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O presidente Lula se reúne com o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para alinhar os últimos detalhes do plano de contingência depois do tarifaço de Trump.
Comentaristas: David de Tarso, Mano Ferreira, Jota e Cinthya Nunes.
Reportagem: Janaína Camelo
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NotíciasTranscrição
00:00Ele vai selar que o presidente Lula se reunirá com o vice-presidente Geraldo Alckmin,
00:05ele que também é ministro de desenvolvimento em indústria, comércio e serviços,
00:08para alinhar os últimos detalhes ao que tudo indica do tal plano de contingência
00:13depois do tarifácio americano de Donald Trump.
00:15Já está em vigor, realmente um pandemônio econômico afetando diversos setores,
00:20férias coletivas sendo antecipadas, demissões em massa já sendo anunciadas.
00:24Então jamais podemos perder de vista, ainda mais o impacto no médio e pequeno produtor
00:28que talvez tenha menor capacidade de articulação e proteção nos gabinetes e nos membros de Brasília.
00:34Eu proponho agora que a gente vá rumo à Brasília com a nossa querida Janaína Camelo,
00:39que será que agora... Janaína, tudo bem? Bom dia, obrigado pela presença.
00:42E afinal de contas, o plano será divulgado, linha de crédito para lá, fundo privado com alguma sustentação pública?
00:48O que está posto de fato? O que os nossos pequenos e médios produtores principalmente podem esperar saindo dessa reunião?
00:53Bom dia.
00:58Pois é, André, agora sai, viu? Agora sai depois de vários dias de negociações ali com empresários,
01:04com os estados, com todos os setores produtivos.
01:07Inclusive, agora há pouco, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro de desenvolvimento,
01:12indústria, comércio e serviços, que tem encabeçado toda essa negociação com empresários,
01:17acabou de chegar aqui no gabinete da vice-presidência.
01:20A imprensa perguntou para ele se, de fato, esse programa de contingência vai realmente ser anunciado hoje,
01:26vai ser anunciado amanhã.
01:28Ele preferiu não responder, viu?
01:30Ele entrou ali, direto para o gabinete dele, não conversou com a imprensa.
01:35Mas fato é que esse plano de contingência, então, ele vai socorrer especialmente a esses setores produtivos
01:41que vão ser prejudicados com o tarifácio.
01:43Então, o que deve ser ali oferecido a esses empresários?
01:47Linhas de crédito facilitadas, aos modos do que aconteceu nas enchentes ali do Rio Grande do Sul,
01:53também a suspensão de pagamentos de tributos, de impostos, contribuições,
01:58isso tudo utilizando recursos do Tesouro, viu?
02:01Agora, o vice-presidente Geraldo Alckmin, nesse final de semana, ele falou sobre esse assunto no evento
02:06e ele disse o seguinte, que a preocupação maior mesmo é com o setor de indústria de máquinas.
02:11Não é nem tanto com as commodities como o café, por exemplo,
02:14porque no caso do café, há uma escassez de café no mercado internacional,
02:17então, há uma margem muito grande aí para negociação com outros novos compradores de commodities.
02:23Mas no caso da indústria aí, a preocupação maior é com a perda de empregos, né?
02:28Então, ele disse que esse vai ser o foco desse plano de contingência,
02:33que é fortalecer as empresas, que elas possam retomar sua atividade econômica
02:37e possam preservar os empregos dos trabalhadores.
02:40Então, ele disse que vai ser um programa bem amplo, nas palavras aí do vice-presidente,
02:46um programa amplo para preservar empregos e para retomar as atividades econômicas dessas empresas.
02:52Então, hoje, o presidente Lula, André, ele vai ter uma reunião com o secretário de Assuntos Jurídicos,
02:58o SAGE, que a gente chama aqui, que é sempre ali uma reunião nessas audiências no gabinete do presidente,
03:03é sempre quando ele vai assinar algum ato ali do executivo.
03:08E nessa mesma reunião, ali vai estar presente o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin,
03:14a possibilidade também de estar presente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
03:18porque tanto Geraldo Alckmin como Fernando Haddad são os dois que estão ali liderando
03:22essas negociações desse plano de contingência.
03:25Então, Geraldo Alckmin, há semanas, está se reunindo com empresários dos setores que estão sendo prejudicados
03:30e o ministro Fernando Haddad cuidando de toda essa parte ali junto com a sua equipe econômica.
03:37Os estados estavam ali até na semana passada apresentando aqui para o governo federal
03:42quais são as áreas ali de cada um dos estados, cada um dos setores produtivos
03:47que realmente vão ser prejudicados, especialmente com a questão dos empregos.
03:53Então, esse plano vai focar essa questão ali de retomada da atividade econômica e preservando os empregos.
04:01Então, além de também linhas de crédito, além ali de suspender o pagamento de impostos,
04:07deve ter também programas de compras governamentais, como, por exemplo, alimentos que podem ser perdidos
04:12e aí o governo pode comprar para merenda escolar, por exemplo,
04:15e também o programa Seguro Emprego, aos modos do que aconteceu na pandemia,
04:20que é justamente ali uma contrapartida para o empresário que fosse beneficiar desses programas,
04:26de todos esses auxílios que vão ser anunciados com esse programa,
04:29uma contrapartida para preservar os empregos,
04:33num limite de jornada de trabalho, mas que não haja ali demissões em massa.
04:38Esse vai ser o foco desse plano de contingência, pode ser anunciado ou hoje, ou hoje, ou no mais tardar amanhã.
04:43Amanhã. André.
04:45Antes tarde do que nunca.
04:47Jana, ainda cabelo? Obrigado pela presença aqui, bom trabalho aí na nossa capital federal em Brasília.
04:51Obrigado.
04:54Mano Feira, assim, de novo, antes tarde do que nunca, beleza,
04:56o que eu realmente acho que todo mundo aqui está na mesma página
04:58é imaginar o sufoco, o sono intranquilo dos pequenos e médios produtores
05:03de tantos e tantos setores que não foram abarcados naquelas mais de 700 exceções.
05:09Que sejamos sinceros aqui, as exceções só existiram.
05:12Primeiro, pelo forte lobby de grupos de interesses econômicos dos próprios setores
05:18que conseguiram empreender isso na ponta,
05:20e também porque houve um cálculo interno dos Estados Unidos, dos importadores americanos,
05:23que certos setores seria danoso para eles e para o povo americano também.
05:27Então, parece que o governo sempre, nesse passo de caga do manco,
05:31ou de tartaruga gestante, como diria Ciro Gomes,
05:34está lidando com essa cena que veio dia 9 de julho, que saiu a famosa carta do Trump.
05:38Amarinho, eu preciso dizer, eu tenho medo desse plano de contingência.
05:42Ainda tem isso.
05:43Eu tenho medo.
05:44Ainda tem isso.
05:45Porque, em se tratando de Brasil, a frase do Milton Friedman não poderia ser mais verdadeira.
05:51Nada é tão permanente quanto um programa provisório do governo.
05:55Essa é demais.
05:56A gente viu no Brasil, por exemplo, o que aconteceu com o PERS.
06:00Foi um programa provisório criado no contexto da pandemia para o setor de eventos.
06:06Até hoje, continua sendo pós-tergado.
06:09A gente, no Brasil, tem um vício em Estado.
06:12Então, toda vez que tem uma oportunidade de criar um benefício estatal a mais
06:19para um setor, para que o governo se venda como aquele que traz as soluções,
06:26quando a gente sabe que, no fim das contas, o governo no Brasil é aquele sujeito que quebra
06:32suas pernas para oferecer muletas, a gente tem que olhar isso com muito temor e com muita
06:38precaução por parte da sociedade civil.
06:41Porque não é difícil que surja desse pacote de suposta ajuda para os setores,
06:50mais um programa provisório que vira permanente para que o governo venda favores para setores
06:57que viram amigos do rei.
07:00Então, eu vejo com muita preocupação a criação desse pacote emergencial.
07:06O que a gente devia, na minha visão, era ter uma agenda de comércio internacional
07:10que esse governo não consegue ter.
07:12Mas aí, a gente está pagando a conta de anos e anos de economia fechada e o Brasil olhando
07:17para o próprio umbigo e tendo um complexo de chihuahua econômico e tentando correr atrás
07:22do prejuízo.
07:23Agora que a conta chega, chega bem salgada, né, Jota?
07:26Chega bem salgada e falando em salgado, não tem receita melhor para o governo Lula, André,
07:31que fechar a boca.
07:33Se fechasse a boca, não teria problema nenhum com o plano de contingência.
07:37Tudo vinha em segundo plano.
07:38O problema é que quer falar demais, quer se expor demais e não adianta nada falar
07:41plano de contingência, se inspirando naquilo que foi feito no meu estado.
07:45Se meses depois vai o Lula, vai outra representação do governo e ficar falando bobagem de forma
07:51internacional sem quaisquer tipo de responsabilidade, imaginando que isso não vai ter efeito interno
07:55no país.
07:56Então, querem ajudar os micro e pequenos empresários, querem sinalizar com um processo de virtude
08:01para essa parte importante da população que move o país, simplesmente fecha a boca.
08:06Faz uma dieta que tudo vai melhorar.
08:09Se tinha noizante da gente seguir adiante aqui, David também pode complementar à vontade,
08:12mas, de fato, é uma desorganização generalizada em várias cadeias produtivas.
08:19Teve até uma entrevista do economista do Winsper, Marcos Lisboa, nesse final de semana,
08:24imagino que o Mano tenha lido, onde foi o destaque da entrevista, onde ele diz aqui,
08:29eu abro aspas, eu queria a tua opinião, Cíntia.
08:31No Brasil, o setor privado é muito, mas muito curioso.
08:34Quando eles estão pressionados, pedem ajuda do governo e quando passa pressão, não querem
08:38pagar imposto.
08:39Foi assim com o Pé, se foi assim com a Covid, claro que aqui é um momento também de extrema
08:43preocupação, altíssima temperatura e pressão.
08:46Todo mundo sabe onde o próprio calo aperta, mas você vê que essa é a dinâmica desse
08:51pesadelo repetitivo que é o Brasil?
08:53Com certeza, eu gostei muito da frase, gostei muito do que o Jota disse aqui.
08:57Realmente, se o governo ficasse quieto, já ajudaria bastante, né?
09:00E muito o que a gente está passando é exatamente por conta disso.
09:03Boca grande e ouvido curto.
09:05Concordo plenamente, entendo que, de fato, tudo vira muleta, né?
09:11O que se dá, aparentemente, numa necessidade, uma necessidade causada pelo próprio governo,
09:16agora fica muito difícil daqui uns meses de tirar, principalmente em se tratando de
09:21época eleitoral.
09:22Isso vai virar moeda de troca?
09:23Não tenho a menor dúvida disso.
09:25Ah, você quer o apoio da nossa classe, da nossa categoria?
09:27Então mantenha esse subsídio.
09:29Ou seja, vira um círculo vicioso que não tem fim.
09:32E no final das contas, quem deveria fazer o serviço de casa, que é o governo, começar
09:36a cortar o que a gente sempre tem falado o tempo todo, cortando os seus excessos, não
09:41faz.
09:42E aí fica distribuindo benesse com dinheiro de quem?
09:44Com dinheiro dos cofres públicos.
09:46Falando em distribuir benesse com dinheiro dos cofres públicos, falando em inimigos,
09:51imaginários e bodes expiatórios para poder favorecer o seu dia a dia.
09:54Calma que vocês vão entender, porque, pelo visto, será que até os professores da
09:59rede pública pessoal serão afetados pelo tarifácio?
10:02Mano Ferreira, que história é essa?
10:03Essa história é maravilhosa, Marinho.
10:06O prefeito de Pedro do Rosário, no Maranhão, que é conhecido por Toca Serra, do PCdoB,
10:12Partido Comunista do Brasil, deu como justificativa para suspender um aumento salarial, um benefício
10:21que ele tinha prometido para os professores da rede pública municipal, o fato de que
10:27o tarifácio teria prejudicado a arrecadação da prefeitura.
10:33Um detalhe, a cidade não exporta nada para os Estados Unidos.
10:37Mas exportou notícia agora.
10:39Mas a justificativa do prefeito é que, com o tarifácio, o governo federal teria possivelmente
10:48uma diminuição na arrecadação, então provavelmente isso pode gerar uma diminuição
10:54nos repasses para as prefeituras e, portanto, seria mais prudente, por parte da gestão municipal,
11:03suspender esses pagamentos.
11:05O que a gente sabe, no fim das contas, aqui, isso é uma desculpa esfarrapada.
11:09Exatamente.
11:10Que, no fim das contas, vem ou de uma promessa que a prefeitura não tinha condições de cumprir
11:18o que é o velho populismo brasileiro, ou de uma prioridade distorcida nas contas públicas
11:26do município que fez pautar dinheiro para a educação.
11:28O pior é que eu não duvido que vai ter quem acredite nisso.
11:31Isso que é o pior.
11:32Vai ter quem acredite, que é verdade, que é a culpa do Trump.
11:35Na semana onde tem o encontro de Vladimir Putin com Donald Trump no Alasca, nessa sexta-feira,
11:40eu tenho certeza que é uma das pautas principais ali na Casa Branca, que devem estar perdendo sono.
11:44O que você acha do Mayor Touchsaw, Toca Serra?
12:00Você acha que é só um festival de incompetência e de irresponsabilidade inventando essa loucura
12:08que ele acabou de usar como pretexto?
12:11É um modus operandi. Não tem outra justificativa, André. Infelizmente, é um modus operandi.
12:17Jota, vou ter que te interromper brevemente só para fazer um rápido break para quem está nos ouvindo
12:20pela rede Jovem Pan de Rádio Morning Show. Volta para vocês já, já.
12:24Me perdoa a interrupção, por favor.
12:25Imagina, quando começou a falar Maranhão, PC do B, então já me traz lembranças que não são muito positivas.
12:32Flávio Dino.
12:32Flávio Dino. Já lembrei do ex-governador Flávio Dino.
12:35Não tem nada a ver, que fique claro aqui. Me reparem muito bem.
12:37Nesse caso. Mas não deixa de ser aquela associação.
12:40Claro, certamente, gente.
12:41Inconsciente.
12:42Claro, e automaticamente a gente tem um histórico PC do B, onde é que tem representação, né?
12:45O Maranhão certamente tem frutos adivinos da representação da ex-gestão do atual ministro Flávio Dino, né?
12:52Mas enfim, quando eu li a gravata desse prefeito, automaticamente ali eu já previ que...
12:57Parece um ex-participante reality show, né?
12:59Parece.
13:00Infelizmente, a gente já prevê e muitas vezes vem com o inchaço da máquina pública e por vezes essas cidades menores, grande parte dos trabalhadores, a produtividade está no próprio serviço público que não retorna para a população.
13:12Então, nesses casos que a gente discute a redução dos municípios é para casos como esse, né?
13:17Para evitar que, infelizmente, a máquina pública sirva exclusivamente para retroalimentação, né?
13:22Pobre Maranhão, pobre Pedro do Rosário, pobre, enfim, esse prefeito, uma combinação tóxica de responsabilidade e incompetência e falta de vergonha na cara, né?
13:33Aí os professores vão ficar assim com inquênio, né? Reajuste, uma série de questões.
13:37Mas eu fico muito atento, Marinho, aos sinais que são dados por parte do governo federal.
13:41E quais foram os últimos sinais, as últimas movimentações em relação a toda essa questão do tarifaço?
13:48O presidente Lula ligou no fim de semana para o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
13:55Ficaram 40 minutos nessa ligação e entre os assuntos foram tratados sobre o BRICS, sobre o tarifaço, uma possibilidade de fim da guerra com a Ucrânia.
14:06Sendo que a gente está num momento onde o presidente americano, Donald Trump, está dizendo
14:11quem fizer negócios com a Rússia, eu vou sobretaxar, eu vou impor medidas e aí a gente tem um movimento contrário.
14:20E o próprio presidente já afirmou, não vou ligar para o presidente americano, né?
14:25O presidente Lula disse que não vai ligar para o presidente Donald Trump justamente porque ele tem receio de ser humilhado.
14:31Então, a gente vê que a vaidade está acima das questões relativas ao nosso país.
14:37Isso é muito preocupante.
14:38A gente vai seguir falando aqui da saga do presidente americano.
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