- anteontem
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play
https://bit.ly/2KRm8OJ
Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store
https://apple.co/3rSwBdh
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
#JovemPan
#DocumentoJP
Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play
https://bit.ly/2KRm8OJ
Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store
https://apple.co/3rSwBdh
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
#JovemPan
#DocumentoJP
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00O ditado popular pai é quem cria enfatiza que o papel paterno vai além da simples geração biológica
00:24e abrange o cuidado, a educação e a construção de um vínculo afetivo com o filho.
00:30Eu diria pro meu pai e avô, eu te amo, mas ainda nunca disse.
00:37Eu convivi com meu avô até os 21, eu me casei com 21, então até os 21 eu fiquei na casa dos meus avós.
00:47Pai é quem dá atenção, pai é quem cuida, pai é quem reconhece a letra do filho num trabalho de escola,
00:54pai é quem sabe o que o filho gosta de comer, pai é quem sabe que o filho às vezes se assusta com trovão à noite,
01:00que gosta ou não de um cachorro, precisa pegar no colo quando passa algum perto.
01:04O pai é quem sabe o que acontece no coração daquela criança que está ali à sua frente.
01:09É a melhor coisa que aconteceu na minha vida, é o meu filhão que está aqui comigo.
01:14Eu sou filho único, essa jornada de paternidade realmente abriu completamente caminhos, talentos,
01:27me libertou de muita coisa e é uma vocação mesmo, é um chamado.
01:33A essência do amor que vai além dos laços de sangue, o que define uma família?
01:40Seria a força de um amor que se constrói no dia a dia?
01:43Neste documento Jovem Pan vamos explorar a paternidade socioafetiva,
01:49que é um elo que nasce da convivência, do cuidado e da vontade de ser pai, independentemente da biologia.
01:56Vamos também abordar diversas maneiras de exercer a paternidade que se desprendem dos moldes convencionais.
02:05O multiartista Moussa foi criado pelos avós maternos, Lourdes e Lourival,
02:11mas quem assumiu a figura paterna na vida de Moussa foi o próprio avô.
02:15O artista morou ao lado deles por 17 anos.
02:19Minha mãe se separou, muito jovem, do meu pai, e eles se casaram, tiveram um casamento muito rápido,
02:29se separaram quando tinha sete meses, estava em São Paulo, minha mãe voltou para a casa dos pais,
02:35que moravam no Rio, ela foi criada no Rio, e eu acabei sendo criado ali pelo meu avô,
02:41porque minha mãe trabalhava, estudava, então não tinha muitas condições de estar ali comigo no dia a dia,
02:47mais no final de semana, então eu ficava entre o meu avô e a minha avó, né?
02:53Os dois também trabalhavam, mas era mais fácil para eles me levar para o trabalho deles e estar ali comigo.
03:00Ele me levava para, enfim, em qualquer lugar que eu ia, eu era um mini adulto, né?
03:05Ele não tinha aquele jeito com criança, era um homem, né?
03:10Um homem antigo, né?
03:11Então, assim, um homem que veio da roça, um homem durão,
03:14ele, o olhar dele já dizia tudo.
03:17Mussa relembrou algumas das histórias vividas ao lado de seu avô.
03:22Ele gostava de catar, ele também gostava de pescar,
03:25e ele me levava muito na Pedra do Arpoador,
03:28que é um lugar bem famoso no Rio de Janeiro, que tem Ipanema.
03:31E a gente morava ali em Ipanema, perto do Morro do Cantagalo,
03:35e ele me levava ali, muitas vezes ele me levava ali para o Arpoador,
03:42e a gente ficava ali, eu ajudava ele a catar marisco e tal.
03:45Tem um evento, né, que ele me levava muito para a escola, me trazia da escola e tal.
03:54Então a gente ia pelo caminho, e ele via, assim, que eu gostava de passarinho.
03:59Aí ele me deu um canário, por conta disso.
04:01Apesar de eu ser moleque, quando eu era pequenininho,
04:05meu avô tinha uma passada na areia, o pé dele, né, de adulto,
04:09eu tentava ali pisar as pegadas dele, como criança,
04:13e alargava, assim, o meu passo, assim.
04:16Era uma coisa engraçada, uma coisa que eu gostava de fazer.
04:18Ele andando na minha frente, eu ia tentando pisar as pegadas dele.
04:20E ele gostava de andar muito pela areia.
04:22O avô de Mussa, Sr. Lourival Fernandes de Andrade, faleceu em 1999,
04:29e deixou marcas e memórias profundas na vida de seu neto.
04:34Ele me deu um conselho, que eu fiz uma música recentemente sobre isso.
04:37Ele falava, coração dos outros é terra que ninguém anda.
04:41E eu fiz uma música sobre isso.
04:43Será que a vida imita a arte?
05:04Ou a arte imita a vida?
05:06A verdade é que a relação entre pais e filhos é algo tão profundo e relevante
05:11que adentrou até no universo das artes
05:14e virou o tema de composições de diversos cantores
05:18que fizeram homenagem aos pais por meio de suas canções.
05:22Fábio Júnior, ao cantar Pai,
05:24e o italiano Andrea Bocelli, ao compor A Mio Padre,
05:28numa tradução livre ao Meu Pai.
05:31Pai, eu cresci
05:35E um acordo que assomilha o próprio tempo.
05:39Por muito tempo, a ideia de família esteve restrita a um modelo.
05:45Mas a vida nos mostra que o amor encontra caminhos diversos.
05:49A adoção é um gesto de amor e uma forma legal
05:52que permite pessoas ou casais se tornarem pais.
05:56Mais que um trâmite jurídico, é a fundação de uma nova família.
06:00Nós casamos aí durante 11 anos.
06:06Nós tentamos gerar filhos, ter nossos filhos pela via biológica.
06:14Só que, assim, não tinha nada que impedisse a gente de ter nossos filhos.
06:21Porém, nunca aconteceu de ter.
06:25Então, foi quando a gente decidiu que não iríamos mais tentar.
06:32A gente decidiu por isso.
06:34E vivemos, que a gente chama, uma espécie de luto
06:38por não conseguir gerar os nossos filhos biológicos.
06:42E abrimos o nosso coração para a adoção, né?
06:45Que já era um plano nosso.
06:49E foi exatamente isso que o empresário Maurício Fabres e sua mulher fizeram.
06:54Em um mundo onde a formação familiar assume tantas formas,
06:58a história de um casal que adota seis filhos
07:01transcende o convencional
07:03e se torna um testemunho inspirador do amor que se multiplica.
07:07A gente trabalha como uma equipe.
07:11O cuidado, assim, essa questão de tratar cada um individual,
07:16é lógico que quando a gente tem um número grande,
07:19é mais difícil, tá?
07:21Muito mais difícil.
07:22Só que o que a gente procura fazer?
07:25A gente tem muito tempo junto, nós.
07:28Então, por exemplo, a gente prioriza momentos em família.
07:32Então, por exemplo, no jantar,
07:34a gente sempre procura jantar todo mundo junto,
07:37conversa, bate papo, pergunta como foi o dia.
07:42Eu trabalho fora.
07:44Então, a minha esposa, ela sempre está aqui em casa com eles.
07:48Então, vira e mexe, a minha esposa tem tempo individual com eles.
07:53Pega um, sai e vai tomar um café da tarde.
07:57Para quem quer adotar,
07:58o primeiro conselho que eu dou é
08:01o porquê você está querendo adotar um filho.
08:05É aquilo que eu falei.
08:06Qual é o objetivo?
08:09Se for por caridade, sai fora.
08:12Vai trabalhar, talvez, assim, um apadrinhamento,
08:16algo desse tipo.
08:18Mas é o seu propósito.
08:22É um propósito, realmente, de ser pai, de ser mãe.
08:25Então, é um caminho.
08:30A gente sabe que o amor transforma.
08:32A gente sabe que o amor pode transformar tudo.
08:37Mas a decisão de permanecer juntos,
08:42isso vem acima de tudo.
08:43Então, diante dos desafios, das lutas, das rejeições,
08:50das brigas, das dificuldades, é decisão.
08:55A criação de filhos é uma das experiências mais enriquecedoras
08:59e gratificantes da vida.
09:01Mas é importante reconhecer que essa jornada
09:04pode vir acompanhada de desafios financeiros significativos.
09:09Planejar e entender esses custos é crucial.
09:12A gente participou de uma palestra
09:15que uma das palestrantes era uma mãe solo
09:21que adotou três irmãs.
09:24E ela falava sobre a vida simples que ela tinha com as filhas,
09:28que, na verdade, as crianças, né,
09:32elas não estão procurando uma condição financeira, né,
09:35elas estão procurando pais e mães.
09:37E aí foi quando eu lembrei da minha infância, né,
09:42que eu tive uma infância simples,
09:44meu pai sempre procurou meus pais, né,
09:47dar do bom e do melhor dentro daquilo que eles tinham condições de dar.
09:52A opção de você querer ter uma família grande ou não
09:55vai muito daquilo que você quer oferecer para o seu filho.
10:00Então, se de repente você quer oferecer uma escola particular,
10:05você quer oferecer,
10:07ah, eu quero oferecer natação,
10:10quero oferecer coisas que requer uma certa condição financeira,
10:16quanto mais filho, maior vai ser essa questão financeira.
10:21Mesmo assim, querendo ou não, de certa forma,
10:25essa parte financeira, ela é...
10:28Ela acaba sendo um pouco importante, né,
10:31então, para a família grande,
10:34a gente tem bastante gasto aqui,
10:36não é pouco, é muito gasto,
10:39mas, graças a Deus,
10:42hoje a gente consegue manter essa família,
10:45e tem sido incrível, assim,
10:50são vários desafios.
10:53Um pai que assume a responsabilidade de cuidar do filho
10:57enquanto a mãe trabalha
10:58é um exemplo poderoso de paternidade ativa
11:02e de como os papéis familiares estão evoluindo.
11:06Maurício Rueti é o exemplo disso.
11:08Com a pandemia de Covid-19,
11:10ele se viu em uma posição única,
11:12a de cuidador em tempo integral de seu filho recém-nascido,
11:17enquanto sua esposa mantinha sua rotina de trabalho.
11:20A história é que nós demoramos para ter filho, né,
11:27e quando ele veio, estava acabando a pandemia,
11:32e basicamente eu estava...
11:35Eu era freelance na época,
11:38tinha alguns clientes,
11:39e na pandemia meus clientes diminuíram muito,
11:44e quando minha mulher continuava trabalhando,
11:48e foi basicamente, assim,
11:51não foi uma decisão que eu tomei,
11:53que eu encampei,
11:55falei, não, eu vou cuidar do meu filho,
11:58e não foi muito isso,
12:00foi mais um...
12:01Foi acontecendo.
12:01As maiores dificuldades é a demanda física,
12:08e embora à noite a minha mulher sempre esteve junto, né,
12:16então eu ficava com ele durante o dia,
12:20então a dificuldade era ir para o parquinho,
12:25ficar, dar comida, voltar a fazer dormir,
12:31e depois à tarde também, ficar com ele,
12:36então fisicamente era muito difícil.
12:38Depois, quando ele começa a crescer,
12:43começa a andar, começa a ir,
12:46não dá, tinha dias que eu ficava sem poder fazer nada, né,
12:50quando você vai trabalhar,
12:51você está no escritório, você está trabalhando,
12:54você faz a reunião,
12:55ou você está fazendo a planilha,
12:57ou você está fazendo o que você tem que fazer,
12:59mas depois você para,
13:01e vai, você quer tomar um café,
13:02você sai e vai tomar um café.
13:04Com o filho é muito mais difícil,
13:06porque você fica demandado sem poder parar.
13:10Então hoje eu dou muito valor para muita mãe,
13:13dou muito valor para muita babá,
13:14que eu conheci, que eu vejo,
13:17coisas que eu não sabia, né,
13:19mas a minha mulher também,
13:22ela, quando ela chega em casa,
13:24ela assume total o filho,
13:27então também aí me dá um respiro,
13:30eu ajudo, continuo ajudando,
13:32e ela que põe para dormir,
13:35ela que dá banho, né,
13:36então é um meio a meio, né,
13:40e às vezes pode ser até mais difícil para ela,
13:42porque ela tem que trabalhar o dia inteiro,
13:44e depois ainda à noite ela assume.
13:49Eu nunca pensei na inversão de papel,
13:52de que o homem está cuidando do filho,
13:55teria que ser a mulher, a mãe, não, o pai,
13:57eu nunca pensei nisso,
13:58nunca passou isso pela minha cabeça,
14:00eu sempre fui atrás da alegria de poder ficar com ele,
14:03entendeu,
14:03eu nunca,
14:04nunca,
14:05isso nunca me veio à cabeça.
14:08São os dois juntos fazendo a coisa acontecer,
14:15entendeu,
14:15então eu não posso falar que eu estou cuidando do,
14:19eu que fiquei cuidando do Luiz Felipe,
14:21porque não é verdade,
14:22eu fico cuidando dele durante o dia,
14:24enquanto ela está trabalhando,
14:26pode ser até que ela faça mais do que eu,
14:29entendeu,
14:29eu tenho a sorte,
14:31é de poder ficar com ele durante o dia,
14:33poder não trabalhar de carteira assinada,
14:38de bater ponto,
14:40entendeu.
14:42A multiparentalidade é o reconhecimento jurídico
14:46de que uma pessoa pode ter mais de um pai e de uma mãe
14:49simultaneamente,
14:51independentemente de laços biológicos.
14:53Na prática,
14:55o que nós temos?
14:56Nós temos a mãe e o pai,
14:58e os vetores que legitimam essas pessoas
15:01são vetores biológicos e genéticos.
15:03Mas há o evento social,
15:05onde as pessoas se relacionam com outras pessoas,
15:08que passam a interagir na vida daquelas crianças,
15:11tomam esforços,
15:12passam a desempenhar um papel de pai e de mãe,
15:14e não é um papel concorrente,
15:17é um papel que se soma.
15:18Então, quando há o reconhecimento
15:20dessa parentalidade socioafetiva,
15:22muitas vezes não se derroga
15:23a parentalidade biológica e genética.
15:26Existe uma soma.
15:27Então, a multiparentalidade
15:28é quando nós temos
15:29o reconhecimento de uma parentalidade socioafetiva
15:32em conjunto com a parentalidade genética.
15:36Aquela criança, aquele menor,
15:37vai ter na sua certidão de nascimento
15:39duas mães,
15:40vai ter dois pais
15:41e a somatória dos subnomes.
15:45A multiparentalidade faz parte da vida de Luísa.
15:48Quando ela tinha três anos,
15:50sua mãe começou a namorar o seu padrasto.
15:53Depois de 23 anos de convivência,
15:55Luísa decidiu buscar o reconhecimento
15:57da paternidade afetiva
15:59e, atualmente,
16:00Luísa tem o nome dos dois pais
16:02em seus documentos.
16:04Na verdade, a gente só colocou no papel
16:06o que sempre foi, né?
16:08A gente sempre foi uma família.
16:09Então, foi só essa questão mais formal
16:12de poder olhar o nome dele
16:13nos meus documentos.
16:15E, não sei, foi uma homenagem mesmo, sabe?
16:18A gente tentou fazer de forma extrajudicial
16:21pelo cartório
16:22e aconteceu que o Ministério Público
16:26não aceitou.
16:27Mesmo com o aceito do meu genitor,
16:30ele tinha escrito uma carta
16:32dizendo que ele aceitava as condições
16:34de reconhecimento,
16:36que ele estava ok com tudo isso.
16:39O Ministério Público falou que
16:41só existia um pai e uma mãe
16:43e não teria como reconhecer esse vínculo.
16:47E aí, a gente optou pela via judicial mesmo.
16:50E daí, tinha uma lacuna maior
16:54para a gente poder explorar
16:55a participação dele na minha vida.
16:58Então, acho que a gente
16:59pôde pegar por esse lado emocional, né?
17:03Daí, a gente ajuizou a ação
17:05e foi bem tranquilo, assim.
17:06Não tivemos mais nenhum empecilho.
17:10Só uniu a gente mais ainda.
17:17E depois, quando saiu a certidão,
17:20ele que me surpreendeu,
17:22porque ele sabia que a certidão
17:23estava pronta e eu não sabia.
17:25Então, a gente foi jantar
17:27e daí ele me deu de presente a certidão,
17:29minha certidão de nascimento atualizada,
17:31com o nome dele junto.
17:33Então, aí eu que fiquei sem reação,
17:35porque eu que queria proporcionar aquilo.
17:38E daí, ele que veio e me entregou.
17:40Então, foi bem legal, assim.
17:43Outra surpresa.
17:45Ele foi uma das pessoas que me inspirou, né?
17:49A entrar no direito.
17:50Antes, eu fazia um outro curso
17:51e depois eu fui me interessando.
17:55Ele foi me contando um pouco da área.
17:57E daí, eu comecei...
17:58Começou a despertar um interesse
17:59muito genuíno, sabe?
18:01Então, hoje eu estou no escritório
18:04que ele fundou.
18:06Então, assim, sabe?
18:07Eu me sinto muito orgulhosa
18:09de estar aqui,
18:12contribuindo para a sociedade
18:13de alguma maneira.
18:15E querer ser uma pessoa ética,
18:18ser uma pessoa correta,
18:19uma profissional decente, sabe?
18:22Muitos padrastos assumem o papel de pai
18:28na vida dos filhos de suas companheiras.
18:31Flávio Nupi, padrasto do advogado
18:34Fábio Aliandro Tancredi,
18:36fala justamente sobre esse vínculo
18:38e afeto que nutre pelos filhos
18:40da sua mulher Solange.
18:42O Guigo, que é o filho mais velho,
18:46tinha oito anos.
18:48O Fábio tinha sete.
18:50E a Mariana tinha entre quatro e cinco anos.
18:55E aí, nós começamos a ter, realmente,
18:58a nossa vida.
19:00A partir daí,
19:02a gente teve um relacionamento maravilhoso,
19:06porque eu adorava os três.
19:09E tudo se deu, realmente,
19:12o início se deu, realmente,
19:14pelo amor.
19:16Muito amor.
19:18Eu era apaixonado pela...
19:20Era e sou ainda apaixonado pela Solange.
19:23E eu sou apaixonado pelos três até hoje.
19:27Eu acho que é recíproco.
19:33Na separação inicial dos meus pais,
19:36meu pai foi morar fora do Brasil, primeiro.
19:38Depois, ele morou...
19:40Sempre morou fora de São Paulo.
19:42Por poucos períodos, ele morou aqui.
19:44Então, o Flávio é quem sempre fez
19:46todo o papel de pai mesmo,
19:50de ir levar, trazer para a escola,
19:53acompanhar nas atividades escolares,
19:56nas atividades esportivas, enfim.
19:59Tudo isso a gente foi aprendendo
20:00junto, né?
20:02Como o pai ensina aos seus filhos.
20:04Então, todo esse convívio aí
20:06de criação, de educação,
20:09de ensino, né?
20:12Como eu falei, ele é professor,
20:13professor de matemática,
20:14todas as dificuldades, às vezes,
20:15que a gente tinha na matéria dele.
20:17A gente tinha ele como socorrer
20:20e estava em casa, né?
20:21Então, era ele que acordava
20:22para levar para a escola,
20:23levava para a escola.
20:24Então, todo esse convívio paternal, né?
20:27Aconteceu desde que eles
20:28passaram a se relacionar.
20:30Com três décadas de casamento,
20:33Fábio e a esposa sempre tiveram
20:35a adoção como possibilidade
20:37ao não poderem conceber
20:39de forma natural.
20:41Uma opção que a gente...
20:43Eu mais, né?
20:45Inicialmente, cogitava
20:47e já assimilava a ideia.
20:49E aí a gente construiu junto
20:50essa ideia de adoção, né?
20:53Como um caminho
20:55para paternidade e maternidade.
20:58E aí, como eu sou advogado,
21:00trabalho com direito de família
21:02e sucessões
21:02e trabalho também com adoção,
21:05foi uma coisa mais tranquila
21:07para mim de entender
21:08o que é o processo,
21:09o formato e etc.
21:14A gente tem que estar
21:15meio preparado para o imediato,
21:18porque como que acontece
21:19na prática?
21:20Quando surge essa conexão,
21:22ou seja, quando o sistema
21:24encontra uma criança
21:26que encaixa com o nosso perfil,
21:29a gente é comunicado
21:31e praticamente a gente
21:33tem que escolher na hora
21:34se a gente quer ou não.
21:37Então, nos dois casos,
21:38foi assim.
21:39A gente recebeu um telefonema
21:41e me falou,
21:41olha, vocês estão aqui
21:42na fila de adoção
21:43e temos uma criança
21:45dentro do perfil.
21:47Vocês querem?
21:49Aí, quando a gente
21:50manifesta o desejo,
21:51a gente vai ao fórum
21:53conhecer aquela história,
21:55no caso,
21:55como eles eram muito pequenos,
21:57com a curta história
21:57de vida deles lá,
21:59saber a situação jurídica toda.
22:02E aí, a gente já manifesta
22:04naquela hora
22:04se a gente deseja ou não
22:05iniciar o estágio
22:06de convivência.
22:07Então, naquela mesma hora
22:08que a gente recebe
22:09a comunicação,
22:10a gente já tem que
22:11manifestar a vontade ou não.
22:15E eu acho que a gente
22:15está preparado
22:16porque a gente sempre brinca.
22:17E um outro exemplo
22:18que a gente sempre dá
22:18nas histórias de adoção,
22:21eu falei,
22:21se você foi capaz
22:22de amar um companheiro
22:24que não nasceu com você,
22:25não viveu com você,
22:26você com 20 anos
22:27passou a amar uma mulher,
22:28um homem ou outra pessoa,
22:29para conviver com ela,
22:32por que você não pode
22:32amar uma criança
22:33que está aí
22:34com meses
22:35ou poucos anos,
22:37como seu filho,
22:40entendeu?
22:41Então dá, né?
22:42O amor é uma escolha
22:43que gera frutos preciosos.
22:46Foi com esse propósito
22:47que em 2019,
22:49André e Hélio,
22:50juntos há 15 anos,
22:52decidiram recorrer
22:52à fertilização in vitro
22:54e à barriga solidária.
22:56Eu quero ter um filho,
22:57ele falava para mim,
22:58eu quero ter um filho seu,
23:00eu quero ter um filho com você.
23:01E aí isso ressignificou,
23:03do tipo,
23:03não é mais só um desejo dele,
23:05é um desejo dele
23:06formar uma família comigo.
23:08Aí eu falei,
23:09nossa,
23:09esse cara,
23:10eu não vou perder esse cara não,
23:12vamos fazer uma família.
23:13e a gente começou
23:14a procurar informações
23:14sobre fertilização in vitro
23:17aqui no Brasil
23:18para dois homens.
23:19E a gente encontrou,
23:21demorou,
23:22é um processo
23:22que no começo,
23:23a gente não tinha informação,
23:24a gente não sabia.
23:26Foi 2019.
23:27A gente não sabia
23:28como fazer,
23:28quais eram os primeiros passos
23:30e a gente passou aí
23:32uns bons bocados
23:34até a gente conseguir
23:35encontrar um médico
23:36profissional
23:38que fizesse,
23:39uma amiga
23:40para fazer o auxílio
23:41para a gente,
23:42porque no Brasil
23:42você pode fazer
23:43desde que seja parente
23:44até quarto rural,
23:45grau,
23:46ou uma amiga
23:48e não pode ter remuneração.
23:51Por isso que no Brasil
23:52é barriga solidária
23:53e não barriga de aluguel.
23:55Então,
23:55até a gente conseguir tudo isso
23:57foi um período
23:58bem intenso
23:59na nossa vida, né?
24:00Sim.
24:07Então,
24:07quando a gente
24:08conseguiu engravidar
24:10do Filipe
24:10e a gente fez
24:11um chá revelação
24:12digamos assim,
24:13a gente fez um evento
24:15para revelar
24:16o sexo do bebê,
24:17se seria menino
24:18ou menina.
24:18Se fosse menino
24:19ia descer
24:20umas bolas coloridas
24:21na cor azul,
24:22se fosse menino
24:22ia descer
24:23umas bolas rosas.
24:24E quando a gente
24:25divulgou isso
24:26nas redes sociais,
24:27primeiro que assim,
24:28o nosso Instagram,
24:29que é o Dois Papais,
24:30ele cresceu muito
24:31porque nós fomos
24:32os primeiros influenciadores
24:33a expor
24:34uma paternidade LGBT
24:36publicamente
24:37e as pessoas falaram
24:39como assim?
24:39Dois homens
24:40fazendo chá revelação?
24:41Dois homens
24:42tendo um filho biológico?
24:43Por que que não adotaram?
24:44Vocês têm que adotar
24:45porque tem um monte
24:46de criança
24:47na rua?
24:48Então assim,
24:49foram muitas coisas
24:51que eu falei,
24:51gente,
24:51eu só estou querendo
24:52ter uma família
24:52assim como
24:53qualquer outra pessoa
24:54que quer ter uma família,
24:55eu tenho esse direito.
24:56Eu brinco,
24:57ninguém chega
24:57para a Cláudia Raia
24:58e fala para ela,
24:59ué,
25:00por que que você
25:00não fez um filho
25:02com o seu marido
25:03de uma forma tradicional?
25:04Por que que você fez
25:04fertilização in vitro?
25:06Por que que outros casais
25:07adotam?
25:08Porque cada um
25:09tem o seu sonho,
25:11cada um tem a sua vontade.
25:12Então o preconceito
25:13ele existe sim,
25:14o fato de nós sermos
25:16duas pessoas privilegiadas,
25:17a gente vive
25:18num ciclo social
25:19que a gente obviamente
25:20tem muitos amigos,
25:21tem pessoas que nos querem
25:22muito bem,
25:23mas a internet
25:24é terra de ninguém,
25:25né,
25:25então os ataques
25:26eles acontecem,
25:27a gente acaba bloqueando
25:29as pessoas que não fazem
25:30parte do nosso dia a dia
25:31e por outro lado
25:32a gente tem as dindas
25:33do Filipe,
25:34os dindos do Filipe,
25:35que são pessoas
25:36que nos seguem,
25:37que nos acompanham,
25:38que mandam muito amor
25:39para a gente,
25:40então o preconceito
25:40acaba sendo muito pequeno,
25:42próximo a todas as pessoas
25:43que nos amam
25:44e que nos querem bem.
25:46Ao se tornarem pais
25:47de Filipe,
25:48de dois anos e meio,
25:49André e Hélio
25:50também assumiram
25:51o compromisso
25:52de educá-lo
25:53para aceitar
25:54e entender
25:55a diversidade.
25:56O casal defende
25:58que mais do que tolerar,
25:59é preciso valorizar
26:01as diferenças
26:02para colaborar
26:03com uma sociedade
26:04cada vez mais inclusiva.
26:07O que eu quero
26:08para o Filipe
26:08é que ele seja
26:10um menino,
26:11um homem que
26:12seja tolerante,
26:13que aceite a diversidade,
26:15que aceite o diferente,
26:17até porque eu,
26:18como dono de empresa,
26:19eu tenho a obrigação
26:20de empregar pessoas
26:21das mais diferentes
26:23classes sociais,
26:25etnias,
26:25desde que estejam bons
26:26profissionais,
26:26eu acho que a premissa
26:28é ser um bom profissional.
26:29Agora,
26:30a classe social,
26:31a cor,
26:32raça,
26:32gênero,
26:33isso é uma consequência.
26:34Então,
26:35o que eu quero
26:35passar para o Filipe
26:36é que ele seja
26:36um menino que tolere
26:38a diversidade,
26:39que valorize a diversidade,
26:41porque ele faz parte
26:42de uma família
26:43diferente.
26:44É uma família
26:45que não é considerada
26:46uma família tradicional
26:47e quando ele se der conta
26:48disso,
26:49eu quero que isso seja natural,
26:51mas que ele tenha
26:51essa consciência
26:52de que ele faz parte
26:53de uma família
26:53da diversidade
26:55e que ser diferente
26:56é legal,
26:57desde que você seja
26:58uma pessoa do bem
26:59e uma pessoa correta.
27:02Paternidade,
27:03ela é o maior
27:04e o melhor desafio
27:06que a gente pode ter
27:08na nossa vida.
27:09Para nós,
27:10como pessoa.
27:11Para nós,
27:11como pessoa,
27:12porque a gente tem
27:12que se doar,
27:13a gente tem que se entregar,
27:14a gente ama incondicionalmente
27:17e para o filho
27:20que recebe
27:21toda essa informação
27:22e como ele processa
27:23essa informação,
27:24porque cada um
27:25recebe a informação
27:26de uma forma.
27:27Então,
27:28a gente tenta passar
27:29da melhor forma,
27:30nem sempre ele vai receber
27:31o que a gente quis
27:32passar para ele.
27:33Então,
27:33é um desafio diário,
27:35constante,
27:37mas é o melhor desafio,
27:39pelo menos para mim,
27:40que eu já passei
27:40na minha vida.
27:53no Brasil,
27:58a gente ainda tem que forçar
28:00o homem a ser um pai.
28:03Porque ou a gente tem
28:04o pai que ele acha
28:05que ele,
28:06sendo o provedor,
28:08ele já fez toda a parte dele,
28:10a gente ainda tem aquele
28:11que nem quer ser o provedor.
28:14Então, assim,
28:15ser pai não é só você
28:16ser um cartão de crédito
28:18ou pagar um boleto
28:19no final do mês.
28:20vai muito além.
28:22É você participar
28:23da criação
28:25e da educação
28:26dos filhos.
28:31Esse cara que abandonou
28:33os filhos,
28:35e a mulher,
28:37e saiu,
28:37entende?
28:37Entende?
28:38Sei lá,
28:38fez dois ou três filhos
28:40numa mulher
28:40que ele morou
28:42durante alguns anos,
28:44isso começa a ficar pesado
28:46para o orçamento dele,
28:46ele pega e sai.
28:48Entende?
28:48ou vai para outro lugar.
28:51Ele faz isso.
28:53Porque fizeram isso com ele.
28:55Entende?
28:55O mundo não é coisa
28:56que acontece agora,
28:57o mundo vai se reproduzindo.
28:58Entende?
28:59Né?
29:00Então, são homens também,
29:01né?
29:02Que tiveram violência em casa,
29:05não tiveram amor,
29:07não tiveram reconhecimento,
29:09percebem?
29:09Foram abandonados,
29:10eles próprios,
29:12pelos pais e tal.
29:13E eles se reproduzem.
29:14Percebem?
29:15É um ciclo.
29:16É uma reprodução.
29:17Né?
29:18A Constituição Federal
29:20de 1998
29:22trouxe avanços
29:23significativos
29:25no direito de família.
29:27Ela estabeleceu
29:28a igualdade
29:28de direitos
29:29e deveres
29:30entre homens e mulheres
29:31no casamento
29:32e na criação dos filhos.
29:34E também eliminou
29:35qualquer distinção
29:36entre filhos gerados
29:38dentro ou fora
29:39de um casamento.
29:40Mesmo com o avanço,
29:42milhares de crianças
29:43nascem no Brasil
29:44e não tem o nome
29:45do pai biológico
29:46em sua certidão
29:47de nascimento.
29:49De acordo com a
29:50Arpen Brasil,
29:51entre 2020 e 2024,
29:53o Brasil registrou
29:5513.148.373 nascimentos.
30:01Mas 805.464 crianças
30:05foram registradas
30:07sem o nome do pai.
30:08Isso representa
30:09cerca de 6%
30:10das crianças
30:11que nasceram
30:12neste período
30:13sem o registro
30:14do pai.
30:15Mas ainda assim
30:16carrega um número
30:16muito expressivo.
30:18E esses dados
30:19geram preocupação,
30:20analisa o presidente
30:21da Arpen Brasil,
30:23Devanir Garcia.
30:25A Arpen Brasil
30:25é uma associação
30:27que reúne
30:27mais de 7.800 cartórios
30:30que efetivamente
30:32fazem o registro civil
30:34das pessoas naturais
30:35em todo o nosso país.
30:36E a nossa associação
30:38vê, logicamente,
30:39esses números
30:40sempre com muita preocupação
30:42porque tem a ver
30:44com efetivação
30:45de direitos
30:46dessas crianças
30:46que acabam
30:48não tendo
30:48o nome do pai
30:49no seu certidão
30:50de nascimento.
30:51E a gente, logicamente,
30:52vem trabalhando isso
30:54há bastante tempo.
30:55É um fenômeno
30:55que eu diria
30:56que é um problema
30:58social do Brasil
30:59que não se...
31:01Para que isso seja
31:02diminuído
31:03ou solucionado
31:05é preciso
31:06de vários atores
31:09digamos assim
31:10políticas públicas
31:12efetivas
31:13para que tenhamos
31:14números menores.
31:15A associação
31:21ela vem trabalhando
31:23fortemente
31:24através
31:25e juntamente
31:27com o Conselho Nacional
31:28de Justiça
31:28com os tribunais
31:29de justiça
31:29de cada estado
31:31corredorias
31:32através de mutirões.
31:36O IMESC
31:37Instituto de Medicina Social
31:39e de Criminologia
31:40de São Paulo
31:41realiza todo mês
31:43um mutirão
31:43focado no reconhecimento
31:45de paternidade.
31:47A chefe de gabinete
31:48do IMESC
31:49Juliana Lugani Pinto
31:50conta os detalhes
31:51de como o exame
31:52de DNA
31:53ou o teste
31:54de paternidade
31:55é realizado.
31:57Para evitar
31:57a burocracia
31:58para chamar
31:59essas pessoas
32:00sem agendamento
32:01prévio
32:02para o IMESC
32:03então nós ficamos
32:04de plantão
32:04das sete
32:05às duas da tarde
32:06toda a última
32:07sexta-feira do mês.
32:08Então é uma
32:09grande oportunidade
32:10para você evitar
32:11processos judiciais
32:13não há necessidade
32:15de procurar
32:16defensoria pública
32:17até porque
32:17também tem
32:18um agendamento
32:19e aí depois
32:20a defensoria
32:21vem para o IMESC
32:22também aí
32:23tem um agendamento
32:23prévio
32:24então é para facilitar
32:25para todas as famílias
32:27exatamente
32:27para que a gente
32:28possa reconhecer
32:30a paternidade
32:31do maior número
32:31de pessoas.
32:36Para realizar
32:37esse exame
32:38eu preciso
32:39de um suposto pai
32:40a criança e a mãe
32:41virem até nós
32:43de comum acordo
32:44sem conflito
32:46porque se
32:46existir conflito
32:48aí sim
32:49vai ter que ser
32:49pela via judicial
32:50porque nós não temos
32:52o poder coercitivo
32:53nós não temos
32:53como obrigar
32:54as partes
32:54comparecerem
32:55então
32:56tendo isso
32:58a gente realiza
32:59o exame.
33:04Antigamente
33:04eram feitos
33:05os exames de DNA
33:06através de tubos
33:06de ensaio
33:07hoje a tecnologia
33:09está muito avançada
33:10é apenas uma gota
33:11de sangue
33:12não há necessidade
33:13de vir de jejum
33:14tá bom
33:15isso é uma dúvida
33:16que as pessoas têm
33:17então é uma gotinha
33:18de sangue
33:18na ponta do dedo
33:20como se fosse
33:21um exame de diabetes
33:22tá
33:23então não dói
33:24a gente faz na criança
33:26com lanceta específica
33:27para a criança
33:28então eu consigo
33:32soltar o exame
33:33em 15 dias
33:34envio para o
33:35ministério público
33:36e o ministério público
33:37vai chamar
33:38essas famílias
33:39e sendo pai
33:40ele já encaminha
33:41direto
33:42para o cartório
33:42de registro
33:43totalmente gratuito
33:45e é muito
33:45salary
33:46se você vai
33:48ingressar
33:48com o processo
33:49judicial
33:49as várias
33:50das famílias
33:51em São Paulo
33:52todas
33:53inclusive em qualquer
33:54estado
33:54são super lotadas
33:56então demoram
33:56muito
33:57então é uma
33:58forma de facilitar
34:00a vida dessa mãe
34:01desse pai
34:02dessa criança
34:02e é de forma
34:04gratuita
34:05então não precisa
34:06de advogado
34:07você não precisa
34:08buscar um defensor
34:09público
34:10é só vir
34:10e fazer esse exame
34:11a maior importância
34:15vai além
34:16dos alimentos
34:18dos direitos
34:19de alimentos
34:20e direitos
34:20sucessórios
34:21claro que alimentos
34:22é muito importante
34:23os direitos
34:23sucessórios
34:24mas as pessoas
34:25tem que
34:25também ter em mente
34:27que isso mexe
34:29com a autoestima
34:29da criança
34:30então uma criança
34:32o desenvolvimento
34:32psíquico da criança
34:33ela se forma
34:35até os 7 anos
34:35de idade
34:36então a importância
34:37do pai
34:38a figura paterna
34:39para a criança
34:40é muito importante
34:41então a gente gosta
34:42de frisar
34:43que vai além
34:44dos direitos
34:44de alimentos
34:45e direitos
34:46sucessórios
34:46é importante
34:48para o desenvolvimento
34:49saudável
34:50dessa criança
34:51ter o registro
34:52do pai
34:53ter essa
34:54convívio
34:55com o pai
34:55se possível
34:56precisamos de ajuda
35:01de políticas públicas
35:02precisamos de ajuda
35:04para que as famílias
35:05brasileiras
35:05tenham um melhor preparo
35:07uma orientação
35:08sexual
35:09nas escolas
35:10em que
35:11as meninas
35:12em que elas
35:13possam saber
35:14desde já
35:15da sua responsabilidade
35:16possam saber
35:18o quão danoso
35:21é colocar
35:21uma criança
35:22neste mundo
35:23sem que ela tenha
35:24a responsabilidade
35:26de um pai
35:26e de uma mãe
35:27a auxiliar
35:28de cozinha
35:29Luciene Alves
35:30Moraes
35:31compareceu
35:32ao mutirão
35:32em busca
35:33de que André
35:34pai de seu filho
35:35reconheça
35:36a paternidade
35:37e inclua
35:38seu nome
35:38na certidão
35:39de nascimento
35:40da criança
35:41o nome dele
35:43é Samuel
35:44ele vai fazer
35:45cinco meses
35:45e aí eu conheci
35:48através do Google
35:48mesmo
35:49pesquisei
35:50sobre
35:50teste
35:51grátis
35:52e aí eu consegui
35:53achar esse lugar
35:54aí eu vi que não
35:55precisava agendar
35:56e tal
35:56e conversei com
35:58ele
35:59para a gente
36:00poder vir
36:00que dê tudo certo
36:02que registre
36:03que dê tudo certo
36:04o jornalista
36:09Gabriel Abolis
36:10foi criado
36:11pela avó
36:11e pela mãe
36:12em um lar
36:13sem figura paterna
36:14mas sua mãe
36:15revelou a identidade
36:17de seu pai biológico
36:18fruto de um encontro
36:20casual
36:20apesar de ter conhecido
36:22o pai
36:23Gabriel sentiu
36:24frieza
36:24nos poucos contatos
36:26que teve com ele
36:27e decidiu cortar
36:28a relação
36:29inclusive
36:30recusando fazer
36:31um exame
36:32de DNA
36:32isso eu fui
36:33conhecendo
36:34meu pai
36:34na verdade
36:35quando
36:36em uma festa
36:37do dia dos pais
36:37na escola
36:39a professora
36:42durante o evento
36:43ela pegou
36:44meu documento
36:44e ela tirou sarro
36:45porque eu não tinha
36:46o nome do meu pai
36:47no documento
36:48e aquilo
36:49foi muito pesado
36:50eu tinha 6
36:51para 7 anos
36:52foi terrível
36:53e eu lembro
36:54que eu cheguei em casa
36:54aos prantos
36:55e a minha mãe
36:56perguntou
36:57o que tinha acontecido
36:57e eu falei para ela
36:58eu falei
36:59olha a professora
36:59deu risada
37:00porque eu não tenho pai
37:01ela falou
37:02não você tem
37:03eu falei
37:03não eu não tenho
37:04porque ele não estava lá
37:04eu não tenho
37:05meu documento
37:05novo do meu pai
37:06e ela falou
37:07não você tem
37:08eu vou te apresentar ele
37:09e aí ela foi
37:10na casa
37:11da minha falecida
37:12avó
37:12paterna
37:13procurar ele
37:14foi recepcionada
37:16pela
37:16ex-mulher
37:18do meu pai
37:19hoje
37:19e ela contou
37:20para ela
37:21falou
37:22olha meu filho
37:22ele quer conhecer
37:23o Renato
37:24e é direito dele
37:25e eu quero marcar
37:26para trazer ele aqui
37:27e aí foi
37:29quando eu conheci
37:29o meu pai biológico
37:31ele foi
37:32até a casa
37:32da minha avó
37:33e vou mentir
37:34para você
37:35se eu disser
37:35que eu tenho
37:36lembranças
37:36do dia exato
37:38como foi
37:39eu não tenho
37:39porque foi uma coisa
37:40tão fria
37:42para mim
37:42que não me marcou
37:43nesse nível
37:44eu lembro só
37:45de um aniversário
37:46que ele foi
37:47eu estava nessa idade
37:4818, 9 anos
37:49mais ou menos
37:50ele foi
37:51até a casa
37:52da minha avó
37:52e eu lembro
37:53que eu falei
37:53para a minha avó
37:54assim que eu não queria
37:55que ele ficasse lá
37:55porque ele era chato
37:56eu era uma criança
37:57e eu achava ele chato
37:58não tinha um carinho
37:59não existia um carinho
38:00da parte dele
38:01não teve um convívio
38:03e por parte dele
38:05ele nunca buscou saber também
38:06quando eu já estava
38:09com os meus 10 anos
38:1010 para 11 anos
38:11eu lembro que eu falei
38:13para a minha mãe
38:13que eu queria
38:14que ele me registrasse
38:15e mesmo eu frequentando
38:17a casa dos meus avós
38:18e não tendo contato com ele
38:20mas frequentando a casa
38:21dos meus avós paternos
38:22todo mundo falava
38:24que era a cara dele
38:25em um determinado momento
38:28ele falou
38:28que ele queria
38:28o exame de DNA
38:29para poder me assumir
38:30como filho
38:31e aí a minha mãe
38:32perguntou para mim
38:34se eu queria fazer
38:35ela falou
38:35olha, é teu direito
38:36você quer fazer?
38:37eu falei
38:37não, eu não quero
38:38aí ela falou
38:40tudo bem
38:40então
38:41eu decidi
38:42naquele momento
38:43que eu não queria
38:43ter mais contato com ele
38:44quando eu fiz
38:48mais ou menos
38:4814 anos
38:51a minha avó
38:52havia falecido
38:53a minha avó
38:53que me criou
38:54faleceu
38:55eu tentei
38:56uma reaproximação
38:57com ele
38:58só que não deu
38:59muito certo
39:00porque
39:00por questões
39:02religiosas
39:04ele era uma pessoa
39:05evangélica
39:06e eu sempre fui
39:07um menino
39:08muito mais gay
39:09ele
39:10existia essa homofobia
39:12hoje eu sei
39:13por parte
39:14enfim
39:14religiosa e tudo
39:15eu
39:16falei para minha mãe
39:17cheguei em casa
39:18ela perguntou
39:18como tinha sido
39:19eu falei para ela
39:19que tinha sido
39:20muito chato
39:20muito terrível
39:21que eu não me senti
39:22confortável
39:23me senti
39:23deslocado
39:24na casa dele
39:25e que não tinha
39:26esse carinho
39:26não tinha
39:27o porquê
39:28eu continuar ali
39:28e a ausência
39:30do pai
39:31permaneceu
39:31então assim
39:32o contato
39:32com o meu pai
39:33biológico
39:34eu tive
39:34ao longo
39:35de
39:36eu já tenho
39:3633 anos
39:37ao longo
39:37desses 33 anos
39:39foram 5 vezes
39:40as festas
39:44as festas
39:44de professor
39:45dos dias
39:45dos pais
39:46que os professores
39:46faziam
39:47não ia ninguém
39:48quando ia
39:49era minha mãe
39:49então eram
39:50vários homens
39:52e só
39:53minha mãe
39:53então assim
39:54isso mexia
39:55muito comigo
39:55e até eu entender
39:56isso
39:57até minha avó
39:58dizer para mim
39:59olha
39:59não tem nada a ver
40:00isso daí
40:01é só uma questão
40:02social
40:03porque
40:03a gente já faz
40:04papel de pai
40:05você tem uma mãe
40:07que é completa
40:07ela faz
40:08absolutamente tudo
40:09eu também faço
40:10e tenho
40:11até então
40:12era o meu falecido avô
40:13hoje o falecido avô
40:14fazia de vez em quando
40:15que ele estava disponível
40:16ele fazia
40:17esse papel de pai
40:18na imaginação
40:21fica a questão
40:22de
40:22eu teria sido
40:23um pouco mais diferente
40:25talvez eu teria
40:25aprendido coisas
40:27a questão de se defender
40:28porque geralmente
40:29deixa isso para o homem
40:30do homem se defender
40:32numa briga
40:33de saber
40:33reagir a situações
40:35eu acho
40:36que eu teria
40:37eu teria mais paciência
40:38e talvez
40:39eu acreditaria
40:40a possibilidade
40:40de ter filhos
40:41a história
40:46de Kelly Cristina
40:48Ribeiro Souza
40:49é outro exemplo
40:50de testemunho
40:51da redefinição
40:52de laços familiares
40:53sua mãe biológica
40:55a entregou
40:55para a adoção
40:56ainda durante
40:57a gestação
40:58Kelly então
40:59foi adotada
41:00por um casal
41:01de mulheres
41:01mas a falta
41:02de uma figura paterna
41:04sempre repercutiu
41:05em sua vida
41:06e quando eu tinha
41:09ali meus oito
41:10nove anos de idade
41:11eu estava
41:12em um restaurante
41:14com as minhas mães
41:15e meu pai
41:17também era da localidade
41:18mas ele nunca
41:19procurou
41:20ele nunca
41:21ele sabia
41:22que eu era filha dele
41:23mas ele nunca
41:24procurou
41:25e eu era criança
41:27também
41:28então automaticamente
41:29eu também não procurava
41:30só que nesse dia
41:32eu tive esse encontro
41:33com ele
41:34nesse restaurante
41:35e aí ele perguntou
41:36para as minhas mães
41:37se podia fazer uma foto
41:39e aí ele fez essa foto
41:40só que desde então
41:42a gente nunca
41:42teve contato
41:43foi o único contato
41:45que eu tive
41:45na minha infância
41:46com meu pai
41:47quando eu já estava
41:53com os meus 27 anos
41:54uma amiga minha
41:56me procurou
41:56e aí ela
42:00era ano novo
42:01e aí ela me perguntou
42:02eu achei que ela
42:03estivesse me ligando
42:03para poder desejar
42:04feliz ano novo
42:05e aí ela falou
42:07oi Kelly
42:08então
42:08queria te fazer
42:09uma pergunta
42:10mas eu não sei
42:11se você
42:12vai querer falar sobre
42:13mas você conhece
42:15seu pai
42:16eu falei para ela
42:17falei olha
42:18eu sei quem é
42:19eu sei onde ele mora
42:21só que assim
42:22eu não tenho contato
42:23com ele
42:24e aí ela perguntou
42:24por quê
42:25se havia algum problema
42:27e aí eu falei
42:28não ele nunca me procurou
42:30então eu também
42:31acabei não procurando
42:32por ele
42:33acabei não tendo
42:34contato com ele
42:35e aí ela falou
42:36quem era
42:37perguntou quem era
42:38e aí eu falei
42:39para ela
42:40e aí ela falou
42:40então
42:41temos 10 anos
42:42de amizade
42:43nós somos irmãs
42:44e aí foi uma
42:46um choque
42:47foi
42:48de primeira
42:49assim
42:49foi um choque
42:50que eu falei assim
42:51não é possível
42:52não tem como
42:53e aí ela falou
42:55olha então
42:56nós temos
42:57vários irmãos
42:58nós temos
43:00muitos irmãos
43:02eu conheci 6
43:03mas
43:04muito mais
43:05né
43:06e aí
43:07eu queria saber
43:09se você topa
43:09um encontro
43:10e aí eu falei
43:12para ela
43:12lógico
43:12sim
43:13meus irmãos
43:14não tem
43:15nenhuma culpa
43:17dos erros
43:17dos nossos pais
43:19né
43:19a minha irmã
43:22caçula
43:23ela
43:24ela que achou
43:26a fotografia
43:27né
43:27das coisas
43:28do meu pai
43:29e aí ela comentou
43:30com uma prima
43:30lança
43:31olha
43:32deve ser mais
43:32uma filha
43:33do meu pai
43:33perdida por aí
43:34o pai
43:39ele na verdade
43:40não reconheceu
43:41nenhum dos filhos
43:42dele
43:42é só essa
43:43minha irmã
43:44caçula mesmo
43:45porque ele
43:45ficou casado
43:46com a mãe dela
43:47mas o meu pai
43:49ele tem
43:49eu não sei
43:50ao total
43:51porque nem ele sabe
43:52o total de filhos
43:53que ele tem
43:54né
43:55os que eu conheci
43:56foram 6
43:57mas
43:58ele não
43:59não tem vínculo
44:00com nenhum dos filhos
44:01ele não tem
44:02nenhum
44:03então assim
44:04na verdade
44:05na verdade
44:05eu fui registrada
44:07no nome da minha mãe
44:08adotiva
44:09porque eu fui adotada
44:10a brasileira
44:11né
44:11de maneira ilegal
44:12na época
44:13na época não
44:14até hoje
44:15é uma
44:15é uma maneira
44:16ilegal
44:17de adoção
44:17é
44:18porque antigamente
44:19tinha muito isso
44:20ah eu não quero mais
44:21o filho
44:22toma
44:22só que onde
44:28veio a minha
44:29falta paterna
44:31querendo ou não
44:32a minha família
44:33por não ser uma família
44:34tradicional
44:34foi uma família
44:35de duas mulheres
44:36eu tinha essa necessidade
44:38de defesa
44:39é
44:39e eu não tive defesa
44:41eu não tive
44:42uma figura masculina
44:43pra me defender
44:44então eu vivi a vida toda
44:51crescendo
44:52tendo que me virar
44:53sozinha
44:54eu cresci a vida
44:55tendo que lidar
44:56com questões
44:56que eu não precisava lidar
44:58se eu tivesse um pai
44:59biológico ali
45:00um pai biológico não
45:01uma figura paterna
45:03né
45:03então as minhas mães
45:05sempre tiveram que
45:06enfrentar situações
45:08é
45:08por exemplo
45:09eu sou negra
45:10né
45:10eu sou preta
45:11eu tive questões
45:12de racismo
45:13que elas tiveram
45:14que
45:14peitar a situação
45:16que talvez
45:17se eu tivesse um pai
45:17elas não precisariam
45:18enfrentar
45:19e eu fui adotada
45:21por uma mulher branca
45:22do olho azul
45:22e loura
45:23e era muito engraçado
45:24porque quando eu saia
45:25com ela na rua
45:26as pessoas comentavam
45:27nossa
45:27quando eu falava
45:28mãe
45:29é mãe
45:29e aí ela brincava
45:31meu marido é preto
45:33Regiane Carvalho
45:34é psicanalista
45:35há mais de 20 anos
45:37e dedica o seu trabalho
45:39em auxiliar famílias
45:40especialmente
45:41nas áreas da educação
45:43e da criação
45:44dos filhos
45:45a gente já nasce
45:47com traumas
45:47não é que você
45:49depois do nascimento
45:50começa a adquirir
45:52seus traumas
45:53os traumas já vem
45:54desde a sua gestação
45:56então quando
45:57o pai rejeita
45:58e fala pra mãe
45:59esse filho não é meu
46:00eu não quero saber
46:02eu quero DNA
46:03eu nem quero
46:04não me procure mais
46:05a criança já se sente
46:06rejeitada
46:07então ele nasce
46:09com síndrome
46:10da rejeição
46:11então é uma criança
46:13que ela já nasce
46:14sabe aquele bebê
46:15chorão demais
46:16que parece que
46:17ninguém consegue
46:18consolá-lo
46:19ele já tem
46:20os seus pequenos
46:21traumas
46:22porque essa mãe chorou
46:23essa mãe pensou
46:24em tirar a criança
46:26por saber que não teria
46:27alguém ao lado dela
46:29pra ajudar
46:29nos momentos mais difíceis
46:31ela não teve apoio
46:33às vezes da família
46:33porque ela não arrumou
46:34uma pessoa muito legal
46:35pra engravidar
46:36porque ela engravidou
46:37na adolescência
46:38então todo esse peso
46:40ele já nasce
46:42na carga da criança
46:43quando você não conheceu
46:50o pai
46:51a gente às vezes
46:52cria
46:53um pai idealizado
46:55tá
46:56então se eu nunca conheci
46:58o meu pai
46:58se a minha mãe resolveu
46:59eu não vou contar
47:01quem é o pai
47:02a criança
47:03ela pode fantasiar
47:04então eu atendo
47:06alguns que acham
47:07que o pai
47:07é um grande médico
47:09ele é um grande empresário
47:11ele é um jogador
47:13de futebol
47:13é um comissário
47:15ele viaja muito
47:16ele sempre vai criar
47:18uma idealização
47:20de um pai perfeito
47:22e às vezes
47:22lá na fase adulta
47:24antes da mãe morrer
47:26ela resolve contar
47:27e ele começa a ter
47:28o contato
47:29com um pai
47:30que não é nada
47:31daquilo que ele idealizou
47:33entende?
47:34é um pai
47:34que ele tem
47:35um trabalho comum
47:36como um servente
47:37de pedreiro
47:38um ajudante geral
47:39e aí eu fico com essa briga
47:41e eu acabo não aceitando
47:43o pai que ela me apresenta
47:45porque eu já tinha
47:46um pai idealizado
47:47então quando a gente vai
47:48para a terapia
47:50e a gente vai fazer análise
47:52o que que acontece?
47:54fazer análise
47:55é você
47:55ressignificar
47:57o tempo todo
47:59as suas dores
48:00eu vou reproduzir
48:02o que eu conheço
48:03então a teoria
48:05da psicanálise
48:06é isso
48:06vamos ressignificar?
48:07vamos colocar outra coisa
48:09neste lugar?
48:11então assim
48:12isso aqui foi legal
48:13para você?
48:14não
48:14isso doeu e você
48:15então como que a gente
48:16vai fazer?
48:17vamos voltar
48:18e vamos ressignificar
48:19pegar essa criança
48:20que não teve pai
48:21mostrar para ele
48:23que hoje ele é um homem adulto
48:24e como reagir
48:26àquelas dores
48:27então se você vai casar
48:29com um homem
48:29que ele não teve pai
48:31ele não sabe
48:32ser um bom marido
48:33ele vai ter que
48:34aprender
48:35a ser um bom marido
48:36porque ele não teve
48:37uma figura
48:38olhando de longe
48:39vendo um pai amoroso
48:41chegando em casa
48:41abraçando a mãe
48:42beijando
48:43cumprimentando
48:44viajando junto
48:45fazendo compras juntos
48:46ou ele viu um pai
48:47que nunca estava em casa
48:49porque estava trabalhando
48:50ou estava sempre alcoolizado
48:52quando chegava em casa
48:53e lembra
48:54eu vou projetar aquilo
48:55então
48:55esse é o mundo
48:56que eu conheço
48:57a paternidade se manifesta
49:03no amor
49:04no cuidado
49:04e na responsabilidade
49:06no entanto
49:07a realidade
49:08apresenta extremos
49:09marcantes
49:10de pais que não registram
49:12seus filhos
49:12a outros que constroem
49:14famílias numerosas
49:16como fez o empresário
49:17Carlos Arasaki
49:19eu sou Carlos Arasaki
49:20eu tenho 12 filhos
49:23e a minha mulher
49:24está grávida
49:24de mais um
49:25então são 13 até o final do ano
49:28eu sou casado com a Mariana
49:31a gente se casou em 2011
49:33então recentemente
49:34a gente fez 14 anos de casado
49:37e aí nessa trajetória
49:39também
49:39a gente teve filho
49:40desde 2011
49:42até agora
49:432025
49:44só em 2016
49:47não, desculpa
49:482017
49:49que a gente não teve filho
49:51e em 2024
49:53também
49:54fora isso
49:55todos os anos de 2011
49:57até aqui
49:57a gente
49:58teve um bebezinho
49:59ou dois bebezinhos
50:01saindo da barriga
50:03e alegrando mais
50:03a nossa vida
50:04mas na verdade
50:07quando a Mariana
50:08ficou grávida
50:09foi uma surpresa
50:10para todos nós
50:12então
50:13foi uma
50:13uma surpresa muito boa
50:15e eu comecei
50:16a me sentir pai
50:17então a partir do momento
50:18que eu já
50:19ia começar de fato
50:21colocar
50:21mãos à obra
50:22então você já vai
50:27acho que ganhando
50:29sabe
50:29as qualidades
50:30as skills
50:31a consciência
50:32a partir desse momento
50:34mas é lógico
50:35eu sou um pai
50:36hoje que tem uma
50:37amostragem muito grande
50:38de filhos
50:39então tem um espectro
50:40grande
50:41para trabalhar
50:42então
50:43eu comecei a estudar
50:44sobre isso
50:45e eu vi hoje
50:47por exemplo
50:47que para mim
50:48a educação básica
50:50bem feita
50:51é um instrumento
50:53de mudança
50:53do país
50:54por exemplo
50:55e muitos pais
50:56eu vejo
50:57por exemplo
50:57que eles não fazem
50:58não tem essa consciência
51:00pelo menos
51:00no primeiro
51:01nos primeiros filhos
51:02e as coisas passam
51:03muito rápido
51:04assim
51:06dinheiro
51:07profissão
51:09essas coisas
51:10elas vão e voltam
51:12você recupera
51:12você melhora
51:13mas o tempo
51:14da infância
51:15do seu filho
51:16não
51:16então assim
51:17de repente
51:18o seu filho
51:19já
51:20a minha mais velha
51:21já tem 13 anos
51:22e passou assim
51:23no estalar de dedos
51:24então eu sempre
51:25fico pensando
51:25pô
51:26como eu gostaria
51:27de reviver
51:27ou de saber
51:28o que eu sei hoje
51:29na infância
51:30dos meus primeiros
51:31sou filho único
51:34essa jornada
51:35de paternidade
51:36realmente
51:38abriu
51:39completamente
51:40caminhos
51:40talentos
51:42me libertou
51:44de muita coisa
51:45e é uma vocação
51:47mesmo
51:47é um chamado
51:48alguns filhos
51:52são mais sensíveis
51:53outros filhos
51:54são mais casca grossa
51:55e aí você tem
51:57que chegar
51:57e cara
51:58qual que é
51:59essa chavinha
51:59pra eu conseguir
52:00decifrar
52:01o que ele quer falar
52:02e ao mesmo tempo
52:04uma coisa muito importante
52:05como que eu vou
52:06exercendo
52:07né
52:08essa criação
52:09essa conexão
52:10essa confiança
52:13que eu acho
52:13que no fundo
52:14é o mais importante
52:15que a gente tem
52:15que desenvolver
52:16da infância
52:17até que eles sejam
52:18adultos jovens
52:20porque
52:21o seu filho
52:23ele pode ter uma vida
52:24que seja uma vida
52:26escondida de você
52:27a sua filha
52:27pode ter uma vida
52:28escondida de você
52:29ela pode não se abrir
52:31e acho que
52:32o nosso principal caminho
52:33é conseguir
52:34né
52:35criar uma ponte
52:36direto
52:37pro coração deles
52:38e
52:39ser muito aberto
52:40e a gente
52:44tentar colocar
52:45sempre
52:45por exemplo
52:46padronizar
52:48as coisas
52:48então
52:49quando eles chegam
52:50no colégio
52:50se eles dão almoço
52:51no colégio
52:52aí vai lá
52:52e almoça
52:53todo mundo
52:54ao mesmo tempo
52:54depois
52:56tem atividades
52:57à tarde
52:58pros que tem
52:59então já
52:59todo mundo
53:00toma banho
53:00fica pronto
53:01e ou vai fazer
53:02a tarefa
53:03ou já vai
53:04pra atividade
53:05depois
53:06no final do dia
53:06a mesma coisa
53:07todo mundo
53:08já
53:08chega
53:09janta
53:10todo mundo
53:11junto
53:12vai lá
53:13coloca o pijama
53:14escova o dente
53:15se arruma
53:15e fica pronto
53:16então
53:17a gente sempre
53:18faz uma dinâmica
53:19de ter os horários
53:21previstos
53:22porque criança
53:23gosta de previsibilidade
53:25quer dizer
53:26ela quer furar
53:26a previsibilidade
53:27mas é muito bom
53:28pra ela
53:29então assim
53:30a gente foi aprendendo
53:31a deixar tudo
53:32já bem programado
53:33bem
53:34anotadinho
53:36sempre no começo
53:37do mês
53:37por exemplo
53:38a gente faz
53:39um calendário
53:39do mês inteiro
53:40a gente vai
53:41e assim
53:42nós somos muitos
53:43e aí em geral
53:48o que nos perguntam
53:49muito também
53:50hoje a gente sai
53:51em dois carros
53:53então são dois carros
53:55de sete lugares
53:56e aí vamos ver
53:58agora
53:59até onde vai
54:02a maioria
54:02das pessoas
54:03falam que daqui a pouco
54:04a gente vai ter que
54:05dirigir um ônibus
54:06mesmo
54:06então enfim
54:08essa é a nossa vida
54:10a gente viaja
54:11sempre em dois carros
54:12Carlos
54:14enfatiza que para
54:15um relacionamento
54:16prosperar
54:17a colaboração
54:18e a união
54:19são fundamentais
54:20ele destaca
54:21a importância
54:22da ajuda mútua
54:24entre o casal
54:25você tem que pensar
54:26sempre em time
54:27na união
54:28nos dois
54:29ganhando
54:30juntos
54:31então
54:32essa questão
54:34de falar assim
54:34cara
54:35como que eu posso ajudar
54:36como que eu posso
54:37ficar mais à disposição
54:39e assim
54:40de forma prática
54:40é isso
54:41a gente
54:42marca
54:43conversa
54:45senta
54:45fala
54:46e também
54:48assim
54:49a gente tem
54:50muitas coisas
54:51para fazer
54:51então
54:52a gente procura
54:53também não ficar
54:54culpando um outro
54:55ah você esqueceu
54:56determinada coisa
54:57ah eu já tinha
54:57te falado isso
54:58enfim
54:59falar assim
55:00olha
55:00pô lembra
55:01que a gente
55:01conversou
55:02o que você acha
55:03e tal
55:03então porque
55:05no fundo
55:05para dar certo
55:07para durar
55:08pela vida inteira
55:09a gente tem que
55:10ir nutrindo
55:11muito isso
55:12e numa perspectiva
55:13muito mais positiva
55:14do que negativa
55:15o documento
55:21Jovem Pan
55:21fica por aqui
55:22assista a esse
55:23e a outros programas
55:24no canal do Youtube
55:25da Jovem Pan
55:26e no aplicativo
55:27Panflix
55:28uma ótima noite
55:29para você
55:30e até mais
55:45documento Jovem Pan
55:51a opinião
55:53dos nossos comentaristas
55:55não reflete
55:56necessariamente
55:56a opinião
55:57do grupo
55:58Jovem Pan
55:58de comunicação
55:59Realização Jovem Pan
56:05Jovem Pan
56:06Jovem Pan
56:07Jovem Pan
56:07Jovem Pan
56:08Jovem Pan
Recomendado
57:08
|
A Seguir
2:00:10
1:59:32
1:55:56
2:00:51
4:00:54
1:59:23
2:00:31
1:29:55
58:09
1:59:50
3:05:50
1:00:52
3:01:01
4:34:45
4:01:56
1:59:46
2:00:52
4:01:15
1:59:45
1:58:17
1:59:00