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  • há 2 meses
Mourão comenta julgamento de Bolsonaro, eleições de 2026 e tarifaço de Trump em entrevista ao Terra

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00:00Olá, eu sou Débora Sena e começo hoje uma série de entrevistas especiais para o Terra Brasil.
00:07Comigo, o primeiro nome dessa série, já presente, o senador Hamilton Mourão, do Rio Grande do Sul, pelos republicanos.
00:15Ele é ex-vice-presidente do Brasil, general da reserva, do exército, e hoje protagoniza a cena política
00:25diante do embate que se observa entre base governista e oposição, diante de uma narrativa que envolve uma trama golpista.
00:36E hoje a gente vai saber o que ele pensa a respeito disso. Seja muito bem-vindo, senador Hamilton Mourão.
00:43É, Débora, obrigado aí. Satisfação muito grande, pudemos conversar sobre esses temas, que são temas extremamente sensíveis
00:50e que deixam a nossa população sempre alvoroçada em relação a qual será o desfecho desse assunto.
01:00Eu quero já perguntar para o senhor o que representa a iminente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro
01:10pelo Supremo Tribunal Federal. O senhor participou como testemunha desse julgamento.
01:18Eu acho que é uma oportunidade também de trazer para a população uma avaliação geral.
01:23E pelo avançar desse rito, parece que Bolsonaro será condenado. O que o senhor pensa disso?
01:32Pois bem, Débora, é um processo, na minha visão, feito de forma ao arrepio do que seria
01:40o devido processo legal, como nós costumamos dizer aqui no país.
01:46O presidente Bolsonaro e seus principais auxiliares sendo investigados, denunciados e julgados
01:55por uma mesma pessoa, que tem todos os poderes na sua mão.
02:00E principalmente, é uma grande história isso aí, a forma como está contado, ou uma narrativa,
02:07como preferem falar atualmente. E por que eu digo isso?
02:11Porque a partir de uma phishing expedition feita em cima do tenente-coronel Cid,
02:19e se pega o celular e os computadores pessoais dele,
02:22e se encontram gravações, conversas, e que não passaram disso.
02:28Conversas de WhatsApp sobre alguma solução, sobre o processo eleitoral ocorrido no ano de 2022.
02:36Muito bem, isso é uma coisa.
02:38Aí entra o ano de 2023, temos aqueles lamentáveis incidentes, no dia 8 de janeiro,
02:44e aí se procura juntar as conversas, a vida, os diálogos entre presidente da república,
02:52comandante de exército, vice ou então candidato a vice, e os acontecimentos do 8 de janeiro.
02:57É uma generalização brilhante, e aí mistura-se isso aí num liquidificador,
03:04e sai esse processo onde tudo indica que o presidente Bolsonaro e seus auxiliares
03:10serão condenados a 14, 15 ou até mais anos de prisão,
03:14quando a gente compara o que vem acontecendo com meras pessoas que picharam uma estátua.
03:20Acho que é importante também a gente aproveitar essa avaliação toda
03:25para trazer um pouco à luz como está o seu relacionamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
03:34Qual foi o último contato, ou algum contato recente,
03:36o senhor pretende visitá-lo durante esse processo em que ele cumpre prisão domiciliar?
03:43Olha, Débora, nós tivemos um contato ali às vésperas de eu testemunhar a favor dele,
03:50onde o advogado dele fez uma ligação,
03:53e ele me agradeceu por eu ter me prontificado a atuar como testemunha de defesa.
04:00É óbvio que a gente fala tudo aquilo que nós vimos ao longo do governo e no final do governo,
04:05mas parece que é inócuo o depoimento de uma testemunha com o peso que eu julgo que teria.
04:13Mas a partir daí o presidente entrou nesse processo de prisão domiciliar,
04:19eu vejo que ele tem se ressentido aí de problemas de saúde,
04:23a própria esposa dele, a dona Michele, tem procurado dizer que vamos limitar o número de pessoas indo visitá-la,
04:33então eu tenho aguardado o melhor momento para fazer uma visita ao presidente Bolsonaro.
04:39Eu acho que esse agora é um momento onde os filhos e aqueles amigos mais próximos que ele tem,
04:45é que tem condições de ir lá visitá-lo na sua residência,
04:49enquanto perdura essa questão da prisão domiciliar.
04:51Agora, por falar em filhos, a gente tem aí o deputado Eduardo Bolsonaro
04:58no centro de polêmicas aquecidas em relação a essa história toda, não é, senador?
05:04O senhor é o primeiro propositor da anistia no contexto atual dentro do Congresso Nacional.
05:12Avalia, então, que a postura do Eduardo Bolsonaro pode ser um comunicador para as articulações em relação à anistia?
05:23Como é que o senhor faz um balanço aí da postura do deputado que foi para fora do país
05:29e se mostra e se assume aí como um articulador do tarifácio do presidente norte-americano?
05:35Pois é, Débora, é uma situação delicada e eu concordo, por exemplo, com recentes comentários do ex-presidente
05:44Michel Temer a respeito do assunto, onde ele colocou que o deputado Eduardo Bolsonaro
05:50tomou uma decisão de batalhar pela liberdade do pai dele,
05:54utilizando as armas que ele julgava que tinha disposição, que foi se deslocar para os Estados Unidos
06:00e buscar influenciar junto ao governo americano medidas que pressionassem não só a nossa Suprema Corte
06:08como o próprio governo brasileiro, no sentido de cessar esse processo.
06:14Essa é a visão do que vem fazendo o deputado Eduardo Bolsonaro.
06:18É óbvio que isso gerou uma repercussão extremamente negativa,
06:22porque a partir do momento em que uma nação estrangeira busca influir em cima de outro país,
06:28isso tem suas consequências.
06:30Eu, particularmente, critico essa ação dos Estados Unidos,
06:36porque, assim como em tempos passados eu sempre critiquei a esquerda,
06:40que era o zera em vezera em acorrer aos fóruns internacionais para criticar o Brasil
06:46ou propor sanções contra o Brasil, vamos lembrar que no nosso próprio governo
06:50foram até o Tribunal Penal Internacional para querer caracterizar o presidente Bolsonaro como genocida.
06:57Então, como eu não concordava com isso, eu também não concordo com ações fora do país.
07:02Eu acho que nós, aqui no Brasil, temos que resolver e aí vamos para aquele ponto que você colocou, que é a anistia.
07:08Agora, por falar nas suas posições, que são sempre, assim, bastante pontuais,
07:13a gente recorda aí, olhando um pouquinho para o retrovisor,
07:17que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro,
07:21muitas vezes as suas opiniões foram divergentes das opiniões do presidente.
07:26A gente teve ali, por exemplo, um fechamento do mandato depois da eleição de Lula,
07:31em que o senhor foi, em cadeia nacional, reconhecer a derrota da chapa bolsonarista naquele momento,
07:40encerrar, então, a gestão Bolsonaro.
07:44Isso parece que afastou vocês, mas eu gostaria, vamos ver se eu tiro do senhor aqui um bastidor.
07:51Esse contato foi retomado, o senhor já disse aqui, inclusive, agora,
07:55sobre a questão de testemunhar, né, a favor do ex-presidente.
08:01Como esse contato se retomou?
08:04E eu queria saber ainda, senador, se em algum momento o ex-presidente procurou o senhor
08:08para dizer assim, olha, você estava certo, em algum momento eu me excedi.
08:14Como é que foram essas conversas?
08:16Nós tivemos conversas nesse sentido, né, Débora?
08:20Até porque existe, vamos dizer assim, um tratamento respeitoso,
08:25tanto do presidente Bolsonaro para comigo e de minha parte para com ele.
08:30Então, há um respeito mútuo, né, então a gente mantém, né, vamos dizer assim,
08:35um certo distanciamento, podemos colocar dessa forma, né,
08:41porque cada um de nós tem a sua maneira de pensar,
08:43apesar de termos objetivos comuns muito claro,
08:47que é o Brasil ser governado por pessoas que, vamos dizer assim,
08:55que jogam pelas regras daquilo que é a legalidade, a impessoalidade,
09:00a moralidade, a publicidade e a eficiência, né,
09:04que deve caracterizar o poder executivo no Brasil
09:07e que também jogam pela regra da liberdade na economia, né,
09:13do conservadorismo nos costumes.
09:15Então, como nós temos esses objetivos comuns,
09:17mas formas distintas de atingi-los.
09:21O senhor já tem um nome para 2026, senador,
09:24defende que seja ali alguém da família Bolsonaro
09:27ou fora da família Bolsonaro.
09:30Na sua opinião, quem seria o nome mais preparado
09:33para ser presidenciável pela direita?
09:35Olha, Débora, nós temos vários candidatos hoje, né,
09:39que são os atuais governadores,
09:41alguns que já estão, enfim, de segundo mandato,
09:44como o Zema, o Caiado, o Ratinho,
09:47o próprio governador do meu estado, o Rio Grande do Sul,
09:49Eduardo Leite,
09:50e temos aquele que eu considero a estrela da direita hoje
09:53pela sua capacidade,
09:55por ser o governador do estado mais forte da federação,
10:00que é o governador Tarcísio lá de São Paulo.
10:02O que nós, né, da direita, temos que fazer
10:05é nos reunirmos, nos juntarmos
10:08e apresentarmos uma candidatura sólida, né,
10:12de um desses candidatos, né,
10:14em torno dos principais partidos aí,
10:16do Republicanos, que é o meu partido,
10:19da essa Federação União Brasil PP,
10:21mais o próprio PL, né,
10:23e com isso a gente teria a força suficiente
10:26para vencer a eleição de 2026,
10:28que é o que o Brasil precisa.
10:30Nós precisamos, né, retomar, né,
10:33um ciclo de desenvolvimento,
10:35um ciclo virtuoso,
10:37e não essa visão, né,
10:39dos governos do PT,
10:40que é um governo gastador
10:42e que julga, né,
10:43que por meio da injeção de recursos,
10:46né, oriundos do orçamento fiscal,
10:48o país irá crescer.
10:50E não é dessa forma que funciona.
10:51O senhor acredita que um nome
10:53que esteja posicionado mais ao centro
10:56vai levar vantagem nessa disputa?
10:58E eu queria adicionar aqui
11:00mais uma pergunta,
11:01que seria o seguinte,
11:02o nome de Jair Bolsonaro
11:04fora do páreo
11:05é bom ou ruim para o Brasil?
11:08Olha, a gente não pode jamais
11:10descartar o seguinte,
11:12quem colocou a direita
11:13no mapa do Brasil novamente
11:15se chama Jair Bolsonaro.
11:17Então, a história do Brasil
11:19vai reconhecer o papel
11:21dessa figura ímpar,
11:23né,
11:23nesse processo de,
11:25vamos dizer o seguinte,
11:28a esquerda finalmente compreender
11:29que ela não navegava sozinha.
11:31Porque eu vou dizer aí
11:32que a partir ali de 1986,
11:36né,
11:36nós passamos 30 anos,
11:38né,
11:39só ouvindo os ditames da esquerda.
11:41E quando finalmente, né,
11:43a população se levanta
11:45naqueles protestos,
11:46ainda durante o primeiro governo
11:48da presidente Dilma Rousseff,
11:49depois que leva ao impeachment dela,
11:51e a ascensão do então
11:53vice-presidente Michel Temer
11:55ao poder,
11:56nós vemos a retomada, né,
11:58de uma visão dentro do nosso país
12:00de desenvolvimento
12:02baseado na liberdade,
12:04né,
12:04não só na liberdade da economia,
12:06na liberdade de empreender,
12:08mas também na liberdade de expressão,
12:10na liberdade de visões diferentes
12:11de mundo,
12:12na liberdade de exercer
12:13sua própria religião,
12:14e também, né,
12:16enfrentando a questão da segurança.
12:18Então,
12:18Bolsonaro foi o homem
12:20que colocou isso
12:22na ordem do dia do país.
12:24E,
12:25vamos dizer o seguinte,
12:26lamentavelmente,
12:27tudo indica que ele não poderá,
12:29né,
12:30estar presente na cédula
12:32no ano que vem.
12:33Mas,
12:34julgo que,
12:36se não ocorrer a anistia,
12:37ou nós elegemos alguém
12:39ano que vem
12:39que seja capaz
12:40de conceder o indulto
12:41ao presidente Bolsonaro,
12:43pode ser que,
12:43num futuro próximo,
12:44em outra eleição,
12:45em 2030,
12:46ele retorne
12:47para liderar o país.
12:48Olhando para o seu currículo
12:51e para a sua trajetória
12:52até aqui,
12:53diante de tudo isso
12:55que a gente falou aqui,
12:56né,
12:56sobre os altos e baixos
12:58da política,
12:59a temperatura ali
13:00no ambiente governista,
13:03o que foi mais árduo
13:04para o senhor,
13:05senador,
13:06ser um general
13:07do Exército
13:08ou vice-presidente
13:09do governo
13:10Bolsonaro?
13:12Olha,
13:12Débora,
13:12eu,
13:13é,
13:14chegar a ser general
13:15do Exército
13:16é uma trajetória,
13:17ninguém nasce general,
13:19você começa lá
13:20como aluno
13:20do Colégio Militar,
13:21cadete da academia
13:22e a carreira militar
13:24é uma carreira
13:25de ascensão vertical
13:26onde você vai galgando
13:27os diferentes postos
13:28de acordo com a tua capacidade,
13:31com os teus méritos,
13:32com os cursos
13:33que você realiza.
13:34Então,
13:34é algo que você se prepara
13:36ao longo de toda uma vida
13:37e quando você chega
13:38ao generalato,
13:39vamos dizer assim,
13:40é uma escolha
13:41dos teus pares,
13:43que te escolhem,
13:44os mais antigos
13:45escolhem você
13:46para ser promovido
13:47e você ali
13:48chega ao topo
13:49daquela carreira.
13:51No caso
13:52de vice-presidente,
13:53eu fui eleito
13:54na chapa
13:55do presidente Bolsonaro
13:56que era o cabeça
13:56de chapa,
13:57então,
13:58posso dizer
13:58que se teve voto
14:00em mim,
14:015,
14:0310%
14:03daqueles votos
14:04e olhe lá.
14:06E exercer ali
14:07a função
14:08de vice-presidente
14:09era algo
14:10que eu tinha que fazer
14:11com muito critério,
14:12procurando sempre
14:13auxiliar o presidente
14:15da república
14:16na difícil tarefa
14:17de comandar o país.
14:20E depois,
14:21aí eu alcei
14:22meu próprio voo
14:23de ser eleito
14:24senador
14:25para o Rio Grande do Sul
14:25numa vaga única,
14:27não eram duas vagas
14:28na minha eleição,
14:29disputando contra
14:30um ícone
14:31da política
14:32sul-riograndense
14:33que é o ex-governador
14:34Olívio Dutra
14:35com todo o peso
14:36da esquerda
14:37rio-grandense
14:37por trás dele
14:38e além disso
14:39tínhamos também
14:40uma representante
14:42digna
14:42da nossa direita
14:43que é a ex-senadora
14:44Anamélia
14:45que também era
14:45uma política tradicional
14:46do nosso estado
14:47e eu terminei
14:48por ser eleito.
14:49Então,
14:50eu julgo que
14:50eu tenho cumprido
14:51essa minha trajetória
14:53na política
14:53distinta
14:54de ser
14:55soldado
14:56e agora
14:57eu sirvo
14:57o meu país
14:58de outra forma
14:59buscando aqui
15:00dentro do parlamento
15:01exercer
15:02o meu mandato
15:03em nome do Rio Grande do Sul
15:04e do Brasil
15:05buscando o melhor
15:06para todos.
15:07O seu futuro
15:08na política
15:09já está projetado?
15:10O que o senhor
15:10pretende
15:11para 2026?
15:12Não,
15:13Débora,
15:132026
15:14eu ainda
15:15terei fechado
15:16a primeira metade
15:17desse meu mandato
15:18como senador
15:18então estarei pronto
15:20para apoiar
15:20o nosso candidato
15:21ao governador
15:22e ao senado
15:22lá no Rio Grande do Sul
15:23os nossos deputados
15:25federais
15:25estaduais
15:26que fazem parte
15:27do nosso grupo
15:28e óbvio
15:28a candidatura
15:30do nosso grupo
15:30à presidência
15:31da república
15:32esse será o meu trabalho
15:33na eleição de 26
15:34para
15:35na segunda fase
15:37do mandato
15:37a gente pensar
15:38se vamos prosseguir
15:40ou vamos parar
15:41porque quando chegar
15:42em 2030
15:43que é o meu último
15:44ano de mandato
15:45eu terei completado
15:4677 anos
15:47não sou etarista
15:48mas eu acho que tudo
15:50na vida tem início
15:51meio e fim
15:51então o senhor conclui
15:53esse mandato
15:53e não vai
15:54alçar
15:56uma nova possibilidade
15:57em 2026
15:58é essa a previsão
16:00está em aberto ainda
16:02coloco apenas
16:03esse pensamento
16:04de vamos chegar
16:05até 2030
16:06espero chegar
16:07com boa saúde
16:08como eu tenho hoje
16:09e aí a gente faz
16:10uma análise
16:11e vê se ainda é o caso
16:12de continuarmos
16:13a servir ao Rio Grande do Sul
16:14e ao Brasil
16:15ou deixarmos o caminho
16:17para alguém
16:17que venha
16:18seja mais jovem
16:20e que continue
16:21o nosso trabalho
16:22querido, muito obrigada
16:24pela entrevista
16:25agradeço a você
16:26que nos acompanhou
16:27até aqui
16:27fez parte
16:28da nossa audiência
16:29até a próxima
16:31entrevista
16:32pelo Terra Brasil
16:33obrigada
16:34senador Hamilton Moura
16:35obrigado Débora
16:36um grande abraço
16:37para você
16:37bom trabalho
16:38até a próxima
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