ele próprio não ligasse o suficiente para prestar atenção.
05:24Porque foi engraçado, porque foram críticas duras, contundentes, fortes,
05:28e, de repente, esse cara é maravilhoso, vamos nos encontrar.
05:32Então, ontem, o Lula saiu ganhando.
05:34O Lula fez questão de mostrar a foto ali do presidente Trump acompanhando.
05:38Até ontem a gente repercutiu isso, né, no Morning, logo depois da fala do Trump,
05:43dizendo, será que ele realmente observou todo o discurso do Lula?
05:47Porque fez diversos apontamentos em relação às big techs, à soberania.
05:53Então, foi assim, um amplo discurso.
05:55Eu não sei se ele estava prestando muita atenção.
05:57Eu acho que ele não prestou.
05:58Isso pode virar uma anedota histórica engraçadíssima.
06:00A escada rolando é quebrada.
06:03Foi o que o Fabrício falou aqui ontem.
06:04Talvez possa...
06:05O que é o efeito borboleta, mano, para quem não sabe?
06:07Pois é.
06:08É quando um pequeno acontecimento tem um desencadear de outros acontecimentos
06:14que mudam o rumo da história.
06:16E é possível que a escada rolando é quebrada,
06:19que evitou que o presidente Donald Trump chegasse
06:22até o auditório onde o presidente Lula discursava.
06:25Durante o discurso, tenha evitado um certo climão
06:30que depois ajudou a pintar o clima
06:32e talvez tenha aberto possibilidades de negociação.
06:36Basicamente, uma escada rolante deficitária, deficiente,
06:40emperrada em Nova York
06:41pode ter salvo a balança comercial do setor cafieiro brasileiro.
06:47É o que a gente pode dizer.
06:48O Deus é brasileiro, né?
06:48A ver.
06:49Mas vamos tentar entender aqui, pessoal.
06:51Dez horas e dez minutos?
06:52Até porque quem ficou animado com essa possível química
06:55e com um aceno
06:56fez até uma galhofa, uma brincadeira pontual.
06:58Ele foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
07:00que não resistiu.
07:01Vamos conferir.
07:02Agora o companheiro Trump parece que gostou do companheiro Lula
07:06e vão começar a ver uma química
07:09e acho que eles vão começar a conversar, né?
07:13E falar de coisas que realmente importam, né?
07:16Bom, eu confesso que eu não sei como o áudio chegou
07:19até a nossa amada audiência,
07:21mas parecia que o Haddad estava dentro de um aquário,
07:23mas de qualquer forma ele se referiu ao presidente Trump
07:26como companheiro Trump.
07:27Se isso vai dar alguma coisa, a ver.
07:29Eu confesso a vocês que eu estava com a missão
07:31de fazer a tradução simultânea do discurso do Trump ontem.
07:36No mínimo, vai, com um imprevisível,
07:40volto a dizer novamente.
07:42Agora, eu confesso que na hora que ele citou o presidente Lula,
07:44você viu a surpresa com a qual a comitiva brasileira
07:48também se defrontou com aquela menção,
07:50até porque, enfim, todo mundo ali procurando ali
07:52o material ali de tradução para botar no ouvido imediatamente
07:55para o Lula sendo cutucado, a Janja também,
07:58para eles perceberem que eles estavam sendo citados.
08:00Eu também, fazendo a tradução aqui,
08:02até levei meu tom de voz,
08:03eu também fui pego de surpresa,
08:05quase que eu mandei um Faustão.
08:06Alô, galera!
08:07Eita, porra!
08:08Mas, enfim, foi impressionante, foi imprevisível,
08:10foi uma surpresa a ver como isso se dará na prática de fato.
08:12Eu tenho uma crítica na sua tradução,
08:14porque eu acho que faltou um pouquinho mais de paixão
08:16nessa parte, assim.
08:17Faltou, né?
08:18A gente não viu verdade nessa hora.
08:20Parecia que você não estava...
08:21Nossa!
08:23Esse é o problema aqui, né, pessoal?
08:25Porque você dá a mão, eles já querem o braço.
08:27De qualquer forma, tem até essa foto que o David mencionou,
08:30essa foto já icônica, por que não,
08:32do próprio Trump presenciando, acompanhando, né,
08:37a íntegra do discurso do presidente Lula
08:38minutos antes de tomar o palco.
08:40Temos aí, minha diretora, ali?
08:41Não podemos projetar?
08:43Enquanto a gente já prepara...
08:44Você está olhando para uma tela,
08:45você está tentando prestar atenção,
08:47mas sua cabeça viaja.
08:48Então, isso pode ter acontecido.
08:50E até é interessante ver a reação da delegação dos Estados Unidos
08:54em relação a isso.
08:56Porque o Marco Rubio, ele estava com uma cara meio incrédula.
08:58Com muito feminino.
08:59Eu acho que as pessoas que escutaram...
09:01Ele menos.
09:02Ele até, como eu acho que é um cara político,
09:04mais experiente e tal,
09:06ele manteve o sangue frio,
09:07acho que ficou um pouco inabalado.
09:08Quem realmente não resistiu e demonstrou a insatisfação
09:12foi o secretário do Tesouro, Scott Besson,
09:14que está conduzindo todas as sanções
09:16a nível pessoal e individual
09:18com as Magnitsky Laws, né?
09:19Então, é importante a gente levar esse encontro.
09:21Ele não conseguiu esconder.
09:23Parecia que tinha chupado o limão.
09:24E eles tinham escutado,
09:25porque eles estavam lá sentadinhos, então...
09:28A questão do TP também, né?
09:30Que é o teleprompter,
09:31onde ele vai lendo as informações.
09:32O Lula leu todo o discurso,
09:34por isso que falou sobre várias questões,
09:36porque não fica perceptível para a gente,
09:38mas ali, para quem está no púlpito,
09:41ele está lendo o discurso.
09:42E aí teve esse problema também relacionado.
09:43Aí, no improviso,
09:45o presidente americano acabou citando o presidente Lula.
09:48Mas mesmo no improviso,
09:50a gente vê ali...
09:52Nunca, pelo menos,
09:54foi surpresa para o Marinho,
09:55para todo mundo, para os ministros,
09:57mas eu acho que ninguém esperava
09:59que ele, mesmo no improviso,
10:01tivesse ali uma menção à palavra do Lula.
10:05Alguém já até tinha citado
10:06que foi uma das poucas vezes
10:07que o presidente Trump fala o nome Lula,
10:11fala, se direciona a ele como presidente.
10:14E o que me chamou a atenção
10:15é que ele fala,
10:16ele gosta de mim,
10:17e eu também gosto dele.
10:18E eu nunca vi em nenhum momento
10:20o presidente Lula dizer
10:22que gosta do Trump.
10:23A gente sabe que ele tem ali
10:25uma questão de soberania,
10:28ele fala,
10:28mas ele nunca falou,
10:29eu gosto do Trump.
10:30Ele fala que está sempre aberto ao diálogo,
10:32e o Trump fala no seu discurso,
10:33ele é um cara legal,
10:34eu gosto dele,
10:35e em 39 segundos,
10:37eu gostei dele também.
10:38E o que não foi esperado,
10:39e eu acho que vocês também
10:40devem ter percebido,
10:41que ele dirige a mão
10:42e ele vai dar um abraço.
10:43E não é muito também
10:45a questão de abraçar, né, gente?
10:46O americano, pelo menos eu acho,
10:48que eles têm mais uma questão, assim,
10:50mais distante,
10:51mesmo de estados, né?
10:53Eu imagino que,
10:55dado o efetivo imenso ali
10:57de jornalistas por todo canto,
11:00eu imagino que se realmente
11:01tivesse no script,
11:02ou se houvesse de fato
11:04essa possibilidade ali
11:05no protocolo de transição
11:06do Lula saindo
11:07e do Trump entrando,
11:09que provavelmente teríamos
11:10uma foto desse encontro,
11:11mas realmente me parece
11:12que foi totalmente circunstancial,
11:14não planejado,
11:15por isso não temos
11:16uma recordação disso,
11:18até porque vai ficar
11:18a palavra do Trump
11:19contra do Lula,
11:20ou então não sabemos
11:21até que ponto
11:22houve esse afago
11:23entre eles, de fato.
11:25De qualquer forma,
11:26é importante a gente
11:27levar isso em conta
11:27que eu acho que o Trump
11:28não é uma pessoa ideológica,
11:30ele é uma pessoa transacional,
11:32fez afago
11:33a diversos chefes de Estado
11:35de esquerda ao longo
11:36dos seus mandatos,
11:37eu lembro aqui muito bem
11:38do López Obrador,
11:40presidente esquerdista
11:41ali do México,
11:42que ele sempre tecia elogios,
11:44de qualquer forma,
11:45a ver como isso vai se dar,
11:46e eu gostaria de projetar
11:48aqui a imagem,
11:48que já é icônica,
11:50de fato o Trump ali segurando,
11:51para todo mundo
11:52que está nos ouvindo
11:52pela rede Jovem Pan de Rádio,
11:53basicamente uma foto
11:54nos bastidores,
11:55ali imagino que no camarim
11:56da ONU,
11:57Trump segurando
11:58o seu discurso,
12:00que ele até levou
12:01o papel físico em mãos
12:02para poder ler
12:03e ter como ponto de apoio,
12:04imagina se não tivesse levado,
12:05e ele ali
12:07olhando o presidente Lula
12:09com a sua já tradicional
12:11gravata com as cores brasileiras,
12:13que ele utilizou
12:14desde a comitiva
12:15que anunciou
12:16as Olimpíadas
12:17no Rio de Janeiro
12:18em 2016,
12:19Sérgio Cabral
12:20ficou também notório
12:21por ter usado
12:22essa gravata,
12:22de qualquer forma,
12:23ela permanece aí
12:24no palco internacional,
12:26na indumentária
12:27do presidente Lula.
12:28De qualquer forma,
12:29eu vou aqui acionar
12:29quem entende do assunto
12:31e com certeza
12:31vai agregar muito
12:32aqui na discussão,
12:33que é o professor
12:34de Relações Internacionais
12:35Marcos Vinícius de Freitas
12:37para tentar entender
12:38o Brasil
12:39nesse mundo que vem,
12:41certo?
12:42No tabuleiro
12:42do Geopolítico Global.
12:44Professor,
12:44muito obrigado
12:45pela presença.
12:47Eu gostaria de ouvi-lo
12:48até no sentido
12:49de que há uma regra
12:51quase na vida,
12:52nos negócios,
12:52na política,
12:53no capitalismo como um todo,
12:55que o lucro
12:56que você pode colher
12:57é diretamente proporcional
12:59ao risco que você toma,
13:01certo?
13:01O que eu quero dizer com isso?
13:02O risco que você pode tomar
13:04pode vir a gerar lucros
13:06até maiores do que
13:07se você não tivesse tomado
13:09esse risco.
13:10E claro que esse risco
13:10está posto nessa relação
13:12conturbada.
13:13O próprio presidente Zelensky,
13:14que teve aquele passa-fora,
13:16enfim,
13:16que todo o planeta viu
13:18com o presidente Trump,
13:19o vice-presidente Vence,
13:20ali no salão oval
13:21da Casa Branca,
13:22acaba que acelerando
13:23na linha do tempo hoje,
13:24ele tem cada vez mais
13:25o respaldo do Donald Trump,
13:27ou seja,
13:27foi resiliente,
13:28segurou aquele primeiro impacto,
13:29aquele tranco,
13:30e agora está colhendo
13:31os dividendos disso.
13:32Você acha que é uma estratégia
13:33que pode ser considerada
13:36pela chancelaria brasileira
13:37e pelo presidente Lula?
13:38Bom dia.
13:41Bom dia,
13:41é um prazer
13:41conversar com você sempre.
13:43Eu acho que é o seguinte,
13:45o encontro ali
13:48era muito provável
13:50de acontecer,
13:51afinal,
13:52um presidente
13:52segue o outro.
13:54Então,
13:54a possibilidade
13:55de acontecer isso,
13:57eu acredito que até
13:57estava já sendo prevista
13:59pelos norte-americanos
14:01nessa situação
14:02e que poderia
14:02eventualmente acontecer.
14:04Então,
14:05nós não podemos
14:06entender que
14:07no caso
14:09dos Estados Unidos,
14:10as coisas são sempre
14:11muito bem
14:12coreografadas,
14:13naquilo que querem
14:14transmitir,
14:15naquilo que podem fazer.
14:17Agora,
14:17existe uma coisa
14:18que você mencionou
14:19e aqui é importante
14:20falar,
14:21é que a relação
14:23esse tarifácio,
14:2450%,
14:25na relação
14:26Estados Unidos
14:27e Brasil
14:27é completamente
14:28injustificado,
14:30porque os Estados Unidos
14:31têm aí
14:32uma balança comercial
14:34favorável com o Brasil
14:35e não há nenhuma razão
14:37para que o Brasil
14:38sofra
14:39esse tipo
14:40de embargo,
14:42basicamente,
14:43que é
14:43essa questão
14:44dos 50%.
14:45e os Estados Unidos,
14:48por incrível que pareça,
14:48também perdem
14:49aí nesse processo
14:50todo.
14:52Já tem muita crítica
14:53nos Estados Unidos,
14:54por exemplo,
14:54que o preço do café
14:55subiu 5 dólares,
14:57né?
14:58E o americano,
14:58hoje em dia,
14:59toma muito café
15:00comparado àquilo
15:01que ele fazia
15:02no passado.
15:03E o que foi importante
15:05nesse processo todo,
15:06viu, Marinho,
15:07é que os Estados Unidos,
15:09e particularmente
15:10o presidente Trump,
15:11ele não gosta
15:12e ele não aceita
15:14subserviência.
15:15E talvez o
15:16consideramento
15:17do presidente Lula
15:18evidenciou
15:20uma ausência
15:21nesse sentido,
15:23né?
15:23Ele não foi subserviente
15:24como a maior parte
15:25dos países fez
15:26e aqueles que foram
15:28os mais subservientes
15:29e que aceitaram
15:30ali a imposição
15:32foram os que tomaram
15:33ali a grande paulada.
15:35Se você pensar,
15:36os europeus,
15:37que são o principal
15:38parceiro econômico
15:39dos Estados Unidos
15:40em toda situação,
15:41receberam aí
15:42um tratamento
15:43de vassalo
15:44nesse processo todo.
15:45Então, o presidente
15:46Trump entende
15:47duas políticas,
15:48não é?
15:48E isso a gente
15:50até pode aprender
15:50com os chineses
15:51nesse processo.
15:52A resposta
15:53não precisa ser
15:54necessariamente,
15:56nem deve ser
15:56de reciprocidade,
15:58mas precisa ser
15:59em determinados
16:00aspectos,
16:01até assimétrica,
16:02para que ele entenda
16:04que isso afeta
16:05também o seu eleitorado.
16:07E no caso
16:07norte-americano,
16:09e aqui é uma coisa
16:09importante até
16:10de enfatizar,
16:11o presidente Trump
16:12tem ali uma relação
16:14muito importante
16:15com o campo
16:15e os Estados Unidos
16:17deixaram
16:18nesta situação
16:21e neste conflito
16:22com a China
16:22de exportar
16:23para a China.
16:24E o Brasil
16:24é um grande concorrente
16:26e os chineses
16:27passaram a comprar
16:28aí a soja brasileira
16:30em vez de americana.
16:31Então,
16:31existem uma série
16:32de coisas por detrás
16:33desta movimentação
16:34de Trump
16:35e com certeza
16:36não é porque
16:36ele sentiu ali
16:38um clima
16:39com relação
16:40ao presidente
16:40Lula.
16:43A ver,
16:44professor Marcos Vinícius,
16:45claro que
16:45você bem mencionou
16:47que você enquadrou
16:48da seguinte maneira,
16:49alguns países
16:49que se submeteram
16:51a tomar esse espaço
16:51aforas,
16:52engoliram sapo
16:53e assim chegaram
16:55a um acordo
16:56como você colocou,
16:58enfim,
16:58desigual
16:59ou indesejável
17:00para eles.
17:01A gente lembra
17:01que a própria
17:02comitiva japonesa
17:03passou mais do que
17:0424 horas,
17:06enfim,
17:06por semanas
17:07até conseguir
17:08um encontro
17:08com os Estados Unidos
17:09e assim conseguiu
17:10reduzir
17:11essa tarifa.
17:12Por outro lado,
17:12enfim,
17:13o fato é que
17:14o Brasil permanece
17:15com a maior tarifa
17:15do planeta
17:17nesse momento
17:17de todo round
17:18de tarifas.
17:19Então,
17:20não necessariamente
17:20essa bravata
17:22ou essa postura
17:22beligerante
17:23do presidente Lula,
17:24para muitos
17:25um soberanismo
17:25de iguela,
17:26realmente tem gerado
17:27o efeito pretendido
17:28a ver.
17:29Porque, enfim,
17:30claro que tudo pode mudar
17:31a partir de ontem,
17:32mas o fato,
17:33dado concreto
17:34do momento,
17:34é que o Brasil
17:35segue tendo
17:36uma das tarifas
17:36se não há tarifa
17:37mais agressiva
17:38e onerosa
17:39no momento.
17:40Eu acho que dá.
17:41Vou aqui com a Jess Peixoto
17:42já para o comentário
17:43e espaço para fazer
17:44a próxima pergunta
17:45para o professor.
17:46Vamos lá.
17:46Não,
17:47é só que a Índia
17:47também teve a tarifa
17:49por conta das negociações
17:50com a Rússia,
17:50subiu para igual o Brasil,
17:5250%,
17:52só que com menos exceções.
17:54O volume de exceções
17:55faz a tarifa média
17:56ser menor.
17:57exato.
17:58E, professor,
17:59obrigada por estar aqui.
18:00Eu acho que esse é um assunto
18:01muito complexo
18:02e que as pessoas,
18:03elas sempre imaginam
18:04que os Estados Unidos,
18:05ele tem todo este poder
18:07e que ele pode usar
18:08como ele quiser,
18:08porque, afinal de contas,
18:09ele tem todo esse poder.
18:11Só que a gente também vê
18:12uma potência
18:13em franca ascensão,
18:14que é a China,
18:15e eu tenho lido
18:16muitas coisas
18:17dizendo que
18:18as tarifas do Trump,
18:20elas podem ser
18:21um veneno
18:21para a economia
18:22dos Estados Unidos,
18:23por levar mais
18:24a esse isolamento
18:26e permitir
18:27o crescimento chinês
18:28a áreas que talvez
18:29a China não tivesse
18:31um mercado tão aberto.
18:32No Brasil,
18:33até que a China
18:33tenha um mercado
18:34já há algum tempo
18:35bastante aberto.
18:36Como que o senhor
18:37encara, estrategicamente,
18:39essa escolha
18:40do Donald Trump
18:41pelas tarifas
18:42e, em um certo grau,
18:44deixando aquela ideia
18:45dos Estados Unidos
18:46do livre comércio
18:47para trás
18:47e tendo essa postura
18:49mais direta,
18:50tarifária,
18:51e até uma segunda pergunta
18:53é terras raras.
18:54São um aspecto
18:55também muito importante
18:56nesse momento.
18:57Foram mencionados ontem.
18:59A China é a maior detentora
19:00das terras raras hoje,
19:01que são muito importantes
19:02para a tecnologia,
19:03principalmente.
19:04O Brasil também
19:05tem muito potencial.
19:06Nessa área,
19:07o senhor acredita
19:07que essa pode ser também
19:08uma lógica
19:10de manobra,
19:11de entrada?
19:11Porque, no caso,
19:12o chinês acabou
19:13conseguindo ser um fator
19:14para congelar ali
19:15as tarifas.
19:16Como que o senhor
19:16encara tudo isso?
19:17Muito obrigada
19:18pela atenção.
19:20Não, eu agradeço
19:21pelas perguntas.
19:22E eu vou dizer
19:22uma coisa interessante.
19:23Os chineses dizem
19:24que o Trump
19:26é um construtor
19:27de nações
19:27e principalmente
19:29que ele é o principal,
19:31ele é o melhor presidente
19:32que os chineses
19:33poderiam ter
19:33eleito
19:34para os norte-americanos.
19:36Porque
19:36as medidas
19:37que ele tem tomado
19:39nesse processo todo
19:40tem
19:40basicamente
19:42feito com que
19:43a China
19:44tenha aí
19:45uma aproximação
19:47maior
19:47com vários países.
19:48O desfile
19:50que a gente
19:50viu no dia
19:503 de setembro
19:51e que evidenciou
19:53muito
19:54dessa questão
19:54do poderio chinês
19:55foi precedida
19:56por uma reunião
19:57muito importante
19:58do Acordo
19:59de Cooperação
20:00de Xangai
20:01e o que se viu
20:02foi ali
20:03o Narenda Mould
20:05que é o
20:06primeiro-ministro
20:07da Índia
20:08participando
20:10ativamente
20:11e se aproximando
20:12dos Estados Unidos
20:13da China
20:14como não
20:15se esperava
20:16em todo
20:17esse processo.
20:18Afinal
20:19os norte-americanos
20:21desde o governo
20:21Obama
20:22tem tentado
20:23utilizar a Índia
20:24como uma forma
20:25de contrapor-se
20:27e de conter
20:28ali
20:28o avanço
20:29chinês
20:29na Ásia
20:30e por consequência
20:31fazer com que
20:32a China
20:32se
20:33de alguma forma
20:35diminua
20:36o seu impacto
20:38na região.
20:38Agora
20:39aquele encontro
20:40foi muito importante
20:41porque o Narenda Mould
20:42também está
20:43sofrendo
20:43justamente
20:44esses 50%
20:46de impacto
20:48por comercializar
20:49o petróleo
20:50russo
20:51e o que é mais
20:52interessante
20:53é a China
20:53que compra
20:54também
20:54petróleo russo
20:55não está passando
20:56pelos mesmos
20:5750%
20:58que o Trump
20:59impôs.
21:00Então o que a gente
21:01nota é que
21:01o discurso do Trump
21:02tem sido muito favorável
21:04no sentido de
21:05afastar os países
21:07e torná-los
21:08ali muito mais
21:09próximos de Beijing
21:10que tem
21:10assumido uma postura
21:12muito mais ativa
21:13por exemplo
21:14comprando aí
21:15os contratos
21:15de soja
21:16brasileiro
21:17no caso
21:17de não se poder
21:19de os americanos
21:21continuarem
21:23com o embargo
21:23contra o Brasil.
21:24E na sua segunda
21:25questão
21:26o que a gente
21:27nota
21:27é que existe
21:28de fato
21:29uma movimentação
21:30global
21:30no sentido
21:32de
21:32trocar
21:34não de
21:35substituir
21:36o dólar
21:37mas de
21:38paulatinamente
21:39ir reduzindo
21:40a
21:41utilização
21:43do dólar
21:43nas trocas
21:45comerciais
21:45globais.
21:46A gente sabe
21:46que é um processo
21:47de longo prazo
21:48que demora
21:49bastante
21:50que os Estados Unidos
21:51construiram aí um sistema
21:52financeiro internacional
21:53muito importante
21:55mas que
21:56paulatinamente
21:57a gente nota
21:58que isso vai
21:59sendo alterado.
22:00Então
22:00o processo
22:01todo
22:02tem ajudado
22:03a China
22:05em toda
22:05essa situação.
22:06E na questão
22:07de terras raras
22:07que você
22:08mencionou
22:09a China
22:10soube
22:11nesse processo
22:12todo
22:13utilizar
22:14essa questão
22:15das terras raras
22:16como um instrumento
22:18importante
22:18de negociação
22:19contra as empresas
22:20norte-americanas
22:22e contra o próprio
22:23Donald Trump
22:23que foi obrigado
22:25ali a reconhecer
22:26a dependência
22:27norte-americana
22:28desses minerais
22:29e principalmente
22:30não só dependendo
22:31dos minerais
22:32mas o fato
22:33de que eles são
22:34refinados da China.
22:35Então
22:36é uma troca
22:37é uma moeda
22:37de negociação
22:38importante
22:39até para viabilizar
22:41toda a indústria
22:41tecnológica
22:42dos Estados Unidos.
22:43Então
22:44é uma moeda
22:45de negociação
22:46que o Brasil
22:46também tem
22:47e que pode
22:48levar em consideração
22:49quando negociar
22:50com os Estados Unidos.
22:52Professor Marcos Vinicius
22:53peço pra você
22:54permanecer aqui
22:55gentilmente
22:55conosco
22:56por mais alguns minutos
22:57não sei antes
22:57eu vou fazer um rápido break
22:58tá?
22:59Pra todo mundo
22:59nos ouvindo
23:00pela rede Jovem Pan
23:01de rádios sintonizados
23:01aqui no Morning Show
23:02que volta pra vocês
23:03já já.
23:05E uma pergunta
23:05pra fechar bem
23:07esse papo
23:07enriquecedor aqui
23:08com o Mano Ferreira
23:09professor
23:09vamos lá.
23:09Professor
23:10nesse contexto
23:11de imprevisibilidades
23:12o que é que o Brasil
23:14deveria levar
23:15pra agenda?
23:16O que é que a diplomacia
23:17brasileira
23:17deveria ter
23:19nessa preparação
23:20pra levar
23:21pro encontro
23:22com o Donald Trump?
23:22Essa é uma pergunta
23:25fundamental
23:26e é a mais importante
23:28de todas
23:29né?
23:29Porque o Brasil
23:30não tem uma relação
23:32deficitária
23:33com os Estados Unidos
23:34então
23:34a imposição
23:36de tarifas ali
23:37tem muito a ver
23:38com uma questão
23:38política
23:39que não está
23:40somente
23:41atrelada
23:42àquela situação
23:44do ex-presidente
23:45do Brasil
23:45presidente Bolsonaro
23:46mas também
23:47a utilização
23:49e a presença
23:50do Brasil
23:51dentro do bloco
23:52do BRICS
23:53e o fato
23:54de que
23:54de alguma forma
23:55em razão
23:56do relacionamento
23:57intenso
23:58que o Brasil
23:58tem tido
23:59com os Estados Unidos
24:00nos últimos 200 anos
24:01o Brasil
24:03ser considerado
24:04algum
24:05um país
24:06muito mais próximo
24:07dos Estados Unidos
24:08ainda
24:08por essa característica
24:10de relação
24:11histórica
24:12do que da China
24:13mas
24:14esta participação
24:15do Brasil
24:15no BRICS
24:16a forma como o Brasil
24:17tem se comportado
24:18tem sido aí
24:19uma preocupação
24:20para o governo
24:21norte-americano
24:22Marco Rubio
24:22tem deixado
24:23isso muito claro
24:24porque
24:25de alguma maneira
24:27o Brasil
24:29vai contra
24:30aquela política
24:30dos Estados Unidos
24:31de ter na América Latina
24:33o seu quintal
24:34então a gente
24:35introduz aí
24:36um elemento
24:37diferente
24:37que os Estados Unidos
24:38não queriam
24:39mas o importante
24:40aqui
24:40a enfatizar
24:41é que na negociação
24:42o Brasil
24:43tem que levar
24:43em consideração
24:44que a primeira coisa
24:45que tem que ser retirada
24:46da tarifa
24:46é justamente
24:47nós voltarmos
24:48àquele nível
24:48de 10%
24:49que ele está aplicando
24:50globalmente
24:50esta sim
24:51seria a grande vitória
24:52da negociação
24:53a ver
24:55no meio de tanta
24:56imprevisibilidade
24:57a única certeza
24:57é que
24:58fortes emoções
24:59e faíscas
24:59é o que a gente
25:00pode ter certeza
25:01que virão
25:01nas próximas etapas
25:03professor Marcos Vinícius
25:04sempre bem-vindo
25:05aqui no Morning Show
25:05obrigado pela
25:06disponibilidade
25:07eu que agradeço
25:09eu que agradeço
25:10eu que agradeço
25:11eu que agradeço
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