Deysi Cioccari solta o verbo sobre o que vem por aí no Brasil, com Lula e Bolsonaro como principais candidatos à Presidência para eleições de 2026. Entre tretas, promessas e aquele clima de “quem vai segurar o microfone no karaokê do Planalto”, a zoeira tá liberada e o futurologismo também. Confira na íntegra.
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NotíciasTranscrição
00:00É direto, é a vinheta com a nossa convidada que aqui está.
00:03No programa de hoje, uma grande analista política que não passa pano pra ninguém.
00:08O Brasil é o único lugar onde o fundo do poço é uma estação intermediária.
00:12Porque esse caso do INSS foram mais de seis bilhões de reais na mão grande, sendo surrupiados, na cara dura.
00:20Você não fala nada.
00:23Não falou nada.
00:25E atleta é braba e tem opinião.
00:28Vocês acham que esse governo vai conseguir anunciar o déficit zero?
00:32Não sei.
00:34Palmas para Deise Ciocari.
00:37Ó a nossa querida Deise Ciocari, nesse programa, senhoras e senhores, tudo bem, dona Deise?
00:43Como é que vai?
00:44Dona Deise está aqui na programação da Jovem Pan, para você, ela é...
00:48Como é que chama? É colunista?
00:50Comentarista política.
00:52Comentarista política, comentarista de qualquer assunto.
00:55Aqui nós somos polímatas.
00:57Você sabe o que é um polímata?
00:59É uma pessoa que sabe de tudo.
01:00Ah, ok.
01:01Então, qualquer que seja o assunto, desde futebol, até magnésio, entretenimento, fale com a gente.
01:08A gente sabe tudo, somos polímatas.
01:11Não é lindo?
01:11Se quiser.
01:12Hein, minha querida doutora?
01:13Tudo bom com você?
01:15Tudo bem.
01:15Tudo tranquilo?
01:16Tudo ótimo.
01:17Qual é?
01:18O que vocês querem puxar?
01:19Que pauta nós vamos...
01:20Ah, tem a pauta do estudo dela, né?
01:23O Dani comentou que você fez um estudo sobre os discursos do Bolsonaro.
01:28Isso, isso.
01:28Você conta o que que deu, o que que não deu.
01:29Onde está isso?
01:31Eu fiz um...
01:32Na verdade, ele é o resultado do meu pós-doutorado, né?
01:35Então, eu fiz um livro na época do pós e só eu vendo o livro.
01:39Ele não está em editora.
01:41Ah, não?
01:41Só está com você?
01:42É, ele está numa...
01:43Porque era uma comprovação acadêmica, né?
01:45O pós-doutorado tu não...
01:47Publica.
01:48Não publica.
01:49Então, eu fiz o livro, mas é uma análise dos discursos do ex-presidente Bolsonaro de 1991 a 2022.
01:57E aí, eu fiz isso antes dele ser candidato à presidência da República, né?
02:00Porque eu estudava muito...
02:02Discursos.
02:03É, discursos e personagens mais midiáticos e ele já estava...
02:07Antes dele ser candidato à presidência da República, ele já aparecia como um grande personagem midiático,
02:11mesmo não sendo um pré-candidato à presidência.
02:13Mas até 22 pegou...
02:15É, não.
02:15Aí, 22 eu peguei...
02:16Ah, você atualizou, então.
02:17Porque foi a atualização.
02:19Você sabe quem tem um livro bom de discurso?
02:22Professor Vila.
02:23Ah, ele é claro.
02:23Ele me deu um livro.
02:24Tem um livro, todos os discursos.
02:26É muito legal esse livro do Vila.
02:28Eles têm habilidade, né?
02:29É, obrigada.
02:30Tem todos os discursos, desde o Getúlio e tal.
02:32Muitos discursos.
02:34Hoje em dia, não tem mais discurso, né?
02:37Não tem mais assim.
02:38É uma coisa meio...
02:39Hoje está muito...
02:40Aqueles discursos bonitos.
02:41Povo brasileiro.
02:42Não, e está muito virado para corte de rede social, né?
02:45Então, os discursos e as análises, elas têm que pegar o eleitor nos primeiros três segundos.
02:53Isso é comprovado cientificamente por quem estuda rede social, né?
02:56Então, se tu não pegar o teu eleitor nos primeiros três segundos, acabou, ele vai para outro.
03:02E antigamente não tinha, né?
03:03Como a gente não tinha essa força das redes sociais, então os discursos poderiam ser mais longos.
03:08É a mesma coisa na questão da literatura, né, Emílio?
03:10Quem é hoje que vai parar para ler um livro de 500 páginas?
03:13Sim.
03:13Você ouve ali em 12 minutos no audiobook.
03:16Então, a mesma análise é para os discursos.
03:18Ninguém tem paciência.
03:19Não tem, não tem.
03:19No caso do Bolsonaro, eu estava atento aqui, eu adorei, né, seu trabalho.
03:22Você estava falando o seguinte, que o Bolsonaro, na mega exposição, principalmente quando teve o caso da prisão dele,
03:27quanto mais ele fala, às vezes a estratégia é ficar um pouco meio fora do cenário.
03:31Você acha que essa deveria ser a linha dele?
03:34Eu acredito que, no caso dele, o silêncio acaba corroborando, porque a gente tem uma política hoje que ela está muito personalista.
03:44O judiciário está personalista, todos os setores estão personalistas.
03:48Então, a verdade linear, ela não importa mais, ela importa a minha interpretação dos fatos.
03:53Perfeito.
03:54Então, quanto mais ele falar, mais possibilidade de interpretação de fatos, ele vai dar, inclusive, para quem não gosta ou não...
04:00Tirar do contexto.
04:01Exato.
04:01Na rede social.
04:03Exatamente.
04:03Faz um cortezinho ali, tira do contexto, quem nunca sofreu com isso.
04:06Então, para ele, quanto mais ele falar, eu acredito, pelo que eu estudei, que é pior.
04:10Mas, ô doutora, a gente falando em debate, né, tem muito debate na internet.
04:15Teve até o debate lá do Holiday com o Jones Manuel.
04:20Como é que, precisamente, a gente coloca quem ganhou o debate?
04:26Porque é aquele negócio.
04:27O pessoal do Holiday fala, opa, para mim o Holiday ganhou.
04:30E o pessoal do Jones Manuel falou assim, para mim ele foi bem melhor no debate.
04:35Efetivamente, quem, afinal, que ganha o debate?
04:38Mas quem é Jones Manuel?
04:39É um comunista.
04:41É o debate dos dois.
04:42Putz, esses debates aí também isso já deu, né?
04:45O Jones Manuel.
04:45Só trouxe um contexto.
04:46Só trouxe um exemplo.
04:48Não, esse debate fica lá.
04:51Todo mundo vai perder, ninguém vai ganhar.
04:53É, exato.
04:55Resumindo a isso, mas a métrica da rede social é quem tem mais like, quem tem mais view.
05:00Então, essa é a métrica que você supõe.
05:03E a gente tem um problema hoje, que eu acho que é muito complicado, que é o viés de confirmação, né?
05:08Então, como você falou, quem gosta do Holiday vai dizer que ele venceu.
05:12E quem gosta do outro, desculpa, não lembro o nome, mas vai dizer que ele ganhou.
05:16Mas, na verdade, o que vai se estabelecer aí é quem tem mais visualização, porque essa é a métrica que existe hoje.
05:25Esse viés de confirmação, ele acaba sendo muito problemático, porque é muito mais fácil eu consumir um conteúdo que eu já tenho a tendência a acreditar, do que um que eu não conheço.
05:34Por exemplo, o Samir aqui vai falar de economia, que é um assunto extremamente complexo.
05:39Eu, que não entendo de economia, eu não vou querer ouvir ele, porque isso vai me dar muito trabalho.
05:44Então, eu vou ouvir alguém que fale uma bobagem e que acabe corroborando o que eu penso.
05:48É a mesma coisa nos debates, é mais fácil pra mim, cognitivamente.
05:52E na comunicação tem muito isso hoje em dia, porque eles falam o seguinte, que as pessoas, elas não querem se informar.
05:59Elas querem se sentir, sentir que estão informadas.
06:02E eles gostam muito de ouvir somente aquilo que eles acreditam.
06:06Conforta.
06:06Porque o princípio da dialética é justamente esse, você tem uma tese, eu faço uma antítese, e o público encontra a sua conclusão daquele assunto.
06:17Você embasa os argumentos, eu embaso os meus, e a audiência, hoje em dia é pra audiência ganhar, é pra ver quem torcida.
06:24Uhul! Ganhei!
06:26Fazia se pensar.
06:26É o corte, né, que eles falam, é o corte.
06:29É isso, mas a própria antitese, ela te força a pensar.
06:33E por que que eu vou me dar esse esforço se ele ali já tá falando o que eu concordo, então eu me sinto pertencendo àquele pensamento.
06:40Ah, sei lá, tu falou alguma coisa aqui que eu concordo, eu digo, pô, beleza, eu faço parte do debate, eu sou igualmente inteligente, então já é mais fácil eu concordar com ele.
06:48Tem que eu contestar e ter o esforço de tentar entender o que tu tá me falando.
06:54É, mas isso é ruim, né?
06:56É péssimo.
06:56É ruim.
06:57É péssimo.
06:57A própria, tem um autor que eu gosto muito, que é o Norberto Bobbio, que ele estuda a democracia, e ele fala, né, democracia é de senso.
07:05Bom, Platão já falava isso, Aristóteles, né, mas é você ter a oportunidade de pensar o contrário e de discutir.
07:10Imagina se todo mundo pensasse igual, a gente não chegava nem à solução de leis, nem à formulação da sociedade em si, né, então é complicado quando você só quer corroborar o seu ponto de vista, e é até perigoso em alguns casos.
07:22Mas o que que é pior, o político raposa velha que mentia pra gente com uma esperança e falava bonito, ou também hoje o político atual que usa o algoritmo pra se beneficiar?
07:32A gente tá numa... é difícil?
07:34É difícil, os dois são ruins. Antigamente a gente não tinha essa exercebação das redes sociais, mas se você for pensar, a política como enganação, ela sempre existiu, né, desde o Império Romano.
07:48Exatamente.
07:49Por isso que a antitese é tão importante, te dá a oportunidade de pensar o contrário. Não, peraí, deixa eu questionar, né, esse é o fundamento todo, é a antitese, é você poder pensar o contrário e entender que esse contrário, ele pode existir.
08:03Isso não tá sempre certo.
08:04Porque se você partir do princípio que o político, pra ter mais votos, é o que engana melhor.
08:10Exato.
08:11Entendeu?
08:12Tem um discurso mais.
08:12É isso aí, que tem um discurso que agrada a maioria, não importa como.
08:16É.
08:17É.
08:17E como a gente vota com emoção, quando você compra a emoção daquele cara, você vai defender ele até a morte, mesmo ele estando errado e você achando que ele... você fala, não, ele não tá muito certo, mas...
08:30Né?
08:30Lítica é paixão, né?
08:31É paixão.
08:32Mas tem... a gente defende muito que o grande diferencial é justamente a arena de debate.
08:39De novo, é o debate público, né?
08:41O Habermas falava muito disso.
08:42Então, você ter uma arena de debate onde você possa ouvir o contrário é o que pode fundamentar a sociedade.
08:49Então, por exemplo, os políticos, eles sempre vão tentar te levar pro pensamento deles pra conseguir voto.
08:54Mas essa arena de debate é o que importa.
08:56O problema é que hoje a arena de debate é de três segundos pra rede social.
09:00Então, mas eu, por exemplo, que nem aqui no Brasil hoje em dia, esse negócio não tá muito certo do jeito que tá.
09:07Porque se fosse certo, você fala, você tem dois candidatos aqui, ó.
09:10Tem o Alba e o Zuckerman.
09:13Pois não.
09:13Esses dois vão disputar a eleição e um dos dois vai ganhar a eleição.
09:19Tudo certinho, tudo na regra.
09:21Correto.
09:22Na regra certinho.
09:23Aí você fala, beleza, a democracia venceu, a maioria venceu.
09:27Agora, quando o negócio fica leonardisticamente falando, aí você já fala, opa, tá errado.
09:36Tá difícil.
09:37Não tá certo.
09:38Por que que pro Alba pode postar e eu não posso?
09:40É isso.
09:40Por quê?
09:41Porque aí a regra foi adulterada.
09:44Mas por um interesse próprio, ou não.
09:47Então, o Platão falava que nunca dá certo.
09:49Que a democracia não vale porque tem muito nego burro.
09:53É verdade.
09:54Não dá pra ver.
09:54Se pegar o Platão...
09:56Não, é isso, né?
09:56Não é.
09:57É isso que ele falava.
09:58Ele falava, mas é muito burro, não dá certo.
10:00É, a democracia de todos, ela tem os seus problemas, mas ela ainda é o melhor sistema, né?
10:06Platão falava disso.
10:07A gente ainda não encontrou uma outra forma de representar a sociedade que não seja essa, né?
10:13Mas ele tinha esse questionamento.
10:14E tem até o Hope, né?
10:16Que tem o livro famoso, que é chamado A Democracia, o Deus que Falhou.
10:20Que em algum momento a democracia vai estar em um lugar que vai descambar pra ditadura.
10:26Exatamente.
10:26Por isso que o dissenso é tão importante.
10:28Pra que a gente possa conversar, entender os diferenciais e de repente tentar chegar num outro modelo.
10:33Falando em democracia, fizeram uma compilação de todos os discursos do Maduro, né?
10:37Desde 2000 e tralala.
10:38E sempre ele fala que é a favor da democracia.
10:42Por que os ditadores não assumem?
10:44E por que eles usam a ferramenta democracia já que ela não é utilizada?
10:49Porque a ferramenta democracia é o que se supõe hoje que seja a melhor forma de política.
10:54Então como que eu vou contra isso?
10:55Ela é um consenso.
10:56Goste-se ou não poucas pessoas falam...
10:59E ganhou a Segunda Guerra também, né?
11:01Exatamente.
11:02Ganhou as guerras.
11:03Como que ele vai contra esse consenso, né?
11:05E aí obviamente ele usa essa lógica personalista dele.
11:09Como não existe uma alternativa na forma de governo dele autoritária,
11:13então a voz dele é que prevalece.
11:15A gente, com todos os problemas que a gente tem aqui,
11:17a gente ainda pode bater boca e discordar um do outro por enquanto.
11:19Mas no caso dele não, né?
11:22Então a voz dele é a que prevalece.
11:24É, mas só alguns que podem bater boca.
11:28Só alguns.
11:29Os amigos.
11:29Tu tá falando aqui?
11:30Não, não.
11:30Aqui.
11:31Aqui é só alguns.
11:32Ah, foi o que eu disse.
11:32Por enquanto.
11:32Por enquanto.
11:33É só alguns.
11:35É claro.
11:36Temos que estar sempre vigilantes.
11:37Então, porque eu acho que as pessoas acham que a ditadura,
11:41ela virá num ato.
11:43Sim.
11:43Que vai chegar alguém e falar,
11:44ó, olá, senhoras e senhores.
11:45Dia 2.
11:46Hoje são 13 horas e 35 minutos,
11:49começa agora a ditadura brasileira.
11:52É um programa.
11:54Começamos esse momento magnífico do país que será a ditadura.
11:58Se anuncia.
11:59Espero que você aproveite muito esse período que teremos.
12:01Não sabemos quando terminará,
12:03porque nós mesmos vamos andar em todo mundo
12:05e vamos dominar a porra toda.
12:07Então, as pessoas acham.
12:09Aguardam.
12:09Que não existe uma coisa que você tá vendo que ela vai, né?
12:13É um processo lento, né?
12:14Tem o livro Como as Democracias Morrem, né?
12:17Que os autores, eles vão falando justamente dessa forma.
12:20A democracia, ela vai sendo corroída por dentro, né?
12:22Então, é o silenciamento de uma instituição aqui,
12:26o silenciamento de uma pessoa pública ali,
12:28e aí você começa com a corrosão da democracia.
12:31É como tu falou, não é de uma hora pra outra.
12:33Então, é importante que as pessoas estejam sempre, sim, questionando
12:36falando, ó, não gosto, não gostei da opinião
12:38e defendo outro ponto de vista.
12:40De novo aqui, vou voltar, licença.
12:42Então, mas você acha isso, professora?
12:45Ela é professora.
12:45Sim, ela é professora.
12:46Manja muito, hein?
12:47É a professora Deise, ela manja muito.
12:50Você acha que isso também não é culpa dos próprios políticos?
12:54Porque os políticos prometeram muito,
12:58não cumpriram o que prometeram durante muitos anos.
13:02E aí chega um determinado momento que as pessoas,
13:05quando eles passaram a ter o poder na mão,
13:07eles passaram a desacreditar de tudo.
13:10E aí, quem tá no poder, a elite fala,
13:12opa, peraí, isso aqui tá sem controle,
13:15precisamos controlar o negócio.
13:18Só que agora, ele descobriu o poder que existe a rede social.
13:24Ele vai ter que proibir todo mundo de usar a rede social
13:27pra reorganizar essa democracia
13:30que durante muito tempo a gente viveu e acreditou nela, né?
13:34Como é que vai ser o futuro?
13:36Olha, eu sou um pouco pessimista, né?
13:39Eu sempre falo que eu não acredito num futuro brilhante pro Brasil,
13:43embora eu acredite que o debate, ele tem que ser permanente.
13:47A gente tem as nossas próprias raízes históricas
13:49que já são distorcidas, complicadas, né?
13:52Tu tava falando sobre isso com um colega jornalista na sexta.
13:56Mas o político, ele sempre vai querer te levar pro lado dele.
13:59Eu acho que a gente tem um ponto que é muito importante
14:01que diz a questão em relação à sociedade.
14:05Vou te dar um exemplo muito claro.
14:07O que a gente tá vendo no Congresso Nacional
14:08aqui desde que voltaram os trabalhos?
14:11Uma pauta ideológica se sobrepondo a pautas
14:16que interessam a sociedade brasileira.
14:19E cadê a reação dessa sociedade?
14:21Cadê a reação da sociedade na hora de votar
14:22que coloca 68% dos mesmos parlamentares
14:26que estavam no Congresso Nacional?
14:27Ela vai lá e coloca de novo.
14:29E aí tem todo o contexto social.
14:32Como é que tu vai dizer, Emílio, pra uma pessoa
14:33que pega ônibus às quatro da manhã,
14:36leva duas horas pra chegar no trabalho,
14:37trabalha o dia inteiro que nem um burro de carga,
14:39pega mais duas horas pra voltar pra casa,
14:41chega meia-noite em casa,
14:42pra dizer assim, ó, presta atenção ali na política
14:45do Congresso Nacional e aí quando ele vai olhar
14:47os caras só tão tentando defender o interesse deles.
14:50Então é todo um sistema que tá em volta, né?
14:52A gente coloca 68% de novo lá dentro,
14:55os mesmos que estão há 20, 30 anos lá,
14:58que só querem se autopreservar.
15:00Quando eles começam a defender somente
15:01pautas de autopreservação,
15:03como eles tão fazendo essa semana que passou agora,
15:05a gente fica ali, entra no jogo deles,
15:08ah, não, tá bom, eles tão certos ali
15:09a gente não cobra uma discussão séria
15:12sobre isenção do imposto de renda,
15:13a gente não cobra a regulamentação
15:14da reforma tributária,
15:16então a gente também fica, né,
15:18e aí entra no contexto sociológico,
15:20que eu não vou entrar,
15:20senão eu vou me chamar de chata,
15:22mas tem um amplo jogo aí, sabe?
15:26Aí é muito difícil mesmo, assim,
15:27mas eu sempre falo assim,
15:29de uma forma muito simplista,
15:30não vota nos mesmos, cara.
15:32De novo, 68% do Congresso lá dentro.
15:34E sempre, mas sempre o...
15:37Ele sempre muda,
15:39sempre tem uma renovação grande.
15:41Na última eleição a gente teve uma renovação grande.
15:44As últimas duas eleições
15:45teve uma renovação maior, né,
15:47do que a das...
15:47Mas aí tu foi olhar quem são...
15:49Ah, sim, é Sarney e Trisneto.
15:51É, não, é isso aí mesmo.
15:52Tem o Sarney pai, Sarney filho, Sarney neto,
15:55Sarney e Trisneto.
15:56Quando não é parente,
15:57tá atrelado ali de alguma forma.
16:00A gente tem,
16:00quando eu fiz o meu doutorado,
16:02eu pesquisei as bancadas
16:05no Congresso Nacional.
16:06A bancada ruralista,
16:09da bala e evangélica.
16:11E aí eu fui fazer um levantamento histórico,
16:13depois isso acabou saindo mais em jornais,
16:16mas eu fui fazer um levantamento histórico.
16:18Tinha parlamentares
16:20que estavam no Congresso Nacional
16:21que eles tinham representantes
16:23desde a velha república no poder.
16:25Desde a velha república.
16:27E eles estavam lá.
16:27Eu fiz o meu doutorado em 2014,
16:29eles estavam no Congresso Nacional.
16:30Tatara Neto, caramba.
16:33O Bolsonaro foi uma forma de quebrar isso aí, né?
16:36Que o Bolsonaro era um cara que...
16:38Tudo bem, ele era deputado,
16:40mas era um deputado meio da...
16:42Meio...
16:42Baixo clero.
16:43É, baixo clero.
16:44O Bolsonaro tentou dar uma...
16:46Dar uma mudada,
16:48mas não deu certo não, né?
16:50Eu até acho que deu certo
16:51se tu for olhar para a representatividade
16:53que ele trouxe para a direita.
16:55Porque o Fernando Henrique Cardoso,
16:57por exemplo,
16:57que foi o maior representante dessa direita,
17:00ele não era um...
17:01Um...
17:03É comum, né?
17:04Não era um cara que mexia com as massas.
17:05Ele era de sorbano.
17:06O sociólogo.
17:06O sociólogo.
17:07O sociólogo.
17:08Olá, queridos.
17:09Tudo bem?
17:10O sociólogo.
17:10O sorbano e fala os três idiomas.
17:12Não, mas...
17:13Então, não era um mobilizador das massas.
17:16Então, era uma direita que não...
17:17Não pegava a baldeação.
17:18Era uma direita que não tinha essa força toda contra a esquerda, né?
17:21Tanto é que a gente tinha uma política mais de partidos.
17:24O Bolsonaro...
17:25A gente via ali um predomínio do Lula, né?
17:29Da esquerda, porque a Dilma Rousseff,
17:30ela foi um produto do Lula.
17:32O Bolsonaro veio para quebrar isso.
17:34Então, ele trouxe para a política brasileira,
17:37a mesma força que a esquerda tinha
17:39com esse personalismo em torno do Lula,
17:41ele trouxe para a direita.
17:42Isso é um debate interessante.
17:43Sim.
17:44Que eles falam que está polarizado.
17:47Mas eu não vejo polarização.
17:49Você vê polarização de esquerda?
17:52Você vê força na esquerda?
17:54Manifestação.
17:54Manifestação.
17:55Você gosta de ir para a rua.
17:56A esquerda ainda não...
17:57A esquerda perdeu a compreensão do funcionamento das ruas.
18:02Ela se distanciou completamente das ruas.
18:03Porque a esquerda hoje é elite.
18:05É o Caetano Veloso.
18:06É o Chico Buarque.
18:09É o Daniel Zuckerman.
18:10Eu não concordo.
18:13Você acha que a esquerda não...
18:16Pô, olha quem estava com o Bolsonaro lá, o ator aí.
18:19Isso é bolha.
18:19Isso é bolha de rede social.
18:21Pega então votação.
18:22Se não tem polarização no nosso país,
18:24a gente está em outro lugar, meu amigo.
18:25Não sei.
18:26Tem polarização...
18:27Ué, como a gente vê as votações.
18:28Tem na imprensa.
18:29É isso aí.
18:30Tem a imprensa falando...
18:31Olha, estamos polarizando.
18:32Então, por que o governo promete ainda benefício social?
18:35Por que tem vale-gás?
18:36Por que o povo ainda é enganado pelo discurso
18:39de assistencialismo?
18:40Não, o que eu estou dizendo é força política.
18:42Exato, ação na rua.
18:43Força política como nome.
18:45Tem do Lula?
18:47Onde você vê o Lula?
18:48Ela é menor.
18:49É mais universal.
18:50Então não é polarizado.
18:51Então, né, professora?
18:53Ou não?
18:53Não, o Lula continua...
18:55O presidente Lula continua com a força no Nordeste, né?
18:58E aí, por isso que esse assistencialismo acaba funcionando.
19:01E a direita...
19:01Mas diminuiu muito.
19:02Diminuiu, diminuiu.
19:03Muito, muito, muito.
19:04Mas o problema da esquerda foi que, se a gente for olhar,
19:08eles ainda têm aquele discurso dos anos 90, né?
19:11Então é um discurso muito sindicalista.
19:14O presidente Lula voltou agora com uma pauta que eu fiquei horrorizada.
19:17Agora, putz, agora me fugiu.
19:19Mas era alguma coisa de...
19:20Um dualismo político que eu não lembro o que ele usou.
19:24Se ele usou a União Soviética.
19:25Mas foi alguma coisa assim, sabe?
19:26Ele voltou para um discurso tão anos 80...
19:29Socialismo, porque ele precisa ajudar mais as velhas.
19:31Ele quer ser mais socialista.
19:33E não entendeu que a sociedade mudou.
19:35Que aquela sociedade lá dos anos 90,
19:37que acreditava que só ia prosperar
19:39quando o Estado interferisse na economia e o PIB crescesse,
19:44é a mesma sociedade que agora quer ascender da classe D direto para B.
19:50Ela não quer esperar o Estado dizer para ela,
19:52olha, se você trabalhar das 8 da manhã às 5 da tarde,
19:55a economia funcional, o PIB crescer, você vai crescer.
19:58Não, é uma sociedade que agora vê nas redes sociais
20:01uma possibilidade de crescimento,
20:03que tem o que a gente chama de sharing economy, né?
20:06Que, por exemplo, começa a trabalhar através de aplicativos.
20:10E não quer mais esperar que o Estado haja para que ela cresça.
20:13Só que a esquerda ainda acredita que é isso.
20:15Que é a interferência do Estado.
20:17Eu vou fazer com que o Estado seja tão importante na vida dessa pessoa
20:20que ela não vai conseguir viver sem mim.
20:23Só que essas mesmas pessoas, elas já entendem que não.
20:26Que não é assim.
20:27Que eu tenho uma plataforma, eu tenho uma rede social,
20:29eu tenho outras formas de ascender.
20:31E essa esquerda não me dá oportunidade para isso.
20:33Por isso que o governo usa a ferramenta da cultura,
20:35onde pega o artista que a turma supostamente pode gostar ou não
20:39para falar que ele está do lado dele, incentivando.
20:42Usa muito, né, isso.
20:44A gente vê agora lá do Wagner Moura, dançando o freio, né?
20:47Então, mas é elite.
20:48É elite.
20:48A esquerda é a elite do Brasil.
20:50Exato.
20:51A esquerda...
20:51Pensadores são.
20:52Não, é elite, pô.
20:53É elite.
20:54É universitário.
20:55É universitário, o artista...
20:57É professor.
20:57E só artista de MPB.
21:00MPB.
21:00Olá, tudo bem?
21:02Olha, somos maravilhosos.
21:03Muito legalzão.
21:04É, muito legalzão.
21:05Redações.
21:06Jornalistas.
21:07E o pessoal que faz embaixo da mesa ali do...
21:10Isso.
21:10Da faria do Sami.
21:12Ali no 24 tem um...
21:13Não, mas ali eles são mesmo.
21:15Tudo canhoteiro.
21:16Ali na Faria Lima, puta, é tudo embaixo da mesa.
21:19Depois vem chorar.
21:20É.
21:20Aí fala, pô, mas só agora você vem falar?
21:23Olha o Sami ali.
21:24Lá teve só com a esquerda no picobal.
21:26Cinema, viu, doutor?
21:28Pois não, professor?
21:29Quando você fala da análise dos discursos, eu não sei se você fala só do Bolsonaro,
21:34você também avaliou do Lula.
21:35Quanto de consistência foram aos valores iniciais?
21:39Eu estou te perguntando em outras palavras se eles mudaram os princípios no decorrer do
21:45tempo ou se mantiveram fiéis às posições?
21:50Nossa, Sami, não mudaram.
21:51Isso é uma coisa impressionante.
21:54Eu vou te falar em relação ao Bolsonaro, que foi o meu livro, né?
21:57Mas, de novo, eu reitero isso porque quando eu estudei ele, ele não era nem pré-candidato
22:03à presidência.
22:04E tinham algumas características dele naquele período, e analisando os discursos, que eu
22:09utilizo até hoje.
22:10Que é como, por exemplo, essa dificuldade que a gente está vendo agora do ex-presidente
22:15em nomear um sucessor.
22:16Ele continua sendo esse personagem político forte, mas a gente percebe que ele tem...
22:21essa dificuldade de fazer um sucessor.
22:24Até porque o carisma político, o carisma político você não transmite, né?
22:28Então, o Bolsonaro não tem como transmitir isso.
22:30Mas essa foi uma característica que eu percebi nos discursos dele.
22:33Essa proteção em relação à família dele e aos personagens mais próximos, também
22:38eu percebi nessa análise de discurso, como isso era muito latente.
22:42Assim, de 1991 a 1922, isso apareceu muito, né?
22:45Então, e ele não mudou isso.
22:48É uma questão muito curiosa.
22:51Eu falei isso da outra vez que eu vim aqui, a gente foi num evento do PL Mulher, e o Valdemar
22:56Costa Neto falou lá.
22:58Quem vai escolher o sucessor do PL é o ex-presidente Jair Bolsonaro.
23:03E todas as tendências que ele tem dado até agora é de que vai ser alguém muito próximo
23:06dele.
23:06Isso é uma característica que a gente pegou, assim, nos primeiros discursos.
23:09Porque sem a benção de um, por isso que sem a benção de um dos dois, não tem outro.
23:14Porque esse papo de que vem a terceira via, você conversa mole, precisa da benção.
23:20Então, mas o Bolsonaro, porra, o que ele, o que, o que ele foi traído com esses caras
23:29que, porque o Bolsonaro é o rei, né?
23:31A turma cola no Bolsonaro na época da eleição.
23:33E depois, ah, não, mas Bolsonaro, Bolsonaro muito, já chega de Bolsonaro, chega de Bolsonaro.
23:39Agora estou aí pra resolver o problema, Bolsonaro maravilhoso, uma vez o seu fantasma, mas deixa
23:43Bolsonaro lá, eu não quero mais Bolsonaro.
23:45Acho que vocês também não querem mais Bolsonaro.
23:48Eu adoro ele, mas nesse livro.
23:49Não, não, tem muita gente que tá nessa.
23:51Sim.
23:52E aí o que acontece?
23:53Aparece o oportunista.
23:56E o oportunista é o malaco que ele vem, ele engana, ele engana, ele é aquilo que a gente
24:02tá falando, né?
24:03O melhor cara, o melhor cara de Xaveco ganha, ganha eleição.
24:07E tá precisando desse discurso.
24:08Ganha eleição.
24:09É.
24:10É, o Bolsonaro tem uma característica que, goste, se ou não, é muito difícil de
24:14conseguir na política, que é o que o Weber chama de liderança carismática.
24:19Então, quando a gente fala que o Bolsonaro é um mito político, eu não tô falando na
24:24questão de mito como a gente conhece, mas ele é um mito porque ele é mobilizador de
24:29massas.
24:29Isso aí, tá certo.
24:30O Bolsonaro não conseguiu isso.
24:31Isso aí.
24:32E ele é o único...
24:34É orgânico, o negócio dele é orgânico.
24:36E é a única pessoa que contrapõe o Lula, que consegue contrapor o Lula com força.
24:39Então, até me estranha quando esses outros políticos acham que vão tirar esse capital
24:44político dele.
24:44O cara tá em prisão domiciliar e ele ainda é o grande personagem.
24:48Mas você acredita que, assim, a gente não sabe o que vai acontecer daqui pra frente,
24:53né?
24:53Absolutamente nada.
24:54Muito se fala, em 2026, quem é o nosso candidato é o Bolsonaro, né?
25:01Mas não havendo o Bolsonaro ali na cédula, vamos dizer assim, você acha que ele ainda
25:06tem força pra colocar alguém?
25:08Porque eu sempre cito o exemplo das eleições municipais que teve muita gente que falou
25:15assim, cara, o Bolsonaro tá apoiando o Nunes, mas eu não vou com o Nunes.
25:18A gente viu o Nicolas fazendo vídeo.
25:20Uma galera fazendo vídeo que tava, tá junto.
25:24Não tava, mas tá junto.
25:25E tentaram queimar o Nicolas com o Bolsonaro e tudo mais.
25:28Você acha que, se ele não for o nome da cédula, ele ainda consegue eleger alguém?
25:34Interrogação!
25:36Consegue.
25:37O eleitor de São Paulo, ele é muito diferente.
25:40É, canhoteiro.
25:41É, da representação nacional.
25:43Sabe que, durante o período eleitoral do ano passado, eu escrevi um livro e eu não
25:46publiquei.
25:47Mas sobre as eleições de São Paulo, as características delas são muito diferentes do eleitorado nacional.
25:53Se a gente for olhar nacionalmente, o Bolsonaro ainda tem força, sim.
25:59Provavelmente, quem ele indicar pra ser sucessor dele é quem vai ter a grande preferência
26:04na corrida presidencial.
26:05E aí eu vou te dar só um exemplo do que aconteceu, por exemplo, com o governador de São Paulo.
26:09Certo.
26:09Que entrou nesse atrito com o Eduardo e teve que dar uma recuada nesse propósito dele
26:14de ser presidente da República.
26:16Então, quando ele entrou no enfrentamento nacional com alguém do clã Bolsonaro, ele se desgastou.
26:21Então, é muito diferente da análise de São Paulo.
26:24Poderia ficar cinco horas falando de São Paulo aqui, mas é ótimo.
26:27São Paulo, prestem atenção.
26:30São Paulo, vota mal!
26:34São Paulo não tem lugar que é pior eleitor do que a cidade.
26:39São Paulo, gente, elegeu o Pita.
26:42É verdade.
26:43Elegeu a...
26:44Como é que ela chama?
26:45A Marta.
26:46A Marta.
26:46A Erundina.
26:47A Erundina.
26:49Cala a boca.
26:50A Marta Suplicy.
26:55Geraldo.
26:55Haddad.
26:56Geraldo Alckmin.
26:57Geraldo Alckmin.
26:58Haddad.
26:59Fernando Haddad.
27:01Que não trabalhava demais.
27:02Pior.
27:02Puta, como vota mal São Paulo, né?
27:05Eu não tô falando nada disso.
27:06Não, não é.
27:07E quase vota, quase fez o bolos.
27:09Quase.
27:10São Paulo vota mal.
27:11São Paulo também.
27:12Hein?
27:12Por que, hein, professora?
27:14São Paulo, o eleitorado de São Paulo, ele tem uma característica que é um eleitor...
27:19E aí eu tô falando em cima das análises que eu fiz, tá?
27:23Ele é um eleitor mais de centro e é um eleitor que ele evita a confusão na sua maioria, tá?
27:30Eu sei que agora vocês vão falar assim, ah, mas na última eleição teve o Marçal e o Bolo se pegando e eles quase foram pro segundo turno.
27:35Ok, mas ainda venceu o quê?
27:38Aquele centro mais pragmático do Nunes.
27:40Quando a gente começou aqui na Jovem Pan no ano passado a fazer as análises pra eleição de São Paulo,
27:45eu lembro que eu ficava até numa situação meio ruim porque alguns analistas falavam assim,
27:48não, o Marçal tá crescendo, o Marçal vai pro segundo turno, o Marçal vai vencer e dava bolos.
27:52E eu sempre falava, gente, eu só tenho os estudos aqui.
27:55Pelos estudos, o eleitorado de São Paulo vai escolher o Nunes.
27:59Porque é uma característica desse centro mais pragmático.
28:02Por mais que isso tenha repercutido, o eleitor de São Paulo, ele tende a rechaçar
28:07quando a história, ela vai muito pra...
28:10Aí, desculpa, não tô encontrando uma outra palavra aqui, mas pra baixaria.
28:13Entendi.
28:13Na política, tá?
28:15Entendi.
28:15Então aí deu o que deu.
28:16Eu acho que a turma tava dividida lá com o Marçalzão, dentro da cadeirada, né?
28:20Depois da cadeirada, teve muita gente que tava a favor dele, né?
28:23Porque ainda existia essa coisa de, ah, ele é um sucessor do Bolsonaro,
28:28o que mostra que o Bolsonaro ainda tem força contra o sistema.
28:31É, ele foi na do Bolsonaro.
28:34É que ele falava que levantou a coisa na cadeira de roda.
28:37Que tem muita coisa.
28:38Queria fazer o teleférico, umas puta coisas de maluco.
28:41Já faz do ano, né?
28:42O teste lá.
28:43O teste do bolos.
28:44Coisa de maluco.
28:45O cara é maluco.
28:45O cara é maluco.
28:47É maluco, professora?
28:48Você analisou o de ser antropóloga.
28:51Não, eu não tenho essa capacidade, meu filho.
28:54É.
28:55E agora esse negócio dos caras proibirem, que nem ele tá inelegível.
29:01Bolsonaro, inelegível.
29:04Provavelmente o Eduardinho, inelegível.
29:07Sim.
29:08E esse negócio agora de deixar, na França, a Le Pen, inelegível.
29:13A Corina, inelegível.
29:16O mundo inteiro tá pegando o cara, mais assim, como é que eu vou falar, direitoso e deixando inelegível.
29:23Por quê?
29:26Vamos lá.
29:27A gente tem esse problema que a gente sempre fala aqui, que é da personificação das instituições, né?
29:33Isso é muito forte aqui no Brasil.
29:35A Montesquieu falava, né?
29:36O nosso sistema de freios e contrapesos, um poder tem que vigiar o outro poder, mas aqui tem um acelerador, né?
29:43Então, tem uma questão que é muito importante, que no mundo inteiro, essa questão da direita, ela tá ganhando um pouco mais de força.
29:52Por exemplo, na Europa, em relação à imigração, aqui no Brasil a gente tem uma pauta que surgiu agora, que é uma pauta conservadora.
29:59Mas quem é que tem a maioria nesses poderes, por enquanto?
30:02Eu vou falar mais do Brasil aqui, mas, por exemplo, a gente tem uma maioria no STF, que ela é uma maioria de esquerda.
30:07Então, é óbvio que isso vai acabar sendo contra os princípios da direita, por tudo que a gente já falou aqui.
30:13Porque existe uma personificação do sistema institucional.
30:16A gente tem um juiz hoje que julga, que critica, que dá sentença.
30:22Então, por que não silenciar aqueles que estão contra mim?
30:26Isso é um problema das instituições.
30:29É um problema de personificação da instituição, que é seríssimo.
30:32Quando uma instituição passa a valer mais em nome de uma pessoa do que no nome dela, por exemplo, não é mais o STF, é o ministro fulano de tal,
30:40a gente tem um problema na democracia, na segurança das instituições.
30:44Então, por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro colocou como um inimigo político o ministro.
30:52O que o ministro faz? Vai lá e tenta, de uma forma personalista, silenciar.
30:56É um problema de toda a política nacional e internacional também.
31:01E o futuro disso aí não é muito bom, né?
31:04Não, não.
31:04Não é muito bom.
31:06Porque vem no nosso, né, professora?
31:08Sim.
31:08Que aula, hein?
31:10Que aula, hein, professora?
31:12Eu, se eu tivesse sido seu aluno, eu seria um gênio.
31:15Mas eu sou um burraldo, porque o meu professor era o Manga Rosa.
31:22Que era o Manga Rosa.
31:24O Manga Rosa, ele...
31:26Meu Deus.
31:27É, porque ele era vermelho e ele falava assim com...
31:31Com as mãos.
31:31Com as mãos.
31:33E aí chamavam ele de Manga Rosa.
31:34Grande manguinha, bicho.
31:34De Manga Rosa.
31:37Ele era muito rosa, o Manga Rosa.
31:41Eu tenho uma pergunta...
31:41A gente só fazia isso na aula, professora.
31:43Na outra época.
31:44Eu queria fazer uma pergunta que a gente acabou não falando,
31:47que são os discursos do Lula versus os discursos do Donald Trump.
31:50A gente tem a taxação.
31:52O que você acha que pode acontecer?
31:55Justamente porque a gente sabe que a gente está dobrando uma aposta, né?
31:58É, eu não acredito que o Brasil vai sair bem disso.
32:01A gente já tem...
32:02Eu vi vocês comentando, antes de eu entrar aqui no programa,
32:05eu vi vocês comentando sobre os impactos que isso já estava acontecendo...
32:08Já estava provocando no Brasil.
32:10A gente já teve uma queda muito grande no Pará, né?
32:13Os produtores do Pará dependem do açaí.
32:15Então, já teve uma queda muito grande nos pedidos de açaí.
32:17A gente tem um presidente da República que...
32:20Isso me chama muita atenção, assim, porque durante a campanha eleitoral,
32:24eu lembro que o Lula falava muito que ia recuperar a diplomacia brasileira.
32:29E o que eu vejo é exatamente o contrário.
32:30É um presidente pensando com fígado e dobrando a aposta
32:35no momento em que o Brasil não tem essa força,
32:37porque o Brasil não consegue diversificar parceiros comerciais.
32:40Então, é um grande problema para a gente.
32:42Ah, vamos combinar aqui.
32:43Falando em português bem correto,
32:44desde que o Trump assumiu, o Ghani fala isso no Jornal da Manhã todo dia,
32:48desde que o Trump assumiu,
32:51ele dava sinais de que faria uma taxação,
32:52de que teria alguma repercussão em relação ao Brasil.
32:55E é sério que a gente não conseguiu se programar em relação a isso?
32:58Você está vendo que está indo para o abismo.
32:59Você está indo para o abismo, está indo para o abismo.
33:01E aí você chega na ponta,
33:02não, agora eu vou tomar uma atitude.
33:04Então, o Brasil não consegue responder à altura.
33:06Parece que a nossa diplomacia,
33:07ela foi sequestrada por essa questão ideológica do presidente Lula.
33:10Uma diplomacia que sempre foi elogiada, né?
33:12Então, assim, está pensando com o fígado,
33:15não está pensando economicamente, vai dar errado.
33:17É.
33:17E tem outra, né?
33:19O governo não entregou nada.
33:21Para ele, agora, é uma oportunidade de botar a culpa no outro.
33:25Você arruma um inimigo e toda a culpa vai ser do Trump.
33:30Não é?
33:30O que entregou?
33:31Nada.
33:31Não entregou no Maduro.
33:34E se a gente for lembrar,
33:35antes dessa história toda do Trump aí,
33:37dessa taxação,
33:38o índice de popularidade do presidente Lula
33:42estava indo para baixo, né?
33:44Estava indo para o beleléu.
33:45Essa foi uma tentativa de reação dele.
33:47Eu acho que ele deve estar pensando assim,
33:48ufa, graças a Deus isso aconteceu,
33:50porque eu não estava conseguindo explicar
33:51a economia brasileira, né?
33:53É isso aí.
33:55Olha, professora,
33:56põe as redes sociais da professora.
33:58A turma aqui é muito grossa desse...
34:00Eu fico falando só que você é linda,
34:02você é linda,
34:03mas você siga,
34:04ela está na programação da Jovem Pan.
34:07Você está no Jornal da Manhã, né?
34:08No Jornal da Manhã e no Jornal da Jovem Pan.
34:10O Jornal da Jovem Pan é às oito da noite?
34:12É, com o Berraes.
34:13Hoje eu estou lá.
34:14Com o Berraes.
34:14O Thiago Berraes está lá à noite.
34:17E tem também a equipe.
34:19Deise,
34:20com Y e I no final.
34:23É Deise Tiocare.
34:26C-I-O-C-C-A-R-I.
34:30Deise,
34:31com I,
34:32Deise Tiocare.
34:33Tudo junto
34:34para você poder seguir aí nas redes sociais.
34:37Professora,
34:38muito obrigado, viu?
34:39Imagina, eu que agradeço.
34:39Você dá essa colher de chá aqui para a gente.
34:41Pô, eu agradeço.
34:42A audiência adorou você.
34:44Espero que você volte mais vezes aqui.
34:45Eu que agradeço.
34:46Obrigado, viu?
34:47Obrigado, viu?
34:47Muito obrigado.
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