O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o suposto golpe de Estado falhou devido à fidelidade do Exército à democracia. Gonet citou a lealdade dos militares à Constituição, após tentativas de cooptá-los.
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00:00É isso, o programa Os Pingos nos diz, agradecendo muito a grande audiência, a participação das pessoas nas redes sociais, inclusive um forte abraço para um casal Rodrigo Gameiro e Laura Gameiro.
00:12Os dois nos acompanham pela cidade de Águas da Prata, obrigado pela gentileza e pela audiência.
00:17Deixa eu trazer uma outra informação, porque o Procurador-Geral da República disse também que o golpe falhou porque não teve a adesão completa das Forças Armadas.
00:27A gente também tem esse trecho, acompanhem.
00:31O golpe não se consumou, uma vez que não obstante tentado e insistentemente pelos denunciados, não obteve a adesão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.
00:46O empenho para cooptá-los ao empreendimento criminoso e, portanto, para levar o golpe a cabo, assumiu diversas formas.
00:57Envolvendo ataques virtuais aos militares de alta patente, que mantiveram, enfim, as Forças Armadas, fiéis à vocação democrática que a Constituição lhes atribui.
01:09O golpe tentado não se consumou pela fidelidade do Exército, não obstante o desvirtuamento de alguns dos seus integrantes, e da Aeronáutica, a força normativa da Constituição democrática em vigor.
01:22Só uma informação que chegou há pouco, a redação da Jovem Pan e o Senado Federal aprovou a flexibilização da lei da ficha limpa.
01:32Novas regras à vista, a gente vai trazer daqui a pouco as informações e os detalhes dessa aprovação.
01:38Deixa eu passar para o Roberto Mota, essa manifestação do procurador-geral Paulo Gonê, o golpe, na avaliação de Gonê, não aconteceu por fidelidade do Exército, dizendo que houve muitas tentativas de cooptar os militares.
01:55Há controvérsias, né, Mota?
01:56É, Caniato, essa é uma discussão muito complicada, mas vamos lá.
02:02Tem dois aspectos dela.
02:04Primeiro, é o julgamento moral sobre um golpe de Estado, né?
02:09Golpe de Estado pode ou não pode?
02:11Tem gente que diz, olha, o golpe de Estado, quando é bem sucedido, ele é aprovado por todo mundo, 100% de aprovação, né?
02:19Ele vira revolução.
02:21A revolução de 1930 foi um golpe de Estado.
02:23A proclamação da República foi um golpe de Estado.
02:27Getúlio Vargas deu, em 1937, o segundo golpe de Estado, implantou o Estado novo.
02:32Tem até hoje muita gente no Brasil que idolatra Getúlio Vargas.
02:37Mas e o golpe de Estado que ele deu?
02:38Ele deu dois.
02:39Não, não, mas veja bem, companheiro, foi uma época muito boa para o Brasil.
02:43Então, existe um aspecto moral do golpe de Estado.
02:47Eu não vou entrar nessa discussão.
02:48Cada um tem a sua opinião sobre o golpe de Estado.
02:50Agora, em relação a tentativa e planejamento de golpe de Estado ou de qualquer outro crime,
02:58quanto a isso, os juristas que eu conheço têm uma posição definitiva e cristalina.
03:04A gente já comentou isso aqui.
03:05Se nós quatro cogitarmos aqui a possibilidade de roubar um banco, vamos roubar um banco?
03:11O Beraldo diz, olha, é uma boa ideia.
03:12Eu acho que a gente resolve a nossa vida.
03:14O Dávila diz, não, não, não.
03:15Eu acho que isso é muito complicado, vai dar problema.
03:17A gente desiste.
03:19Não foi cometido nenhum crime.
03:21Eu sei que tem muita gente que não gosta disso, que é contra isso, que não concorda.
03:26Não importa.
03:27O crime só existe se aquela conduta for especificada em lei.
03:33Simplesmente pensar e cogitar não é crime.
03:36Então, amanhã o Congresso Nacional pode passar uma lei dizendo,
03:40o simples ato de pensar em cometer um assalto é crime.
03:45Aí o pensamento sobre o assalto passa a ser crime.
03:49Eu não sei se eu estou conseguindo explicar.
03:51Mas, assim, eu imagino, convido agora vocês e os nossos espectadores a refletirem comigo.
03:59Pensem quantas vezes os políticos que chegaram no poder no Brasil nos últimos 50 anos tiveram um momento em que eles chamaram alguém e perguntaram,
04:12vem cá, o que você acha da gente arrumar um jeito da gente não sair mais daqui?
04:17Não, falando sério, eu estou perguntando para vocês, quantas vezes vocês acham que essa conversa não aconteceu dos corredores palacianos?
04:26Não, veja bem, doutor, eu acho que agora não está numa época boa, melhor...
04:30Mas aconteceu a conversa, aconteceram reuniões.
04:34Eu me lembro, se eu não me engano, por volta de 2007...
04:39Não, não foi 2007, não, foi 2012.
04:43Enfim, a presidente do Brasil tem uma manchete dizendo isso, né?
04:47Ela chegou a pensar em convocar o Estado de Defesa, chegou a convocar o comandante militar,
04:52o comandante militar disse que não era uma boa ideia.
04:54Então, quantas vezes essas ideias já não foram discutidas nos corredores do poder?
05:02Eu diria que muitas vezes.
05:04Mas foram discutidas e ficou por isso mesmo, porque não houve nenhuma execução.
05:11Aí, assim, você só precisa ser um estudante atento do ensino médio
05:16para você saber como é que acontece um golpe de Estado.
05:19A história do Brasil está cheia de exemplos, gente.
05:23É tanque na rua, é soldados prendendo pessoas, é uso da força.
05:30Isso é o golpe de Estado.
05:33Até agora, nunca se tinha ouvido falar de um golpe de Estado no país
05:38que se limitou a conversas, pensamentos, reuniões.
05:41Isso pode ser uma cogitação de um golpe de Estado.
05:48Pode.
05:49Mas isso não é crime.
05:51Se a partir de agora a definição de crime vai ser flexibilizada
05:57para atender as posições morais, psicológicas e ideológicas de quem está julgando,
06:04nós estamos entrando num beco sem saída.
06:09Porque, para usar uma frase que se usa muito no meio político,
06:13o chicote sempre muda de mão.
06:15O comando muda de mão.
06:17Se você vai começar a processar, investigar, condenar apenas de muitas décadas na prisão
06:25os seus opositores políticos, eu vou usar uma frase que já foi usada no dia de hoje.
06:31A história tem muito a nos ensinar.
06:36Vamos entrar por esse caminho, porque ele não dá em lugar nenhum.
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