Pesquisa Atlas/Intel divulgada nesta quarta-feira (17) mostra que 50,2% dos brasileiros são contra qualquer tipo de anistia para investigados e condenados pela tentativa de golpe de 2022 e pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Por outro lado, 41,3% defendem anistia ampla, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e 6,1% apoiam uma anistia restrita aos condenados pelos ataques aos prédios dos Três Poderes, excluindo líderes políticos. Não souberam opinar 2,4%. Cristiano Beraldo e Cristiano Vilela comentaram. Comentaristas: Cristiano Beraldo e Cristiano Vilela
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00:00A pesquisa Atlas Intel mostra que 50,2% dos brasileiros são contra a concessão de qualquer tipo de anistia aos investigados e condenados pela tentativa de golpe em 2022 e pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
00:17Outros 41,3% se dizem a favor de anistia ampla, geral e restrita, inclusive para o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF.
00:28Já 6,1% dos entrevistados afirmaram ser a favor de uma anistia restrita aos condenados pelos ataques aos prédios dos três poderes em Brasília, mas não para líderes políticos acusados e condenados por tentativa de golpe de Estado.
00:45Não souberam opinar, são 2,4% dos eleitores.
00:50A Atlas Intel entrevistou 7.291 eleitores do Brasil de 10 a 14 de setembro de 2025.
01:00A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
01:08Vamos então repercutir o resultado da pesquisa e o tema em si da anistia com os nossos comentaristas.
01:16Hoje estão conosco a dupla de Cristiano, Cristiano Beraldo, também Cristiano Vilela.
01:20Muito bom dia para vocês.
01:22Bom, Beraldo, queria que você trouxesse uma interpretação dos dados apresentados pelo levantamento,
01:28e se você acredita que isso mostra que a sociedade está ainda muito polarizada.
01:34E se essa polarização pode ser resolvida com anistia?
01:38Bom dia, Soraya, Nonato, bom dia, Vilela, meu xará, bom dia, audiência que prestigia diariamente o Jornal da Manhã.
01:45Soraya, esse tipo de pesquisa, ela, no fundo, acrescenta muito pouco à discussão. Por quê?
01:51Porque, obviamente, as pessoas, em geral, elas não estão tecnicamente preparadas para responder
01:58se o processo do Supremo Tribunal Federal foi tecnicamente inadequado,
02:05se a legislação foi atendida ou não foi atendida, se o projeto de anistia, que sequer está definido, qual será,
02:12se ele é adequado legalmente ou se não é, se é prerrogativa do Congresso Nacional votar a anistia,
02:19e se, caso seja aprovada, se o Supremo Tribunal Federal tem que acatar.
02:23As pessoas simplesmente pegam este tema e associam a uma preferência política, uma preferência eleitoral.
02:30Então, essa pesquisa, ela traduz a última pesquisa com intenção de voto para o presidente da República
02:37que saiu, que dá uma vantagem não muito grande para o atual presidente.
02:42Então, assim, nós não estamos em fase de campanha eleitoral.
02:46E quando nós observamos a questão da anistia em si, há uma discussão bastante mais ampla
02:52que precisa ser determinada. A anistia, ela tem a ver com o 8 de janeiro?
02:58Com aquelas pessoas que foram ali presas porque se reuniram e invadiram os prédios públicos,
03:03fizeram depredação, etc., mas aquilo pode ser caracterizado como uma tentativa de
03:08abolição violenta do Estado de Direito?
03:11Isso, sem dúvida nenhuma, parece um imenso exagero.
03:15Ô Vilela, como é que você vê essa história toda também, à medida em que tivemos a aprovação
03:20aí da urgência para a tramitação de um projeto para anistia, que como o Beraldo destacou,
03:25é um projeto que nem existe ainda, né? A gente ainda vai se debruçar sobre ele
03:30para saber que tipo de anistia ou que tipo de proposta virá para os nobres congressistas
03:35analisarem. Como é que você está vendo tudo isso, ô Vilela?
03:38Pois é, Nonato. Um ótimo dia a você, a Soraya, ao Beraldo e todos que acompanham o Jornal da Manhã.
03:43Olha, é um tema que de fato ele tem uma forte aderência na sociedade. Veja que essa
03:48própria pesquisa, quando ela mostra que 40 e poucos por cento são favoráveis à concessão
03:54de anistia, há de se considerar que é um percentual muito significativo da sociedade
04:00que fundamenta não necessariamente a aprovação, a aprovação ela tem que ser discutida dentro
04:06do parlamento, mas que fundamenta a apreciação desse projeto. E foi justamente o que aconteceu
04:12na Câmara dos Deputados através da votação dessa urgência para a análise do projeto de anistia.
04:19Ainda não existe um texto definido, né? O texto que se tem, que se foi aprovado ontem,
04:25essa urgência é um texto provisório. Vão haver mudanças, até porque não existe nesse momento
04:30um texto de consenso dentro do parlamento. E eu vejo que é importante que haja esse tipo de discussão.
04:37A democracia, ela pressupõe justamente a discussão. Se vai haver a aprovação ou a extensão
04:44da aprovação que vai ser feita, aí sim. Aí o parlamento é que vai decidir com a composição
04:50de forças necessárias. E o governo e a oposição vão ter que buscar construir consenso
04:55para suas ideias. O governo já teve ali algum revés, deputados da base governista, de partidos
05:01que em tese são da base governista, votando pela urgência. Enfim, terá realmente que se
05:06reposicionar no sentido de fazer valer sua pretensão. E por outro lado, a oposição também
05:12vai construir, procurar construir um texto que atenda a seus interesses.
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